Beyond Kingdoms: The Lemniscus Crystals escrita por Lhama Medieval


Capítulo 15
POV Sean Forest - Capítulo Dois: "Damn It, Prince"


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo foi escrito por Fah (http://fanfiction.com.br/u/96888/) ~ Fah
~Boa leitura!
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Os Ciclos da Lua (meses) são dados na seguinte sequência:
— Parval
— Ra
— Tempar
— Mohdir
— Dekin
— Raiho
— Boltar
— Myckpar
— Sly
— Lhone
— Terug
— Phanor



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◊ 852 estações após a ascensão da Família Torgu, ciclo de Phanor

— Príncipe Sean! Quem diria?

Com o arco erguido, analiso o trio de anões em minha frente. Eles estão sujos de terra e sangue. As vestes que utilizam são inapropriadas para Íria, indicam que vieram das montanhas. Sinto o ódio preencher meu ser.

Eles provavelmente são descendentes dos anões que saíram de Íria quando minha espécie assumiu o poder, o que ocasionou uma breve crise. Sem o trabalho deles, houve uma certa dificuldade em se achar pessoas para o trabalho braçal. Nós, elfos, estávamos dispostos a deixar a intriga já há muito tempo existente de lado, mas nem todos os anões aceitaram. Os que discordaram fugiram se abrigar junto com os parentes das montanhas.

Ou, então, os anões em minha frente tiveram contato com esses descendentes. De qualquer forma, o sangue em seus rostos não indica boa coisa.

— O que vocês querem em Íria? E como conseguiram chegar até aqui? Outros também conseguiram chegar tão longe? — pergunto, num só fôlego.

— Ei, ei, calma. — diz um deles, um gorducho com cabelo cor de fuligem. Ele ri. — Você deve ser muito confiante para achar que vamos dizer alguma coisa.

— Claro que irão dizer. Eu tenho um arco e flechas. Meus amigos têm espadas. E temos a vantagem em número.

— Nós somos anões, somos resistentes. — diz o mesmo anão.

— Nós somos elfos. E provavelmente demoraríamos um bom tempo listando todas as nossas qualidades. — diz Roccondil, aproximando-se e postando-se a meu lado.

Os anões assumem uma expressão enfezada. Há um momento de silêncio tenso. Olho para os soldados, com uma pergunta no olhar: “Podemos atacar?”. Antes que eu possa obter qualquer resposta, meu cavalo empina com um grito de dor, fazendo-me cair no chão. Meus companheiros ficam em choque por um milésimo de segundo, mas logo eles conseguem reagir.

Os anões correram. Zorek, Istyar e Rocondil correm atrás deles com os cavalos. Sarn me ajuda a levantar. Quando começo a escalar uma árvore, no intuito de ver os inimigos, ouço seus gritos. Não me sinto culpado ao sorrir.

Eles são nossos prisioneiros agora.

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Há uma hora que os anões se recusam a falar.

Tentamos ter a maior calma possível e não machucá-los muito. Porém, agora estamos sem paciência.

Passo as mãos pelo cabelo enquanto ando de um lado para o outro. A resistência dos anões é respeitável. Eles estão tão machucados que chega a dar pena, mas isso é necessário. Temos que obter respostas, além de não podermos confiar completamente que eles não vão matar ninguém e reunir pessoas para sua causa, qualquer que seja, se os soltarmos.

Observo enquanto Zorek espreme um pedaço de madeira ainda queimando na axila de um dos anões, que geme de dor. Nós os prendemos pelos pés em uns galhos. O sangue fluindo demais para suas cabeças deve incomodar. Mesmo assim, eles conseguem nos olhar com um ódio furioso.

— Zorek. — falo, um pouco antes dele ter a chance de queimar o pequeno novamente. — Dê-me a brasa.

— Tem certeza, senhor? — ele me olha, intrigado.

Faço que sim com a cabeça. Ele me passa o pedaço de madeira e peço-o para se afastar. Quando o faz, tiro minha espada da bainha. Os anões olham confusos para minhas duas mãos ocupadas e, por um momento, o medo passa por seus olhos. Aproximo-me deles e corto as cortas que os prendem às árvores, mas mantendo seus pés e mãos amarrados. Ouço um dos soldados avançar, mas o impeço.

Olho para a espada. A lâmina, banhada pela luz da manhã, reflete as cores da floresta. Vejo meus olhos refletidos e os encaro. O que vejo é uma expressão dura e olheiras.

Levanto o olhar e agacho-me para olhar diretamente para as pequenas criaturas em minha frente. A expressão de medo saíra de seus olhos e eles claramente escondem a dor. Coloco minha espada no chão a meu lado e apoio meus cotovelos nos joelhos, tomando cuidado para a brasa não me queimar.

— Vocês vão dizer exatamente por que estão aqui, como chegarão e se há outros estrangeiros mal intencionados em íria. Vocês obviamente entraram pela invasão de três dias atrás, então também que explicar tudo o que sabem sobre aquela merda.

— Nunca. — diz um deles, cujos cabelos são ruivos.

— Bom, vocês têm duas opções. — digo. — Ou vocês negam dizer e eu termino de torturá-los e os mato ou vocês podem me obedecer, eu lhes dou comida e talvez eu não os mate.

— Se temos a possibilidade de morremos de qualquer jeito, preferimos morrer sem lhe dizer uma palavra sequer, principezinho. — diz o anão com cabelo cor de fuligem, colocando o máximo de ódio possível na última palavra. — E aí vocês não saberão de nada, o que é melhor para nós.

— Se eu estivesse no seu lugar, eu não contaria muito com o que é melhor para mim. Nunca se sabe, não é? — Olho maliciosamente para a espada e volto a olhar para eles. — Morrer é inevitável, não é?

Os anões me encaram, surpresos com aquelas palavras. Ergo a tocha e os olho, procurando uma resposta. O terceiro anão, de cabelos loiros, respira fundo. Ergo uma sombrancelha e ele fecha a cara. Analiso a tocha como se fosse a coisa mais interessante de toda a Agália e vejo, de esguelha, os anões trocando olhares. Finalmente, o pequeno ruivo bufa.

— Droga, príncipe. — diz ele, o que faz-me ficar satisfeito comigo mesmo.

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Os anões estão um pouco menos desconfortáveis agora. Arrumamos lugares para eles sentarem e, nesse instante, estamos dividindo o almoço. Eles já nos contaram como conseguiram sobreviver até esse ponto, tão longe da fronteira. Também nos disseram que são o único grupo que conseguiu sair vivo da batalha

— Nós estamos seguindo ordens. A tentativa de invasão da fronteira que os fez sair da capital não foi a primeira sob as ordens de quem nos comanda. As agitações nas fronteiras vêm acontecendo há algum tempo, vocês sabem.

Meu grupo concorda e mordo um pedaço de meu coelho assado.

— Quem os está dando ordens? — Cuohtar pergunta após terminar de mastigar a carne que estava em sua boca.

O anão loiro, Hanuil, engole e reponde a pergunta:

— Há um homem, que obedece a alguém. Foi ele quem nos reuniu; nós e outros de outras espécies que vivem nas montanhas. Ele nos prometeu muitas coisas, dentre elas uma vida com muito ouro e muitas virgens.

— Esse homem nos disse sobre o propósito daquela tentativa de invasão. — começa o ruivo. cujo nome é Eriloug. — Eles nos disse que era para ser mais uma distração ou algo do tipo do que qualquer outra coisa.

— Uma distração para o quê? — pergunta Sarn.

Os anões se entreolham, como se fosse para decidir se contam ou não. Eles rapidamente chegam a um acordo.

— A pessoa para quem o homem que nos reuniu trabalha iria tentar matar o rei de Andor. Era para isso que eles queriam alguma distração ou algo assim. Íria é um reino forte e o homem e essa outra pessoa queria que os elfos estivessem focados em outros assuntos. Se vocês focassem em vingar o rei de Andor, isso poderia ser um problema. — responde Eriloug.

Troco olhares com meus amigos. Por que caralhos alguém iria querer matar o rei de Andor? Ele não é uma das pessoas mais maravilhosas que conheço, mas também não é desprezível a esse ponto.

— Quem é esse homem de quem você fala tanto? — Istyar questiona.

— Nós não sabemos seu nome. Não achamos que importaria. — O de cabelos cor de fuligem, Mobuth, responde.

Passamos um tempo em silêncio, os anões olhando para o chão. Eu e meus soldados trocamos alguns sinais, discretamente. Depois de um tempo, Zorek joga seus restos de comida na pequena fogueira improvisada com a qual fizemos nossa comida e levanta-se.

— Cavalheiros, agradecemos por essa refeição amena. Infelizmente, teremos que dizer adeus.

Vejo os anões olharem para Zorek. Eles não sorriem, mas quase, como se em agradecimento pela oportunidade. Entretanto, eles entenderam de maneira equivocada. Também jogo o resto do meu almoço e estico minha mão para perto da minhas coisas, onde deixei meu arco, minha aljava e minha espada. Pego, discretamente, os dois primeiros itens. O resto de nós, elfos, se levanta e os cerca.

Eles nos olham, como se estivessem desiludidos.

— Adeus, anões da montanha. Vocês foram de grande utilidade nesta manhã. — digo.

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Olho para os corpos sem vida do trio de anões. Sinto-me um pouco mal. Eu posso até ter um desprezo pelo tipo de anões que eles eram, mas eles nos ajudaram.

Além disso, eles tentaram resistir bravamente e eu admiro isso em suas personalidades que já não mais existem.

— O que vamos fazer com os corpos? Vamos simplesmente deixá-los apodrecer aqui, deixá-los para seus deuses? — pergunto, com a mão na nuca.

— Poderíamos levá-los para a vila mais próxima. Deve haver alguns anões por lá, que sabem fazer uma celebração de morte mais digna para esses três. — Sugere Istyar.

Faço que sim com a cabeça, é realmente uma boa sugestão, à qual os outros também aderem. Reunimos os cavalos e colocamos os mortos em cima deles, de forma que não caiam enquanto os cavalos se movimentarem. Dividimos duplas para os outros três cavalos.

— Teremos que mandar uma mensagem para minha família, também. — digo, enquanto arrumamos nossas coisas nos cavalos que estão com os mortos.

— Claro. — diz Zorek. — O rei e a rainha devem saber tudo o que esses anões nos falaram. E suponho que estão preocupados com o filho.

Balanço a cabeça, me sentindo um pouco culpado por ainda não ter conseguido escrever uma carta e enviá-la.

— Se sairmos agora, devemos chegar à próxima vila à noite. — Diz Cuohtar, com um mapa na mão.

— E depois? — pergunto.

— Depois? — Sarn repete, com um sorriso no rosto. — Depois iremos para Endra, onde se pode encontrar o maior contigente de fadas de toda a Agália.


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Notas finais do capítulo

Quem comentar, vai poder passar um dia convivendo com os elfos. Com direito à foto, vídeo e autógrafo. Xoxo ;)



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