Bill...

Logo chegamos na estação de trem, assim que entrassemos, não iriamos mais voltar para casa, iriamos ter que deixar tudo. Tudo que nos rodíou e que cresceu conosco durante todo esse tempo.

O que mais dóia em mim, em relação à deixar, era a minha mãe. Iria sentir muita falta dela.

- Tom, não sei se é certo fazermos isso. - eu disse parado ao lado do trem.

- Bill, temos que fazer isso, ou você prefere se casar?

- Não, mas, vou sentir falta da nossa mãe e de tudo aqui.

- Eu também vou. Mas só vamos esperar algum tempo e voltamos.

- Quanto tempo?

- Não sei, talvez, uns dois ou três anos...

- O que? Eu não posso, Tom! É muito tempo.

- Qual é Bill?! Vai ser legal...

- Não vai. Eu não quero ir mais. - eu disse me virando de costas para meu irmão e voltando a andar.

- Bill! - disse ele segurando meu braço - Se a gente não for, teremos que nos casar...

- Eu sei. Prefiro isso.

- Você vai ignorar o que eu sinto?

- Do que está falando, Tom?

- Você sabe como eu, o SexGott, se sente em relação a se casar? - revirei os olhos - É o inferno! - dizia ele fazendo drama.

- Existem coisas mais importantes que isso, Tom.

- Não pra mim. O que pode ser mais importante, que o bem estar do seu irmãozinho? - disse ele com um sorriso de pidão.

- O bem do reino.

- Como assim?

- Você sabe o que vai acontecer se não nos casarmos? - perguntei. Como resposta, ele balançou a cabeça em negação - Nós vamos causar uma guerra. É o que você quer? - eu disse encarando ele, que bufou e olhou para baixo.

- Tá bom, Bill. Você venceu... - disse ele se pondo ao meu lado. Sorri.

Nós voltamos para casa. Assim que chegamos vimos nossos velhos amigos, George o Gustav conversando na sala, perto da lareira.

- Olá! - dissemos entrando no ambiente aquecido. Eles nos olharam surpresos e nos cumprimentaram.

- O que fazem aqui? - perguntou Gustav.

- O Bill, bunda mole, não quis mais ir. Ficou com medinho. - respondeu Tom retirando a capa e se sentando em uma poltrona.

- Mentira. - eu disse - É que, eu disse ao Tom, que existem coisas mais importantes nesse assunto. Não podemos fugir.

- E ele aceitou? - perguntou George surpreso.

- Sim. Ele sempre aceita tudo que eu digo. - eu disse atentando Tom.

- Com certeza! - ele disse, sendo irônico. - Mas e então... as princesas são bonitas?

- Sim. - disse George meio triste.

- George, se elas são bonitas, por que está assim? Tão cabisbaixo?

- Por nada. Bom saber que voltaram, o reino sem vocês seria muito chato.

- Verdade. - disse Tom sorrindo - Pra quem você perderia quando fossemos brincar de tiro ao alvo? - ele riu de um jeito estranho.

- Como se eu perdesse pra você Tom...

- Mas você perde, sempre! Sempre perde, em tudo pra mim. - disse ele repetidas vezes. George bufou. Devo admitir, o Tom é ótimo em tiro ao alvo, mas ele é o cara mais convencido que eu conheço, com certeza. - George, para sairmos desse assunto, as derrotas de George para mim, o gostosão... - George balançou a cabeça e riu - me diga... como elas eram?

- Quem?

- As princesas...

- Aa... bem... elas... eram... - George estava pensativo - Eram bonitas.

- Eu sei. Mas como elas eram? Tinham cabelos cumpridos? Curtos?

- Cumpridos, eu acho, estavam com eles amarrados, tinham os olhos dourados... - E o corpo? Como era? - cara, meu irmão só pensa nisso. Logo que ele perguntou, já começou a passar a lingua em seu piercing, não queria nem imaginar, o que ele poderia estar pensando.

- Bonitos. Eram bem desenhados. Não dá pra dar muitos detalhes, pois elas estavam com um vestido meio reto.

- Sei... espero que você tenha bom gosto, George. - disse ele se levantando.

- Eu tenho, Tom.

Logo eu e meu irmão saimos da sala, onde passamos algum tempo, e fomos cada um para seu quarto, dormimos logo.

Pamela...

Acordei e fiquei lembrando da noite passada. De tudo que havia me acontecido. Do tarado insuportável com sorriso marcante; da nossa tentativa, frustada, de fugir; do meu principe, lindo e encantador. Precisava ver ele de novo. Me levantei e fiquei pensando naqueles olhos lindos e sorrindo, que nem uma bobona.

- Pam... você está ai? - escutei minha irmã perguntar enquanto eu me arrumava e lembrava de tudo.

- Sim. O que foi?

- Te acordei dos seus sonhos de contos de fada?

- Não. O que foi? - eu disse irritada, por que ela me atormentava tanto?

- É que o café já está na mesa e o papai quer falar conosco.

- Tá. - eu disse me apressando. Logo estava pronta.

Descemos as escadas e logo entramos na enorme sala de jantar, nosso pai estava em sua cadeira, que ficava na ponta da mesa, nossa mãe também estava, ela se sentava à direita dele, como sempre.

- Bom dia. - dissemos, eu e minha irmã, juntas.

- Bom dia. - disse nosso pai.

- Bom dia, queridas. - disse nossa mãe sorrindo para nós duas.

- E então, o que acharam dos príncipes? - perguntou meu pai.

- Ótimos! - respondi alegre, até de mais. - Quer dizer, legais...

- Quem foi falar com você, querida?

- Não sei. Esqueci de perguntar o nome dele.

- Como ele era?

- Incrivelmente charmoso e encantador.

- Devia ser o Tom, fiquei sabendo de algumas coisas que ele aprontou, mas é um ótimo rapaz. - espera. Tom? Esse era o nome do tarado. - E com você, quem deve ter ido... qual é o nome dele, mesmo, querido? - perguntou minha mãe olhando para meu pai.

- Bill, meu amor. - disse ele sendo carinhoso. - olhei para a minha irmã, ela deixou a torrada que segurava cair no chão. Ela estava pálida, parecia que ia desmaiar ali mesmo.

- O que foi, Lu?

- Bill? Esse é o nome dele?

- Sim. - respondeu nosso pai sem entender nada.

- Não pode ser... - sussurrava a minha irmã - É muita coincidência...

- O que? - disse olhando para ela.

- Pam, venha aqui! - ela me puxou até a anti-sala - Tom e Bill, não eram esses os nomes daqueles dois, que encontramos ontem no pátio?

- Sim e daí?

- Você não acha muita coincidência o nome deles, ser o mesmo que os dos príncipes?

- Não, são nomes comuns. - ela estava muito pensativa. - No que está pensando?

- Precisamos ver aqueles dois de novo.

- Não. Nem em sonho, quero ver aquele insuportável e irritante.

- Mas Pam...

- Não. Da última vez que cruzamos com ele, achei que ele iria nos estuprar. Não. - Por favor, nós não estaremos sozinhas. O Bill, vai estar lá, dúvido que ele vai deixar o Tom fazer alguma coisa... por favor...

- Tá. - eu disse revirando os olhos. - Mas o que você quer falar com eles?

- Temos que saber mais sobre aqueles dois e também saber se eles são ou não os príncipes.

- Lu, os príncipes são os de ontem, no baile, lembra?

- Pode ser. Não custa ter certeza. - depois disso voltamos a mesa.

- O que faziam, garotas? - perguntou nosso pai, enquanto sentavamos.

- Só discutíamos algumas coisas, nada importante. - respondeu Luciana com seu sorriso convincente, que sempre funcionava com qualquer um.

- Está bem. - disse ele sorrindo também.

- Papai... - eu disse - quando vamos ver os príncipes de novo?

- Ora, ora... parece que pra quem queria fugir, até que gostou dos príncipes...

- Não é isso. É que quero saber o dia só pra, preparar um plano infalível.

- Pode esquecer essa história, Pamela! - disse ele já pronto para me dar uma bronca.

- É brincadeira... - ¬¬'

- Sei. Bom, acho que teremos um jantar com eles, daqui à... 2 semanas.

- Obrigada. - eu disse terminando de comer.

Eu e minha irmã saimos da mesa e fomos para o jardim, discutir sobre como faríamos para encontrar os garotos.

- Lu, isso não vai dar certo...

- Vai sim. É simples, saímos a noite, enquanto todos dormem, e vamos andando por ai, procurando por eles.

- E se alguém nos ver?

- Pam, pode parar de falar assim. Quem é apreensiva e insegura sou eu, esqueceu? - eu sorri.

- Tá.

A noite chegou muito rápido e lá estávamos nós duas, com o nosso plano quase completo.