Legacy escrita por Skye


Capítulo 1
Capítulo 1 - "A brand new no"


Notas iniciais do capítulo

Me sinto na obrigação de escrever algo aqui no primeiro capítulo, só não sei o que hahah espero que gostem dessa história porque desenvolvi ela com muito amor e carinho na minha cabeça, e vou fazer de tudo para que saia tão boa no "papel" quanto eu a tenho imaginada. Lá vai.



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{Flashback - Sete meses atrás.}

– Não. – ele disse com firmeza, sentando no sofá da sala e alcançando o jornal mais próximo, como se aquela fosse apenas mais uma discussão em família.

– Você não pode estar falando sério. – eu disse, incrédula. Meu pai apenas desviou o olhar para as folhas de noticia, como se estivesse prestando atenção no que lia. – Isso é oficialmente ridículo, não acredito que está fazendo isso! – a indignação tomou conta de mim, enquanto eu permanecia em pé, frente a ele. – A maioria dos pais, se não todos, ficaria feliz ao saber que a filha foi aprovada em uma ótima universidade, com direito a bolsa de estudos, e que não fica tão longe de onde moramos. – permaneci encarando os olhos castanho-claro de meu pai, iguaizinhos aos meus, a espera de uma resposta.

– Um não é um não. – ele voltou a falar, sem nem ao menos dirigir o olhar a mim.

– Simples assim? – perguntei. – Se está tão incomodado, boa sorte procurando outra universidade em que você não tenha que nem ao menos se preocupar com despesas. – não conseguia acreditar no modo como ele estava reagindo. – Felizmente, daqui a um mês já terei 18 anos, então sua opinião inexplicável e sem argumentos não vai mudar muita coisa. – não obtive nenhuma resposta, o que me deixou ainda mais revoltada. Sem dizer mais nada, virei as costas e caminhei bufante até meu quarto, fechando a porta ao adentrar o mesmo.

Tinha acabado de receber a melhor noticia que uma estudante no último ano de colegial poderia receber, a única coisa que faltava era compartilhar com a minha família, então poderíamos comemorar juntos. Esperei o final da jantar para contar a novidade a meu pai e minha avó, estava imaginando diversas reações que poderiam vir deles, mas aquela com certeza não fora uma. Minha avó, reagiu como uma pessoa normal, logo estávamos vibrando juntas, isso, é claro, até eu perceber a cara emburrada e fechada de meu pai, com uma expressão indecifrável. Havia ganho uma bolsa de estudos na Cadillac University, segunda melhor universidade do estado, considerada ótima por qualquer pesquisa feita no país, universidade que ele mesmo havia cursado por um tempo, por mais que ele pudesse não gostar de lá por muitas razões, tenho certeza que nada era motivo para não demonstrar um sorriso de felicidade por mim. Mil e uma teorias começavam a surgir na minha cabeça, mas todas foram interrompidas com uma batida na porta do meu quarto.

– Posso entrar? – a voz de minha avó veio de trás da porta.

– Se for só você, pode. – disse com um tom meio brincalhão, mas estava falando sério. Quando minha vó adentrou o quarto, me ajeitei na cama, sentando encostada no travesseiro e dando espaço para ele sentar ao meu lado.

– Dê um tempo para ele processar. – minha avó começou a falar.

– Processar o que vó? Não consigo entender. – disse, com o tom de indignação voltando a tomar conta da minha voz.

– Nem ele deve estar conseguindo entender direito. – ela continuou defendendo-o. – Saber que você está indo para o mesmo lugar onde ele e sua mãe se conheceram traz muitas lembranças, por mais que a gente continue a vida normalmente, sempre vai existir aquele aperto. – ela esboçou um leve sorriso enquanto falava. – Principalmente quando essas coisas interligadas acontecem, às vezes é difícil controlar as emoções.

– Mesmo assim, sempre me dediquei aos estudos, você sabe disso e ele também. E agora, quando minha recompensa finalmente chegou, não recebi nem um sorriso de aprovação vindo dele. – tentei explicar o meu lado da situação, não queria parecer uma monstra sem sentimentos, é claro que estava tentando entender a reação do meu pai, mas não significava que era justo.

– Não estou dizendo que ele tem razão, só estou tentando impedir que vocês fiquem com raiva um do outro, logo isso tudo se resolve. – ela disse por fim, depositando um beijo na minha testa. – Eu estou muito feliz por você, e sei que no fundo ele também está. – não pude evitar um sorriso nos lábios, minha vó sempre sabia como melhorar meu humor. Por mais que eu não entendesse totalmente o lado de meu pai, tentei desviar tudo aquilo por hora, precisava focar no fim da escola e me preparar para o futuro, daqui alguns meses minha vida iria mudar radicalmente.

{05/09 (sexta-feira) – tempo atual}

O fato de meu pai estar rodando pelas ruas da universidade por uns 15 minutos seria normalmente entediante, se eu não estivesse me fascinando com tudo que via. As milhares de fotos que eu havia visto na internet não chegavam nem perto do que eu estava vendo ao vivo, tudo era ainda mais bonito e parecia ainda mais incrível.

– Finalmente! – meu pai exclamou animado, estacionando o carro em frente a um prédio de quatro andares. – Beard Hall! – esse era o nome do prédio de dormitório em que eu iria morar nos próximos anos da minha vida.

– Nem acredito que chegamos! – disse animada.

– E eu não acredito que vamos ter que levar todas as suas malas até o terceiro andar. – eu ri do comentário.

– Vamos ao serviço então. – falei, abrindo a porta do carro.

Em duas viagens foi possível levar toda a minha bagagem até o quarto, que a propósito, era incrível. Havia duas camas suficientemente espaçosas, uma em cada canto, duas escrivaninhas, e dois armários. Ainda teria que instalar todas as minhas coisas mais tarde, guardar as roupas, arrumar a cama, e etc., mas isso era trabalho para depois. Meu pai ainda teria duas horas de viagem pela frente até Midland, os dias em que ele trabalhava variavam, mas nesse final de semana ele tinha muita coisa para fazer na oficina.

Descemos juntos até a rua, onde o carro estava estacionado. Tudo estava realmente acontecendo. Em alguns minutos minha vida universitária iria começar, pelo menos emocionalmente.

– Então é isso. – meu pai disse, parando em frente ao carro e me fitando com um leve sorriso nos lábios.

– Vai começar com o papo de “minha garotinha cresceu”? – perguntei sorrindo, e o envolvendo em um abraço.

–É, minha garotinha cresceu. – ele repetiu, apertando o abraço e também sorrindo. – Como vou aguentar esse tempo todo sem você?

– Você sobrevive. – falei rindo. – Daqui a pouco o fim de semana dos pais está ai.

– Fim de semana dos pais, e da avó, duvido que ela me deixe vir te visitar sozinho. – nós dois rimos.

– Cuida bem dela, Pai. Se eu pudesse colocava uma câmera lá em casa pra ver como vai ser a convivência de vocês dois sem mim, aposto que daria uma ótima comédia. – rimos mais uma vez.

– A risada e a conversa estão boas, mas infelizmente tenho que voltar para casa. – ele disse cessando o riso aos poucos. – Acho que você já ouviu bastante o que eu vou dizer: se cuide, estude, cuidado com certos desvios da universidade e não extrapole na diversão.

– Tudo bem, entendi pela milésima vez. – disse com um falso tom de tédio, e sorrindo mais uma vez logo após terminar a frase.

– Te vejo daqui a alguns meses, não esquece de atender o celular e me ligar quando precisar. – por fim, meu pai depositou um beijo em minha testa e apertou ainda mais o abraço antes de me soltar. Ainda trocamos mais algumas palavras antes de ele entrar no carro e seguir viagem, só quando o veículo sumiu de vista foi que me dirigi novamente ao dormitório.

Já era quase oito horas da noite quando comecei a arrumar minhas coisas, já que minha companheira de quarto ainda não havia chego me dei o direito de escolher com qual cama ficaria, apesar de as duas serem iguais, e escolhi a da esquerda. O prazo para se apresentar no dormitório era até domingo, uma minoria havia chegado na sexta, eu estava ali porque não tinha como vir naquele final de semana, mas no caso, não teria como saber quando minha companheira de quarto iria chegar. Isso pouco importava também, mais cedo ou mais tarde iria conhece-la, por enquanto deveria pensar em outras coisas. Tinha um final de semana inteiro para explorar o campus e depois as aulas iriam começar. Usei a noite toda para organizar tudo, quando fui dormir era pouco mais de meia noite, por sorte eu ainda não tinha horário para acordar.

Acordei no dia seguinte com a luz do sol atravessando a janela do quarto, o que era estranho, já que eu me lembrava perfeitamente de ter fechado as cortinas na noite anterior. Olhei para o relógio que havia deixado em minha cabeceira, o mesmo me informava que eram 10:30 da manhã, mais cedo do que eu esperava acordar. O sol forte impedia que meus olhos abrissem perfeitamente de forma automática, mas não foi necessário muito para que avistasse mais adiante do relógio um vulto de cabelos pretos sentado sobre a cama da direita.

– Bom dia. – uma voz feminina e desconhecida ecoou pelo quarto.


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Notas finais do capítulo

O começo é meio parado, mas daqui pra frente só melhora, prometo.



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