O Internato escrita por Melanie Cheshire Hersing
Notas iniciais do capítulo
Voltei! E algo engraçado sobre o capítulo é que... Bem, leiam nas notas finais!
Bjus Mel!
“Len on”
O resto da semana passou normal. Isto é, se é que podemos considerar o silencio repentino da Rin uma coisa normal... Ela não teve NENHUM ataque!
Mas de qualquer forma hoje é sábado é posso dormir até meio-dia se quiser né? Errado.
Já faz uns cinco minutos que acordei e estou fitando o teto. Eu até poderia dormir, mas assim como em todos os outros dias da semana, acordei com o maldito pesadelo! E novamente não me lembro...
– Acordou cedo né? – Rin pergunta me tirando de meus devaneios.
– É... – respondo virando em sua direção – Você também?
– Eu... Não dormi muito bem... De novo... – fala cabisbaixa.
É verdade... De novo, porque ela tem dormido mal desde o incidente...
– Tá assim desde que os demônios nos atacaram. O que foi? – pergunto.
– Bem... Na verdade não tem nada a ver com eles, eu estou preocupada é com essa historia de ser uma... Uma... Uma... – Rin.
– Uma bruxa? – completo.
– Não fala isso! Eu não quero falar disso! Essa palavra... Não tem como ser possível...! – Rin fala com raiva, mas deu pra perceber o medo que ela tem... – Eu só preciso, de um tempo como gente normal antes de aceitar... – fala baixo.
– Aceitar o que? Eu não sei de nada, pra mim você é totalmente normal... Isso é, se ignorarmos os ataques né... – falo fingindo não saber do que se trata.
– Valeu... – fala com um sorriso fraco – Bom, já que acordamos, acho que vou ver o que tem de jogos de terror no seu notebook! – fala animada o pegando de cima da escrivaninha.
– Ei, ei, ei! Quem disse que você pode mexer ai sua baixinha? – falo fingindo estar irritado.
– Não sei... – ela começa a rir – Quem vai me impedir? Um shota afeminado?
– Ei! Afeminado tua vó! Eu ainda sou o homem dessa casa hein? – falo e nós rimos.
Acho que foi a primeira vez na semana que consegui faze-la rir... E honestamente a primeira vez que ela sequer sorriu! Piko, Aoki, Kaito, Yuma e eu tentamos a semana inteira e nada... E ela ainda não quis falar com Gakupo e Lily e tem falado muito pouco com Gumi...
Mais acho que entendo. Se eu fosse amigo de alguém há anos, já tivéssemos sido até vizinhos, e esse alguém escondesse algo assim... Também me sentiria meio traído.
– Você pode até ser o homem da casa, mas continua sendo afeminado! – fala rindo enquanto ligamos o notebook.
– Por que afeminado? – pergunto rindo um pouco.
– Hum... Sei lá! Acho que é esse seu cabelinho de menininha mesmo... Aposto que dá até pra mim faze uma trança! – ela diz.
– Ei! Também não é pra tanto! – falo rindo.
Então ela larga o notebook ao meu lado na cama e vai até a cômoda pegar os acessórios de cabelo.
– Quer apostar quanto? – fala com um sorrisinho maldoso.
Ferrou pra minha raça...
***
Já faz uns vinte minutos que a loirinha está puxando, esticando, prendendo, soltando, escovando e quase arrancando o meu cabelo tentando de todas as maneiras fazer a maldita trança!
– Ai! Não puxa praga! – xingo ela.
– Ei! Eu falei pra ir vendo que jogos de terror têm nessa joça – aponta para o notebook – enquanto eu tranço esse seu cabelinho ruim merda!
Ok, a velha Rin voltou.
– Que tal Slender: The eight pages? – pergunto.
– Hum... Talvez... – fala e puxa meu cabelo novamente.
– PORRA RIN! Dá pra para de puxa meu cabelo!?
– Mais o que que...? – Miku entra no quarto.
Imaginem a cena: uma garota usando uma camisola branca uns dois palmos acima dos joelhos (sendo que branco é quase transparente), com um garoto que está só com uma calça de abrigo preta. Imaginem que ela está de joelhos na cama penteando o cabelo dele, enquanto ele está mexendo no notebook como se já estivesse acostumado ou nem ligasse...
– Miku! Não é o que você está pensando! – Rin fala apressada – É que eu apostei que conseguia fazer uma trança no cabelo dele e...
– T-tudo bem! N-não pre-p-precisa inventar desculpas! Eu que não devia ter entrado assim e... Eu... E-EU.... EU VOLTO MAIS TARDE TCHAU! – ela sai correndo e fecha a porta com a cara toda corada.
– Contamos pra ela? – eu.
– Contamos o que? – Rin.
– Que foi um mal entendido.
– Não... Deixa ela e a inocência dela tentarem processar mais um pouquinho... – Rin fala rindo – Depois a gente conta... – ela ri ainda mais.
Logo nós acabamos rindo MUITO da reação da Miku a tudo isso, e mais ainda da cara que ela fez quando falamos o que realmente aconteceu.
– Entendeu agora Miku? – pergunto rindo um pouco.
– Entendi... – fala sem graça.
– Fica assim não! Nós já íamos começar um jogo novo no notebook, quer jogar também? – Rin tenta animar ela.
– Rin, esse jogo é velho pra caramba! Nem os gráficos são grande coisa... – falo.
– Só que nós não jogamos então pra nós é novo! – ela faz careta – Então, vem ou não?
– Hum... Tá bem! – Miku diz animada e sorrindo.
***
Após eu explicar como funcionava o jogo, fomos revezando e primeiro foi a Rin, depois eu então a Miku. E agora estava na segunda vez de Miku jogar.
– Miku sua vez! – falo aproveitando que o Slenderman não está perto ainda pra trocar de lugar.
– E-eu não quero não... VAI VOCÊ! – ela impura a Rin.
– EU!? Eu que não! Esse troço dá medo! – Rin fala encolhida do lado de Miku.
– Joga mais um pouco Len! – Miku.
– Não, tá na vez de uma de vocês jogar... Eu não gosto dessa cabana! – falo sem nem olhar para a tela.
– VAI VOCÊ! – Rin impura Miku.
– EU NÃO! VAI VOCÊ! – Rin responde cagada de medo.
E ficamos nesse dilema mais um pouco até que um barulho de chiado interrompe a conversa e... QUANDO OLHAMOS PRA TELA DE NOVO O BICHO JÁ TÁ ENCARANDO A GENTE!!
– Aaaaahhhhhhhhhhhh!!!!!!!
Nós três gritamos e eu (que estava de frente com a tela) dou um chute na parede fazendo a cadeira de rodinhas ir para longe do notebook. Como consequência caindo dela ao bater na cama.
– Que merda! Eu não quero mais jogar isso! – Rin grita.
– ..................... – Miku congela no lugar com a mão no peito.
Então olhamos para a tela com o “Game Over” escrito e começamos a rir da nossa própria reação... Exceto Miku que ainda está meio congelada no lugar.
– Mi-miku... V-você t-ta-tá b.... Be-bem...? – Rin tenta falar ainda rindo.
– Mi-miku? – chamo sem resposta.
Então eu tenho a brilhante ideia de encostar no ombro dela e...
– Aaaahhhhh! – ela dá um pulo fazendo com que nós três riamos mais.
– Ok, Slenderman nunca mais! – Rin fala.
– Feito! – eu e Miku concordamos em uníssono.
– Então, acho que nós deveríamos nos arrumar né? – Miku fala.
– Pra que? Hoje não tem nenhuma aula... – Rin responde.
– Não, mais tem as aulas extracurriculares esqueceu? – pergunta docemente – E elas começam as 13:00 horas...
– Ah é... Eu esqueci. – Rin coça atrás da cabeça meio sem graça – O que você vai fazer Miku?
– Eu? Dança, musica e... – ela para pra pensar um pouco – Futebol...
– O QUE!? – eu e Rin falamos em uníssono.
A Miku? Delicadinha desse jeito? Parecendo até uma daquelas bonecas de porcelana prestes a quebrar... Jogando futebol?
– Você... Joga futebol? – pergunto.
– Bem... Na verdade nunca fui muito chegada em esportes, mas a Luka ia fazer então resolvi ir junto...
– Mais uma que foi arrastada pelos outros... – a interrompo.
– Como assim? – Miku pergunta.
– É que eu e Aoki meio que obrigamos ele e Piko a irem pra dança conosco... – Rin fala rindo.
– É né! E você ainda acha graça! – falo irritado.
Mas tudo bem... Não deve ser tão ruim assim... Ou pelo menos eu acho...
“Gumi on”
Encontrei Miku voltando para o quarto e ela me contou como foi a manhã. Eu realmente não sei se acreditaria que Rin estava rindo, ela ficou bem mau depois que lhe contei a verdade...
Mas vindo de Miku dá pra acreditar, ninguém até hoje conseguiu (e acho que ninguém vai conseguir) mentir pra ela. E ela é inocente demais para mentir ou sequer ter inventado alguma parte dessa historia.
Fico feliz. É um bom sinal e também é um sinal de que talvez eu consiga me aproximar dela novamente.
Me arrumo para a tarde e vou em direção ao quarto da Rin. Não estou usando nada demais: um short verde (igual meu cabelo né), uma blusa preta com uma borboleta branca na frente, meias até os joelhos e meu All Star preto.
– Gumi o que você faz aqui? – Len pergunta saindo do quarto e me fitando por um tempo.
Ele está usando uma calça jeans escura, o All Star vermelho e uma camisa de flanela preta com cinza... Eu e Rin costumamos achar pessoas com flanela engraçadas (já que nos lembram dos lenhadores dos filmes) mais em Len até que ficou bonitinho e...
MAIS O QUE EU ESTOU PENSANDO!?
– An... Gumi? – Len me tira de meus devaneios.
Fico totalmente corada com esse pensamento bobo que eu tinha em mente, mas logo me recomponho... Ou quase...
– E-eu queria falar com a Rin... – falo baixo e ele abre passagem para que eu entre no quarto, sem entender muito minha reação.
– Rin? – a chamo e essa dá um pulo deixando a escova e o laço caírem.
– Ah, oi Gumi... – ela fala sem jeito.
– Te assustei é? – começo brincalhona – É nisso que dá jogar jogo de terror sem me chamar pra festa!
– O que? A Miku falou sobre o jogo? – Rin pergunta.
– Falou é pouco! Acho que ela ficou é traumatizada... – eu.
– Então acho que ela nunca mais vai aceitar nenhum convite meu pra jogos ou filmes de novo né? – Rin fala começando a segurar a risada.
– É, pode esquecer que dali não vem mais nada! Aquele cérebro a base de inocência vai ficar em manutenção um bom tempo até voltar ao trabalho... – falo e ela ri um pouquinho.
Então pego a escova e o laço que ela deixou cair e a ajudo a arrumar o cabelo.
Não sei se eu gosto muito do laço preto (acho que já me acostumei com o branco), mas ficou legal com o vestido preto que ela está usando então tudo bem.
***
“Len on”
Ainda não entendi a reação da Gumi a me ver... Quando eu estava saindo do quarto pra almoçar, Gumi apareceu pra falar com a Rin. E só depois de um longo tempo as duas terminaram de se arrumar.
Já estavam quase se atrasando e ME atrasando consequentemente, quando finalmente fomos para o prédio laranja. Ou melhor, a Rin foi.
Eu e Gumi nos escrevemos no vôlei, então tivemos de ir ao ginásio de esportes.
– Então, o que você e a Rin falaram de manhã? – pergunto sem muito interesse.
– Nada demais, só bobagens mesmo... – começa – Eu achei que ela não ia querer falar comigo e ia fugir de novo. Mais acho que ainda posso me aproximar dela outra vez... – fala sorrindo fracamente.
– Acho que sim. Com tanto que evite falar sobre... Você sabe. – falo.
– Como assim? – ela me pergunta um tanto confusa.
– Bem... A Rin me disse que ainda precisa de um tempo como uma pessoa normal antes de aceitar. – começo – Então eu acho melhor deixarmos ela longe disso por enquanto...
– É... – ela fica em silencio por um tempo mais logo se anima novamente – Então, vamos? – fala com uma animação infantil na entrada do ginásio.
***
Após os times de vôlei serem escolhidos (sendo que serão os mesmos times o ano todo) acabou que descobri serem times mistos e fiquei com Gakupo, Lily, Gumi e uns outros que eu não conhecia...
Mas finalmente a aula acabou e nós ainda tínhamos meia hora até a aula de musica.
– Então, o que fazemos até a aula de musica? – pergunto para Gumi.
– Bem eu... – ela arregala os olhos – EU ESTOU ATRASADA E É PARA HOJE! – ela grita e sai me puxando pelo braço.
– Espera Gumi! Atrasada para que? – pergunto.
– Eu não deveria mostrar isso mais eu preciso de ajuda então vamos logo! – grita e segue correndo.
Logo chegamos ao murro que separa a escola da floresta ao lado.
O muro não é grande coisa, de material até a altura do meu peito e acima grades que tem uns dois a três metros. Mas também não imagino alguém pulando esse muro...
– Gumi o que estamos fazendo aqui? – pergunto enquanto ela examina o muro.
– Nós não podemos simplesmente fazer magia dentro do internato. Eu fiz para salvar vocês mais é perigoso. Nós não podemos arriscar que as pessoas vejam e precisamos de muito espaço para criar feitiços e poções. – Gumi se vira para mim – Por isso temos esse lugar.
Então ela mostra um tijolo para mim. Nada demais, somente uma marquinha o distingue dos demais.
Porém quando Gumi ordena que eu encoste nele, a marquinha brilha e faz uma passagem com um leve declive se abrir na divisa do muro com o chão.
– Foi o que pensei. – Gumi fala sorrindo quando entramos na passagem e ela se fecha.
Gumi me conduz por um longo corredor de pedra com o piso de mármore branca polido, lampiões ao longo das paredes e uma escada no final.
Subimos pela escada e saímos de frente para um lugar que eu jamais vi antes: era uma floresta, mas não a mesma que há do lado do internato.
Esta tinha um estranho brilho azulado, varias luzinhas pequenas brilhando ao longo dos trajetos e nela era noite.
Nós saímos de um alçapão que está no meio das arvores e fica de frente para uma construção de mármore com uma imensa escadaria. Ao lado da qual, há um caminho que deve ir para algum lugar no meio da floresta.
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– Que lugar é esse? – pergunto olhando em volta.
– Um lugar onde somente nós podemos entrar. – Gumi fala com um ar feliz.
– Como assim nós? – pergunto a ela.
– Olha, eu vou adorar responder todas as suas perguntas depois mais agora eu estou REALMENTE atrasada então...
– Atrasada pra que? – pergunto.
– Lembra quando eu disse para você e Rin que tinha um feitiço pra terminar e vocês foram embora? – ela pergunta e eu assinto – É que aquele feitiço é para um amigo e tenho que entregar hoje! E ainda não terminei...
– E como eu posso ajudar? – pergunto receoso.
– Me ajuda a terminar uma poção na estufa da Lily antes dela voltar e me expulsar de novo! – ela fala entrando no caminho da floresta.
– Que estufa? – pergunto seguindo-a.
– Sabe aquelas estufas de vidro onde você põem plantas? Lily tem uma gigantesca onde ela, como uma bruxa verde, faz as poções. – Gumi responde.
Fiquei meio desconfiado com essa historia de “nós”, mais esses pensamentos logo somem quando chegamos à estufa... E ela realmente é gigantesca.
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Sabe aquela hora que a Rin, o Len e a Miku estão jogando Slender? Aconteceu mesmo!! Eu e meus primos Anna Paula e Lucas estavamos jogando e aconteceu sabagassa! E o pior é que a Miku cagada era eu...
Mas, quem gostou? E mais! Quem adivinha pra quem era o feitiço da Gumi?