Vanessa Pov’s

Meu celular toca interrompendo Kate a responder algo, atendo e escuto meu avô dizendo. – Vanessa eu preciso conversar com você... é importante.

Vanessa: - O aconteceu vô? – perguntei curiosa.

– Não posso te contar isso por telefone e sim pessoalmente, você pode vim aqui na minha casa? – ele diz com a voz meio triste.

Vanessa: - Posso sim já já chego aí. - eu e Kate estávamos rumo á casa do meu avô, o que será que ele tem para me contar. Chegando lá.

Vanessa: - O que aconteceu? – eu pergunto com o coração aflito ele estava serio e abatido, nunca vi meu avô daquele jeito.

– Minha neta, vou te contar isso, mas preciso que fique calma... é muito delicado o que tenho para te contar, aconteceu um acidente com o jatinho dos seus pais e pelo o que me contaram foi falta de combustível e o jato caiu no Amazonas e... eles... – ele não conseguiu terminar a frase e eu comecei a chorar e entrei em desespero, saí correndo fui para minha casa que não ficava muito longe, cheguei lá, subi pro meu quarto, comecei a grita, quebra as coisas, mais quando fui quebra meu celular Kate me abraça

Kate: - Vanessa não faça isso, você vai se arrepende depois, fica calma... - eu respirei fundo retribui o abraço dela e vi que ela estava chorando também é ficamos nós duas abraçadas no meio do quarto chorando, nos soltamos e sentamos na minha cama e deitei no colo dela e ela começou a passar a mão nos meus cabelos e eu ainda chorava, colocando para fora tudo o que estava sentindo naquele momento, me dói é saber que eu não consegui despedir de nenhum dos dois, da minha mãe só por mensagem, mais não foi suficiente, me sentia com vidro quebrado impossível de ser restaurado sem deixar marcas, estou mal, uma parte de mim morreu junto com eles e a outra está em cacos com tamanha dor que sinto no peito, um vazio que parece que vai me correr por dentro deixando um buraco cada vez maior, ainda bem que a Kate está aqui para me consola, se não fosse ela eu já teria quebrado meu quarto inteiro, e vejo nos olhos dela que ela também está muito triste, ela era apegada a minha mãe igual eu sou com a mãe dela. Meu avô me liga de novo e dessa vez à Kate atende.

Kate: - Alô - disse ela - Espera aí que vou passa para ela - disse me entregando o celular, ele quer me ver, então falei para ele vim aqui na minha casa para conversarmos. Antes dele chegar eu levantei amarrei meus cabelos em um coque, fui até o banheiro, me despi, liguei o chuveiro e deixei a água morna cair sobre meu corpo na tentativa de relaxar todos os meus músculos que estão tensos e doloridos, comecei a lembrar dos meus pais dos bons momentos que vivemos junto, as lágrimas escorriam sem para pareciam cachoeira de dor, fiquei parada na parede e fui escorregando até cair no chão abaixei a cabeça e chorei muito enquanto a água caia sobre mim. Levantei a cabeça e pensei “levanta a cabeça e segue em frente, é isso que eles iriam querer que eu fizesse, então siga em frente Vanessa Clarkson.”

Sai do banheiro, e encontrei meu quarto vazio, aproveitei isso para me deitar e dormir um pouco para esfria a cabeça. Uma hora depois, acordei com o meu avô no meu quarto, abrindo a janela e a cortina para me acordar. Sentei na cama e ele sentou do meu lado.

– Meu amor como você esta? – ele perguntou e eu simplesmente deitei a cabeça no colo dele e voltei a chora.

Vanessa: - Já estive melhor, sinto que agora eu já posso morrer... e o senhor como está? - falei isso e levantei um pouco a cabeça para olhar nos olhos dele.

– Vou ficar bem, agora levanta e se arrume, temos um enterro para ir, há já ia esquecendo, tem um amigo seu lá em baixo querendo te ver. - fiquei pensando em quem seria, naquele momento eu não queria ver ninguém queria ficar imersa na dor e na solidão que se tornaria minha casa agora, logo descobri quem queria me ver. Já estava de pé quando Sebastian entrou no meu quarto, corri e o abracei muito forte e ele correspondeu passando uma das mãos nos meus cabelos e a outra na minha cintura, e chorei muito nesse abraço de urso que ele correspondeu, eu realmente precisava disso e dele também, não esperava que ele viesse aqui casa para me ver, e ele veio.

Sebastian: - Como você está minha linda? – “linda” sério mesmo, mais ele não deixo bem claro que não me acha bonita, agora eu entendo menos ainda ele.

Vanessa: - Estou muito mau Sebastian, meu mundo se despedaçou... acho que eu também morri e ainda não me dei conta. - falei isso num fio de voz, eu estava com as duas mãos na nuca dele e ele com as mãos na minha cintura e o abracei de novo só que mais forte do que antes, e deitei a cabeça no ombro dele e ele fez carinho no meu rosto me consolando e me deixei levar e chorei mais ainda.

Sebastian: - Vanessa, eu tenho uma coisa para te fala. - levantei a cabeça o encarando curiosa.

Vanessa: - Pode falar. – falei, mas qualquer coisa que ele me dissesse não me abalaria, afinal acabei de perder meu alicerce minha família, perdi tudo que eu tinha.

Sebastian: - Eu, Kate, e Andrew, nós ajudamos o seu avô a arrumar o enterro dos seus pais. – mas eu fiquei surpresa com isso, não esperava que eles ajudassem, mais fiquei feliz em saber disso, afinal eles demonstraram que se importavam comigo.

Vanessa - Obrigada por ter ajudado, depois agradeço os pombinhos... ops escapuliu - ele me olhou curioso mais rimos depois. Ele foi á única pessoa que me fez sentir bem hoje, só ele conseguiu, por que será que só ele, a Kate tentou, mas não conseguiu, meu avô tentou também mais tentativas sem sucessos. Nossa ele mexe comigo e muito. Ele ficou em minha casa, só que na sala me esperando para irmos para o cemitério.

Sebastian Pov’s

– Não pode ser muito longe da minha mãe.. – falei para mim enquanto pesquisava a faculdades no computador, esta perto a formatura preciso decidir logo onde vou fazer faculdade.

Zrum... zrum..zrum..

Olhei para a tela do celular que vibra.

– Kate? – falei para mim mesmo, ela nunca me liga, o que será que aconteceu, peguei o celular e atendi.

Ligação On

Kate: - Sebastian?

Sebastian: - Não a mãe Joana, claro que sou eu afi...

Kate: - Cala a boca e escuta. – ia brincar com ela, mas ela estava nervosa achei melhor deixar quieto.

Sebastian: - Humn.. fala.

Kate: - Os pais da Vanessa morreram em um acidente, ela está destruída, ela precisa de você... – arregalei meus olhos Kate estava com a voz embargada provavelmente estava chorando.

Sebastian: - Estou indo para ai, você está na casa dela?

Kate: - Aham...

Ligação Off

Desliguei o celular aflito, preciso ver Vanessa logo, abraça lá. Cuidar dela, saí correndo da minha casa, cheguei no portão da casa dela um homem estava parado encostado na parede, ele estava abatido e com os olhos vermelhos.

– Oi.. a Vanessa está ai? – eu disse chamando a atenção dele para mim.

– Está sim... você é? – ele me perguntou.

– Sou Sebastian Hanson amigo da Vanessa.

– Eu sou o avô dela, você poderia fazer um favor para mim? – ele disse triste.

Sebastian: - Claro senhor...

– Liga para a funerária e resolve a burocracia para mim... eu preciso ver como minha esposa está... Depois eu volto para ver Vanessa. – ele disse me entregando uns papeis e olhando para a janela do quarto de Vanessa. – Eu preciso ir!

Ele foi embora, eu peguei o telefone e liguei para a funerária. Os corpos dos pais dela seria velados com caixão fechado, afinal foi um acidente de avião não havia sobrado nada deles.

– Um jeito triste de morrer... – uma voz murmurou atrás de mim, me virei e vi Kate encostada no portão.

Sebastian: - Muito... ninguém deveria morrer assim... Como ela está? – eu perguntei e ela suspirou fundo.

Kate: - Muito mal... ela está no banho agora...

Sebastian: - Preciso levar esses papeis na funerária... depois eu volto aqui para ver ela.

Andrew: - Espera Sebastian eu vou com você... – ele chegou correndo.

Sebastian: - Vamos então. Até Kate!

Kate: - Até! – ela disse e entrou na casa de Vanessa.

Andrew e eu fomos até a funerária entregamos os papeis, eles fizeram a gente escolher os caixões e flores, mensagens.

“Ainda bem que Vanessa não vai passar por isso” – eu pensei, enquanto a gente resolvia aquelas coisas tristes.

Andrew: - Espero não passar por isso nunca. – ele falou enquanto a gente caminhava de volta para a casa de Vanessa.

Sebastian: - Perder os pais?

Andrew: - Não... afinal um dia isso vai acontecer querendo ou não, mas eu não quero ter que organizar o enterro dos meus pais. Eu não quero fazer isso!

Sebastian: - Também não quero. – falei sentindo uma tristeza.

Andrew: - Ainda bem que ela não vai precisar fazer isso... – ele disse dando um sorriso forçado. Eu apenas assenti com o que ele disse.

Chegamos na casa de Vanessa, e avô dela havia acabado de chegar ele subiu ate o quarto dela e logo depois eu. Conversamos um pouco, ela até sorriu, mas no fundo ela estava destruída, ela nem tinha mais os brilhos nos olhos. Eu fui para minha casa, tomei um banho e voltei para ir com ela.

Kate: - A Isa e o Gustavo vão chegar a tempo para o enterro. – ela disse se sentando ao meu lado no sofá.

Andrew: - A gente já vai para lá?

Kate: - Sim... algum problema?

Andrew: - Não... só não gosto de enterros.

Sebastian: - Ninguém gosta! – eles assentiram, e Vanessa desceu as escadas. Ele usa um vestido preto e um casaco azul escuro, meia calça preta e sapatilha preta. Parece que até o vermelho dos cabelos dela perderam a vida.

Vanessa: - Vamos... – ela disse em um sussurro, e caminhamos até ela, saímos da casa dela Kate trancou a porta, havia um carro nos esperando.

Um homem abriu a porta para entrarmos e fechou em seguida.

– Sinto muito Senhorita Clarkson. – disse o motorista.

Vanessa: - Obrigada... – ela disse. Ela me olhou e deitou a cabeça no meu ombro, olhei para Kate e Andrew do meu lado eles estavam quase chorando vendo ela daquele jeito.

Chegamos no destino final, descemos, Vanessa olhou para o local ainda dentro do carro.

Sebastian: - Vanessa, vamos... você precisa ser forte. – eu disse estendendo a mão para ela, ela pegou minha mão e saiu do carro, todos os olhares voltaram se para ela, havia alguns reportes que os seguranças impediram de entrar.

Vanessa: - Eu odeio esse tipo de mídia.. – ela disse seria olhando para os reportes.

Isa veio correndo até ela e a abraçou forte.

Isa: - Seja forte, estamos aqui! – ela disse e Vanessa a apertou, Gustavo abraçou as duas. Vanessa não chorou mais, ela parecia estar anestesiada com tamanha dor que sentiu. Durante o enterro os familiares choraram muito, Vanessa parecia não estar ali, seu corpo estava mas sua alma, sua mente não estava presente, ela chorou na hora do adeus.

– Vanessa, vamos para minha casa? – o avô dela perguntou para ela. – Não quero que fique sozinha, vamos para minha casa... depois resolvemos outras coisas. - ele disse para ela quando todos estavam indo embora, ela apenas assentiu.

Vanessa abraçou todos se despedindo. Ela chegou até mim e deu um leve sorriso.

Vanessa: - Obrigada por tudo Sebastian... – ela disse e eu abracei ela e dei um beijo em sua testa e sorri.

Sebastian: - Se precisar é só me ligar. – ela assentiu e entrou no carro e foi embora com seu avô.

Isa: - Vamos para casa pessoal, hoje foi um dia triste.. – ela disse e todos assentimos.

Kate: - Boa noite pessoal.

– Boa Noite! – falamos todos juntos.

Fui caminhando para minha casa, cheguei em casa, tomei outro banho e fui dormir.

– Vanessa... – sussurrei antes de dormir.

Vanessa Pov’s

Quando cheguei na casa dos meu avós, minha avó estava deitada, ela não conseguiu ir ao enterro do próprio filho. Eu sabia que minha dor era grande, mas a dela com certeza era maior. Fui até o quarto, caminhei até a cama e dei um beijo na testa dela.

– Você está bem meu anjo? – ela disse abrindo os olhos me olhando com aquelas safiras que lembrava meu pai, os cabelos vermelhos que estavam em tom laranja bem claros por conta da idade.

Vanessa: - Vou ficar bem... e a senhora como está? – no fundo eu sabia que não ficaria bem mas ela não precisava saber, me aninhando ao lado dela na cama.

– Vou ficar bem... – ela disse, mas no fundo eu sabia que seria difícil para todos super essa perda.

Vanessa: - Eu te amo. – eu sussurrei para ela.

– Eu também te amo... meu anjo. – ela disse, e eu me levantei e caminhei até a porta.

Vanessa: - Boa noite! – eu disse quando olhei para trás.

– Boa noite! – ela disse, e eu sai do quarto e fui para a sala, meu avô estava sentado olhando um fotografia, a foto do casamento dos meus pais, eles estavam tão felizes na foto.

– Foi um dia tão lindo, seu estava tão feliz no casamento dele...assim como ele estava no dia em que você nasceu. – ele disse olhando para mim.

Eu não conseguia falar nada, só olhar para a foto.

– Eles te amavam Vanessa, tudo que fizeram foi para seu bem, para sua felicidade... eu vou fazer algumas coisas daqui alguns dias pelo mesmo motivo... por que eu te amo.

Vanessa: - Como assim? – perguntei receosa.

– Você vai me odiar no início... mas tudo que vou fazer e te dar motivos para viver, para batalhar pela vida... – olhei para meu avô sem entender.

Vanessa: - Do que você está falando vô? – ele me olhou com um sorriso de canto.

– Descanse meu anjo... amanhã será um longo dia para você. – ele disse caminhando para seu quarto. Eu me sentei no sofá e olhei para fotografia. – Vanessa... – ele me chamou e eu olhei para ele.

Vanessa: - Humn...

– Saiba que quando precisar estaremos aqui. – ele disse e sumiu.

Fiquei confusa com tanta informação, não entendi do que meu avô estava falando.

– Motivos para viver? Do que ele está falando? – murmurei olhando para a foto na minhas mãos, e então o cansaço chegou e eu dormi ali no sofá abraçada a foto dos meus pais e meus avós.