Intercâmbio escrita por LaisaMiranda


Capítulo 25
Capítulo 25


Notas iniciais do capítulo

Eu juro que ia postar mais cedo, só que o site saiu do ar. Mas voltou, graças a Deus!!!

Primeiramente quero agradecer por mais uma recomendação, dessa vez da "Luuh Santos". MUITO OBRIGADAAAAA!!! Isso me deixou super feliz. De verdade.


Boa Leitura!!!



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Eu não me lembro de um dia tão triste como aquele. Acordei e Enzo já não estava mais no quarto. Pensei que ele não quisesse me ver, ou que eu visse ele, pois sabíamos que dia era aquele. O dia em que eu iria embora.

Quando me movi para sair da cama, senti o lado dele ainda quente. O que queria dizer que não fazia muito tempo que ele tinha levantado. Busquei pelas horas no relógio do quarto e vi que eram 6:10 da manhã. Levantei aliviada. O meu voo estava marcado para às dez horas, então daria tempo de me vestir, comer e ir tranquilamente, já que era mais indicado chegar com no mínimo duas horas de antecedência para não ter problemas.

Depois de já pronta, desci para a cozinha e encontrei com Lacey. Ela me deu um abraço carinhoso. Estava triste, assim como eu. Nico chegou logo depois. Quando já estávamos comendo o café da manhã e quando eu estava começando a me assustar com a ausência de Enzo, ele entrou, se sentando no banco do lado do meu.

Todos já estavam arrumados, eles também iriam comigo até o aeroporto. Depois de comermos e Lacey pegar a bolsa, fomos todos no carro de Nico. Enzo segurou minha mão a viagem toda. Meu coração estava apertado, eu sentia como se fosse desabar a qualquer momento. Era só questão de uma palavra sair da minha boca, que era certeza que eu ia chorar.

Chegamos ao Aeroporto de Heathrow, meia hora depois. O lugar estava lotado de gente, eu havia até me esquecido de como era cheio quando desembarquei há 6 meses atrás. Parece que foi ontem, passou muito rápido. Enzo não se desgrudou de mim em nenhum minuto. Encontrei com o Professor Fernando e os outros alunos no local que combinamos, perto do balcão de embarque da companhia aérea em que iriamos viajar. Enzo foi comigo fazer o check-in. Depois de entregar a mala grande para ser despachada e receber o cartão de embarque com informações sobre o meu voo, fomos até Lacey e Nico, eu ainda tinha um tempo com eles.

— Vamos sentir sua falta, baixinha. - disse Nico, me convidando para um abraço. O abracei e senti meus olhos se encherem de água. Eu sabia que ia chorar, aquilo era triste demais. Eu realmente me apaguei àquelas pessoas - Sempre será bem vinda em nossa casa.

Me afastei, com os olhos embaçados, sorrindo para ele.

— Você trouxe alegria na nossa vida. - continuou Nico - E espero que tenha gostado desse tempo em que pudemos nos conhecer e que volte sempre que der.

— Eu vou sim. - respondi, tentando engolir o choro

Então olhei para Lacey, que também já estava com cara de choro. Nos olhamos e começamos a rir uma da cara da outra, aquela risada antes de um choro. Ela me agarrou e eu não pude segurar mais as lágrimas.

Thank you, por ser minha amiga. - ela disse com a voz de choro - My best friend. - ela me afastou para poder olhar para mim e também estava chorando - Promete que não vai se esquecer de mim? Eu realmente gostei de você, girl, e te considero parte da minha família. E não é só por Enzo, você sabe disso não sabe?

Assenti, pois foi a única coisa que consegui fazer, com medo de começar a soluçar.

— Não deixe de mandar notícias, está bem? - ela me abraçou de novo e sussurrou no meu ouvido - Vou deixar vocês a sós agora.

— Cuida dele. - pedi, chorando.

— Pode deixar. - ela se afastou de novo e sorrimos uma para outra. Um sorriso triste, mas um sorriso feliz. Feliz por termos nos conhecido e virado amigas.

Lacey e Nico se fastaram de mãos dadas e eu me aproximei de Enzo. Ele estava sério e quando encontrou meu olhar me deu um abraço. Ao sentir seus braços em volta do meu não pude aguentar, e em poucos segundos estava chorando. Como naquele dia em que fomos assaltados na lanchonete.

— Desculpa. - disse, tentando parar de chorar, ainda abraçada ao corpo dele. Ficamos um tempo assim, sem dizer nada, apenas sentindo o corpo um do outro.

Tentei me acalmar para voltar a falar. Respirei fundo algumas vezes, agarrando a jaqueta dele.

— Eu vou voltar. Eu ainda não sei quando, mas... - comecei. Eu tinha que falar com ele, Enzo precisava saber que eu não desistiria de nós assim tão fácil. - Eu só preciso chegar no Brasil primeiro e resolver as coisas e pensar quando...

I love you.— escutei ele dizer, quase num sussurro e não acreditei. Enzo me apertou mais em seus braços e eu chorei de novo. Ele tinha dito. Ele tinha dito.

Afastei devagar para olhar em seus olhos e quando o fiz vi lágrimas neles. Ele me beijou, segurando as mãos no meu rosto. Senti sua língua na minha e abracei sua cintura. Ele se afastou, encostando a testa na minha. Subi minhas mãos para o rosto dele, quando vi lágrimas escorrem de seus olhos.

Ficamos nos olhando por alguns segundos até ele voltar a falar:

— Eu quero te entregar uma coisa. - disse fungando uma vez, tirando suas mãos do meu rosto e enfiando uma delas no bolso da jaqueta. Ele tirou uma fotografia do bolso e me entregou.

Peguei a foto na mão. Era ele, vestido com a beca de formatura, com chapéu e tudo. A foto estava rasgada no meio, onde alguém, com certeza, estava abraçado de lado com ele. Fiquei imaginando se não era a Claire.

— Você queria tanto uma foto minha. - disse ele com a voz tímida, secando os olhos - Eu estou bem novo nessa foto. Tô ridículo, na verdade, mas eu achei que você fosse querer levar com você.

Sorri para ele, então voltei a olhar para a foto. Passei a mão pelo rasgo.

— Lacey estava comigo na foto. Eu pedi para ela jogar fora ou apagar da internet qualquer foto que tivéssemos juntos, mas eu sabia que ela devia ter guardado alguma. Então pedi para ela.

Ele não precisava ter rasgado a foto, mas aquilo não importava. Eu agora tinha uma foto dele. E ele estava tão lindo. Mais novinho, com o cabelo mais curto e um sorriso largo na foto. Estava feliz naquela imagem.

— Obrigada. - disse olhando de volta para ele - Eu também deixei uma coisa para você. Deixei no seu quarto.

Não quis dizer o que era, mas deixei meu desenho. O desenho que fiz dele. Da última vez ele tinha recusado, mas agora pensei que fosse querer algo meu. Algo que eu fiz, já que ele me deu a carta.

A carta. Que estava guardada na minha bolsa. Eu não quis dizer que ainda a tinha. Não achei que fosse bom, não depois de ouvir ele dizendo aquilo para mim. Talvez eu devesse guardá-la comigo em segredo, até que algum dia, pudesse dizer para ele que a li. E eu não via a hora de ler. Mas esperaria para estar no avião.

Enzo passou as mãos devagar pelos meus cabelos, antes de me beijar de novo. Nos abraçamos mais uma vez e então eu fui embora. Estava na minha hora, eu precisava voltar para o Brasil, mesmo que fosse a última coisa que eu quisesse naquele momento. Me afastei, olhando para ele a cada passo que dava. Sussurrei um eu te amo antes de desaparecer de vez.

Quando entrei no avião, já estava mais calma. Não chorava mais, porém a tristeza não tinha saido por completo. Tudo o que eu conseguia pensar era em como minha vida seria agora, sem ele. Eu tinha meus pais, minha amiga Vanessa, mas só de imaginar como as coisas seriam daqui para frente eu já tinha medo.

Esperei o avião decolar e esperei as primeiras horas de voo, até a mulher que estava sentada ao meu lado, que eu não conhecia, adormecer. Peguei minha bolsa e procurei o envelope de Enzo. Eu precisava acabar com essa curiosidade e ler o que ele tinha escrito na carta.

Tirei a carta do envelope e respirei fundo antes de ler. A letra dele era linda. Meio inclinada para direita, bem legível.

Eu nem sei como começar. Na verdade, acho que nunca escrevi uma carta para ninguém antes. Só que foi o único jeito que encontrei de me expressar para você, já que como você percebeu, eu não sou muito bom com as palavras.

Quer dizer, eu consigo dizer várias palavras, ainda mais se for para insultar alguém, mas quando se trata de meus sentimentos eu me fecho e simplesmente não sai nada.

Eu queria dizer nessa carta tudo o que não consegui, e que quis, dizer para você, nesses três meses que ficamos juntos. A razão de eu ter te tratado tão mal quando você chegou e quando me peguei encantando por você.

Eu tinha medo de me aproximar de qualquer mulher, pois poderia sentir o que eu já tinha sentindo por Claire. Por isso fiquei apavorado quando Lacey me disse que uma menina estrangeira passaria um tempo conosco. Quer dizer, eu não sabia nada sobre você e fiquei com medo de descobrir e acabar sentindo algo, algo que eu não queria sentir nunca mais na minha vida. Afinal, fazia tempo que eu não me relacionava com ninguém, porque esse virou o meu modo de vida.

Então a única razão que encontrei, foi evitar você e mostrar esse meu lado agressivo, que na verdade era uma bolha para que ninguém se aproximasse de mim. Porque na realidade eu tinha medo, medo de você gostar de mim, depois que visse como eu realmente era e o que tinha acontecido comigo. E não é porque eu estava convencido de que isso poderia acontecer, mas eu tinha medo. Você me veria constantemente e se começasse a sentir algo, isso poderia fazer eu sentir também.

Algumas coisas nunca são definidas no coração ou na mente, então nunca me pergunte as razões pelas quais me apaixonei por você, pois eu não saberei responder. Como eu disse, eu tenho uma concha imaginária ao meu redor que ninguém consegue ultrapassar. E quando alguém me quer, quando alguém está tentando me amar por inteiro eu me assusto. Não sei como é. Eu só tenho medo e fico pensando no que pode me machucar. E eu não queria mais me machucar.

Mas fui atraído pelo meu próprio desejo. Depois de ver como você era frágil naquele dia horrível, eu não pude mais tratar você daquele jeito rude. Me machucava toda vez que eu fazia isso, mas não podia me permitir sentir algo por você. Mas acontece que a atração foi ficando forte, a ponto de eu não conseguir mais estar perto de você sem acabar te beijando. E aí foi o meu maior erro ou acerto. Eu fui fraco e me deixei levar.

Pessoas chegam como uma tempestade, quando você menos as espera. Então é como se eu corresse para me proteger, quando deveria enfrentar a verdade e os fatos de frente. O Nico me disse aquelas coisas e foi aí que eu percebi, não que eu estava me apaixonando, mas que você me mudava de alguma forma. Porque cada minuto que eu era algo que eu não sou, quando estava perto de você, você simplesmente me dava de volta aquela parte minha, sem nem ao menos perceber que fazia isso.

Confesso que no começo, tudo o que eu queria era encontrar aquela parte, perdida dentro de mim, que sozinho eu não poderia achar, mas então veio o carinho, além do desejo. Eu tive sonhos com você. Sonhos constrangedores, que nunca serei capaz de confessar, e sonhos reais. Sonhos que realmente aconteceram, como você dançando para mim.

Nada é o que parece. Na sua vida ou nos seus sonhos e isto não faz sentido, então eu não vou tentar fazer sentido pra você. Eu não sei por que eu te amo, mas eu apenas amo. E me sinto um idiota, pois não acredito que não te disse isso antes, mas eu amo. Eu amo você. E eu queria que você soubesse disso.

Soubesse que você mudou minha vida. Soubesse que me fez feliz esse tempo todo. E me desculpa por não ter sido o cara perfeito para você, mas você definitivamente foi a mulher perfeita para mim.

Vou sentir sua falta.

Enzo Meurer.

Terminei a carta com os olhos vermelhos de tanto chorar. Eu nunca tinha recebido uma carta tão linda e tão sincera. Todas as minhas dúvidas estavam ali. Tudo o que pensei, as razões de ele ser daquela maneira. Enzo me respondeu. Senti dor, mais ainda, por não poder abracá-lo de novo. Eu poderia ter lido essa carta antes, mas não fiz. Porém ele tinha dito que me amava, e eu não precisei ler a carta primeiro. Eu tinha feito certo. Pelo menos agora eu tinha algo dele comigo, algo tão sincero como essa carta.

***

Depois de onze horas dentro do avião, finalmente desembarquei no Brasil, no Aeroporto de Guarulhos. Fui até a área de desembarque procurar pela esteira assinalada com o número do meu voo, onde eu retiraria minha mala. Coloquei esta no carrinho e segui para o terminal 2, pois sairia por lá. Segui o Professor Fernando e os alunos. Estava nervosa, pois veria meus pais depois de tanto tempo. Quando sai pelo portão já vi eles de longe. Eles seguravam uma faixa grande escrito:

Bem-Vinda de volta, Giselle.

Sorri de orelha a orelha. Vanessa também estava lá. Animada, já dando polinhos e batendo palmas. Quando finalmente cheguei perto o suficiente, larguei o carrinho e dei um abraço forte na minha mãe, que foi a primeira a me receber. Ela fez carinho nos meu cabelos, e perguntou se eu estava bem, disse que sentiu saudades e distribuiu vários beijos pelo meu rosto.

Em seguida dei um abraço no meu pai. Ele estava com aquele mesmo cheiro que eu me lembrava e fiquei chocada como senti falta disso. Vanessa me agarrou, segundos depois que meu pai me soltou. Ela gritava no meu ouvido, não acreditando que eu estava ali.

— Vamos, meninas. - disse minha mãe, então Vanessa me largou - Giselle deve estar com fome.

— Sim, estou. - confessei e fomos direto para a minha casa.

Enquanto meu pai dirigia, eu olhava São Paulo, como se não a conhecesse mais. Era estranho estar de volta depois de tanto tempo fora.

Finalmente chegamos em casa. Eu morava na Vila Mariana, perto do Parque Ibirapuera. Depois que meu pai estacionou na garagem de casa, saímos do carro e entramos. Minha casa não era grande, mas era muito confortável. Tudo estava do mesmo jeito de quando eu viajei. O espelho em pé ao lado da porta. A sala, com o sofá bege. A cadeira marrom. O raque, que quase cobria aquela parte da parede toda.

Fomos direto para cozinha, e a mesa já estava posta. Com bolo e doces, e todo tipo de gostosura que minha mãe sabia fazer. A comida de Lacey era ótima, mas eu realmente estava com saudades da comidinha da minha mãe. Enquanto eu comia, junto com todos na mesa, prestava atenção em tudo de novo. A mesa continuava no mesmo lugar, no centro da cozinha. A pia, embutida com os armários. Tudo estava igual como eu me lembrava.

Depois de comer, Vanessa e eu subimos as escadas até chegar ao meu quarto. Meu quarto era muito pequeno. Do tipo que só cabe a minha cama, embutida com o armário e a mesa do computador, e meus livros na estante de cima.

— Eu acho bom você ter trazido algo para mim. - disse Vanessa, setando-se na minha cama - Ou te deserdo aqui e agora.

Puxei a mala para a minha cama e comecei a tirar os presentes. Entreguei os de Vanessa. Que eram mais de um, pois eu conheço a amiga que tenho.

— Feliz natal. - disse sorrindo.

Ela estava tão linda. O cabelo louro estava preso num rabo de cabelo e sua maquiagem era simples. Ela também não precisava de muito para ficar bonita.

— Meu Deus! Adorei! Olha isso! - ela se levantou, colocando o vestido vermelho na frente do corpo, olhando para o espelho na porta do guarda-roupa - Você sabe mesmo como escolher presentes.

Sorri para ela, mas a verdade era que não estava com a cabeça ali. Tudo o que eu conseguia pensar era em como Enzo estaria. O que devia estar fazendo? Que saudades que eu estava dele.

— Está pensando no boy? - perguntou Vanessa, voltando a se sentar na cama e me encarando.

Apenas respirei fundo.

— Deve ter sido difícil para você, não é? Ir embora e deixá-lo lá.

— Olha o que ele me deu. - sorri me lembrando da fotografia. Vanessa ainda não tinha visto Enzo, a não ser pelo meu desenho.

Mostrei a foto para ela e Vanessa a arrancou da minha mão.

— Meu Deus! Ele é lindo, Gi.

— Ele está mais novo nessa foto. Mas é assim, desse mesmo jeito. - disse, admirando a foto junto com ela.

Vanessa passou a mão pelo rasgo na foto, também percebendo que ele estava abraçando alguém, uma mulher, pois as mãos na cintura dele era feminina. Ela olhou para mim, preocupada.

— Não era a ex dele. Era a Lacey.

— Ah. - ela me devolveu a foto - Vocês não tiraram fotos juntos?

— Ele não gosta muito. - dei de ombros.

— Realmente, Giselle - começou Vanessa, naquele tom de que iria me julgar de alguma forma - Você só escolhe os mais difíceis. Não podia ter escolhido um cara, cuja a ex-namorada está viva?

Olhei com espanto para a cara dela. Não acreditei que ela disse isso. Vanessa também percebeu que falou o que não devia.

— Desculpa. Isso foi bastante insensível da minha parte. Mas você sabe como eu sou. - ela colocou as mãos para cima da defensiva. E depois sorriu me dando um abraço - Ainda bem que você voltou. Estava me sentindo sem amigas ultimamente. Você vai tomar banho primeiro ou tomo eu? - perguntou se afastando.

— Como assim? - perguntei, confusa.

— Não pense que eu não vou dormir aqui esta noite. Porque eu vou. Já fiquei muito tempo sem você.

Fui tomar banho primeiro e depois que Vanessa voltou, fomos jantar juntas. Mamãe e papai, contaram como as coisas estavam. Pelo visto tudo estava normal enquanto eu estive fora. Eu queria saber deles, só que eles também queriam saber sobre mim e sobre a viagem.

— A Giselle contou que quase morreu? - disse Vanessa, distraidamente, enquanto mastigava um frango segurando com a mão. Como eu, ela também amava a comida da minha mãe.

— Vanessa? - chamei a atenção dela. Ela olhou para mim, como se pedisse desculpas.

— Como assim? - perguntou meu pai preocupado.

— Não foi nada, pai. Foi um assalto, mas nada aconteceu. Estou bem.

Isso não convenceu eles. Então tentei mudar de assunto e contei sobre os lugares que conheci. Sobre o Natal e o Ano Novo. E mais uma vez, a bocuda da Vanessa, disse algo que não devia.

— Quem é Enzo? - perguntou minha mãe, curiosa, depois que eu contei sobre o casamento da Lacey e do Nico, onde fui madrinha, acompanhada de Enzo, e Vanessa repetiu o nome dele fazendo um suspiro. Deixando meus pais desconfiados. Eu ainda não tinha dito nada a eles sobre minha relação com Enzo.

— É o irmão da Lacey. - respondi, mas senti que minha mãe sabia que havia algo a mais. Depois eu conversaria com ela a respeito. Afinal eu nunca fui de esconder meus namorados dela.

Vanessa puxou a cama de baixo para dormir. Me deitei na minha cama e ela pulou nela para se sentar também. O quarto já estava escuro, já se passava das onze e meia, mas Vanessa não pareceu querer dormir, e nem me deixar dormir, pois acredite, eu estava realmente cansada da viagem.

— Você não vai dormir, né? - perguntou ela arrancando a coberta do meu rosto.

— Acho que não. - desembuchei, já me sentando também.

— Me desculpa pela minha bocona. Eu esqueci.

— Tudo bem. Eu sei que você não fez por mal. A próxima vez eu só tampo a sua boca com fita isolante.

Ela riu e depois ficou séria.

— Eu sei que você está mal Giselle, por causa do Enzo. - ela me olhou e consegui ver seu rosto mesmo no escuro, pela luz que vinha da janela - Eu só queria dizer que você pode contar comigo. Eu estou aqui, se quiser conversar. Mesmoooooo - ela levantou as mãos, sacudindo-as - que você saiba que eu odeio falar desse tipo de assunto. Quer dizer, eu não tenho namorado, então é chato para mim, mas eu sou sua miga e preciso agir como tal.

— Obrigada. Mas acho que agora eu também estou meio, que sem, namorado. - disse triste.

— Ele conseguiu dizer o que você tanto queria ouvir?

— Sim.

— Sério? - ela se animou - E como você não me contou isso?! Quando foi?

Eu não sei bem porque não contei isso para ela. Eu contava tudo para Vanessa. Talvez achasse que era algo pessoal demais. Assim como a carta que Enzo escrevera para mim. Eu não achava certo dizer e nem mostrar para ninguém o que ele tinha escrito.

— Antes de eu embarcar.

— É claro. Ele viu que estava te perdendo e quis dizer alguma coisa. Mas que bom que ele disse. Quer dizer que ele te ama de verdade.

— É. - só consegui dizer isso. Vanessa viu que eu estava para baixo e me deu um abraço, dessa vez me deitando em suas pernas e alisando meus cabelos.

— Vai ficar tudo bem. Você vai ver.


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Notas finais do capítulo

Bom, eu ia postar o capítulo final hoje. Que seria esse que vocês acabaram de ler. Só que... Ficou muiitooo grande. E achei que fosse ficar cansativo de ler. Mas não vou demorar, gente. Sério. Amanhã mesmo vocês terão o próximo.

E depois do capítulo vou fazer um post. Quero que vocês leiam com atenção, okay? Eu tive umas ideias na minha cabeça para quando a história acabar. Não tem como explicar direito agora, por isso vocês precisam ler o post depois do último capítulo, que é o "26".

Também fiz um desenho de Enzo e Giselle que vou postar amanhã. Estou muito animada com as ideias e espero que vocês curtem elas também. Agora está confuso de entender, mas vocês entenderão amanhã.

Até lá, então!!