Um Breve Suspiro de Felicidade escrita por Migaylangelo


Capítulo 11
Céu Sem Estrelas


Notas iniciais do capítulo

Capítulo 11, meus amores! E primeiro capítulo do ano... Espero que todo mundo tenha aproveitado as festas e comido até explodir, e que 2016 seja melhor que 2015, né, por favor...
Esse capítulo saiu com uma dificuldade imensa, e na minha opinião tá bastante chatinho, m as necessário. Às vezes precisamos de capítulos chatinhos antes de ir para as partes legais, né? Sem falar que na pressa pra postar eu acabei revisando correndo, me perdoem se estiver cheio de erros. Apesar de tudo, espero que se divirtam com ele o/



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Toris tinha ido embora depois da noite mais agridoce de sua vida. Sabia o quanto seria difícil manter os segredos de Feliks a partir de então, mas pensou que se ignorasse o assunto por tempo suficiente, conseguiria escapar. Feliks tinha sido muito gentil com ele a noite toda, até disse que o amava, mas estava tão abatido que não pareceu certo. Porém, tudo sempre poderia voltar ao normal, contanto que sobrevivesse mais um dia.

Quando chegou o casarão, Toris foi surpreendido por um grito vindo do porão, que gelou sua espinha. Ivan estava acordado e alguém estava sofrendo. Com medo de encontrar mais alguém, acelerou até seu quarto. Não era tão cedo da madrugada, mas se assustou ao se deparar com Eduard e Raivis em pé. Ainda bem, não eram eles no porão, mas as feridas no rosto como as dele mostravam que já tinha passado por sua vez.

— Toris… — Eduard surpreendeu igualmente, pois não o via desde a reunião na cozinha. — Onde você esteve? Já estávamos achando que você tinha…

— Eu também achei… — completou, olhando para o chão. — Mas eu estou bem. Como vocês estão? Estão tão…

— Ivan nos pegou no meio da discussão do plano e nos ameaçou com uma arma. Depois levou todo mundo para o porão junto. Foi um horror.

— Alguns tentaram reagir. — continuou Eduard, que tinha um corte enorme na boca. — Então Ivan declarou que eles apanhariam como nunca antes na vida. Todo dia, até ele se cansar...

Toris ficou pasmo.

— Todo dia?

Eduard assentiu.

— Acho que você teve sorte…

— Ele sempre pega mais leve com você… — comentou Raivis, sussurrando, torcendo para não ser ouvido.

— Aliás, ele veio te procurar ontem, ver como você estava…

Toris sentiu o sangue parar nas veias. Ivan foi vê-lo… Como não saberia de seu sumiço? Não haveria leveza dessa vez. Estava prestes a se estressar de medo quando Eduard completou:

— Tivemos que fingir que o Raivis era você e estava dormindo…

— Foi assustador. — contou o menino, ao lembrar.

Toris suspirou de alívio, pois por um minuto teve certeza que estava tudo acabado. Ainda sentindo-se exausto e dolorido demais, se vestiu junto com os colegas para um dia de trabalho que ninguém queria viver. Depois da tempestade, a poeira levantada parecia criar um campo minado, que trazia à casa um silêncio pesado para uma tarde inteira. Ninguém se olhava nos olhos, tal era o medo de levantar o rosto. Aqueles ainda livres de hematomas sabiam bem que sua vez estava por vir, mas Toris só torcia para que a sua fosse a única.

Toris detestava manhãs assim, ainda mais por ter acabado de voltar da casa de Feliks, onde tudo era cor e som. Sentia-se meio culpado por não poder contar o que estava acontecendo, sabia que ele merecia ouvir. Mas o medo e a hesitação eram maiores, não sabia nem se era capaz de contar em voz alta sua história para qualquer um.

Era dolorido trabalhar sem poder abaixar ou esticar os braços sem sentir as costas rasgando com o movimento. Os outros moradores provavelmente sentindo algo parecido, mas ninguém tinha coragem ou energia para não trabalhar com todo seu esforço e quietude naquele dia. Os gritos vindos do porão não pararam o dia inteiro.

...

Natália continuava trancada. Já fazia três dias que ninguém ouvia dela. Havia teorias de que ela também tivesse fugido, ou mesmo se matado, mas sua presença parecia assombrar a casa demais para ela não estar por lá. Ninguém tentou falar com ela, mas deixavam todas as refeições em sua porta por ordem de Ivan, que se remoía de preocupação mais a cada minuto. Ao final do dia, a frente de seu quarto estava coberta por bandejas cheias e intocadas; Natália não estava comendo. Depois do que aconteceu com Ivan, que conhecia e sabia lidar, nem Toris tinha coragem de tentar discutir.

Natália tinha uma personalidade muito difícil. Era como gelo, exatamente como gelo, pois não tinha um traço de sentimento. Parecia uma máquina capaz de suspender necessidades e emoções a bel-prazer e analisar o mundo como um simples jogo de xadrez. Criava estratégias cruéis para conseguir o que queria, sem medo das consequências ou das coisas que tinha perder. Seria uma estrategista fantástica e uma líder inescrupulosa se ganhasse poder, era um atributo que conhecia. Porém, todos ao seu redor pareciam queria ficar em seu caminho, como se não confiassem nela. Não que ficasse chateada, pois isso seria emocional demais. Mas não queria empecilhos, pois empecilhos precisam ser contornados e contornar dar trabalho, é preciso estratégia nova.

A história toda de Natália foi sobre estratégias e trapaças, desde criança. Ivan foi a única coisa que não planejou, portanto seria eternamente seu maior obstáculo, um que não era fria bastante para contornar. Quando estava quase vencendo, tão perto de dominá-lo, ele saiu de seu roteiro estragou tudo.

Se trancar no quarto e esperar as coisas se acalmarem pareceu a resposta mais plausível. Por pior que fosse para ele, já que Ivan gostava muito dela. E quando Katyusha não estivesse mais lá, ele ficaria desesperado por não poder recorrer a ela. Era só questão de tempo.

Porém, a primeira pessoa que teve coragem de aparecer em seu quarto para conversar não fui Ivan, nem mesmo Toris, que ela desconfiava que poderia aparecer. Não, a primeira visita da rainha de gelo foi algo que nem Natália poderia prever.

Mas essa é outra história.

Com Natália trancada e Katyusha sumida, o único chá que Toris precisava preparar era o de Ivan. Era tão estranho servir chá nas devidas circunstâncias do casarão, mas não arriscaria ser cobrado. Todos estavam se esforçando ao máximo para fingir que era o dia mais normal possível, que ninguém tinha ódio ou raiva ou decepção. Um dia, tão perto da liberdade; agora, ela estava definitivamente arrancada de todos eles.

Os biscoitinhos doces na bandeja de prata não poderiam ser mais normais, mas ao mesmo tempo, mais cinzas. Até seus grãos de açúcar pareciam amargos aos olhos tristes de Toris. Tentava ser positivo, pensar em Feliks, em como era sortudo por tê-lo, tanto que provavelmente recebera cuidados muito melhores que todos os outros lá. Porém, estando longe dele, não tendo obedecido quando ele pediu pra ficar, fazia sua sorte doer no peito. Se perguntava como era acordar numa manhã e ver Feliks sorrindo ao seu lado, coberto de raios de sol. Deveria ser como paraíso, mas sempre seria sonho.

A caminho do escritório de Ivan, encolhendo os ombros para os quadros, tentou se convencer de que nada de ruim aconteceria, só precisava olhar para o chão e não falar mais do que necessário.

— Chá… — anunciou, simplesmente, para porta.

—Toris? — algo na resposta apareceu vagamente surpreso. — Pode entrar…

Obedeceu. Ivan estava afundado na poltrona, muito reflexivo vendo o retrato da família desfeita. Deixou o retrato na mesa para sorrir para Toris, aquele sorriso comprido, maldito, que nunca era bom sinal.

— Bem na hora. Já está melhor?

Toris assentiu, apesar de demorar pra entender, ainda mais digerir, que ele pudesse preocupar. Evitando qualquer contato visual, deixou a bandeja na mesa, quase derrubando no chão devido ao tremor de suas mãos. Estava alerta ao máximo, hipersensível a qualquer movimento, de uma forma que não ficava desde seus primeiros tempos com Ivan.

— Fui te ver ontem, mas você estava dormindo… — comentou, fazendo Toris dar um pulo de susto. Só rezava para que ele não desconfiasse da farsa de Raivis. — Achei que ficaria mais tempo na cama…

O que era para significar isso? Que deveria ter batido mais? Toris preferia não saber. Já tinha pegado chá, tinha cumprido sua função, Estava prestes a abrir a boca pra pedir licença, mas ele antecipou sua fala.

— Espero que não se repita. — disse com quê de ameaça, munido de seu melhor sorriso.

— Não irá, senhor…

— Eu sei que não. — seus olhos tornaram-se todos, intimidadores, que combinavam com sua expressão. — Embora… bater em você realmente traga algumas memórias…

Toris congelou. Não, ele não poderia ter dito isso. Não era o tipo de coisa que se dizia em uma conversa de qualquer natureza. Memórias… Toris preferia dizer que elas não existiram, nunca queria se lembrar daqueles tempos. Embora sua última surra pesada — e muito pesada — realmente tenha sido naquela época. Antes de Ivan começar a evitá-lo, e só puni-lo fisicamente quando ele se oferecia para proteger alguém; e mesmo assim, não machucava tanto. Apesar de tudo, Toris preferia não lembrar o porquê, ainda mais agora. Por que Ivan insistia tanto nisso?

— S-se me der licença… — engoliu em seco, desesperado para sair do quarto, com medo de tudo que poderia vir a acontecer se ficasse. — Prefiro manter as memórias do passado, se me permite opinar…

Alguma expressão de Ivan murchou com suas palavras, fazendo seu olhar desviar para o chão. Toris também desviou, porque se olhasse para seu rosto sabia que mudar de ideia e retirar as palavras.

— Hm... Você tem razão. — murmurou, tão baixo que quase era inaudível. — Dispensado.

Aliviado, Toris deu meia volta e caminho até a porta, escondendo sua imensa vontade de correr. Porém, apenas segundos antes de abrir e estar livre, a voz de Ivan ecoou na atmosfera novamente, puxando sua atenção como se a sala tremesse:

— Ah, Toris! — ele não teve escolha senão virar, se deparando novamente com os olhos violetas que sabe um bem ser intimidantes e míseros de uma só vez. — Desculpa. É que eu ando bem um nostálgico ultimamente. Você entende, né?

Não era uma desculpa pela tortura alguns dias antes. Era uma desculpa pra comentar sobre o passado. Sinceramente, Toris precisava mais dela.

— Sim, senhor Ivan, eu entendo… — mentiu, virando rosto, esperando a dispensa novamente.

— Eu sei que entende… Pode ir, Toris…

Finalmente, foi. Fechou a porta atrás de si e, livre dos olhos de Ivan, encostou-se a ela para acalmar a respiração. O que tinha sido aquilo? Como alguém poderia dizer tudo aquilo tão inocentemente, ainda mais quando seu último encontro tinha sido entre gritos no porão? Não conseguiu esquecer agonia daquela tarde, a sensação de estar prestes a morrer e a humilhação de implorar pela própria vida que Ivan nunca tiraria. Lembrava a dor da pele e da carne no chicote, na vodca e nas unhas toda vez que fechava os olhos. E agora, depois de tanto se preparar psicologicamente para vê-lo outra vez, ele sorriu como se nada tivesse acontecido aí, e ainda trazia a tona o que se não devia ser dito por ninguém. Conseguia combinar duas histórias ruins, dois assombros, para derrotá-lo com uma frase só. O deixar encostado na porta segurando a própria boca com as mãos trêmulas, sentindo-se prestes a vomitar, chorar. Eram muitas coisas para aguentar, em muito pouco tempo, numa péssima situação. Queria gritar pra alguém, talvez com si mesmo por se afetar tanto. Mas não pôde, teve que se recompor, fingir que os últimos minutos não tinham acontecido, e voltar a trabalhar.

...

Não teve coragem de voltar a ver Feliks por vários dias. O clima no casarão andava pesado com chumbo e igualmente tóxico, mantendo todos no estado de obediência. Ivan estava especialmente atento a todos os momentos, punindo sem pensar duas vezes qualquer atitude que desconfiasse. Toris ficou no seu canto, fazendo apenas o necessário com o máximo de cuidado e sem chamar atenção, para passar os dias sem maiores problemas. Não sentia total confiança para bater na porta de Feliks no final de semana, mas depois da última vez, sentia que se não voltasse, causaria preocupações demais.

Mas ainda estava tão perturbado com tudo, todo dia ouvia pessoas gritando, quase 24 horas, e isso é capaz enlouquecer qualquer pessoa. Por isso, não cumprimentou Feliks com o mesmo carinho, não o beijou com paixão, não ouviu suas novidades, não lhe deu respostas. Não estava lá realmente, nem a casinha cor-de-rosa conseguiu tirá-lo de seu alerta. Precisava de um descanso, dormir e não acordar nunca mais. Pela primeira vez, não estava feliz por estar lá.

Feliks tentava alegrá-lo, seduzi-lo, puxar assunto, mas nada fazia seus olhos brilharem. Toris estava ficando sem desculpas para rejeitá-lo, quando um telefone tocando deu a ele uma pausa. Detestava dizer não para Feliks, mas não estava em condições de dizer sim. Queria simplesmente não estar ali, no planeta Terra.

Ao menos pôde dar um pequeno sorriso observando Feliks de longe alegríssimo ao telefone. Não sabia com quem ou por que, mas ele parecia muito animado com a ligação. Ainda bem que Toris não prestou atenção suficiente na conversa em si, ou poderia ter dado um soco em alguma coisa. De fora, porém, parecia apenas uma conversa normal.

— Ai meu Deus! Não acredito que você ligou! Faz o que, uma semana que você chegou? Vai, me conta as novidades da Suécia.

No outro lado da linha, estava Katyusha. A Katyusha que tinha fugido de casa e deixado Ivan louco o bastante para torturar cada um dos membros da casa e destruir o humor de Toris num nível além do normal. Ela estava ali, conversando com Feliks como se fossem melhores amigos, sem que Toris fizesse a menor ideia.

— Bem, o país é lindo, caso um dia queira visitar. Estou ficando em uma pensão, não é cara e eu trabalho para ganhar um desconto. — contou, ainda surpresa com o choque cultural que foi a Suécia. — Aqui tudo é pago, mas arranjar emprego é mais difícil. Acredita que a prefeitura não dá emprego? Tem que fazer curso ou ter formação, então estou bem atrasada...

— Você vai dar um jeito, sobreviver a gente sobrevive. — tentou animá-la, pensando na própria situação financeira não muito diferente. — Mas e aí, conta o que realmente importa: e os suecos?

Ela deu uma risadinha, abafada pelo telefone, pois Feliks parecia uma tia falando na ceia de Natal. Na situação que estava, a última coisa em que pensava era namoro.

— Não faço ideia, a pensão que estou ficando é de estrangeiros. E além do mais, Feliks, quem seria doido de se preocupar com namoro numa hora dessas?!

— Eu. — respondeu, brincando.

— Mas você é um caso à parte.

Estava alegre não só por receber notícias dela, mas porque conversar com Toris naquela noite estava extremamente maçante.

— E quando a família de doidos? — chegou ao ponto que os dois queriam falar, mas havia certa incerteza para dizer.

Ela deu um longo suspiro antes de responder.

— Eu não faço ideia. Quem foge não mantém contato, estou tentando pensar em outras coisas. Claro, eu penso neles toda hora, mas...

— Eu entendo, sua vida é outra. Bem, vai dar tudo certo.

— Espero que sim. — ela cortou a própria fala, como se tivesse tomado um susto. — Bem, agora vou desligar porque ligação internacional aqui é muito cara, não quero ter problemas com a pensão. Mas anota meu telefone! Eu aviso depois se mudar, mas...

— Pode deixar. — interrompeu, já com papel e caneta na mão.

Ela ditou rapidamente o número para ele escrever no caderninho de esboços e se despediu.

— Até mais então.

— Bye bye...

E com aquela despedida boba, Feliks desligou e se obrigou a voltar ao mundo real. Toris continuava na mesma posição, deitado na cama com o olhar perdido no nada. Feliks levantou os cobertores para se juntar a ele, ainda mais afim de tentar alegrá-lo que aceitar as coisas como estavam. Mesmo assim, não demorou muito para chegar uma hora que estavam deitados na cama de Feliks, olhando para o teto, o que para Toris ser indiferente, mas para ele era inferno. Aproximou-se, passando o braço por eu tronco e sussurrando perto do seu rosto, tentando fingir que não estava de saco cheio:

— Quer ir ver as estrelas?

— Não. — rejeitou, algo que tinha feito bastante naquela noite, desviando o olhar.

— Mas você adora as estrelas… — insistiu, louco por qualquer tipo de ação. — Você quer ver as estrelas mesmo quando está tudo nublado.

— Eu estou meio cansado hoje, desculpa…

Com isso, se virou de costas pra ele na cama, pretendendo dormir. Não estava presente e vivo bastante sequer para pensar em como estava tratando Feliks, pois só queria se desligar. Ele, por sua vez, o abraçou por trás segurando sua mão, como se tivesse sido convidado.

— Sabe, Liet, você me deu um mega susto esses dias… — comentou, tentando ativar a culpa que Toris sentia por tudo para ganhar um pouco de atenção. Feliks sempre foi extremamente carente, então aquele comportamento estava lhe dando nervos. — Tipo, você demorou pra caramba pra aparecer depois daquele dia que você chegou todo machucado, me deixou aqui pensando monte de coisa…

— Desculpa… — murmurou, não parecendo sentir de verdade. Não parecia sentir nada.

— Você sabe que isso não é, tipo, nada justo. E pra piorar hoje você está tão distante que eu estou me sentindo invisível aqui! — exclamou, ficando sentado na cama com a indignação. — Ou então, tipo, o cara menos atraente da face da terra!

Toris forçou uma pequena risada em frente ao chilique e o exagero de "tipos", como imaginava que faria normalmente.

— Não é nada, eu juro. Eu só estou cansado mesmo, tá bom? Tem muita coisa acontecendo…

— Então porque não nunca fala sobre essas coisas?

Não havia nada que irritasse tanto Feliks sobre Toris quanto sua atitude tão fechada, como se não confiasse nem mesmo nele, que era pessoa que mais o conhecia no mundo, desde sempre.

— Não… É melhor não…

— Então fale porque não!

— Porque é melhor não… — encerrou o assunto, com o tom intransigente que nunca costumava usar.

Feliks não era burro, deixou estar. Mas ele teve uma ideia. Sim, uma ideia que deveria ter tido muito antes, mas que não deixou dormir a noite. Não gostava nem um pouco dos segredinhos de Toris, então iria fundo nisso. Ele só não imaginava as consequências que poderia trazer.

Ficou quieto, pensando na noite, esperando o tempo passar. Por volta das quatro horas da manhã, quando previra, Toris se levantou e pegou suas coisas. Feliks não fez nada, fingiu dormir, mas espiando discretamente os movimentos até que ele fosse embora. Num salto, Feliks estava de pé, agasalhado e fazendo o mesmo caminho. Abriu a porta com toda a cautela para não chamar atenção dele na rua, avistou Toris ainda caminhando pela calçada, até virar no imponente casarão que Feliks sempre detestara pela arquitetura de mau gosto. O acompanhou subindo os degraus entrando pela porta da frente com a mesma cautela, desaparecendo na casa ao lado.

Na casa ao lado.

Esse tempo todo, Toris estava se escondendo bem debaixo do seu nariz, inventando desculpa pra não ficar, sempre voltando para casarão. Feliks, que sempre teve imaginação muito fértil, criou dezenas de teorias para tudo aquilo, mas sabia que nunca comprovaria nada perguntando pra ele. Só tinha uma coisa que podia fazer: no dia seguinte, descobriria tudo por si mesmo.


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Notas finais do capítulo

Foi isso... Falei que tava meio chatinho, mas espero que tenham gostado mesmo assim... Feliz ano novo, vejo vocês nos comentários o/ (eu espero...)



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