Legacy escrita por Skye


Capítulo 2
Capítulo 2 - "What If"




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— Por favor, me diz que você é a minha colega de quarto. – foi o que consegui dizer enquanto esfregava os olhos, ao mesmo tempo em que me esforçava para sentar na cama.

— Acho que eu também me assustaria se uma pessoa estranha acordasse no meu quarto. – a garota disse rindo. – Ou melhor, nosso quarto. – ela reformulou, confirmando a melhor das hipóteses. – Isso é, se você for a Amelia, é o nome que me informaram na entrada do prédio.

—Então tudo certo por enquanto. – falei mais tranquila, também rindo.

— A propósito, sou a Charlotte, mas pode me chamar de Charlie. – ela esboçou um sorriso, dirigindo o olhar a mim.

— E você pode me chamar de Amy. – todos me chamavam de Amy, e eu sempre gostei do apelido, nem eu mesma gostava de pronunciar meu nome inteiro.

Na solicitação de dormitórios, havia uma enquete de personalidades, para que fossemos encaixadas com pessoas que tivessem um perfil parecido, é claro que nem sempre funcionava, mas o senso de humor de Charlie parecia ser um bom sinal para mim, ela realmente aparentava ser alguém legal.

— Desculpa chegar assim, cedo e inesperadamente, mas meu irmão é um júnior e nos fez vir para cá hoje, dizendo que tem compromissos com a fraternidade dele nesse final de semana, já que amanhã é o dia do tour pelas casas. – Charlie explicou. – Na realidade, nem imaginei que você estaria aqui.

— Nem se preocupa com isso, eu também não imaginei que alguém fosse chegar tão cedo quanto eu. - falei, soltando uma leve risada e me levantando da cama. – Deve ser bom ter alguém conhecido aqui no campus. – enquanto falava, aproveitei para pegar minha escova de cabelo e ir penteando em frente a um espelhinho que havia trazido de casa. Não tinha muitos problemas com meu cabelo, ao contrário de grande parte das meninas, ele era liso, castanho-claro, mais ou menos como a cor do caramelo, e no momento tinha uns cinco dedos a mais que meu ombro de comprimento.

— É, talvez dependa do dia, tenho quase certeza que em certo momentos ele vai aprontar mais comigo do que me ajudar. – ela disse. – Mas se você não conhece ninguém e precisar de alguém pra se achar aqui dentro, sempre pode usar meu irmão também. – nós duas rimos com o comentário. – Aliás, tem algum plano para hoje? Porque ele prometeu me mostrar um pouco da universidade hoje, disse que ia passar aqui daqui a pouco para tomarmos café da manhã, você deveria vir junto. – Charlie convidou. – Se você quiser, é claro.

— Acho que não vou recusar o convite, parece uma ótima ideia. – realmente parecia, e eu precisava começar a conhecer o local todo de alguma forma, se o irmão de Charlie fosse tão simpático como ela, aquilo não tinha motivos para ser um problema. – Só tenho que passar no hall de recepção dos calouros, não sei que horas fecha, aliás, não sei nem ao menos onde ele fica. – rimos mais uma vez.

— Para isso temos o meu irmão! – ela disse, como se fossemos amigas há tempos.

Levei uns 15 minutos para trocar o pijama por uma roupa, e dar uma ajeitada básica em mim mesma, durante esse tempo eu e Charlie ficamos conversando sobre a vida, concordamos que de primeiro contato parecia que a enquete dos dormitórios realmente funcionava, porque estávamos nos dando muito bem, ela contou que veio do interior de Michigan, de uma pequena cidade chamada Rockwood, contei sobre a minha bolsa de estudos e que vinha de Midland, ainda tínhamos muito mais informação para compartilhar, mas fomos interrompidas por uma batida na porta.

— Charlie? – uma voz masculina ecoou por trás da porta.

— Só um segundo. – ela disse se levantando da cama e indo até a porta, já abrindo a mesma. – Bem vindo ao meu primeiro quarto de dormitório.

— Uau! – o rapaz exclamou ao adentrar o quarto, com um tom de brincadeira. Ele era muito parecido com Charlie, os dois tinham o formato do rosto parecido e o exato mesmo tom de cabelo, o dele estava com um corte curto e meio arrepiado para cima. – Então, quais são os planos para hoje? – ele disse se sentando na cama dela, e esse foi provavelmente o momento em que ele percebeu que mais outra pessoa estava no quarto.

— Oi. – foi o melhor que consegui dizer, porque ele parecia ter levado um susto com a minha presença.

— Oi, você me assustou. – ele confirmou minha teoria.

— Josh, essa é minha colega de quarto, Amy. – Charlie me apresentou.

— Oi Amy, me desculpa pela falta de atenção, eu não imaginava que alguém estaria aqui. – Josh me cumprimentou mais uma vez. – Ela parece normal Charlie.

— Hã... obrigada? – não sabia o que pensar daquele comentário.

— Josh acha que sabe fazer piadas só porque está em uma fraternidade. – Charlie disse. Ri do comentário.

— Ei, não me ofende caloura. – ele revidou em tom de brincadeira. – E ai Amy, o que acha de se juntar a gente para um tour particular pela universidade? – Josh também me convidou.

— Acho uma ótima ideia. – aceitei o convite mais uma vez.

— Eu já tinha convidado ela, mas antes temos que achar o hall de recepção dos calouros, Amy precisa resolver um negócio lá. – Charlie falou.

— Sem problemas, ainda bem que vocês estarão andando com o cara mais esperto dessa universidade, que consequentemente sabe onde fica tudo. – Josh disse.

— Vou fingir que não ouvi isso. – Charlie virou para mim e fez uma expressão com o rosto, como se já estivesse acostumada a aturar tudo aquilo.

— Vamos lá? – Josh perguntou, se levantando da cama e indo em direção a porta. Fomos atrás dele, descemos as escadas do dormitório e saímos andando pelo campus.

Enquanto andávamos, Josh explicou que a Cadillac era como uma mini cidade, que dava de ir andando para qualquer lugar, mas que dependendo da distância poderíamos levar até uns 20 minutos para ir de um lugar a outro. Os comitês de boas vindas ficavam no hall de entrada da universidade, incluindo o de calouros, que era onde eu precisava ir. A situação já serviu para descobrir que meu dormitório ficava a 10 minutos andando da entrada da universidade.

— Você acha que vai demorar muito? – Charlie perguntou.

— Acho que não, me disseram que só tenho que assinar uns papéis, deve levar alguns minutos. – falei.

— Tudo bem, vamos te esperar ali fora. – ela avisou.

Entrei em uma pequena sala, nenhum aluno estava ali, apenas uma mulher loira atrás de uma mesa, provavelmente era com ela que eu deveria falar.

— Bom dia. – cumprimentei. – Meu nome é Amelia Jenkins, ganhei uma bolsa na universidade e fui instruída para vir aqui assinar um papel, acho que é para confirmar que estou aqui, ou algo assim.

— Veio na hora certa então, à tarde o movimento é maior por aqui, e amanhã então, exigiria muita paciência. – a mulher comentou, e só de pensar em ter que esperar para assinar um papel já me sentia agradecida por estar fazendo aquilo agora. – Aqui está. – ela disse puxando um papel de baixo da mesa, e me entregando. – Antes de assinar, preciso confirmar mais uma vez se você está de acordo com as três condições da sua bolsa de estudos. – três condições? Perguntei-me mentalmente, até onde eu sabia só existiam duas: manter as notas e me inscrever em uma aula extra.

— Três condições? – perguntei.

— Sim. – ela afirmou. – Você precisa manter suas médias em todas as aulas inscritas, se inscrever em alguma aula extra, oferecida pela universidade, e ingressar em uma irmandade do campus.

— Irmandade?! – eu nem havia sequer pensado em algo como entrar para uma irmandade, e tinha certeza que isso não estava incluso na primeira carta de aprovação que recebi. – Deve haver algum engano, não dizia nada sobre irmandades nas cartas que recebi.

— Não há engano nenhum. – a mulher disse, olhando a folha para conferir. – Amelia Jenkins, nascida em Michigan, 18 anos e escola completos, não tem erro.

— Mas eu juro que não li nada sobre isso. – insisti. – E não tenho motivos para me candidatar em alguma irmandade.

— Não é necessário ter um motivo, irmandades podem acabar te surpreendendo. – contou ela. – Sinto muito, mas essas são as normas.

— E o que acontece se eu não ingressar alguma irmandade? Mesmo tendo o melhor desempenho possível nas aulas, e aula extra. – perguntei tentando esconder minha indignação, não conseguia aceitar aquela ideia.

— É muito simples, você perde a bolsa de estudos.


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