Regina mal podia acreditar que depois de tanto tempo ela colocaria os pés em Storybrooke. Depois que Tinker explicou a situação da herdeira de Dreamer,a morena considerou por algumas horas depois de concordar em estudar a proposta de Storybrooke.A final da Tríplice coroa iria ser em um mês,talvez fosse bom para Rocinante correr pelos prados do Maine e ficar longe dos holofotes.Em Tallahassee o assedio ao novo Secretariat aumentaria muito a medida que a final ficasse mais próxima.Rocinante precisava de tranqüilidade

Nada podia ser mais pacato que Storybrooke.

Apesar de suas dúvidas e temores Regina concordou em levar Rocinante,ter mais um potro com sangue de campeão podia ser muito bom e lucrativo.Ela mal podia acreditar que em poucas horas estaria na cidade que jurou jamais colocar os pés novamente.O que o dinheiro não faz as pessoas fazerem.

Depois de três dias de preparação lá estavam elas rumando para o Maine

Tinker estava super empolgada com a idéia, fazia anos que queria conhecer a terra natal de sua melhor amiga e ter um pouco de tranqüilidade. Ficar ao lado de Regina era lucrativo por certo mas a morena não dava sossego.Seja pelas baladas,pelas apostas e pela infinidade de casos amorosos relâmpagos que arrumava.Tinker sempre se perguntou o que teria acontecido com Regina para ela agir de forma tão descompromissada com as mulheres.

Desde que concordou em retornar a Storybrooke Regina tinha se tornado monossilábica. Tinker se aproveitou do desinteresse da morena e acertou todo o translado de Rocinante assim como a estadia dele na pequena cidade por um mês inteiro,o campeão só deixaria a pequena cidade para correr pela Tríplice Coroa.Regina somente percebeu com o que tinha concordado quando tudo já estava pronto e organizado.Fiel a sua mania de controle,a morena decidiu não questionar.Era melhor isso do que deixar Tinker perceber que algo escorregou das suas mãos.

– Deve ser verdade o que dizem – comentou Regina sentada no banco do carona da sua Mercedes Mc Laren preta.

A morena estava tão desligada que deixou Tinker dirigir seu carro favorito.

– Do que você está falando? – perguntou a loira

– Dos fantasmas... Alguns sempre vão te assombrar não importa para onde você corra, ele vão te encontrar...

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Cora e Zelena estavam tagarelando sobre coisas que Henry não estava prestando atenção. A reportagem no jornal estava mais interessante.Lá estava Regina ao lado de Rocinante,o Sr Mills não pode deixar de se sentir orgulhoso de como aquele pequeno potro havia se tornado um mega astro.

– Então como está as coisas com Robin? – perguntou Cora

– Muito bem. Ele quer outro filho e eu não pretendo decepcioná-lo - respondeu Zelena sorrindo graciosamente para seus pais

– Sempre me perguntei o motivo para chamar minha neta com o nome da esposa morta...Que idéia assombrosa – disse Cora com desdém

– A idéia foi de Roland e eu não quis contrariar meu enteado...

– Ele tem que te obedecer! – rebateu Cora

Zelena foi rápida ao sair em defesa do enteado porque apesar das aparências a ruiva gostava dele e vive versa.

– Roland é um bom garoto e nos entendemos muito bem

– È bom mesmo mas não esqueça que se precisar de alguma orientação não me importarei em ensinar boas maneiras aquele pestinha

A primogênita sorriu de forma complacente tentando ignorar o terror que aquelas palavras significavam.

– E quando Robin chega de viagem? – perguntou Henry saindo do silêncio

– Em uma semana....Ele deseja falar com o senhor sobre o Haras.

Henry encarou sua esposa e sua filha mais velha por alguns segundos

– Diga ao seu marido que minha resposta ainda é a mesma

Não era segredo para elas que o assunto Haras Mills era algo que Henry se recusava a falar e o motivo dessa recusa ainda era um mistério assim como a falta de cavalos no Haras Mills depois que Leopold deixou de trabalhar lá a muitos anos atrás.

Henry se levantou da mesa deixando sua esposa e filha sem palavras. Cora suspirou pesadamente sabendo que a recusa de seu marido tinha tudo haver com sua filha rebelde.Poucos sabiam que tudo que trouxe sucesso a Regina foi ensinado por Henry Mills.Todos os segredos sobre treinamento cavalos,Cora ainda lembrava muito bem das tardes que Henry passava com Regina.Eles pareciam felizes e livres até ela notar que sua filha cavalgava “como um homem”.

– Não sei como convencer Henry a vender aquela propriedade abandonada...

Isso fez Zelena gargalhar

– A grande Cora Mills finalmente está admitindo que existe algo que ela não possa fazer? – perguntou a ruiva zombando claramente de sua mãe

– Jamais querida...Eu apenas preciso achar as escrituras daquela propriedade- respondeu a mais velha dando um sorriso carinhosamente raro.

Henry prevendo que Cora iria querer vender a propriedade depois que ela deixou de ter uso,escondeu as escrituras dentro da mansão Mills e fez um trato com sua esposa. Se Cora as encontrasse ela poderia fazer o que quisesse com o Haras abandonado dos Mills.Vários anos haviam se passado e Cora ainda não havia encontrado as escrituras;parte dela não queria encontrar...Aquilo tinha se tornado um jogo entre Henry e ela

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Animado com o café da manhã cheio de coisas gostosas que Granny preparou especialmente para seu pequeno admirador. O pequeno Swan estava elétrico. Emma e Henry já eram bastante conhecidos em Storybrooke, já consideravam a pequena cidade seu lar.Depois de viver na correria de Nova York por tanto tempo era bom desacelerar e criar raízes.Apesar do contato com Henry Mills,Emma só veio trabalhar junto com seu padrinho quando a antiga assessora do governador recusou o emprego na pequena cidade do Maine.O Sr Mills fez o convite a sua protegida que ficou feliz em aceitar pois o emprego na prefeitura de Storybrooke lhe daria muitas vantagens.

Emma gostaria de um lugar tranqüilo onde ela podia cultivar amizades,trabalhar e ver seu filho crescer.Algo que não estava acontecendo em Nova York,Henry passava muito tempo com babás enquanto Emma trabalhava demais.

Em Storybrooke as coisas já estavam diferentes. Emma trabalhava mas conseguia suprir bem seu papel materno e Henry já tinha alguns amiginhos como nunca havia tido em seus pouco mais de dez anos de vida.O pequeno era super bem quisto e todos naquela cidade receberam seus novos visitantes muito bem.

E por falar em visitantes...

Não era comum e nada corriqueiro barulho de motor de carro esportivo numa cidade pequena como Storybrooke. Emma poderia reconhecer o som de um no escuro mas não deu muita importância afinal o que tinha demais num som de um provável carro esportivo?Contudo Henry sempre foi louco por carros,assim que ouviu o barulho ficou atento e quando percebeu que o carro devia estar parado na frente do Grannys ele não perdeu oportunidade e saiu porta a fora quase atropelando uma loira de cabelos cacheados que adentrava no pequeno restaurante.Emma revirou os olhos,Henry sempre gostou de carros esportivos e os poucos ele teve a oportunidade de ver bem de perto.

Henry ficou surpreso quando viu uma mulher encostada no capô do carro brincando com o chaveiro do carro. Ele não tinha como negar que a moça tinha estilo,as roupas todas negras,calças justas e botas sociais clássicas dava-lhe um ar perigoso mas ao invés de sentir medo Henry ficou fascinado por ela e pela máquina maravilhosa que ele tinha certeza que era dela.

Regina percebeu o olhar admirado do garoto e sorriu quando ouviu a pergunta que ele lhe fez de forma tímida

– È um Mc Laren ?

– Sim - respondeu Regina – Não é um dos meus mais velozes mas é meu favorito.Tenho muito carinho por ele.

– Quantos você tem? Quais são? – perguntou o pequeno muito entusiasmado

Regina acabou rindo

– Antes perguntar pelos outros você deveria ver o Mc Laren primeiro não é?

A morena abriu o carro para que seu novo amiginho pudesse ver toda beleza que era aquela máquina esportiva,a empatia pelo garotinho foi instantânea.Regina gostava de crianças apesar de se achar incapaz de ser mãe.

Para infelicidade de Henry alguém impediu sua visita ao interior da máquina possante,esse alguém estava visivelmente furioso

– Henry Daniel Swan não se atreva a entrar nesse carro!

O pequeno ficou literalmente congelado, tanto ele quanto Regina olharam para a dona daquela voz furiosa.

– O que eu disse sobre conversar com estranhos?

– Mãe é um Mc Laren! - respondeu Henry tentando argumentar com ela

– Não interessa! – rebateu Emma – Podia ser uma Ferrari ou qualquer outro!Sai de perto de carro agora mesmo.

– Mas Mãe!

– Nada de “mas” Henry ! – a loira estava irredutível

Regina assistiu a cena sem silêncio, a severidade da mulher lhe era familiar.Ao seu ver o garoto não havia feito nada de errado,a loira devia estar feliz pelo pequeno mesmo tão novo já saber apreciar coisas bonitas.

– Vá com calma moça ele só queria ver o meu carro...È Mc Laren... – Regina sorriu de um jeito que ficou entre o orgulho e a presunção

Emma se aproximou da estranha em poucos segundos.Aquela desconhecida era atrevida e debochada.Ao invés de se desculpar ela estava fazendo o oposto e provocando quem era melhor deixar quieto.

– Não me lembro de ter me dirigido a você mas já que nos deu o ar da sua graça me diga, está acostumada a convidar crianças para dentro do seu carro?

Aquilo foi como levar um coice. Regina em todos os seus anos de treinamento jamais tinha levado uma patada de nenhum cavalo mas o que essa moça fez em poucos segundos foi exatamente como levar um golpe bem no meio do rosto.O sorriso de Regina desapareceu.Fazia anos que ninguém falava com ela desse jeito.

– Como é? – abismada com a insinuação

– Você é surda ou bebeu tanto que sua audição foi afetada? – Emma não sabia o motivo de tanta rispidez mas tinha algo familiar naquela morena que a tirava do sério.Talvez seja porque Emma teve que lidar com os tipo iguais a ela durante anos.Ricos,mimados e arrogantes.

– Escuta moça...

– Não, escuta você! Fique longe do meu filho! – disse Emma segurando Henry pela mão – Se eu fosse você eu voltava pelo caminho que veio porque se eu te ver convidando crianças para dentro do seu carro novamente.Eu vou chamar a policia!

A loira a deixou com palavras na boca e fervendo de raiva. Regina apertava os punhos em fúria do mesmo jeito que ela segurava as rédeas de um cavalo rebelde enquanto via aquela desconhecida insolente ir embora junto ao seu filhote. De fato uma loira petulante e com toda certeza deslumbrante.