All Hail the Queen escrita por Angie Hoyer


Capítulo 14
Verdades Secretas Parte II


Notas iniciais do capítulo

Hey Babys, como estão?
Peço desculpas a todas vocês!
Espero que gostem de tudo meus amores♥
Boa Leitura...



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"Você pode construir uma casa de qualquer coisa, reforça-la com o que quiser. Mas um lar é muito mais frágil. Um lar é feito das pessoas que você quer nele. E pessoas podem ser quebradas, claro. Mas todos sabem que tudo o que é quebrado pode ser consertado. Que tudo que machuca pode ser remediado. Que não importa a escuridão que haja na sua vida, o sol sempre vai nascer novamente."

Grey's Anatomy

New Orleans, 07:45PM – Fim da primeira semana

Labonair

Craig Labonair

Céus! Existiam milhares de pessoas naquela cidade, mais uma centena de milhares no estado e ela havia dormido com um parente, atirado no próprio pé. Céus! Um arrepio sempre lhe subia a espinha quando se lembrava de tal fato.

Labonair

Sua consciência a lembrava a cada dois segundos.

Labonair

Ela enlouqueceria se continuasse naquele ritmo. Apertou as mãos suadas contra a camiseta de linho e suspirou fechando os olhos, os pés caminhando em um ritmo acelerado batendo contra o concreto da calçada, andava em linha reta a mais de meia hora sem um destino aparente, a mente tão longe quanto seus pensamentos.

Labonair

Aquele maldito sobrenome a perseguia, havia tudo começado por culpa dele. Obviamente a de Summer também, como pode ser tão tola em acreditar que aquela viagem permaneceria em segredo e inocente por longos trinta dias? Como havia sido tão tola em acreditar que seu pai jamais iria descobrir tal peripécia?

Havia mais uma vez caído no velho conto do vigário. Se metido em uma bela encrenca por algo que ela poderia muito bem ter contratado alguém para fazer, mas algo em seu peito, talvez o espirito aventureiro e travesso de Summer, a tivesse contagiado ou a força estranha que a forçara a vir até aquela cidade. Desde o momento em que pisar sobre aquelas terras seu coração insistia em lhe dizer que ali havia algo de ruim, algo muito ruim. Um mal necessário ela havia pensado. Grande engano. Em Nova Orleans tinha apenas encontrado um velho túmulo e perdido a confiança de seu pai.

Seus pensamentos a levaram tão longe que nem ao menos percebeu que era seguida. Algo que durou muito pouco, uma sombra negra se ergueu quando o poste de luz amarela refletiu sobre seus cabelos, Holly não ousou olhar para trás, ergueu os olhos do asfalto e observou o fim da rua. A cerca de 300 metros, o bar onde a gentil Cammi trabalhava era iluminado por uma luz fraca.

Fingiu não perceber o som leve dos passos e apressou os seus, de esguelha conseguiu enxergar as roupas negras que o homem trajava, sobre o reflexo de uma vidraça. Seu coração bateu desenfreado e o som de uma risada animalesca chegou aos seus ouvidos. Holly não pensou, apenas o fez. Rezou internamente para que suas aulas de corrida no colegial e os exercícios físicos com seu pai a ajudassem naquele momento. Quando enfim percebeu, corria o mais rápido que podia sentindo as pancadas de sua bolsa transversal em sua bacia, os cabelos loiros voando um suor frio escorrendo por sua nuca.

— Isso vai ser tão divertido. — A voz grossa sussurrou mais próximo do que Holly gostaria.

Não possuía muitas alternativas naquele momento, a noite já caia e as ruas estavam estranhamente vazias, se amaldiçoou por não ter uma taser ou spray de pimenta. Continuou a correr quando viu o bar cada vez mais próximo, lágrimas invadiram seus olhos e escorreram por suas bochechas coradas. Mas foi quando dedos grossos se enroscaram em seus cabelos e uma forte ardência se fez presente que um grito estridente deixou seus lábios. Tentou se debater quando braços forte se perderam ao seu corpo como prensas.

— Quieta, princesa. — sussurrou o homem em seu ouvido tentando inutilmente a calar. — E eu prometo que termino isso bem rápido.

O medo a fez travar. Seu corpo agiu por puro instinto, sua pele se arrepiou quando um beijo fora plantado em seu pescoço, a bile lhe subiu pela garganta junto a sua última refeição. Agarrou o tecido jeans de sua calça quando dentes rasparam sobre sua pele e mais um grito de terror deixou seus lábios.

— Mandei ficar quieta! — Gritou ele, a atirando contra a parede de tijolos ao seu lado.

Os ossos de seu corpo estalaram com o impacto e o calor se alastrou por sua cabeça quando ele a bateu contra a parede. Tudo a sua volta girou e seus joelhos cederam, a levando de encontro ao chão de concreto, sentiu o liquido escorrer por sua testa e gotejar manchando a calçada de vermelho. Holly não teve forças para erguer os olhos e encarar seu agressor, apenas deixou o corpo pender e cair no chão.

— Você está vendo o que me obrigou a fazer? — A voz masculina disse outra vez com uma falsa lamentação. — As coisas não iam ser assim se você ficasse quieta.

 

Holly girou no chão encarando o céu livre de nuvens e estrelas, sua respiração era ofegante enquanto sua visão se embaçava, a dor excruciante de um chute a fez novamente rolar, desta vez com violência. Instintivamente se encolheu em uma bola ofegando quando suas costas foram atingidas e depois sua cabeça novamente batida contra algo duro.

Fechou os olhos quando seu rosto umedeceu. Algo grosso se acumulou em sua boca e escorreu por seus lábios entre abertos, o sabor a fez perceber que se tratava de sangue. Abriu os olhos e o enxergou da melhor forma que pode, o rosto moreno enfurecido, por breves momentos pensou ser Marcell, mas a voz não era tão galante e estava ciente o suficiente para distinguir tal fato.

— É mais bonita do que pensei que fosse. — Disse o homem negro quando a ergue do chão com uma força absurda.

Holly sentiu o chão faltar sobre seus pés e o pescoço doer enquanto o ar também desaparecia, abriu a boca e quis gritar, mas não pode. Agarrou o pulso de seu agressor com o restante de sua força e fincou as unhas ali, ofegou abrindo a boca em uma busca frustrada de ar.

— Admito, ele possui um ótimo gosto para mulheres, — ele voltou a dizer — desde o início ele sempre teve tudo aquilo que desejava. Os melhores aliados, as melhores bebidas e obviamente as mulheres. Mas você, doce Holly Labonair, é algo que nem mesmo ele teve um dia, diferente de tudo que ele provou. Acho que encontrei o que de tão convidativo você possui...

Contudo sua fala fora interrompida. Holly não conseguiu entender o que de fato havia acontecido, apenas sentiu o chão novamente contra seu corpo e seus pulmões arderem quando o ar voltou a eles bruscamente. Sentiu um par de mãos forte a erguerem com gentileza e amparar seu corpo nos braços.

— Holly? — A voz charmosa de Marcell inundou seus ouvidos e um alivio repentino se apossou de seu corpo.

Abriu os olhos lentamente e encontrou o rosto preocupado do moreno, ele a analisava minuciosamente, seu cenho franzido e os olhos arregalados. Deveria estar mais deprimente e machucado do que imaginava.

— Marcell — Sussurrou, sentindo a consciência lhe abandonar aos poucos. — Ei, não durma, olhe para mim. — Pediu Marcell, aflito. — Apenas continue de olhos abertos, está tudo bem agora.

— Deveria ter ficado longe quando pode. — Gritou uma segunda voz um pouco distante.

Holly ergueu um de seus braços, levando a ponta dos dedos ao rosto sentindo-o escorregadio.

— Minha cabeça dói. — Murmurou voltando a fechar os olhos.

 

— Vai ficar tudo bem. — Disse Marcell a erguendo em seus braços. — Precisamos ir, apenas se mantenha desta forma.

Contudo ja era um pouco tarde, seus olhos arderam e seu corpo vibrou em dor. Tentou voltar a abrir os olhos mais foi em vão aos poucos sentiu tudo ficar mais leve, mais calmo e por fim não havia mais nada.

[...]

Mansão Mikaelson – Dia seguinte

— Vincent não deveria estar mais vivo — Gritou Hayley, sentindo cada pequeno pedaço de seu corpo queimar em cólera. — Deveria tê-lo matado por toca-la.

— Eu bem que tentei. — Rosnou Klaus, apertando o copo de vidro entre seus dedos. — Mas ele conseguiu escapar.

— Klaus, ele vai voltar e você sabe disso. — Disse Rebekah, preocupada enquanto descia as escadas com calma. — Ela ainda está dormindo, o meu sangue foi o suficiente para cura-la, mas ainda sim dei um calmante.

— Deveríamos coloca-la de volta ao quarto de Hotel, — disse Elijah. — É mais seguro que ela pense que se tratou de um sonho quando fizer perguntas.

— Não! — Sentenciou Hayley de braços cruzados. — Vincent pode voltar ou armar algo, Holly não pode ficar à deriva. Quem me garante que se houver uma próxima vez Klaus e Marcell vão aparecer para ajudá-la?

— Posso colocar alguns de meus homens para estar sempre por perto. — Sugeriu Marcell.

— Holly é um rosto conhecido, se Vincent tentou, outros também vão. — Insistiu Hayley. — Ela precisa da verdade.

— Está louca? — Questionou Rebekah, aproximando-se da mulher. — Como pretende dizer isso a ela? Olha eu sei que você está meio abalada por tudo o que está acontecendo, entendo que seus hormônios de gravida estão afetando seu cérebro, mas isso já é demais. Holly tem a oportunidade de ser normal e você quer arruinar isso a afundando nessa cidade?

— Ela é minha família! — Gritou Hayley avançando um passo. — Não me interessa o que digam eu vou contar a verdade a Holly.

— Por que não se acalma um pouco, Little Wolf? Seus ataques constantes estão me dando nos nervos. — Disse Klaus com um sorriso falso no rosto e com lábios crispados em uma ameaça.

 

Hayley já havia visto coisas o suficiente para ter a garantia de que Klaus sempre cumpria com sua palavra, sendo elas ameaças ou não. Ao encara-lo por alguns segundos, percebeu que seus olhos claros possuíam um brilho estranho, algo que Hayley jamais havia visto antes. Era escuro e animalesco, como se seu lado lobisomem estivesse se sobressaindo.

— Talvez ela tenha razão, — disse Elijah — manter Holly em segurança, talvez nos custe alguns sacrifícios.

— O que quer dizer, irmão? — Perguntou Rebekah, afastando uma mecha loira de seu cabelo comprido.

— A menina não precisa saber de tudo, apenas o necessário e o que nos convir. — Explicou o Mikaelson mais velho. — Um pouco é sempre melhor do que nada.

— Depois de ser atacada, deixa-la às cegas me parece cruel. — Disse Marcell — Ciente do que a persegue e o porquê, pode deixa-la mais atenta e preparada para um possível ataque.

— O que há, irmão? — Perguntou Elijah, observando o rosto serio de Klaus — Algo não lhe agrada?

O híbrido respirou profundamente, trincando os dentes em desagrado. Algo lhe dizia que não seria muito prudente confessar tudo a Holly, no fim das contas seus planos seriam arruinados.

— O que foi, Niklaus? Tem medo de que Holly não o queira por perto depois de descobrir o que você realmente é? — Provocou Rebekah.

O olhar de Klaus caiu sobre a irmã caçula, seus olhos azuis de fendas avisando-a do perigo que corria se voltasse a abrir a boca.

— Eu digo a ela. — Sentenciou Klaus, levando o liquido dourado aos lábios.

— O que? — Gritou Hayley novamente. — Qual foi a parte de que Holly é minha família que você não entendeu? É o meu trabalho contar isso a ela.

— Little Wolf, o que lhe disse sobre os gritos? — Murmurou com a voz carregada. — Ou eu conto ou Holly Labonair vai permanecer às escuras.

Hayley o encarou com asco e reprimiu a vontade de cuspir no chão.

— Um pouco é melhor do que nada. — Murmurou venenosa.

O hibrido avançou um passo antes de abandonar o copo e marchar até Hayley. Todos os presentes se colocaram em alerta quando a fúria de Klaus se sobressaiu, Elijah curvou-se levemente pronto para interceptar o irmão, entretanto, não fora necessário já que o hibrido desviou de Hayley seguindo pelas escadas que o levariam ao segundo andar da mansão.

— Onde vai?

Klaus olhou sobre seus ombros e sorriu sem mostrar os dentes.

— Vou fazer aquilo que tanto desejam. — Disse Klaus divertido.

O híbrido rapidamente se virou e continuou seu caminho até onde a bela mulher repousava, completamente alheia ao que ocorria abaixo de seus pés. Hayley trocou um longo e alarmado olhar com Elijah que apenas acenou para que ela ficasse onde estava, mas também não se moveu um único centímetro para seguir ou impedir o que o irmão mais novo tentava fazer.

— Ele não pode fazer isso. — Disse a loba com o cenho franzido e os dedos se contorcendo em raiva.

— Era isso o que queria, não é? — Rebekah destilou seu veneno, sempre pendendo para o lado do irmão psicopata, como sempre fazia e continuaria a fazer. — Deixe que Klaus resolva tudo, tenho certeza que não dirá nada para prejudicar ela. Ele sabe o que faz.

Com isso a loira girou sobre os calcanhares e caminhou até a porta de entrada sumindo por ela. Hayley continuava agoniada e com uma raiva crescente em seu peito, queria estar fazendo aquilo, queria estar ao lado de Holly quando a verdade fosse atirada em sua cara e a realidade daquela cidade caísse sobre seus ombros. Contudo, seguiu o conselho mudo de Elijah e permaneceu ao seu lado, encarando as escadas por onde Klaus havia seguido até
que suas pernas se cansassem e ela desistisse e se afastasse.

Klaus continuou seu caminho com um sorriso malicioso, empurrou a porta entre aberta e viu o corpo relaxado sobre os lençóis. Diferente de quando chegara, Holly não vestia mais o jeans apertado, as botas e a camisa de seda azul, agora seu corpo era coberto por uma fina camisola que ele sabia que pertencia a Rebekah, era de um tom perolado deixando as curvas de seu corpo bem delineadas sobre o tecido macio.

Seus cabelos dourados estavam limpos e úmidos, espalhados pela roupa de cama clara, o rosto antes pálido pela perda de sangue, tomava um tom rosado nas bochechas e lábios. O corte em sua testa havia desaparecido junto as escoriações em seus braços e pernas.

Holly parecia jamais ter deixado a cama na manhã anterior, pelos minutos que a observou, ainda encostado no batente da porta, pensou que talvez devesse deixa-la em casa e faze-la pensar que nada passara de um sonho perturbador, compeli-la a deixar a cidade sem olhar para traz. Contudo o sentimento de posse que havia caído sobre ele, assim que seus olhos a contemplaram impedia isso, Klaus a queria ali, a queria em Nova Orleans e a queria para ele. No fim, Elijah sempre esteve certo, ele sempre estava.

Se aproximou de forma felina e pensou em toca-la de alguma forma, sentir a macies de sua pele e o perfume de seus cabelos, pois aquela poderia ser sua última chance de tê-la assim tão perto. Pois no minuto seguinte ao qual ela tomasse conhecimento de sua verdadeira natureza, o olharia da mesma forma que tantos outros o faziam.

Repulsa, medo, terror.

Holly o odiaria quando soubesse as atrocidades que ele cometera durante séculos em busca de poder, se afastaria quando Hayley lhe contasse sobre as paranoias e estranha mania de estar sempre no controle de tudo. Eles jamais permitiriam que ele a possuísse, que a tivesse apenas para si, porque no fundo ele era o próprio diabo enquanto Holly se assemelhava tanto a um anjo. Mas Klaus a teria nem que para isso precisasse arrancar-lhes as asas e a transformar naquilo que ele também era: um monstro.

Quando seus dedos enfim tocaram os cabelos louros da mulher, o aroma que apenas ela possuía exalou envolvendo-o em um pequena e particular redoma. Eles deslizaram sobre as ondas e os caracóis de seus cabelos, até alcançar a pele macia e rosada, naquele instante ele pensou estar tocando as pétalas de uma flor, era tão suave quanto ela imaginava.

Acariciou seus lábios cheios e desejou prova-los, mas seria errado até mesmo para ele, por isso contentou-se apenas em apreciados com a ponta dos dedos. Aqueles simples toques despertaram nele algo que julgou estar adormecido há séculos, talvez um milênio. Eles serviram para abrandar as vontades que possuía, seus desejos íntimos e as fantasias que rondavam sua mente por todas as noites que a observou, apoiado em sua sacada contentando-se com tão pouco.

Klaus se viu preso a ela e sua aura encantadora. E ele a teria de qualquer forma, mesmo que tivesse de matar cada um que ousasse afasta-la dele. Cortaria as mãos do homem que ousasse toca-la, arrancaria os olhos daquele que a olhasse e mataria Craig Labonair por tê-la tocado antes dele.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam?
Gostaram da primeira aparição do Vincent ou seria Finn?
Klaus vai realmente contar tudo? Ou vai enfeitar a historia de acordo com as vontades dele?
Tem muita ponta solta nesse capitulo e muitas coisas para acontecer....
Espero que tenham gostado. Comentem, favoritem e recomendem♥
Mille baci..♥



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