Crônicas dos Elementais escrita por btfriend


Capítulo 31
Balchmont




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O castelo localizava-se na região mais alta de Balchmont, bem ao norte. Era cercado por uma muralha alta e larga feita de pedras resistentes com quatro torres posicionadas aos quatro cantos, onde sentinelas e arqueiros podiam circulá-las por entre as ameias.

Tyler, Clair e Dahlia não tivera dificuldade em encontrá-lo, pois a torre central de menagem, a mais alta das torres que ficava dentro da muralha, destacava-se com uma grande bandeira estiada em seu topo, com o símbolo do reino: um grande escuro cinza num fundo vermelho, com duas espadas curvas a frente, sobrepostas concorrendo em suas cruzetas em formato de X,  e quatro pequenas estrelas simbolizado os quatro pontos cardeais.

Esse símbolo havia sido escolhido há anos na época em que navios piratas tentaram invadir e saquear o reino. Balchmont saiu vitoriosa, pois sempre havia possuído destaque no que se dizia respeito ao confronto com armas e a torre, que hoje havia sido restaurada e transformada num castelo, funcionara como abrigo para os habitantes durante o combate. Assim, foi decidido utilizar as espadas curvas na bandeira porque eram as armas utilizadas pelos piratas e o escudo simbolizada a resistência de Balchmont nesse período. A partir de então, a construção tinha adquirido grande importância histórica e passou a ser considerada por muitos um troféu daquela batalha, vista como um local impenetrável.

Na época, Balchmont ainda não era considerada um reino.  Era apenas uma cidade com forte inclinação para treino de soldados. Após a vitória, vilas começaram a se formar ao redor da torre, onde a maioria dos guerreiros atuais moravam,  e aos poucos foi se formando o que hoje era conhecido o reino de Balchmont.

Assim que chegaram ao reino, os jovens puderam observar a diferença em relação ao que estavam acostumados. Balchmont era mais receptiva e povoada do que Awalles e Valmess juntas. Fora o castelo, as vilas eram abertas, sem escudo mágico de proteção ou raízes aéreas como defesa. Alguns guardas podiam ser vistos circulando, fazendo suas rondas, enquanto outros estavam posicionadas em pontos estratégicos. Várias casas também funcionavam como pousadas ou loja de artefatos e armamentos. Alimentos e especiarias estavam expostos em tendas ou sendo carregados em grande quantidade em carroças, que tentavam passar pelas pequenas vielas estavam sempre cheia de pessoas limitando o pequeno espaço que tinham para transitar.

— E agora? - perguntou Clair assim que estavam diante do castelo.

— Não tem como prosseguir.. Temos que esperar alguém abrir. - respondeu Tyler.

Os três jovens estavam a beira de um foço onde, do outro lado, encontrava-se o destino deles. Do lado oposto via-se um enorme portão de madeira que também funcionava como ponte levadiça.

— Vocês realmente nunca saíram do mundinho de vocês, não é mesmo? - disse Dahlia em tom de reprovação. - Para entrar é necessário anunciar nossa chegada primeiro. Só assim vão permitir que a gente tenha acesso ao castelo.

— Desculpa! Às vezes esqueço que você é vivida e profissional em todos os aspectos da vida. - debochou Tyler. - Já que sabe tanto a respeito de tudo, por que não faz as honras e nos coloca para dentro?

— Não é questão de ser vivida! É apenas protocolo padrão. Coisas que qualquer pessoa comum deveria saber. - rebateu a caçadora.

— Não sabíamos, mas que bom que você sabe, certo? - Clair se intrometeu pata tentar evitar a pequena discussão que dava início ali. - Ficaria feliz de poder entrar e não ficar aqui parada a toa. Então, que tal irmos logo com isso?

— É, ficar aqui não vai ajudar em nada. - concordou Dahlia virando o rosto na direção oposta a de Tyler, enquanto se preparava para anunciar que estavam ali. - Ei, tem alguém ai? Gostaríamos de falar com o rei!

Nas ameias da muralha surgiu um grupo de cavaleiros trajando armaduras metálicas e todos eles deram atenção à quem estava gritando. E, ao verem que se tratava apenas de um grupo pequeno de adolescentes, a maioria dos guardas se retirou. Não mais que um guarda era necessário naquela situação, mas o restante que continuou ali preferiu permanecer para saciar a curiosidade.

— Quem são vocês? As crianças não deveriam ficar brincando por aqui. Pode ser perigoso! Alguém pode acabar caindo no foço.

Clair observou o rosto de Dahlia ficar avermelhado adotando uma expressão de raiva, com as sobrancelhas levemente franzidas. Colocou a mão no ombro dela e a puxou para trás, assumindo a posição dianteira.

— Olá! Viemos de Valmees e gostaríamos de falar com o rei. - gritou a jovem acreditando que o tom tinha sido suficiente.

— O que você disse? Não conseguimos te ouvir direito! Poderia repetir?

Clair certamente não tinha o tom de voz mais apropriado para a ocasião, mas estava claro que os guardas estavam caçoando deles. Naquele momento, eles não tinham muito o que fazer. Do contrário, não teria vindo aquela grande quantidade só para verificar quem havia chamado e muito menos ficariam enrolando colocando aquele falso protocolo em prática. Bastava-se a identificação para saber se a permissão seria dada ou não.

— Não é a toa que aqui tem fama de ser uma fortaleza impenetrável. Nem mesmo quem não tem a mínima intenção de atacá-la consegue um passe livre. - resmungou Dahlia de forma que só os companheiros pudessem escutá-la.

— Não temos o dia inteiro! Se não tem mais nada a dizer, ficaríamos agradecidos se nos deixassem voltar ao nosso serviço.

— Nós viemos de Valmees.  Em nome dos Caçadores do Rei. - anunciou Tyler após se irritar com toda aquela enrolação.

Ele não estava certo se deveria ter usado aquele nome. O título havia sido dado há anos  e não tinha certeza  se aquilo ainda valia de alguma coisa. Mas, pelo menos, havia conseguido a atenção dos guardas que, não mais os respondiam com deboche e, sim, os observavam em silêncio.

Os três conseguiram ver quando um dos guardas desceu rapidamente da ameia e, logo imaginaram que o anúncio feito tinha atingido o objetivo. A confirmação veio em instantes quando um som de metal rangendo pôde ser escutado e, aos poucos, o grande portão de madeira foi descendo criando uma passagem para que eles pudessem atravessar o grande poço.

Quando finalmente a ponte havia sido criada, duas filas de guardas foram criadas observando o grupo de adolescentes passarem. Os guardas não trajavam elmos, então era possível notar que eles estavam esboçando olhares curiosos acompanhando cada passo que davam. Ao final da ponte, na entrada do castelo, um guarda os esperava. O mesmo que estava falando com eles.

— Sigam por aqui, por favor. O rei está lhes aguardando. - anunciou.

Um imenso pátio gramado contornava a torre principal. Equipamentos de luta estavam no chão de um espaço em que tinha apenas areia. Alguns guardas praticavam montaria perto do estábulo, localizado ao lado direito. Longas escadas estavam posicionadas perto dos muros. A frente da torre, um grande circulo de pedras com muitos galhos secos dentro, denunciava que ali era o local onde se acendia uma grande fogueira em dias de festividades.

Seguiram caminho até pararem em um portão de madeira com acabamentos metálicos. Bastou que o guarda desse três batidas fortes com auxílio de uma aldrava para que o portão se dividi-se ao meio, dando abertura para os jovens adentrarem ao castelo.

Grandes colunas de pedra erguiam-se até o teto. Em algumas delas, retratos pintados de antigos reis que haviam assumido o trono em Balchmont, enquanto em outras, estavam expostas armaduras e armas antigas utilizadas nos principais combates históricos do reino. Longos corredores construídos em ambos os lados, davam caminhos para outros cômodos e de alguns deles, via-se um conjunto de degraus que davam acesso a andares superiores e a prisão do anda inferior. Lustres de ferro pendurados com corda, decoravam o teto, com velas queimando e tochas estrategicamente posicionadas mostravam-se essenciais para a iluminação ideal da sala do trono.

— Meu rei, os jovens que o senhor esperava estão aqui. - anunciou o guarda depois de fazer uma reverência.

— Pois bem, obrigado. - disse rispidamente. - Vamos ver em que posso ser útil por aqui.

Hansel havia sido coroado rei há pouco tempo. Seu pai, o rei Dylan, havia falecido dois anos antes, deixando o trono para ele. Apesar de ter herdado a genética do pai, Hansel ainda não tinha jeito para tomar decisões importantes. Para isso, contava com a ajuda de sua esposa Christine, uma diplomata, com quem tinha tido três filhos: Edward, Leon e Margareth.

— Boa tarde, rei Hansel. - Dahlia tomou a iniciativa e curvou-se em respeito. - Viemos de Valmees e queríamos pedir sua ajuda em um coisa.

— Sim, estou ciente de onde vocês são. Recebi uma carta avisando que vocês estariam chegando. - e tirou a carta do bolso. - Mas ainda não sei em que posso ser útil.

— Uma amiga minha foi sequestrada e eu queria pedir a sua ajuda para ir atrás de quem a capturou. - respondeu Tyler.

— Receio que isso não seja um problema que envolva nosso reino, então não vejo motivo para nos tomarmos frente da situação.

Tyler não gostou da resposta e não fez questão de esconder. Não aceitava ter caminhado até ali para nada. Queria discutir com o rei, mas tinha certeza que isso podia ser encarado com desacato e sofreria alguma consequência. Assim, preferiu se abster.

— Os caçadores de Valmees já estão preparando-se para ajudar. E como no passado seus guerreiros trabalharam junto com eles, pensamos que poderia ser uma nova chance de isso acontecer outra vez.  - a caçadora explicou.

— Isso aconteceu já fazem anos. Acredito que eu ainda era uma criança nessa época. - e soltou uma risadinha como se lembrasse de algum ocorrido engraçado de sua infância. - O que eu quero dizer é que isso aconteceu enquanto meu pai ainda era rei. Não acho que isso seja válido agora.

— E se eu disser que pessoas do seu reino estão envolvidas na situação? -rebateu Tyler.

— O que você está querendo dizer com isso, garoto?

— Meu pai era um dos guerreiros que, provavelmente, serviam o seu pai. E as filhas deles também foram raptadas junto com minha amiga. Isso não chegou a seu conhecimento?

O rei adotou uma expressão de surpresa. Seus olhos escuros arregalaram brevemente, fazendo com que ruas momentâneas aparecessem em sua testa, onde algumas gotas de suor já se formavam em sua pele morena. Tentou disfarçar o choque com algumas tossidas.

— Certamente eu não fazia ideia do ocorrido, meu jovem. Nada foi reportado a mim. E, mesmo assim, você não mora aqui. Como posso ter certeza de que você está falando a verdade e não utilizando isso como uma desculpa para conseguir minha ajuda?

Apesar de parecer um argumento coerente na mente de Hansel, Tyler não conseguia acreditar nas palavras proferidas pelo rei. Não tinha conhecido o rei Dylan, mas não tinha como ele ser menos razoável do que o filho dele estava sendo.

— Com todo respeito, rei Hansel, ele teria que ser muito insensível para inventar uma história dessas. Além do mais, são irmãs dele, não é mesmo? - interferiu Clair num tom sério, mas ao mesmo tempo sem faltar com respeito ao superior.

Hansel observou a garota por um segundo, que muito lhe lembrava sua esposa quando era mais nova, e analisou o que havia sido dito. Por mais que parecessem estar dizendo a verdade, ele não podia tomar as palavras de três adolescentes sem provas concretas. Ainda mais menores de idade vindo de outra cidades. Não fazia sentido comprar uma briga que parecia não lhe dizer respeito.

— Verdade, jovem. Seria de extrema falta de sensibilidade brincar com uma situação dessas. - iniciou o rei. - Mas espero que entenda que, mesmo assim, não posso mobilizar todo o meu exército em prol de uma causa que não possui algo que sustente a teoria de vocês. Como que ficaria minha imagem? Não dizendo que vocês estão mentindo, mas e se as coisas não passarem de um mal entendido? Existem muitos fatores que preciso levar em consideração.

— E enquanto você analisa esses fatores, pessoas estão em risco! - argumentou Tyler.

— E se eu considerar a história de vocês, estarei colocando meus homens em risco. - observou os jovens ganharem um semblante de desanimação. - Tem certeza que não existe algo para comprovar a história de vocês? Nada mesmo?

— Infelizmente só temos nossas palavras e a carta que você recebeu. Se isso não basta, teremos que prosseguir com a pouca ajuda que conseguimos até agora. - concluiu Clair.

— Não existe motivo para desistir tão rápido. - disse uma voz que descia por entre um dos corredores laterais.

A atenção de todos foi desviada para o dono da voz. Hansel ficou surpreso por ver aquele homem que não se apresentava em serviço fazia alguns dias. Clair e Dahlia analisavam a aparência da figura que vinha em sua direção, enquanto Tyler não acreditava em quem estava diante dele.

— Sir Gustav, quanta coragem aparecer aqui depois de tantos dias. - repreendeu Hansel.

— Devo me desculpar, mas creio que estava impossibilitado de me locomover. - respondeu, enquanto mostrava a ferida que ainda mostrava sinais do veneno que havia entrado em suas veias.

— É, realmente parece ter acontecido algo com você. Não estava ciente que você havia retornado e estava em nossos aposentos. Acredito que tenham esquecido de me comunicar sobre sua presença nesse castelo.

— Cheguei pela noite e como os demais guerreiros já me conhecem, permitiram a minha entrada aqui. Pedi para que não o incomodassem durante seu sono e que pela manhã eu me dirigiria pessoalmente ao senhor. - explicou.

— Como pode perceber, estou chegando ao fim de uma reunião com esses jovens. Em momentos daremos continuidade às explicações de seu desaparecimento.

— No caso, excelência, a presença deles aqui e a minha ausência, e agora o meu retorno, estão relacionados.

— Eu já tinha te falado, rei Hansel. - Tyler intrometeu-se. As filhas de um dos guerreiros tinham sido capturadas. No caso, as filhas dele.

— Calma! Se era das filhas dele que você estava falando, isso faz de você...

— Exatamente. Meu filho! - completou Gustav.

Tyler nunca tinha conhecido seu pai, então, certamente, jamais tinha escutado o mesmo assumi-lo como  filho. Não sabia como reagir naquela situação pois jamais tivera oportunidade de criar algum tipo de laço com seu pai. Preferiu deixar qualquer tipo de momento familiar para depois. Existiam assuntos mais importantes para serem tratados.

— Eles realmente se parecem, não é mesmo? - sussurrou Dahlia enquanto Clair simplesmente concordou com uma aceno de cabeça.

As meninas receberam um olhar de repreensão vindo direto de Tyler, mas fingiram que nem viram. Era um comentário pertinente, não importava o que ele pensasse.

— Então, você confirma a história que eles contaram? - perguntou o rei em busca de esclarecimento.

— Receio que sim. E, o pior é que isso é um assunto antigo. Aparentemente está relacionado com um criminoso que tivemos que deter durante o reinado do falecido rei Dylan. - explicou.

— E por que isso não foi discutido comigo antes? - Hansel esboçava um certo tom de indignação em sua voz.

— Talvez se seus guardas gastassem menos tempo  caçoando de quem tenta entrar aqui, teriam tempo para te colocar a par do que acontece. - comentou Dahlia olhando para o guarda que havia as guiado até a sala do trono.

Hansel franziu o cenho e fingiu que não tinha escutado o comentário da caçadora. Preferiu entender aquilo como uma crítica, apesar de feita de forma inapropriada, do que ter que punir uma menor por desacatar uma autoridade.

— Entenda, rei Hansel, que minha família estava sofreando ameaças e eu preferi me dirigir até Awalles para avisá-los disso. Perdoe-me por não lhe avisar, mas tive que colocar minha família em primeiro lugar.

— Mas pelo que eu vi não adiantou muito, certo? Talvez se tivesse me avisado, ou pedido para alguém me notificar, algumas coisas poderiam ter sido evitadas.

—  Infelizmente ao escolher sair de Balchmont, acabei colocando um alvo nas minhas filhas que moravam aqui.  Creio que não tinha uma escolha certa. - lamentou Gustav.  

— E agora você espera que eu consiga reunir um exército para ir atrás dela? Eu posso ordenar, mas acredito que muitos deles não irão ficar felizes em ter que se deslocar apenas para ajudá-lo, Sir Gustav.

— Acontece que isso não aconteceu só comigo, senhor Hansel. Passei nas casas de alguns guerreiros aposentados que serviam seu pai junto comigo e descobri que alguns deles também tiveram membros de suas famílias raptados.

— Novamente, como isso não veio a meu conhecimento? - vociferou o rei.

— Muitos deles partilhavam da mesma opinião que você. Acreditavam que exércitos não se mobilizariam por uma causa vista como simples. - esclareceu. - Porém, eu tenho uma opinião diferente sobre vossa majestade.

— Tem? - o rei apenas externou o que todos no recinto pensaram.

— Sim, claro. Balchmont é uma vista como uma grande fortaleza. Se familiares de guerreiros foram capturados, significa que alguém conseguiu finalmente se infiltrar aqui sem que percebessem. - informou. - E se mais pessoas viessem a saber disso, seria problemático, não? Imagina quantas ameaças armadas o reino poderia vir a sofrer? E eu tenho absoluta certeza que isso não seria nada bom para sua reputação.

Ficou claro para todos ali presente que Gustav tinha conseguido atingir o ego do rei de forma sutil e precisa. Hansel era um rei orgulhoso e jamais permitiria que sua imagem ficasse manchada por um evento aleatório.

— Não quero que essa notícia se espalhe e provoque um pandemônio. - o rei pareceu convencido a ajudar. - Vamos agir de forma cautelosa sem causar alarde na população.

— Como desejar, majestade. Só de ter o seu apoio, já é um grande alívio. - agradeceu o guerreiro.

— Assim que tiver juntado os homens necessários para essa missão, vocês irão sair na surdina da noite. De forma silenciosa. - ordenou Hansel. - E, para os que aqui ficarem, se forem questionados deverão responder que foi apenas uma entrega de carga para cidades vizinhas.

— Obrigado, senhor... - Tyler pausou. - Querio dizer, rei Hansel.

— Não agradeça. Apenas estou evitando mais problemas. Agora, irei pedir para que você se dirijam para uma de nossas acomodações e como alguma coisa. Acredito que devam ter feito uma longa viagem. - virou-se para Dahlia. - É o mínimo que posso fazer depois do comportamento de meus guardas, certo?

A caçadora ficou sem graça por alguns segundos, mas não deixou transparecer. Balançou a cabeça em concordância e esboçou um leve sorriso de gratidão.

— E agora, Tyler? - perguntou Clair.

— O que? - o garoto ficou sem entender.

— Bom, um de seus objetivos era encontrar seu pai e aqui ele está. Aliás, você está conhecendo muitos parentes ultimamente. Mas, o que pretende fazer? - questionou curiosa.

— Não sei. - respondeu de forma honesta. - Eu só tinha em mente que deveria encontrá-lo, não pensei no que faria em seguida.

— Então está na hora de começar a pensar no assunto. - Clair deu de ombros.

— No momento tenho outras coisas a pensar. - esclareceu. - Como você disse, encontrá-lo era apenas um dos objetivos. Temos outros para alcançar.

Apesar de tentar parecer neutro diante da situação, Tyler apenas não tinha ideia de como proceder. Não sabia como iniciar a conversa com seu pai de forma natural. Eram muitos anos para serem recuperados em pouco tempo. Porém, ele jamais ia esquecer aquele momento. O dia em que ele finalmente conheceu seu pai e escutou ele chamá-lo de filho, ficaria para sempre em sua memória.


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