Intercâmbio escrita por LaisaMiranda


Capítulo 24
Capítulo 24


Notas iniciais do capítulo

Amei escrever esse capítulo. Espero que gostem!!
Boa Leitura.

PS: Obrigada mais uma vez a leitora "Bi" que recomendou minha história. Isso me deixou muito feliz, mesmo.



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A semana em que Enzo e eu ficamos sozinhos na casa de Lacey passou tão rápido que nem pareceu sete dias. Na segunda tive que voltar para o curso e descobri que a prova final estava chegando. O que queria dizer que o dia que eu fosse embora, também. Porém tentei não me abalar. Eu precisava curtir o tempo que ainda tinha na Inglaterra, antes que me arrependesse e fosse tarde demais.

Enzo e eu voltamos a trabalhar. Na ausência de Nico, Will que ficou responsável pelo bar, e nem por isso as coisas estavam fora do lugar. O chefe realmente era de confiança. O tempo em que estávamos sozinhos em casa, fizemos de tudo juntos. Enzo cozinhou algumas vezes, para a minha surpresa, pois ele não gostou muito da minha comida. Como já era de se esperar.

Numa tarde de quarta-feira, enquanto Enzo lavava a louça, envolvi os braços em volta de sua cintura por trás, deitando a cabeça em suas costas.

— Está tudo bem? - perguntou.

— Sim. Só estou tentando guarda na memória o seu abraço. Seu corpo quente. - beijei sua costas. Então ele se virou com a mão cheia de espuma.

— Guardar para quê?

Eu nunca sabia se ele estava fingindo ou não. Será mesmo que Enzo não sabia realmente por que eu estava dizendo aquilo? Ou será que estava se fazendo de besta, para evitar esse assunto?

— Enzo, você sabe que em alguns dias eu vou ir embora.

Ele ficou sério e virou de novo para a pia. Não insisti mais no assunto e também nem sabia como. Eu estava apavorada com esse jeito dele, de não ligar, como se nada fosse acontecer. Isso me assustava, fazendo ele ficar imprevisível.

No fim de semana, no domingo de manhã, Enzo estava me ajudando a estudar para a prova de inglês, que seria no dia seguinte. Lacey e Nico chegariam mais tarde naquele mesmo dia. Ele estava sentado na cama, segurando um livro de vocabulário inglês nas mãos, enquanto eu estava deitada em sua perna, ouvindo cada palavra em inglês que ele falava e tentando adivinhar o que ela significava.

Belligerent.— disse ele com aquele sotaque lindo.

— Eu sei essa. Mas não estou conseguindo me lembrar. Me diz uma dica.

— Essa é fácil. Às vezes eu sou isso. I'm belligerent.

— Já sei! - quase gritei - Belligerent. Belligerante, tipo agressivo.

— Isso! Ganhou um beijo. - Enzo abaixou para me dar um selinho - Hum... Uau, essa é bem difícil. Idiosyncrasy.

— O quê? Eu não faço ideia do que isso seja.

— Vamos! Tente se lembrar.

Tentei vasculhar bem fundo da minha mente. É verdade que eu já tinha lido todas aquelas palavras, mas essa eu realmente não me lembrava. Pedi para Enzo soletrar para mim, então desisti e peguei o livro da sua mão.

— Ei, isso é trapacear.

— Idiossincrasia - li em português - É uma característica de comportamento peculiar de um indivíduo ou um grupo, e é uma palavra de origem grega. O termo tem vários sentidos, depende de onde é empregado, e também pode ser aplicado para símbolos que significam algo para uma pessoa em particular.

Depois disso voltei a falar em inglês, devolvendo o livro para Enzo.

— Essa não valeu. Eu não sabia nem o que significava em português, quanto mais em inglês.

Enzo não disse nada, só me observava de um jeito estranho.

— O que foi?

— Nada. Você fica sexy falando português. Será que tem como repetir? - dei um soco fraco nele e ele riu - Estou falando sério.

Enzo me segurou pela cintura, me jogando na cama e a poucos segundos ele estava em cima de mim. Eu ria que nem uma criança.

— Fala outra coisa. - pediu ele, sorrindo.

— Tipo o que? - perguntei ainda rindo.

— Não sei. - ele não sorria mais e olhava fixo nos meus olhos - Qualquer coisa.

Pensei bem em o que dizer. O que eu poderia dizer? Será que ele sabia o que significava "Eu Te Amo"? Fiquei com medo de arriscar. Disse então que ele era lindo. Ele pediu pela tradução e riu quando a escutou.

— Vou sentir falta disso. - disse vendo o sorriso dele, aquele sorriso tão sincero que era raro de aparecer.

Enzo tirou o sorriso da boca e se levantou, sentando-se novamente.

— Vamos continuar. - disse ele sério - Amanhã você tem que estar pronta para a prova.

— Enzo? - o chamei, me sentando e encarando-o. Ele não olhou - Enzo? Até quando você vai evitar falar disso?

— Até quando der. - ele não olhou para mim ao dizer isso.

Me aproximei e tentei olhar em seus olhos. Abaixei o livro, sentando nas pernas deles. Enzo me encarou.

— Enzo, precisamos conversar sobre isso. Eu quero falar sobre isso. Sobre o que vamos fazer. O que vai acontecer.

— Eu já disse. Não quero falar disso. - ele pegou o livro nas mãos de novo e voltou a falar as palavras.

Ao anoitecer Nico e Lacey voltaram. Lacey não perdeu tempo e me contou cada detalhe da Lua de Mel. Disse que a Polônia era linda e que havia vários lugares em conta, que eles acabaram nem gastando tanto. Depois me perguntou se tinha ficado tudo bem nessa última semana, se teve algum imprevisto com a casa. Eu disse que não, só que tivemos que quebrar a regra de não mexer na cozinha, pois senão morreríamos de fome. Ela não se zangou por isso.

Fiz a prova no dia seguinte e até achei que não me sai mal. Na terça-feira confirmei o resultado com o Professor Fernando. Ele me disse que fui uma das que mais se deram bem e fiquei contente por isso. Como era minha última semana, Nico me liberou do trabalho no Crazy Joker, mas nem por isso deixei de passar por lá em todas as noites. Eu precisava aproveitar tudo, pois iria sentir muita saudades de cada canto que estive na Inglaterra.

Enzo, por outro lado, estava estranho comigo. Ele não falava muito quando estávamos sozinhos e nem me pegava desprevenida, assim como fazia de vez em quando. Eu não sabia o que estava acontecendo. Numa sexta-feira, dia da folga dele, perguntei se ele não estava afim de ir para algum lugar. Eu adoraria turistar algum canto que ainda não tinha ido, ou ir a algum lugar conhecido, onde tinha gostado de conhecer. O importante era aproveitarmos esse tempo juntos. Mas Enzo não quis.

— O que está acontecendo? - perguntei, enquanto ele assistia um jogo de basquete na televisão da sala.

— Nada. - respondeu, prestando mais atenção na tela da televisão do que na minha cara.

— Você percebe que essa é minha última semana, não percebe? - perguntei, ele mais uma vez fingiu não escutar. Puxei seu queixo, obrigando-o a me encarar - Sabe, não sabe Enzo?

— Sei. - ele tirou minha mão do seu queixo. Então voltou a olhar o jogo.

— Então por que está fazendo isso? Por que está me evitando? Deveríamos estar aproveitando cada segundo juntos, mas você não está nem aí! Sem contar que mal conversamos sobre eu ir embora e como vai ficar as coisas.

Ele finalmente parou de olhar para televisão, mas não me encarou, apenas olhou para baixo e inspirou alto.

— Acho que já estou tentando me acostumar com você longe daqui.

Não consegui responder. Como ele conseguia ser tão frio quando se tratava de algo assim?

— Por que você é tão difícil? Por que torna as coisas tão difíceis, quando elas deveriam ser tão fáceis? - perguntei devagar, depois de alguns minutos calada.

— Porque minha ex-namorada morreu. - ele foi direto e então olhou para mim - Porque depois disso eu me tornei um idiota. Porque eu não mereço você.

Enzo se levantou, não me deixando ao menos falar. Essa história de novo de não me merecer. Ele tinha dito algo assim naquela noite na casa dos seus pais, quando pensou que eu estivesse dormindo. Mas por quê? Por que ele pensava dessa maneira?

Naquela noite eu fiquei muito para baixo e resolvi conversar com Vanessa.

Vanessa: Até que enfim se lembrou de mim.

Pensei que já tivesse me esquecido.

Giselle: Já disse que isso é impossível.

Vanessa: Não vem com essa não.

Faz um tempão que não conversamos.

Giselle: Eu sei

Me desculpa.

Vanessa: Tudo bem, é sua ultima semana aí

Vc deve estar ocupada se divertindo.

Não vejo a hora de te ver de novo.

Não acredito que consegui sobreviver esse tempo todo sem vc

Giselle: Eu também não sei como.

Vanessa: Pois eu sim sei.

E o nome dessa pessoa é Enzo.

Giselle: Não vamos falar sobre ele, tá.

Estou tentando evitar o assunto.

Já que Enzo queria me evitar, eu também faria isso. Só que não parecia ser tão simples assim. Ele não saía da minha cabeça. Como será que ele faz para não pensar em mim?

Vanessa: Vcs brigaram?

Quer dizer...

Vcs brigaram de novo?

Giselle: Ele é complicado demais.

Vanessa: Está bem, do que vc quer falar?

Giselle: Me fala sobre vc.

Vanessa: Ahhhhh

Eu adoro falar sobre mim.

Vanessa me contou sobre o que estava acontecendo no Brasil. Li tudo, só que a maior parte não gravei na memória. Eu não conseguia ler e entender, não com os meus pensamentos em outro lugar, ou melhor, em outra pessoa.

Domingo chegou. Meu último dia na Inglaterra. Na segunda-feira eu embarcaria para o Brasil, logo de manhã, mas não quis dormir cedo, então fui para o Crazy Joker com Lacey. Achei que Enzo já tivesse passado da fase de me "evitar", mas não foi o que pareceu. Ele só trabalhava, como se eu não estivesse ali. Não deixei de me sentir mal, e Lacey percebeu. Ela chamou minha atenção, dizendo que ficaria tudo bem, pois é claro que ela imaginava que eu estava daquele jeito porque iria embora. Em parte era por causa disso.

Subi para o andar de cima, porque eu precisava usar o banheiro e não queria usar o dos clientes. Deixei minha bolsa na gerência e quando voltei vi Clayton remexendo nela.

— O que está fazendo?

— Nada! - gritou ele, na defensiva, escondendo algo nas costas.

— Então o que está escondendo? - perguntei, pegando minha bolsa de volta e procurando o que quer que seja que estava ali dentro antes e que agora não estava mais. Porém não vi nada de errado - Por que estava mexendo na minha bolsa?

— Ai, droga! - lamentou Clayton, me mostrando o que tinha na sua mão. Um envelope vermelho.

— Isso não é meu.

— Não. - ele esticou o envelope para mim. Vi meu nome escrito.

"Para: Giselle".

Clayton tinha escrito uma carta para mim?

— Enzo mandou eu colocar na sua bolsa, sem que você percebesse.

— Enzo? - perguntei surpresa, virando o envelope e não achando o nome dele escrito.

Abri um sorriso sem perceber. Ele tinha escrito algo para mim, eu não acreditava.

— Por favor, Giselle. Não diga que me viu colocando. Ele vai ficar uma fera.

— Pode deixar.

— Posso te dar um abraço? É seu último dia aqui, né?

— É claro Clayton. - disse, já abrindo os braços.

Clayton era quase do meu tamanho. Só um pouquinho maior.

— Foi um prazer imenso ter te conhecido. - disse ele, ao se afastar - Quem sabe um dia não vou no Brasil te visitar!

Eu ri quando ele fez uma dancinha. Sentiria saudades das palhaçadas dele.

— Eu ia adorar.

Clayton voltou para o andar de baixo, pois precisava trabalhar. E fiquei parada, com a carta nas mãos, não tendo ideia do que ele podia ter escrito para mim. A curiosidade era muito grande. Eu queria rasgar aquele envelope com tudo e ler o que ele tinha me dito na carta. Mas fiquei pensando. E se Enzo tivesse dito que me amava? Eu não queria ler isso numa carta, eu queria poder ouvir da boca dele. Eu precisava ouvir isso antes de ir. Precisava.

Desci novamente, fingindo não ter visto nada. Observei Enzo com cuidado no resto da noite, como se só ao olhar para ele, pudesse descobrir o que ele tinha escrito na carta. Eu realmente precisava saber.

O bar já estava para fechar. Todos os funcionários me davam um abraço de despedida, antes de irem embora para suas casas. Agradeci a cada um, com os olhos marejados. Quando só sobrou nós quatro para irmos, e Lacey subiu até a gerência para falar com Nico, deixando Enzo e eu a sós, aproveitei para falar com ele.

— Oi. - disse, depois que ele saiu de trás do balcão.

— Oi. - ele olhou para mim e depois me deu um abraço, me dando um beijo no alto da cabeça.

— Não vai me evitar mais? - perguntei me afastando.

— Desculpa.

Tentei olhar no fundo dos olhos dele. De novo, tentando imaginar o que ele podia ter escrito para mim. Eu quis perguntar, mas Lacey e Nico voltaram e então fomos todos para a casa.

Lacey me deu um abraço forte antes de ir se deitar. Enzo e eu ficamos sozinhos na sala.

— Eu vi a carta Enzo.

Ele olhou para mim, seus olhos estavam brilhando, por alguma razão. Eu não sabia dizer se era por causa da luz da sala.

— Viu? - disse ele com a voz baixa.

— Só que eu... Não sei como, mas... - eu precisava mentir. Precisava - Eu perdi ela e nem consegui ler nada.

— Como... - ele pareceu confuso - Se você perdeu e não leu, como sabe que a carta era minha?

Droga! Esqueci que ele não colocou o nome no envelope. Eu precisava arranjar uma saída e logo.

— Eu vi o Clayton colocando na minha bolsa. - disse, me lembrando. Coitado do Clayton, mas eu tinha que fazer isso.

— É claro que você viu. - ele respirou alto.

— Eu nem acreditei que você escreveu algo para mim. - continuei - E agora que eu perdi a carta, eu queria que você me dissesse o que estava escrito.

— Dizer para você? - perguntou ele, com certo medo.

— É. Você pode fazer isso? - perguntei, me aproximando dele. Enzo olhava bem fundo nos meus olhos. Ele estava tão nervoso, que aquilo era até estranho de se ver - Pode?

— Eu não me lembro muito bem. - respondeu ele, abaixei a cabeça, sem disfarçar meu desapontamento. É claro que ele arrumaria uma desculpa. Eu tinha a carta ainda, mas queria muito ouvir da boca dele. - Talvez amanhã eu possa...

— Não. - fui direta - O que você quer me dizer Enzo? Eu preciso que você me diga.

Ele fechou os olhos. Aquilo estava sendo difícil para ele, eu podia ver.

— Eu não posso. - ele voltou a abrir os olhos e senti pena. Eu realmente pensei que sentiria raiva e até mesmo dor, mas era pena. Ele não conseguia dizer. Agora eu tinha certeza que ele tinha dito o que eu queria ouvir na carta.

Dei um passo para trás, tentando não chorar, mas as lágrimas já brotavam dentro dos meus olhos.

— Eu vou ir dormir. - disse, tentando engolir o choro - Amanhã precisamos acordar cedo.

Passei por ele e senti sua mão no meu braço, me fazendo parar. Ele não apertava e estava bem perto do meu corpo.

— Fica comigo essa noite. - pediu ele, num sussurro. Olhei para os olhos dele.

— Você me evita quase a semana toda e agora me pede isso? - não consegui dizer isso com a voz alterada.

— Se lembra de quando me disse que queria guardar um abraço meu? Então... Eu quero o mesmo de você.

Eu não pude negar. Não pude. Não hoje. Não sabendo que amanhã eu iria embora e sabe-se lá quando eu voltaria a vê-lo de novo. Então disse sim.

Em alguns minutos estávamos no quarto dele. Enzo me beijava com carinho, como se estivesse memorizando cada canto da minha boca. Levantei a camiseta dele devagar, beijado seu peito nu. Depois foi a vez de Enzo tirar minha blusa. Ele me beijou, me deitando com cuidado na cama, se espalhando por cima de mim. Depois de algum tempo ele voltou a me olhar, passando devagar as mãos pelos meus cabelos. Ele fechou os olhos e depois de estarmos completamente nus, me tomou como sua.

Foi lindo e triste ao mesmo tempo. Tudo o que eu conseguia pensar era quando isso poderia acontecer novamente. Eu não sabia e Enzo não estava me ajudando a descobrir. Ele encostou a testa na minha enquanto se movia, e nossas respirações estavam irregulares. Fechei os olhos quando senti uma sensação boa e escutei ele perguntando se eu estava bem. Respondi com um aceno na cabeça e ele voltou a beijar minha boca e em seguida meu pescoço. Eu não queria que aquela sensação acabasse nunca. Abracei seu corpo e ele voltou a me olhar nos olhos. Cansado, mas satisfeito.

Fechei os olhos e senti suas mãos no meu rosto de forma delicada. Ele beijou minha testa. Abri os meus olhos e encarei os seus. Mesmo no escuro pude ver seus lindos olhos azuis e soube, naquele momento, que eu precisava dizer para ele como me sentia. Mesmo se não escutasse de volta, mesmo se só pudesse ter certeza do que ele sentia por mim, pela carta que me escrevera. Eu precisava que ele escutasse o que eu tinha para dizer.

— Eu queria te dizer uma coisa. - disse num sussurro, segurando seus braços fortes e sentindo seu corpo ainda em cima do meu - Eu preciso dizer antes que eu me arrependa. Antes que seja tarde demais. Eu preciso que você saiba... - olhei bem fundo em seus olhos - Que eu te amo. E não me importa se você não consegue me dizer o mesmo. Eu só precisava dizer isso em voz alta.

Ele apenas me olhou. Não disse nada. Apenas me observou e depois me beijou de novo. Achei que ele fosse se satisfazer novamente, mas ele apenas se deitou ao meu lado, me virando e me puxando para mais perto do seu corpo. E assim passamos o resto da noite, e eu adormeci, pela última vez, em seus braços.


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Notas finais do capítulo

É gente, tá acabando. Espero que estejam gostando dessa reta final de Intercâmbio. Espero por Comentários, Favoritos e Recomendações!! (porque nunca é demais).