Assim que as aulas acabaram, saí pensativa rumo ao karaokê, quando estava saindo portão a fora esbarrei na desagradável Debrah.

—Que encontro agradável! Desculpe-me. — Ela diz me dando uns de seus sorrisos sínicos.

Apenas olho para ela com desprezo e saio, quando ouço sua voz melosa chamando por Nathaniel.

—Nathhh, precisamos conversar querido!

Junto minhas forças para não virar e olhar a ceninha ridícula, mas posso perceber que Nathaniel a ignora. Em minha cabeça eu não parava de me questionar.

“O que será que está acontecendo? Parece que Nathaniel está a ignorando, eu não entendo, ele me trocou por um romance relâmpago? Eu realmente fui muito burra por acreditar nele.”

Estava a caminho do karaokê, quando ouço a voz de Debrah gritando meu nome, ela correu em minha direção.

—O que foi? —Eu dou meia volta olhando-a com cara de nojo.

—Como está sendo conviver com Nathaniel depois de toda aquela ceninha? —Ela me diz com um sorriso largo.

—Não te interessa biscate. Então para você foi apenas uma cena? O que você tem contra mim? Só pode ter inveja, pois está sempre atrás do que é meu. —Eu a encaro irritada, eu odiava brigar, por isso me segurei ao máximo.

—Eu não tenho nada contra você, por que teria inveja de você? Sou uma cantora de sucesso, já você não é nada. —Ela solta um gargalhada de leve.

—Prefiro ser uma “nada’’ e ser uma boa pessoa, do que ser uma mau caráter feito você. —Depois disso saio andando mais rapidamente até o karaokê, chegando lá vou direto para o porão, pois sei que Castiel vai estar por lá. Desço as escadas e vejo Castiel organizando alguns CD’s .

—Oi, podemos conversar? —Eu digo em um tom de voz baixo.

—Por que está falando tão baixo? Não tem ninguém aqui. — Castiel diz já voltando seus olhos para mim.

—Eu não tinha certeza. —Eu caminho mais próximo a ele.

—O que você quer? —Ele deixa o que estava fazendo e me dá total atenção.

—Quero deixar algumas coisas claras para você. —Vou andando em sua direção e faço número um com o dedo. —Primeiro você não tem mais chances comigo. —Dou uma pausa e prossigo. —Segundo, não acho nada conveniente você fazer ceninhas no meio da escola. E terceiro, se você ousar tocar em mim novamente, tomarei outras providências. Espero que me compreenda. —Eu encerro e me sinto aliviada.

—Entendi sim, mas sei que vai voltar atrás. —Ele me dá um sorriso malicioso, mas seu olhar declarava claramente que estava chateado com a situação.

—Veremos. —Dou-lhe meia volta e subo as escadas rapidamente e vou até a recepção para conversar um pouco com minha tia, paramos de conversar quando minha tia se dedicou a uma cliente que tinha chegado, quando olhei, era Debrah com uma roupa mais vulgar que o normal, se é que tem como?!

—Sabia que é feio deixar as pessoas falando sozinha? Sua mãe não te educou direito? — Ela vem em minha direção.

—Educou sim, por isso não falo com pessoas desprezíveis como você. —Eu digo com completa irritação. O dia estava estressante e cada vez piorava.

—O que você deseja mocinha? — Minha tia logo interrompe.

—Soube que um amigo meu é funcionário da senhora, ele está aqui hoje? O nome dele é Castiel, posso falar com ele? —Ela dizia sorrindo.

—Ele está no porão desça as escadas e suma daqui. —Eu digo querendo evitar olhar para seu rosto por mais tempo.

—Quanta raiva, obrigada. —Ela diz me dando um sorriso falso.

Logo que Debrah desceu a escada eu fui a sua direção, eu não estava preocupada, apenas curiosa, pois sabia que quem tinha acabado o namoro teria sido ela e não Castiel. Aproximei-me da porta onde levava ao porão e comecei a escutar a conversa dos dois.

—O-oi, podemos conversar? —Eu percebia sua voz melosa.

—O que está fazendo aqui? —Castiel a respondia.

—Bom, eu sei que nossa relação não terminou bem, por isso vim me desculpar, eu sinto sua falta Castiel. —Eu espio pela fresta da porta e pude ver Debrah já colocando suas mãos no peitoral de Castiel.

—Eu lhe desculpo... —Mal Castiel terminou e Debrah já havia se jogado em seus braços. —Espera Debrah. —O mesmo diz retirando os braços da morena de seu pescoço. —Isso não vai mudar em nada.

—Como assim? Você não vai voltar para mim? —Ela diz espantada.

—Eu não confio mais em você Debrah, e muitas coisas aconteceram. —Castiel iria continuar sua frase, mas foi interrompido novamente.

—Isso por causa do Nathaniel? Mas foi ele quem me agarrou Cast. —Ela fazia cara de choro.

—Também, mas é que eu não confio em você faz algum tempo. Eu não fui homem o suficiente para te contar, mas já faz três meses que eu queria terminar com você. Eu só continuei com você porque não suportava ver Halibell com Nathaniel. Arrependo-me muito de ter deixado ela para ficar com você. Ela me dava atenção, fazia as coisas por mim e eu sentia que ela gostava realmente de mim, já você, só ligava para si própria e não se importava com o que eu pensava ou gostava tudo tinha que ser do seu jeito. —Ele dizia isso claramente e em bom tom. Eu fiquei de boca aberta, faltava-me ar para respirar, continuei imóvel e olhando aquela cena.

—M-mas você brigou com Nathaniel por mim. —Ela olhava-o espantada e com os olhos cheios de lágrimas.

—Eu briguei com ele por causa DELA! Ela não merecia passar por aquilo novamente, quando ela me perguntou o que havia acontecido eu não consegui responder o que realmente sentia e também porque você não merecia ser humilhada assim na frente de todos. —Ele a olha.

—VOCÊ É UM IDIOTA. —Ela diz berrando já caindo lágrimas por todo o seu rosto. —QUER SABER A VERDADE? —Ela prossegue sua fala. —EU ME JOGUEI AOS BRAÇOS DE NATHANIEL, EU QUE DEI EM CIMA DELE. —Após ouvir aquilo eu não segurei minha raiva, saí por detrás da porta e fui em direção a ela. Eu odiava brigar, mas a situação era drástica, quando vi, já estava a jogando contra a parede a impedindo de fazer qualquer movimento.

—VOCÊ FEZ O QUE? —Eu dizia aos berros e a fuzilando com os olhos.

—Espera um pouco Halibell... —Castiel vinha em minha direção.

—Nem pense nisso, se tentar me impedir suas chances de voltar comigo será menos que zero. —Eu o fitei com os olhos e o mesmo parou imediatamente.

—Voltar? Você está querendo voltar para essa sonsa? Olhe para ela Castiel, ela é ridícula. —Debrah continuava a zombar de mim.

—Para mim já deu. —Minha mão já estava marcada no seu rosto, foi um prazer tão grande que me senti com os nervos mais calmos.

—HALIBELL! —Minha tia descia a escada vindo em minha direção me puxando para longe de Debrah. —O que está acontecendo aqui? —Ela me pergunta com uma face bem brava.

—Me desculpe tia, eu me descontrolei. —Eu me recompus indo para bem longe de Debrah. —Eu sei que lhe devo satisfação, mas preciso ir a um lugar e é urgente. —Eu já ia em direção à escada quando Castiel me pegou pelos braços.

—Aonde você vai? —Ele me olhava bem triste. Eu apenas o olhei e ele logo me soltou. Fui em direção à saída e corri o máximo que pude para voltar a escola, mas já era tarde demais, Nathaniel já havia ido embora.