Um Conto de Fadas às Aversas escrita por Jes_syca


Capítulo 3
Capítulo 01 Parte 03




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Não sei o que deu em mim para correr como corri. Talvez o alerta que piscava em minha cabeça, por mais que fosse estridente, não denotava nada de realmente perigoso. Mas eu tive medo daquela estranha olhando para mim com minha face; um medo irracional. Creio nunca ter feito o percurso até minha casa em um espaço de tempo tão curto.

Segui para o meu quarto com três perguntas na cabeça:

-Primeiro: Quem era ela?

-Segundo: Por que ela parecia tanto comigo?

-Terceiro: Por que eu nunca a havia visto?

tÉ óbvio que apenas mudando o cenário em que eu me encontrava não traria magicamente a resposta para mim.

Deitei em minha cama, tirei meu celular do bolso, notando que ele vibrara. Mais uma mensagem. Meu querido e previsível namorado. Meu namorado grude.

“Te amo, e você não sabe o quanto”.

Ok junte essa com outras trinta que tinham palavras diferentes para dizer a mesma coisa e talvez você entenda o que eu quero dizer.
Suspirei. Mais uma para minha coleção.

Juro em nome de tudo o que possa ser sagrado para mim que eu não sou fria como você está pensando. Eu amaria poder responder essa mensagem com sinceridade, com a mesma intensidade e sentimento que ele me dispensava. Do fundo do meu coração eu queria amar a Cássio como ele me amava. Retribuir um pouco, ao menos.

Mas a verdade é que um dos maiores defeitos de todos os seres é a vaidade. E não há um momento em que a vaidade infle mais do que quando uma pessoa tem toda a certeza do mundo de ser adorada por outra, que essa outra pessoa a julgue a perfeição terrena e divina. Eu não era diferente.


Não que hoje eu seja o poço de generosidade, a personificação da humildade, ou mesmo que eu tenha mudado muito do que eu era na época. Não que hoje eu tenha a resposta para quem quer controlar os sentimentos. Não que hoje eu não ame. Mas hoje não é como era nessa época. O hoje é mais complicado.


Eu sabia que teria que libertá-lo daquele cativeiro, alguma hora eu teria que fazê-lo. Só que não agora. Eu era uma adolescente normal, com duvidadas de mais e ainda mais vaidosa que o normal.

Terminar nosso relacionamento era um fato que eu adiava; a desculpa do dia era que o aniversário Dele estava chegando também e seria maldade demais fazer isso perto de uma comemoração. Desculpa patética.

Eu gostava de imaginar que não era um monstro. Gostava de crer que terminar perto de um aniversário era um peado, que o melhor era adiar. Eu repetia para mim mesma que fazer isso era o ato mais negro da perversão humana. Infelizmente, na época, eu ainda não sabia que não era humana.

Mais uma vez o celular vibrou me tirando da minha patética meditação. Mais uma mensagem, dessa vez da Barbie:

“Prova surpresa de Física – urrrrrrrrrrrgh!!!! – amanhã. Por favor estude para que eu possa ‘pesquisar’ de você.”

Bem, pelo menos era ma informação segura. Barbie era filha da diretora, então sempre tinha acesso a informações como essa. Bem, pelo menos eu teria algo para fazer. Nada mais de pensamento que me deprimiriam.

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