Um Conto de Fadas às Aversas escrita por Jes_syca


Capítulo 4
Capitulo 01 Parte 04


Notas iniciais do capítulo

Deixem Reviews =DD
FAz bem pro ego



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Trinta de julho.

Exatamente à zero hora e um minuto do dia em que nasci há dezessete anos, eu acordei com sede. Sede demais.

Pé ante pé, me esgueirei até a geladeira, tentando ver mais do que a escuridão revelava; apesar de não estar realmente escuro e as nuvens haviam saído da frente da lua.

Passei em frente à porta do quarto de meus pais. Estava trancada, mas os sons que viam lá não eram tão abafados quanto eles deveriam imaginar. Um sorriso cínico desenhou-se em meu rosto; a brincadeira deles devia estar muito boa. Tal qual um ladrão em minha própria casa, esvaziei uma garrafa e voltei para o quarto que eu dividia com minha irmã caçula.

Ao sentar-me na cama, dei-me conta de dois fatos:

-Primeiro: eu ainda estava com sede.

-Segundo: meu sono havia meio que sumido por encanto.

Passei as horas seguintes ouvindo música e jogando no celular, tentando ficar com sono, pois sabia que o preço de passar noventa por cento da noite acordada seria cobrado no meio da aula mais chata.

Bem, foi inútil. Não dormi mais. Às seis da manhã fui tomar banho e me arrumar para ir à escola.

A prova foi um porre, como toda prova é, mas não havia risco de que eu houvesse tirado nota baixa.

Aquele dia seria igual aos demais, mudando apenas o fato de que eu iria ganhar presentes e talvez Barbie passasse lá por casa para assistirmos filmes de comédia mais tarde. Yeah, não é nada demais, mas eu sempre julguei aniversários ocasiões intimas, onde eu a família e poucos amigos já éramos mais do que suficientes.

Na hora do meu almoço, corri direto para casa e ataquei a geladeira, tomando três copos transbordantes de água.

- Alena, comeu esponja hoje, foi? – Minha mãe fez piada.

Apenas sorri em resposta. Na realidade tomei duas xícaras de café que queimaram minha boca, saí em quase todas as aulas para beber água pelo menos duas vezes; bebi umas cinco latas de coca-cola e vários copos de refrigerante. Mas isso era apenas um detalhe.

Tomei um banho demoradíssimo. Não que eu estivesse tão suja assim, mas minha fome era nula e, para fugir dos olhares sagazes de meus pais, que não permitiam que eu pulasse refeições; então meus banhos nesses dias eram hiper-higiênicos, com o timing perfeito para o exato momento em que eles fossem dormir sem me ver almoçar.

Ao sair do banheiro, já vestida, corri até a geladeira, bebendo muito mais água do que antes e em tempo recorde. O que diabos estava acontecendo comigo?

Dei meia-volta até meu quarto. Mal entrei, senti algo estranho no ar. Um pressentimento fez com que minha coluna gelasse: alguém estava ali. Tive certeza disso, uma certeza que batia no fundo do meu ser.

Com uma rápida lembrança, repassei em minha mente a posição dos meus familiares; nenhum deles estava perto o bastante para me ouvir sussurrando: ‘Quem está ai?’ para o espaço obviamente vazio.

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