Roses escrita por LS Valentini


Capítulo 16
Confusões, Aliados e Sorvetes de Morango


Notas iniciais do capítulo

Agradeço a Lola e a Hikarry por favoritarem a fic!!! Amo todos os reviews, mas senti falta de algumas pessoas que comentavam em todos capítulos...
Boa leitura *---*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/605706/chapter/16

Assim que abriu os olhos e teve um vislumbre do seu redor, Elizabeth percebera que não estava em sua suíte no hotel - muito menos em suas dependências -, mas sim em um enorme campo de rosas vermelhas, parecia um imenso jardim à luz da lua. Suas roupas também não eram as mesmas que colocara antes de dormir, e ela estava impecavelmente linda em um vestido branco. Lembrar-se daquilo, era bom, e ela conseguiria controlar o sonho, não é mesmo?

Errado.

A princípio o vento cortante não lhe atingia a pele, porém quando todas as pétalas começaram a se desprender com tamanha rapidez, a loira tremia de frio. Era como se as rosas fizessem parte dela, fossem ela, e estivessem se esvaindo.

Elizabeth não conseguiu impedir a destruição daquele campo, mas foi rápida o suficiente para salvar a última rosa que restara. Assim que tocou nas pétalas - para certificar-se de que estava tudo bem -, a mesma se desmanchou em suas mãos, transformando-se num líquido denso e vermelho, sujando tanto ela quanto o vestido. Se a loira estivesse há um quilômetro de distância saberia do que se tratava.

– Sangue. - ela sussurrou ao se assustar - Por favor, acorde!

Seu pedido não foi atendido.

Num piscar de olhos, o céu foi encoberto por nuvens mais escuras que a própria noite. Um relâmpago fez-se presente, causando arrepios nela. Logo, um raio atingiu em cheio o campo, que começara a pegar fogo quase que instantaneamente.

Por mais que tentasse correr, suas pernas não se moviam, ela estava sendo controlada por uma “força maior”,

ou algo bem parecido. Mas a mensagem era clara: “Não há pra onde ir”.

Seu pior pesadelo estava acontecendo, mesmo que ela própria soubesse que aquilo era apenas parte de sua imaginação fértil.

...

Paris não amanhecera tão radiante como no dia anterior, e ao invés disso, possuía uma garoa fria e constante, típica da passagem da primavera para o verão. A jovem loira decidiu que convidar alguém para um sorvete naquelas condições climáticas traria consequências futuras, como febre alta.

Enquanto tomava seu café da manhã no enorme restaurante do hotel - acompanhada dos numerais -, seus olhos esverdeados estavam inquietos, ora encaravam o relógio, ora a xícara de café puro, que ela mesma detestava por ser uma bebida tão amarga.

“Killian não respondeu as minhas mensagens e isso não é o fim do mundo!”, pensou ela, “Ou talvez seja”.

– Posso me sentar aqui? - uma voz a despertou.

Ela infelizmente não estava de bom humor para permitir aquilo com qualquer um que fosse. Preferia ficar sozinha, se lamentar por ter sido tão sonhadora, reclamar consigo mesma, e de forma alguma bater papo com outra pessoa, principalmente com a mulher - que havia acabado de entrar no restaurante -, e Robin que procurava por ela no saguão.

– É Regina, não é? - a loira tentava se lembrar do nome da outra.

– Sim. - a morena sorriu após sentar-se na cadeira sem ser convidada - Resolvi te fazer companhia.

– Obrigada. - a outra agradeceu, ainda com o semblante triste - Mas não vou poder ficar, eu já estou atrasada para o meu compromisso.

“Pensei que quem sempre perdesse a hora fosse eu”, Regina pensou e riu discretamente, mas quando percebeu, a loira já se encaminhava para a saída do restaurante com os numerais.

– O que deu nela? - Robin se aproximou da morena, causando-lhe arrepios.

– Não sei. - ela respondeu rapidamente - Qual é o problema dos “homens de preto”?

Regina se surpreendeu consigo mesma. Desde quando ela precisava saber da opinião de Robin sobre qualquer coisa? Nunca confiara nele, mas, no entanto, talvez fosse um bom aliado. Ele poderia ter mudado com os anos.

– Elizabeth é muito conhecida pela mídia nos últimos meses, principalmente depois do acidente. - ele fez uma pausa para certificar-se de que ela estava entendendo - E então precisa ser protegida.

– Por dois brutamontes que chamam atenção por onde passam? - Regina debochou - Com certeza ninguém suspeitou de quem ela é...

– Pare com a ironia, Mills! - Robin se exaltou - Em que realidade você vive?

– Uma totalmente paralela à sua, De Locksley! - ela se irritou ao bater os punhos na mesa - Você não sabe absolutamente nada sobre a vida dessa tal de “Elizabeth”!

Só então ela se deu conta de que havia falado um pouco demais. Tentou se levantar, mas Robin se colocou na frente dela bruscamente, impedindo-a de continuar.

– Não tente fugir! - ele esbravejou - Quero saber de tudo o que sabe.

– Tudo bem. - Regina revirou os olhos - Não precisa agir feito um louco.

...

Depois do pesadelo que teve, Elizabeth concordou consigo mesma de que o jardim do hotel tornou-se um pouco mais misterioso do que realmente era, principalmente por estar repleto de rosas vermelhas. Aquilo não lhe assustava nem um pouco, então resolveu sentar-se em um dos bancos e... ficar sozinha.

– Ei! - exclamou para seus guarda-costas - Estão dispensados por hoje... E se me seguirem, eu juro que nunca mais vão conseguir um emprego na área de segurança. Entenderam?

Talvez ela tivesse sido um pouco rude e mal educada - totalmente o contrário do que a Sra. Miller lhe aconselhara a ser. A loira esperava ouvir um sonoro “NÃO”, ou até mesmo risadinhas vindas dos dois; e o mau humor dela era tanto que provavelmente partiria para cima deles.

Mas foi então que se afastaram aflitos com a possibilidade de aquilo realmente acontecer. Pobres coitados, nem sabiam que ela não conseguia nem ter opinião própria!

Elizabeth balançou a cabeça tentando pensar em algo útil, nesse caso, no paisagista irresponsável que não havia respondido suas mensagens. E eram muitas. Seus batimentos cardíacos aceleravam-se a todo o momento em que pensava no quão bonito Killian era, mas ele não só a atraía fisicamente, pois ele a compreendia também.

– Se continuar nessa garoa, vai pegar um resfriado. - ela achou que começara a ouvir a voz dele - Mas pode ficar... Acabei de ver que ninguém contesta suas ideias.

Não, aquilo não era uma miragem. Assim que a loira olhou para o lado, percebeu que lá estava Killian, com seu belo sorriso, e ela simplesmente sorriu de volta feito uma boba.

– O que faz aqui? - ela perguntou de forma ríspida.

– Ocorreu um pequeno contratempo com o meu celular. - ele se sentou no banco - Ariel o derrubou no aquário.

Seria a namorada? Noiva? Esposa? Mãe? Tia?

– Quem é Ariel? - foi bem direta, mas depois percebeu que não deveria ter perguntado.

– É a minha nova assistente. - ele respondeu - Ela é um pouco desastrada.

Elizabeth apenas assentiu. O que ela iria falar depois daquilo? Estava num momento de vergonha, apostando que suas bochechas deveriam estar coradas o suficiente para que ele percebesse.

– Então... O que pretende para o casamento? - ele perguntou como um profissional.

– Killian, eu poderia pedir a mais cara decoração, certo? - o homem apenas concordou sério - Acontece que... Eu não quero.

– Prefere uma simples, então? - ele estava confuso demais para entender o que a loira estava lhe explicando.

– Não. - ela desviou o olhar.

– Quer dizer que... - um sorriso quase brotou de seus lábios.

– Estou desistindo. - ela suspirou - Descobri que não posso me casar com uma pessoa que não sente nada por mim e nem eu sinto nada por ela. Pensei que Neal fosse o homem certo pra mim, mas eu estava errada.

– Totalmente. - ele sussurrou.

– O que disse? - Elizabeth franziu o cenho tentando entender.

– NADA! - ele gritou - Por que não vamos dar uma volta? Assim você esquece um pouco essa história de casamento e se diverte.

– Mas está garoando. - ela queria permanecer ali.

– Você está aqui por quase dez minutos e não reclamou até agora. - Killian tinha um bom argumento - Vamos logo, sua preguiçosa.

...

A chuva tornou-se constante, e com a temperatura de pouco mais de 15 graus, havia apenas duas pessoas caminhando em Paris que se arriscaram tomar um sorvete sabor morango e estavam dispostos a se resfriar no dia seguinte - mesmo ambos se esgueirando para não se molharem.

– Eu deveria ter pegado o de sabor creme. - a loira resmungou.

– Não seja por isso! - Killian tomou o sorvete das mãos dela - Sobra mais pra mim.

Ela ficou indignada com aquela atitude infantil, mas não podia perder a oportunidade de agir da mesma forma imatura. Elizabeth deixou que ele se distraísse e pegou o sorvete de volta, não o provou, mas sujou todo o rosto de Killian.

– Você pediu por isso. - ria enquanto ele tentava se limpar - Desculpa...

O homem fingiu que estava chateado, esperou até que ela se aproximasse mais um pouco e... Agiu da mesma forma que ela, mas fez questão de que o sorvete também grudasse nos fios loiros. Aquilo sim era uma perfeita “vingança”.

– Você também pediu por isso. - Killian a imitou.

– Trate de fugir. - ela deu um sorriso radiante - AGORA!!!

Eles dois começaram a correr um atrás do outro, não se preocupando com suas roupas sendo encharcadas com a chuva. Havia olhares reprovadores de tal ato, mas muitos se divertiam com aquela atitude “peculiar”.

Killian só conseguiu alcançá-la quando a mesma já havia se cansado, trouxe-a para si com um dos braços, e com o outro retirou uma mecha loira do rosto dela com cuidado - certificando-se de que ela não se assustasse com tal gesto. Os olhos esverdeados da mulher procuraram as órbitas azuis dele, e involuntariamente foram se aproximando até que um sentisse a respiração do outro. Decidida do que iria acontecer, Elizabeth uniu seus lábios rapidamente - ainda tinha medo de que Killian se afastasse, mas estava errada.

O beijo poderia ter durado mais algum tempo se a loira não tivesse se afastado bruscamente com uma expressão de dor.

“[…]

Bem, talvez eu esteja apaixonado

Não consigo parar de pensar nisso.

[…]

Se for amor

Me faz querer voltar e me encarar

Mas eu não sei nada sobre amor

[…]

Bom, amor, eu me rendo

Ao sorvete de morango

[…]

Nós estamos acidentalmente apaixonados”.

Accidentally In Love - Counting Crows


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que aconteceu com a Emma? Comecem a fazer suas teorias!
Acho que vou postar domingo o próximo capítulo, já que é meu último dia de felicidade antes que as aulas voltem rs.
Vejo vocês nos comentários!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Roses" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.