O Internato escrita por Melanie Cheshire Hersing


Capítulo 10
Miniatura-chan


Notas iniciais do capítulo

Demorei? Desculpa, mas se acostumem que acho que vai ser assim... Mas voltando ao nosso clichê de sempre: Boa Leitura!
Bjus Mel!



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“Len on”

Após sairmos daquela estufa com a poção misteriosa pronta, voltamos ao internato pelo mesmo caminho secreto de antes faltando... Que merda, CINCO MINUTOS PARA A AULA!

Tive que correr muito para chegar ao prédio laranja a tempo e não faço ideia de como Gumi pretende chegar. Ela foi entregar a poção ao tal amigo e nem vi direito onde ela foi parar.

– Len! Quase chegou atrasado sabia? – Rin me repreende – E onde é que está a Gumi?

– Eu não sei... Ela disse... Que tinha que... Entregar... Alguma coisa pra... Um amigo... – falo tentando recuperar minha respiração após a corrida.

– O que? Pra quem ela... – Rin é interrompida.

– Oi! Cheguei muito atrasada? – Gumi aparece atrás de mim saindo de sei lá de onde.

– Ei como chegou tão rápido? – pergunto.

– É Gumi, como fez isso? Pareceu até magia... – Gakupo comenta passando por ela e ela apenas baixa o olhar.

Deu para eu perceber o tom repreendedor na voz dele e certamente Gumi também.

– Gumi! – Rin fala com voz baixa e irritada – Sério isso? Não acredito que isso vai me perseguir até na aula...

– Rin eu... – Rin nem deixa Gumi terminar, entrando na sala logo após o professor.

Logo todos estavam entrando: é uma sala com paredes beges, cortinas brancas, algumas classes e um quadro negro na parede de fundo. Basicamente igual as demais salas com a diferença de que tem alguns microfones, caixas de som e um armário com alguns instrumentos visíveis pela porta entreaberta... E a diferença de ser mais espaçosa entre o quadro e o inicio das classes (provavelmente para quando alguém tem que cantar para turma).

A sala também tem a diferença de ter classes individuais enquanto as demais têm pares.

Então acabei sentando na classe atrás de Rin e Gumi na classe ao meu lado. Já que para evitar Gumi, Rin veio conversando com Aoki e fez essa se sentar na classe ao seu lado.

Nenhuma das aulas extracurriculares tinha os alunos separados por seus respectivos anos. Então pude ver uma garota de cabelos e olhos castanhos para a qual eu daria uns nove a dez anos, sentar-se atrás de Gumi.

Ela estava com um vestidinho vermelho por cima de uma camisa branca com manguinhas de princesa (sabe aquelas mangas fofinhas que as garotinhas têm mania de usar?) e estava com duas Marias-chiquinhas curtas e baixas próximas de seus ombros.

Ok, se não fosse pelo fato das turmas começarem pelo terceiro ano eu diria que ela está no primeiro ou segundo.

Apesar de ela ser familiar...

Mas logo tiro minha atenção dela ao ouvir Rin e Gumi discutindo.

– Você não pode ficar assim pra sempre sabia! – Gumi cochichou irritada.

– Eu posso fingir que você nem e nada disso existem o quanto eu quiser! Eu simplesmente não consigo aceitar! – Rin respondeu.

– Você TEM que aceitar! Não pode continuar fingindo que não é uma brux...

– Vocês deviam discutir isso longe dos outros e de preferencia mais tarde não? – as interrompo.

As duas me olham de cara feia e, antes de voltarem a se sentar normalmente, Rin diz:

– Se realmente quer recuperar minha amizade ou minha confiança, não fale mais sobre isso.

Diz seca e vira a cara para longe sem deixar Gumi responder.

Apenas suspiro e apoio a cabeça na mão, com os cotovelos sobre a mesa. Entediado e sem a mínima vontade de aturar essas duas.

Olho em volta: A turma de musica é pouco maior do que o tamanho das outras, uns 30 a 40 alunos. Aoki ainda olha perplexa sem entender o que aconteceu entre as duas direito e a garota que sentou atrás de Gumi me encara.

– O que foi? – pergunto para ela.

– Você deve ter uma amizade muito grande ou uma insanidade extrema pra aturar essas duas ai! – ela fala.

– E você fala com se aturasse a mesma coisa... Amizade. – respondo.

– Um pouco dos dois. – fala sorrindo – Sou Yuki, muito prazer.

Ela se apresenta e... YUKI? Bem que eu achei ela familiar.

– Espera! Yuki? Yuki o que? – pergunto.

– Yuki Kaai. – fala desconfiada.

– E o resto do nome? – pergunto – Yuki Kasane Kaai?

Ela se surpreende e me olha de novo. Será que ela se lembra?

– Não acredito! – ela começa com um sorriso contente – Len-kun? LEN-KUN!

É, ela lembra. E logo pula no meu pescoço me abraçando forte e quase me matando sufocado.

– Assim vai acabar me sufocando! – finjo voz de quem está morrendo.

– E essa era a intenção! – fala sorrindo inocente.

– Tsc, tsc, tsc... – finjo desapontamento – Cada vez mais parecida com a prima...

– E você então o caramba!? Você nem parece mais uma menininha... Ou quase...

– O que você quer dizer com isso miniatura-chan? – debocho.

– Que você continua shota! – ela diz.

– E você continua pequena... – levanto e dou um cascudo nela.

– Ai, ai, eu já disse para não fazer isso poxa... – murmura emburrada inflando as bochechas e fazendo biquinho infantil.

É verdade, Yuki já pediu para eu parar de fazer cascudos nela a um bom tempo... Mais ela é uma das raras pessoas em que consigo fazer isso já que é menor que eu, então eu ainda faço.

– Então, – ela começa – você vai embora e nem pra fazer umas amizades melhores não? Parecem até o Gumo – aponta para Gumi – e a Teto! – aponta para Rin.

As duas olham para Yuki e voltam o olhar até mim. Encarando-me com curiosidade já que, ao que parece, as intrometidas viraram pra ver o que acontecia depois da Yuki gritar “Len-kun” na sala de aula.

– Gumi, Rin, essa é miniatura-chan. Prima da minha amiga Teto. – apresento e levo uma bofetada no braço – Ai!

– Já falei! NADA de miniatura-chan e NADA de cascudos! – Yuki reclama e volta sua atenção para Rin e Gumi – Sou Yuki, prazer em conhecer.

– Sou Rin.

– Gumi.

– Cuméquié!? Não basta ser igual o demônio ainda tem o mesmo nome que ele? – Yuki começa a rir e eu também.

– É né... Mais Yuki, o que você tá fazendo aqui? Não tinha viajado com sua mãe pra passar um tempo com a tia de vocês no Brasil? E a Teto? Por que não veio estudar com você se estava vindo pro mesmo internato que eu? – pergunto.

– É que... A nossa tia que morava lá morreu quando nós estávamos no Brasil. – ela começa cabisbaixa – Ela levou a mim e minha prima no cinema e tivemos um acidente de carro na volta...

Ela abaixa a meia revelando uma cicatriz do inicio do joelho até a canela, fazendo uma curva em sua perna e chegando perto do calcanhar.

– Yuki e-eu sinto muito... Eu não devia ter perguntado. – digo me sentindo mal por tocar no assunto e vejo que Rin e Gumi também estão com pena.

– Tudo bem você não sabia. – ela começa forçando um sorriso – Mas quanto a Teto, ela e a mãe foram para o Brasil para buscar nossa prima e fazer a papelada. A mãe dela é madrinha da nossa prima e é ela que assume a guarda... – ela completou.

Ficamos em um silêncio constrangedor por um tempo. Até Yuki se recompor do nada e voltar ao seu habitual sorriso, provavelmente tentando trocar de assunto.

– Bem, pelo lado bom a Teto vai ganhar uma corzinha indo ao Brasil! Quer dizer, aquele bicho era meio pálido né não? – ela debocha e nós rimos.

Ficamos conversando um tempo até o professor (que até então estava mexendo em sei lá o que nas chamadas) começa a falar.

– Boa tarde turma! Eu sou o Edson, professor de musica de vocês. – (avá! Imagina, pensei até que fosse o de geografia!) – Vamos começar a aula?

Todos respondem quem sim. E então ele começa a chamada e Yuki começa a olhar em volta como se procurasse alguém.

– Yuki quem você está procurando? – pergunto.

– Lembra quando te perguntei se era amizade ou loucura e eu disse que no meu caso era um pouco dos dois? – ela pergunta e assinto – Pois é! Acontece que o idiota vai chegar atrasado! – ela resmunga.

– Kiyoteru Hiyama – o professor chama e ninguém responde – Kiyoteru Hiyama...? – ele é interrompido quando a porta se abre rapidamente.

– AQUI! – um garoto entra na sala – Desculpe o atraso!

– Sério Kiyoteru? Já no primeiro dia de aula? – o professor olha reprovativo para ele e suspira – Por favor, sente-se e tente não se atrasar para a próxima aula.

– Ok! – ele fala.

Logo Yuki faz sinal para ele o chamando e esse a cumprimenta discretamente se sentando atrás de mim.

Kiyoteru: cabelos e olhos castanhos, alto, um físico notável, com uma aparência de uns dezesseis a dezessete anos ou mais e usa óculos...

E ele é o amigo que Yuki estava esperando? Ele é bem mais velho que ela! Mais se são só amigos tudo bem... Apesar de ainda ser estranho!

– Miniatura-chan – a chamo – esse é o amigo de que você falou?

– Sim! E para de me chamar de miniatura-chan! – ela reclama de novo.

– Ok. É que...

– Achou que seria alguém mais novo? – Yuki pergunta.

– Achei que seria alguém da sua idade né miniatura!

– Ai você pediu! – ela me olha brava – Kiyoteru, da pra dar um jeito nele?

– Por quê? – Kiyoteru.

– Ele tá me chamando de miniatura-chan!

– Mas você é uma miniatura mesmo e... Brincadeira Yuki! – ele se defende vendo a cara furiosa da Yuki, e me dá um tabefe na cabeça.

Devo admitir, doeu pra caramba!

– Ai! Mais o que...?

– Pare de chamar a miniatura-chan assim se não apanha mais. – Kiyoteru fala.

***

A primeira aula de musica acabou sendo mais para organização do que realmente uma aula.

Acabou sendo mais para separar quem ia tocar algum instrumento e quem ia só cantar (a maioria). Depois recebemos as partituras e as letras das musicas e ensaiamos muito pouco antes de sermos liberados.

– Eu ainda não acredito que você toca guitarra! – Rin me encarava perplexa.

– E eu ainda não acredito que a primeira musica que vamos tocar vai ser a Memorias! – falei.

– Fazer o que, pelo menos não deve ser a mais difícil né? – Rin.

– Rin tinha três opções sendo repartidas na turma: memorias, na sua estante e um leão. Tirando pela terceira, acho que a nossa é a mais difícil! – falei.

– Sério? Bom, agora já escolhemos né... – ela dá de ombros – E então? Animado com a aula de dança? – ela provoca sabendo que não.

– Claro que não! Se bem que... Já que foi você que me arrastou pra essa aula, eu posso pisar muito no seu pé e até te derrubar durante a coreografia! – sorrio maldoso.

– Se me derrubar te levo junto! – Rin me empurra.

– É assim é? – a empurro de volta rindo um pouco.

E continuamos assim um bom tempo indo para a aula de dança até Gumi finalmente nos interromper.

– Dá para o casalzinho andar mais rápido? – ela fala.

– NÓS NÃO SOMOS UM CASAL! – eu e Rin gritamos ao mesmo tempo.

E isso já é o suficiente para nos fazer corar e Gumi cair na risada.


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