Um Tom a Mais escrita por Benjamin Theodore Young


Capítulo 3
- Um Faz de Conta -




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Não fui ao luau, na verdade não fui a nada, não fui a favor da minha vontade de ter ficado em Riverdalle com meu pai, não fui corajoso o suficiente pra responder Charles quanto a sua pergunta invasiva, e por fim, não fui a favor de saber nem o que sou! Alias o que eu sou?! Nesse meio tempo, não jantei, não desci pro café da manhã, só fiquei ali, comigo mesmo e o meu iphone!

(Brenda Weiler – Wheather I’m In)

– Você não desceu pro café da manhã hoje! Disse minha mãe enquanto entrava no quarto em que eu estava.

– Eu estava sem vontade. Respondi apático.

– O Charlly me contou o que aconteceu ontem!

– É claro que ele te contou, tem alguma novidade nisso?! Respondi seco.

– Ele não omitiu nada Crispin, se é isso que você esta pesando!

– Aahh, legal, que legal mamãe, agora todo mundo deu pra adivinhar o que eu sou e o que eu estou pesando, ótimo (entre palmas), bom saber que tenho alguns clarividentes comigo, assim nas próximas férias eu antecipo uma consulta pra perguntar como vai ser a próxima merda de férias! Meu nervoso era explicito e mal podia controlar a minha voz já embargada de choro.

– Eu exijo que você me respeite Crispin! Disse incisiva.

– Respeito? Que respeito é esse que a senhora esta citando mamãe?

– Você não conversa comigo Crispin, você, você não se abre, nós não temos um relacionamento saudável apesar da minha dedicação! Dizia minha mãe com voz também tremula!

– O que... o q... o que a senhora espera de mim mamãe? O que senhora quer eu falo? Como a senhora quer que eu haja? Neste momento não contive o choro entalado na garganta amargando tudo dentro de mim de uma maneira assombrosa. Então meu irmão Sammy entrou no quarto.

– Acho melhor vocês pararem de brigar! Disse Sammy.

– Na verdade, eu acho melhor nós encerrarmos nossas férias por aqui! Minha mãe denunciava um olhar triste e amargo, como se tivesse todas as suas esperanças, ido por água a baixo. Me entristeci por vê-la assim, mas não cedi.

– Eu vou dar uma volta! Respondi

– A senhora vai deixar mais uma vez o idiota do Crispin estragar tudo? Disse meu irmão com um inconformismo interesseiro.

– Sabe Sammy, eu tenho pena de você por um motivo; como você pode ser tão influenciável! Disse eu.

– Vai se fudê seu viadinho!

No termino da frase, a minha vontade era de socar-lhe a cara, era de esbofetear de maneira tal, ao ponto de deixa-lo desfigurado, mas minha reação foi susto, e uma tristeza profunda. Minha mãe lhe repreendeu com um puxão pelo braço lhe obrigando a pedir desculpas, o que não aconteceu, porque em seguida o clima beligerante ali instalado foi interrompido por Charles que certamente estava à espreita e interveio para o menor dos males e em seguida dizendo;

– Pim, tem um amigo seu na sala de espera te chamando! Eu então lhe olhei com ódio profundo, pois sabia que as palavras do meu irmão haviam sido incitadas através da pergunta que ele me fizera no dia anterior, mas ao mesmo tempo o meu ódio havia sido interrompido por outra pergunta. – Que amigo? Afinal eu estava ali um dia e meio, por tanto sem tempo algum pra ter feito amigos.

– É um rapaz da sua idade, está aqui em Hamptons de férias também, alias eu conheço os pais dele. Ele me disse que te conheceu ontem na praia. Neste momento a ficha então caiu, e me lembrei, era o rapaz e a menina que eu havia rapidamente conhecido enquanto andava pela praia na tarde do dia anterior após o ocorrido com Charles.

Voltei a olhar para minha mãe e meu irmão, e decidi então que não continuaria aquela briga e desci para atender o garoto.

– Hey espirro. Foi logo falando quando me avistou descendo as escadas e abrindo um sorriso largo com dentes estranhamente brancos, bom, pelo menos os meus não eram tão brancos como os dele.

– Ééé... (meio desconcertado por não lembra o nome dele).

– Thomas Green! (risos) Mas pode me chamar de Tom.

Puzt foi mal cara, é que ontem eu estava meio perdido e definitivamente não era um bom dia para guardar nomes! (risos)

– Acha, relaxa! Alias pelo jeito você ainda continua perdido né?! (risos)

– Não! Disfarcei sorrindo. – Tô mais de boa agora! (Na verdade não estava). Mas diz aí, como você me achou?! Perguntei curioso.

– Então... Eu fiz um curso no semestre passado em rastros de animas e pegadas humanas, consegui identificar o seu e acabei aqui! (gargalhadas). As piadas dele nem sempre eram boas, ou pelo menos até ali, quase sempre! (risos)

– Haha. Ri sem graça como quem tinha certa obrigação de rir para não ficar chato e ao mesmo tempo comedido para não parecer forçado.

– (Gargalhadas), Zoeira bro. O capitão do seu iate é o mesmo do meu pai! Ele comentou ontem algo sobre e deduzi que fosse você!

– Não é meu iate, é do... É do namorado da minha mãe! Respondi.

– Tranquilo, então, na verdade também eu estou aqui porque você deixou isso cair ontem! E tirou do bolso uma foto minha com meu pai, e levou até os meus olhos para que pudesse ver!

– Nossa cara, valeu mesmo, eu nem me lembrei dessa foto, acho que hora que sentei na areia deve ter caído do bolso do short. Peguei a foto da mão dele, dei uma olhada rápida e guardei no bolso de novo.

– Pois é! Voltei na praia algum tempo depois e ela tava caída lá e guardei, só não sabia como te achar, mas por sorte, o capitão (risos), achei que você fosse cola lá no luau?!

– Então man, nem deu! Eu estava de boa ontem. Neste instante ele então, pois a mão rapidamente no meu ombro e falou alguma coisa que de imediato não entendi, porque na verdade eu estava tentando assimilar o a que tinha sido aquela mão no ombro, pois a gente mal se conhecia.

– Então como eu tava te falando, hoje eu vou pra uma party em alto mar num iate monstro de uns amigos, se você quiser ir o convite tá feito! Mas dessa vez sem mancada.

Eu não iria mesmo, aquilo não era o meu mundo, aqueles preppy boys, playboys, sem medidas e abastados nunca me convenceram, e definitivamente, minha mãe já estava arrumando nossas malas para voltarmos a Riverdalle, até que algo extremamente “singelo” me fez mudar de ideia.

– Vai ter um cover no iate, do Noah saca?! A banda Noah and the Whale? Neste momento toda aquele ostentação me convenceu só por um motivo, era Noah and the Whale, minha banda vida (risos), ainda que fosse cover. Então foda-se os preppy boys e suas babaquices, naquele momento eu era um deles, nem que fosse um faz de conta!


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