Futuro Infinito - Combate Materno. escrita por Resgate


Capítulo 1
Família, Família


Notas iniciais do capítulo

Tanya é mãe de uma multiracional família com filhos naturais e adotados, mas é no circuito secreto de combate de robôs que ela revela sua verdadeira índole.



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O ano é 2.089.

Após a corporação Futuro S.A. assumir o governo do Brasil, o país foi dividido em vários distritos, cada um praticamente independente, mas ainda assim todos respondendo ao escritório central da empresa, localizado na cidade de Nova Sampa.

Mesmo assim os habitantes do Distrito Rio-Grandense aceitaram a nova realidade como a independência com a qual sonhavam a anos.

Curitiba foi eleita, não oficialmente, como a capital dessa área, onde uma filial da FuturoS.A., liderada pelo CEO Hannibal Kreuz, desenvolveu uma cidade tão diferente das demais que tem sido sondada nos últimos anos para ser a nova capital do Brasil.

Mesmo seguindo o modelos de tantas outras megalópoles, construída sobre a antiga cidade e com divisões de classes sociais nos vários Andares, apresenta algumas mudanças, a começar por manter o nome anterior, o que raramente se viu acontecer em outros distritos.

Musicista compulsivo, Hannibal tinha o costume de aprender a tocar um novo instrumento por ano e quando assumiu a presidência da empresa tratou de fazer um manifesto público, conseguindo mudar, com aprovação total da população, o nome dos Andares.

Por isso o Térreo era agora chamado de Dó.

Um nome apropriado pois, além de significar a primeira das escalas musicais, os moradores muitas vezes eram alvo da pena, da dó, daqueles que viviam bem melhor, nos andares seguintes.

Somente o pessoal do Porão de Curitiba conseguia ser ainda mais miseravel.

- Hora de acordar cambada! - Tanya era uma mãe extremamente dedicada à educação dos cinco filhos, dos quais três eram adotados, mas sua dedicação nunca seria confundida com excesso de zelo. - Quem não estiver na cozinha dentro de dez minutos vai pra escola de barriga vazia!

Numa verdadeira escadinha eles foram chegando, Yan, com doze anos, Izzy com onze, Shayan de dez e os gêmeos Yin e Yang de nove anos, esses sempre os últimos a chegar, ainda tentando se acostumar com o modo de vida do Brasil.

Tanya os encontrara vagando pelas ruas a um ano atrás, logo depois de terem fugido de um mercador de escravos sexuais, tendo sido trazidos da região que outrora fora chamada de China e que hoje não passa de uma imensa cratera radioativa.

Após cobrar vários favores, a mãe solteira conseguiu a guarda dos dois reunindo-os aos filhos mais velhos e à outra menina, que também havia sido adotada.

O caos do café da manhã sempre fazia Tanya sorrir luminosamente, ao ver a bagunça generalizada que as crianças faziam ao disputar pedaços de pães, frutas ou mesmo as tigelas de cerais para um vazio pesado cair em sua alma, assim que se via sozinha, logo depois dos filhos irem para o colégio no veículo escolar.

Ela mesma cuidava da limpeza da casa sem reclamar, enquanto o assunto preferido das vizinhas era o anseio por algum dos mais modernos robôs ajudantes que prometiam Sua casa limpa em segundos.

Assim que terminou de levar um imenso saco reciclável de lixo até o buraco mais próximo, que despejaria o conteúdo sobre uma área específica e pré definida da antiga Curitiba, Tanya voltou até seu banheiro, massageando o ombro direito.

Quando ela tirou as roupas para lavar o suor que escorria farto por sua pele, graças ao calor incomum que fazia naquela manhã, era possível perceber uma grande mancha roxa sobre sua omoplata direita.

Algum dos idiotas do setor climático lá do Fá deve ter dormido... De novo.

A água fria trouxe alívio e prazer, que ela aproveitou ao máximo, para logo em seguida retomar a rotina doméstica, preparando a casa para a volta dos filhos, desde o almoço até as reuniões de lição de casa e depois horário livre até o banho, um momento família do filme da noite e logo depois cama.

Somente para seus filhos, é claro.

- Oi Magda... Que bom que você pôde vir...

- Ô Tanya-mór! Sempre que cê tivé créditos eu tarei aqui!

Após uma rápida transferência de crédito e um suspiro de alívio pelo fato da babá ficar apenas para o caso improvável dos filhos acordarem, Tanya vivia dizendo que as crianças pareciam máquinas que se desligavam na hora em que colocavam as cabeças nos travesseiros, ela se preparou para sair.

Não sem antes repassar a lista de tudo que a jovem precisava saber para cuidar de suas crianças.

- E hoje a Izzy veio com umas perguntas sobre garotos que eu prefiro que ele só tenha as respostas daqui a um ano, pelo menos, entendeu Magda querida?

- Só tendi Tanya-mór! - ela já ligara seu mphone, provavelmente conversando com seus mais de quinhentos contatos da Grade, em poucos minutos sua já parca concentração iria se dispersar totalmente. - Sem papo de fuckfuck! Pódexá!

Assim que fechou a porta atrás de si, Tanya se pegou mais uma vez torcendo para que os filhos realmente não acordassem, ela não aguentaria caso algum deles, muito provavelmente os gêmeos, começasse a falar como a iletrada garota.

Tanya massageou o ombro ferido e logo sumiu na noite.

XXX

Algumas horas depois, num local escondido das autoridades, várias pessoas gritavam feito loucas, procurando chamar a atenção dos homens e mulheres responsáveis pelo arrecadamento de créditos para as apostas da noite.

- Senhoras e senhores! Bem vindos ao Fosso! - quando o apresentador, um homem trajando um chamativo sobretudo prateado, foi instigando o público, um alçapáo se abria no centro de uma improvisada arena. - As batalhas de hoje vão começar com uma revanche! - ele adorava os gritos alucinados que vinham da galera, ávida por violência. - De um lado aquele que foi surrado e humilhado! Megapower!!

No exato instante, sob uma chuva de vaias uma imensa armadura robótica deu alguns passos para dentro da arena.

- E saúdem a Campeã invicta do Fosso! AAAAAARENAAAAA!!!

Outra armadura, tão grande quando a anterior e lembrando um imenso robô se colocou do outro lado do fosso aberto, deixou uma das pernas para frente e outra para trás, ambas levemente flexionadas.

Em seguida, para delírio do público, realizou sua parte no show, que ela sabia ser a preferida de todos.

Uma mão foi aberta e então foi socada pela a outra, fechada num potente e destruidor punho para, logo em seguida, uma voz ecoar pelo local, fazendo até o mais animado torcedor ficar em silêncio.

- Tá na hora da mamãe trabalhar!

E a algazarra foi geral.

Continua.


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Notas finais do capítulo

Relançando a história pois errei e a lancei como capítulo único, em breve o capítulo 2 estará on line e se você ainda não comentou pode fazê-lo agora



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