Um Tom a Mais escrita por Benjamin Theodore Young


Capítulo 24
- The Ball and the Losses - Parte I


Notas iniciais do capítulo

Bom galera, mais um capitulo para o apreciamento de vocês. Espero que gostem!
Adoraria receber mais reviews de vocês pessoal. =)

Se gostou;

Comente / Favorite / Recomende



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/606051/chapter/24

Havia todo aquele glamour habitual das festas em Southampton, essa então, mais ainda, afinal, a anfitriã era Faith Dubouis Vanderbilt.

10 Horas antes...

– Já faz uma semana que estou nesse processo de convencimento com você, desde aquele dia em que a Vanderbitch te “convidou”! Porra kiddo, da um tempo, menos drama e mais atitude. – Argumentava Tito a despeito da minha má vontade para com a festa que ocorreria logo à noite.

– Adoro quando vocês falam, vanderbitch... – atou Jake entre risos – Isso é tão adulto – respondeu em referência ao filme infantil.

– CALA BOCA JAKE! – Dissemos em coro.

– Pim, você ficar nessa aflição é que não vai levar a nada... Não acha? – Falou Genie.

– Genie... Eu estou tentando falar com ele há dias, e ele simplesmente esta me ignorando como se eu não existisse. – Concluí. Estávamos todos em volta da mesa do café da manhã, enquanto os mais velhos se retiravam para um dia em alto mar no veleiro de Charlie.

– Eu concordo com a Genie e o Tito bro... Isso tá te matando aos poucos, e sinceramente, ficar remoendo, não esta sendo nada saudável para você. E tem mais! Estou pra te dizer que todos esses empecilhos tem dedo da vanderbitch. – Disse Sammy.

– Não era para ser assim – respondi em voz baixa e olhando para a praia. – Eu... – neste instante olhei rapidamente para o Jake, com os meus olhos marejados, como se sugestivamente eu dissesse, isso é tudo é culpa sua, voltei a olhar para a praia e silenciei-me, sendo acompanhado pelos demais.

I know this is all my faut Pim, and for the very hundred times, I’m sorry – ele então se levantou nitidamente abatido e entrou na casa, sendo acompanhado pela irmã que lhe chamava a fim de consola-lo.

– Isso não tá certo Pim! – Enfatizou Tito!

– Eu sou o culpado agora – respondi consternado.

– Não Pim, você claramente não é o culpado pelo o que aconteceu na festa, mas você certamente será o culpado por não reparar isso. O Jake errou todos nós sabemos disso, mas daí você fazer dele o bode expiatório para todos os seus medos, anseios e dúvidas por falta de alguma atitude única e exclusivamente sua, isso, eu não concordo.

– Eu poderia falar mil coisas agora – disse meu irmão – mas depois desse soco na cara dado pelo Tito. Bom, o restante é com você irmão – e levantou-se pegando seu celular e ligando para umas das meninas que havia conhecido. Neste instante fitei Tito, e respondi com firmeza.

– Ok! Nós vamos...

– Ótimo! – Disse ele entusiasmado – mas agora, acho que você podia conversar com Jake...

– Tito?! – respondi aturdido – você esta do meu lado ou dele?! – perguntei inconformado!

– Pim... Seja a pessoa madura que você diz ser! E, sobretudo, perdoe de verdade. – Disse ele me olhando pensativo

– Eu não vou sozinho. – respondi.

– Eu vou com você, bebezinho. – Disse ele com um sorriso entre os lábios.

– É incrível, como você consegue me fazer às coisas mais impossíveis do mundo – atei.

– Eu que o diga! – Salientou Genie.

Cruzamos as salas, e subindo as escadas eu pude escutar Jake dedilhando a introdução de uma música qualquer, quando entramos no quarto de visita, lá estava ele, sentado na cama, com um violão e cantando aquela música, com uma melodia deliciosamente agradável, mas numa língua que não era em inglês.

(Michael Schulte - Wie Soll ein Mensch das Ertragen)

– É alemão! E sim, eu falo alemão. – disse ele prepotente, e levantando-se da cama, deixando o violão de lado – Se você veio aqui pra mais uma vez me dizer o quanto eu fui horrível, e o quanto a sua vida esta uma merda por causa da minha atitude, que como eu já disse um milhão de vezes, me desculpa por isso, de verdade, se você veio aqui para isso... Por favor, não perca seu tempo, eu já decorei toda a sua fala. – disse ele num tom grave sendo observado por sua irmã deitada na namoradeira encostada na janela.

– Guardou os dentes agora? – respondi – E não, eu não vim aqui por causa disso! Acho que isso já ficou bem claro pra vo...

– Pim! – disse Tito interrompendo minha fala, e me fazendo lembrar o real motivo de eu estar ali.

– Jacob, Jake... – disse eu entre risos meio sem graça – Um dia meu pai me disse que todos nós, inevitavelmente, somos uma bagunça, uma enorme bagunça – e ri me lembrando de como ele prolongava a palavra, enquanto falava “bagunça” – e que, nosso maior instinto, é errar, um maldito erro atrás do outro. – Nesse instante ele sentou-se novamente e começou a dedilhar a mesma música, me fazendo o observar de outra maneira, (de forma mais compadecida), enquanto Tito se ajeitava em uma poltrona próxima a cama – E por esse fator, por esse instinto, a gente paga caro com o que a gente tem, e geralmente com o que a gente mais ama... Infelizmente. Nós somos erros ambulantes Jake, então, por esse motivo, por essa premissa, eu não nego, a minha mágoa quanto ao que você fez, mas eu não posso te castigar o resto da vida por isso. – Ele então me olhou nos olhos, e dizendo:

We all are a huge fucking mess... Pim! And once again, I’m sorry. – Eu então o olhei mais uma vez e sinalizei para o Tito que sairia, e foi neste exato momento que vi nos olhos dele, a admiração para com Jake, enquanto ele tocava e cantava, foi neste instante, que eu percebi, que certamente, eu não era mais a sua paixão. O que me aliviara, mas ao mesmo tempo, me fazia perceber o que eu poderia estar perdendo por alguém, que talvez, não valesse mais a pena. Retirei-me do quarto enquanto Tito se empolgava com a canção, que era traduzida simultaneamente pela irmã de Jacob.

Enquanto eu descia as escadas e me direcionava para o jardim, eu fui deixando aos poucos minhas lágrimas escorrerem através do meu rosto, ia de lembranças e momentos, historias, dias, e músicas que passavam como um flash aos meus olhos, parei um por um instante, apanhei meu celular e comecei a ler as ultimas mensagens que eu havia trocado com Thomas, e a cada palavra, a cada frase, era como se fosse tirado de mim um pedaço.

– Hey... – Disse Genie achegando-se e colocando seu braço em volta da minha cintura – O que aconteceu lá dentro, porque essas lágrimas?

– Eu sou tão fraco, a única coisa que eu realmente sei fazer com maestria é chorar, chorar e reclamar.

– Pim, tudo o que você tem que fazer, você fará hoje. Se nada der certo, você não pode se martirizar por isso...

– E se eu já o perdi de qualquer maneira, ou pior, - desatei num choro copioso – e seu eu perder uma pessoa que realmente poderia me fazer feliz, e eu simplesmente não dou a mínima para isso porque eu amo um cara que não me ama...

– Hey... hey Pim, se acalme... Como assim o Thomas não te ama?! Pelo contrário, ele disse que te ama, lembra? – Disse ela me olhando terna e secando minhas lágrimas, enquanto eu segurava com toda força a cerca branca que limitava o jardim da casa com a praia. – E que história é essa de perder alguém que você não ama? – Me perguntou ela curiosa.

– Nada... Não é nada! – respondi apático, olhando para o horizonte.

– Como nada Pim, explica isso direito! – disse ela incisiva.

– É... Eu acho que o Tito está gostando do Jake! – respondi com o queixo trêmulo – O Jake... O Jake? Genie.

– Oh Pim... Pim, eu, não sei o que te falar, ele é o meu irmão Pim, eu não posso simplesmente chegar nele e dizer de quem ele pode gostar ou não... Mas, porque essa conclusão, da onde você tirou isso?

– É apenas um palpite – respondi com a voz baixa e embargada.

– Um palpite? Um palpite que pode estar errado... E outra o Jake não é...

– O Jake não é nada – respondi interrompendo-a – o Jake nem sabe o que ele realmente é!

– Pim... Desculpe-me, mas você precisa decidir-se...

– Ah... Entendi, desculpa, Genie, realmente me desculpa por ser o promiscuo que quer ficar com os dois – respondi seco.

– Não foi isso que eu quis dizer... – respondeu ela sutilmente.

Nevermind!

– Antes que nós iniciemos uma discussão, eu vou pra casa, e vou deixar você um pouquinho com seus pensamentos... Eu estou com você Pim, desde o começo. A gente se vê noite! – disse ela gentilmente, e respondi apenas assentindo com a cabeça.

...

(Amber Run - I Found)

Eu podia ter me deparado com tantas outras coisas nessas férias de verão, mas eu fui logo me deparar com o amor, e com todos os riscos, prazeres, vislumbres, vontades, mentiras, segredos, brigas, ciúmes, com todos os “males” que ele, o amor, trás junto consigo. Haviam se passado algumas horas, e lá estava eu, sobre o píer, sentado a espera de algo, a espera de mim mesmo, enquanto mergulhava meus pés no mar. Ia de conjecturas e pensamentos infinitamente distantes, quando escuto ao longe, uma voz que pude reconhecer nitidamente, era Thomas.

– Ainda ouvindo essas merdas depressivas? – disse ele sentando-se ao me lado, me fazendo assustar grandemente, enquanto tirava os fones com algum espanto. – Porque todo o espanto? – perguntou ele, que ainda me deixava sem voz e resposta – Hey, tá vendo um fantasma? Bom já que você não vai falar... Eu te vi chegando e estava te observando esse tempo todo, eu estava ali no iate do meu pai, colocando... – disse ele pensativo – colocando as ideias no lugar, aí eu te vi e... Bem, só agora tive coragem de vir falar com você! – Nesse momento eu então desatei:

– Só agora? Faz dias... Dias Tom, que estou tentando falar com você, e você simplesmente me ignorou, como se eu não existisse! – ele abaixou a cabeça, como se consentisse com tudo o que eu dizia – Why Tom? Why?

– Eu estava com raiva Pim...

– Raiva? Raiva – respondi me levantando e fazendo-o levantar-se em seguida – Raiva a gente sente por algumas horas, um dia ou dois no máximo, agora... Dias Thomas – eu argumentava com alguma alteração na voz – Eu ainda estou tentando assimilar tudo isso que você disse sentir por mim... Porque EU estou com “raiva” Tom... Mas nem por isso eu deixei de te ligar e manda mensagem, a cada porra do dia. E você simplesmente me responde isso... – Neste instante eu derramei uma lágrima – A única parte em que eu errei Tom... Foi o fato de ter bebido muito – dizia eu em referência ao acontecido com o Jake, enquanto tentava conter de alguma forma o choro e a voz embargada – eu não fiz absolutamente nada, do que você acha que eu fiz...

– Pimmie, - disse ele com a voz sútil – Eu… eu sei que você não fez. – Neste instante eu recebia cada palavra dele, cada frase formulada, como uma antecipação do que ele por fim iria dizer, e eu pressentia com todas as minhas intuições, era o fim – Eu... Pim, eu...

– Porque você falou de nós pra Faith? – perguntei contendo as lágrimas.

– Eu, eu não disse absolutamente nada demais! – respondeu transparecendo sinceridade.

– Ah... – suspirei cético – bem, ela, ela sabia o suficiente! E definiu bem, o que você pensava disso tudo...

– Pim... Eu conheço a Faith, e sei as coisas horríveis que ela é capaz de dizer e fazer para magoar uma pessoa, mas confie em mim, não acredite em tudo o que sai da boca dela. This is not because of her...

What is... this, not because of her?! Heim… What Thomas?

– It’s about me – disse ele com a voz embargada e denunciando uma lágrima – I... I can’t make you happy. – Disse ele me olhando nos olhos, enquanto eu simplesmente surtava internamente.

– No... – respondi com pesar, trazendo novamente o choro – you can’t... Fucking douche

– Pim! – disse ele levando sua mão de encontro a minha – let me...

– LEAVE ME!!! - gritei - Go live your life pretentious douchebag, go live your fucking straight perfect live, have your wife, your sons, your perfect stupid car, your fucking apartment at the upper east side – vociferei nesta última parte – go live your lies – sussurrei abaixando a cabeça. – I had enough.

(Birdy + Rhodes - Let It All Go)

Talvez a minha irracionalidade naquele momento, fosse mal interpretada, ou até mesmo julgada com afinco, mas, sobretudo o que me tomava, era a dor, da perda, do sofrimento, do fim. Thomas então olhou para os lados, dando dois passos para trás contendo suas lágrimas e caminhou rápido para fora do píer. Ajoelhei-me, e cruzando os meus braços encolhido em minha dor, eu simplesmente gritei, chorei e gritei. Todo aquele sentimento era insuportável.

FUCK YOU! – eu gritava – FUCK YOU! – enquanto chorava desenfreadamente – I Love you – respondi para mim mesmo amargurado – I Love you... – sussurrei pela última vez, me entregando ao chão.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!