The Faberry Mission escrita por Jubileep


Capítulo 24
Capítulo 24 - Quites


Notas iniciais do capítulo

Oi genteeeee! Tive que reescrever o capítulo, mas tá aqui. Um tantinho atrasado, mas tá aqui. o/ Espero que gostem.



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Era árduo explicar a sensação de estar de volta. Bom... Não que houvesse passado anos longe do McKinley nem nada – longe disso. Foram apenas três dias, de fato, mas 72 horas a sós com sua mente era mais do que o suficiente para pensar sobre todos os últimos acontecimentos.

Além de lidar com os problemas dos quais já estava ciente – o drama de Rachel e as mentiras de Sue Sylvester – Quinn Fabray ainda teve de cuidar da preocupação das pessoas com ela e das fofocas a seu respeito.

Quando Maribel Lopez a vira em casa pela primeira vez após o desaparecimento a garota teve que, prontamente, arranjar uma desculpa para o ocorrido. Mentira com maestria, inventando que saíra da cidade e ficara na casa de uma tia que morava a 31 minutos de Lima – na vila de Ottawa, mais especificamente.

Assim que perguntada sobre o porquê de não ter ficado por lá explicara que seu pai com certeza irritaria o sossego da própria irmã – caso descobrisse que a mesma acolhera sua “ex-filha”. Depois de certo esforço em convencer a mãe de Santana Lopez que estava tudo bem e que ninguém estava lhe esperando na esquina pra lhe sequestrar a mulher finalmente permitiu que a garota saísse de sua casa para rumar ao McKinley.

Suspirou de alívio ao conseguir livrar-se das milhares de perguntas que a mulher latina fazia, mas sabia que ainda ouviria muitos burburinhos pelo resto do dia. E talvez até devesse ficar contente por ser o tópico mais falado da semana, uma vez que estava andando invisível demais nos últimos tempos.

Já no colégio ela, Santana Lopez e a sua fiel melhor amiga, Brittany S. Pierce, andavam pelos corredores como nos velhos tempos – quando essa montanha russa de episódios e sentimentos ainda não havia começado.

Três meses atrás Quinn Fabray era a garota que todos queriam ter e todas queriam ser, Quinn Fabray era a garota mais popular do McKinley e, de quebra, a namorada do quarterback. Capitã das Cheerios, líder do clube do Celibato, futura rainha do baile e mais outros vários títulos invejáveis.

O que poderia acontecer de errado, afinal? Bom, toda aquela reviravolta que acontecera em sua vida, definitivamente, não estava em seus planos e a Quinn de três meses atrás certamente acharia surreal se um dia soubesse que viria a estar apaixonada por alguém como Berry.

– Tenho que falar com a treinadora Sylvester. – Avisou, virando-se para Santana e Brittany, que se entreolharam.

– Podemos ir junto se você quiser. – A morena ofereceu, com um tom incrivelmente amigável.

– Não, Santie. Obrigada, mas... Eu preciso resolver isso sozinha. – Quinn sorriu, tentando emanar confiança para as duas amigas; e em parte, para si mesma. De longe já conseguia avistar o gabinete da treinadora e não demorou muito para começar a andar em passos firmes até o mesmo.

– Boa sorte! – Lopez gritou, enquanto via Fabray desaparecer em meio a multidão de alunos.

[...]

– Agora que Quinn voltou é sobre ela que todos andam falando. – Analisou Kurt Hummel, encostado em seu armário, com certa expressão de desdém. Ao seu lado direito Mercedes Jones mascava um chiclete de morango, enquanto no esquerdo Tina Cohen-Chang e Artie Abrams se distraiam com algum joguinho no celular do cadeirante. Em frente à ele estava Rachel Berry, que por sua vez, estava com um semblante surpreso ao ouvir a notícia.

– Quinn voltou? – Indagou de modo hesitante.

– Sim. Pensei que soubesse. Não era ela sua nova melhor amiga de todo o Universo? – O garoto indagou, arqueando as sobrancelhas de forma provocativa enquanto a menor engolia em seco.

– Éramos.

Tentou ignorar a risadinha maldosa de Hummel enquanto concentrava-se em comemorar internamente a volta da ex-melhor amiga. Não demonstrava; entretanto, estava morrendo de preocupação.

Naquelas 72 horas de desaparecimento ela não se perguntava se Quinn estava numa ilha lésbica paradisíaca – como muitos especularam – ou se havia sido sequestrada pelo TILT (Tráfico Internacional de Líderes de Torcida) – como outros apontaram –; porque tudo que ela queria realmente saber era se a loira estava bem, tanto física quando mentalmente.

“Talvez eu devesse ligar pra ela” pensou.

Tudo que ela mais queria era ouvir sua voz novamente e se assegurar que Fabray realmente havia retornado, e se assegurar que ela não estava machucada ou qualquer coisa do tipo. Já era suficientemente ruim não tê-la mais por perto, mas a incerteza que possuía quanto ao seu estado era uma dor ainda mais insuportável.

[...]

– Quinn Fabray. – Sue disse com surpresa assim que vira aquela figura loira e esbelta abrindo a porta de seu gabinete. – Mas que visita surpreendente após todo aquele drama que tivemos e do seu sumiço repentino... Mas bem, quem é vivo sempre aparece, não é mesmo?

– É. Acho que sim. – O tom de voz da líder de torcida era vago e desanimado. – Posso entrar? – Indagou; ainda apoiada ao batente da porta.

– Eu faço questão! Sente-se. – Apontou a cadeira em frente a mesa e em passos hesitantes a mais jovem rumou até ela, sentando-se logo em seguida. – Então, por onde andou? – Perguntou, levantando as sobrancelhas.

– Ah, por aí. – Deu de ombros. – Nenhum lugar que realmente te interesse, treinadora. – Então sorriu sarcasticamente. – Mas posso te garantir uma coisa, Sra. Sylvester, andei pensando bastante sobre sua proposta... De me ajudar a conquistar Rachel.

Os olhos de Sue brilharam repentinamente.

– É mesmo? Hm... E posso saber se tomou uma decisão sobre?

– Tomei. – Quinn deu um longo suspiro, brincando com os próprios dedos pousados em seu colo. – Não quero sua ajuda. Digo... Eu gosto de Rachel, treinadora. Eu-Eu realmente gosto. – Sua postura séria se desmanchou, dando lugar a uma Fabray um tanto quanto hesitante. – Sei que poderíamos ser aliadas e que somos um bom time. Sei também que Santana é de grande ajuda. O que mais, além de duas vadias extremamente teimosas, eu precisaria afinal? – Riu fraco.

– Então, qual é o problema? Se pudéssemos trabalhar juntas em métodos para tirar logo o Free Willy do caminho de Rachel e em você conquista-la aposto que resolveríamos tudo em semanas. – Argumentou a mulher. – Não seja estúpida, Q. Pouparíamos tanto serviço se nos juntássemos; você nem teria que ralar tanto essa sua bunda branca e macia.

A loira revirou os olhos.

– Eu sei! Eu juro que sei como seria fantasticamente mais simples se eu me aliasse a você novamente. – Falou. – Foi por causa daquele contrato idiota que eu me meti nisso, lembra? Você manipulou todo mundo e apesar de horrível, você quase conseguiu realizar Faberry, mas...

– Mas?

– Mas você me fez muito mal, treinadora. – Lembrou, com uma pontada de ódio no tom de sua voz. – Você tem ideia de como é ser humilhada daquela forma? Estaria tudo bem se as fofocas ficassem apenas nos corredores do McKinley; eu superaria. Mas não! Você fez questão de enviar aquelas coisas pros meus pais e me fazer se sentir um lixo e isso não era nem na época em que eu realmente estava gostando de Rachel! Eram mentiras e você fez meus pais me odiarem. Isso é imperdoável.

– Sinto muito, Q. Eu estava desesperada com a lentidão que o plano estava andando. Eu meti os pés pelas mãos e fiz essas coisas sem pensar muito. Fui precipitada, eu admito. – Disse, com uma calmaria quase irritante. – É exatamente o que você ouviu, mocinha. Sue Sylvester admite ter cometido um erro. E olha que eu não falo isso desde o dia que aceitei gravar um remake de Physical junto com a Olivia Newton John.

– V-Você conheceu Olivia Newton John? – Questionou a jovem, claramente surpresa com tal fato e então Sue balançou a cabeça positivamente; com uma expressão que mesclava arrependimento e soberba.

– Conheci. Mas foi horrível! – Confessou. – Digo, ela é uma mulher maravilhosa, mas o clipe não ficou muito bom. Ficou meio... Horroroso, eu diria, no ápice da minha delicadeza.

– Então você deve entender o que estou passando, certo? Ou pelo menos conseguir se imaginar no meu lugar! Você me destruiu pra minha família com aquelas fotos e eles não têm um pingo de respeito por mim por causa daquilo, da mesma forma ninguém mais lhe respeitaria se visse esse maldito clipe que você tanto tem vergonha. – Disse, tentando convencer a treinadora que a ausência de uma possível aliança era o melhor para todo aquele drama.

– É... Você apresentou um bom ponto, Q. – Admitiu Sue Sylvester. - Se aquele vídeo vazasse... Seria uma tragédia para minha imagem.

– Mas ainda assim, ninguém nunca viu seu vídeo. Você não faz ideia do que eu passei, não importa. Eu fui a única prejudicada nisso tudo. – Completou, dando um longo suspiro. – Não posso me aliar a alguém que nem ao menos confio. – E decretando isso a garota loira de curvas invejáveis se levantou da cadeira e saiu do gabinete.

[...]

Maribel Lopez estava sozinha em casa, uma vez que o marido ainda estava no trabalho e as duas belas jovens garotas que moravam ali estavam no colégio. A mulher já havia cuidado das plantas no jardim e terminado um livro que há muito tempo havia dado início – mal podia acreditar que finalmente tivera uma pausa pra finalizar a leitura.

Passavam das uma e meia quando a calmaria que emanava por todos os cômodos fora interrompida pelo barulho estridente da campainha. A mãe de Santana levantou-se da poltrona que ficava na biblioteca improvisada da casa e rumara até a porta, almejando que não fosse mais um daqueles estúpidos ninõs que apertavam a campainha e desapareciam às pressas do local.

Quando viu a silhueta de um corpo magro e miúdo do outro lado da porta pela fresta de uma das janelas sentiu-se aliviada; se a sorte estivesse ao seu favor não seria uma revendedora de velas com aroma na sua entrada.

Ao abrir a porta deparou-se com uma mulher loira, que prendia os fios num coque alto. Ela usava um casaco fino de lã amarelo-creme e uma saia de mesma cor, e aparentava estar na faixa dos quarenta e poucos anos. Não possuía entre os braços nenhuma bugiganga e nenhuma bíblia, apenas uma bolsa razoavelmente pequena.

Os lábios pintados de rosa bebê e a forma que a mulher a olhava, contudo, lhe eram familiares – como se lhe lembrasse de alguém ou algo do tipo. As duas se encararam por alguns breves segundos, suficientes para uma analisar a outra.

– Boa tarde. O que posso ajudar? – Maribel questionou dando um sorriso amigável.

– Boa tarde. – A mulher loira estendeu a mão e logo foi correspondida. – Aqui é a casa de Santana Lopez?

– Sim, é. – Assentiu receosa. – Ai, meu Deus... O que mi pequeña aprontou dessa vez?

– Não! Ela não aprontou nada! – Negou prontamente, dando uma risadinha fraca e discreta logo em seguida. – Informei-me com uns colegas dela e descobri que vocês estavam acolhendo outra garota aqui. Quinn Fabray?

– Ah, sim, sim. Você é...?

– É que eu estava p... – De repente ela interrompeu a si mesma, como se tivesse recordado de algo importante. – Que falta de educação a minha, nem me apresentei! Perdão. Sou Judy Fabray, mãe de Quinnie.

[...]

Quinn andava pensando muito no que havia dito para Sue Slvester, e esperava estar certa sobre aquilo. Não acreditava que a mulher iria desistir de juntar Rachel e ela, mas pelo menos sabia que não estava entrelaçada ao jogo sujo da treinadora.

Ainda assim ela sentia uma pontada de arrependimento e, às vezes, começava a refletir se o “jogo sujo” de Sue não era melhor do que nada, ou se com ela por perto, pelo menos, a mulher deixaria de fazer coisas absurdas e seria mais do tipo “conselheira” do que “ah-tome-esses-ingressos-pra-ficar-presa-numa-roda-gigante-hoje-à-noite”.

Talvez se aliar a Sylvester para reconquistar Berry fosse de grande utilidade – e estava quase certa que seria -, mas como ela mesma dissera: não confiava na treinadora para tal aliança se concretizar.

Sue lhe fizera passar por situações humilhantes e nunca movera um dedo para se redimir por tal coisa. Ela não sabia como fora a sensação de todos lhe olharem com desdém e deboche. Por mais que se juntar à mulher soasse uma boa ideia ela ainda estava hesitante demais quanto ao caráter da treinadora.

– Ei, Quinn. – Noah Puckerman e Mike Chang brotaram ao lado da líder de torcida, lhe assustando em um primeiro momento. O garoto de moicano segurava um celular em mãos enquanto o asiático continha o riso.

– O que houve? – A loira perguntou; a curiosidade tomando conta dela cada vez que notava os olhares zombeteiros dos jovens. – Vamos, diga logo! Não tenho todo tempo do mundo, Puck. É algo sobre mim? – Arregalou os olhos enquanto milhões de pensamentos passavam por sua mente.

– Não é nada sobre você. – Esclareceu Chang.

– É sobre Sue Sylvester. – Respondeu o outro, prontamente. Apontou para a tela do celular e então apertou o play. – Não acredito que você ainda não viu. É o vídeo do século!

Na tela do aparelho de Puck estava um vídeo da treinadora Sylvester cercada de homens extremamente sarados que realizavam milhares de exercícios físicos, e melhor: ao lado de Olivia Newton John, ao som de Physical.

Ai meu Deus! Era o tal clipe do qual Sue havia comentado com ela mais cedo naquele dia e era, de fato, bem... Peculiar.

– Quem espalhou isso? – Perguntou, tentando segurar a risada. – É tão ridículo.

– Ninguém sabe... Apenas está aí. – O mais alto deu de ombros e então os dois amigos desapareceram em meio à multidão que cochichava loucamente pelos corredores, e Quinn jurava ter ouvido o nome Sue Sylvester pelo menos cinco vezes no último minuto.

De repente, as pessoas se afastaram e se abriram feito o Mar Vermelho. A expressão de deboche, contudo, foi ainda mais visível no rosto de cada um daqueles jovens. Fabray, entretanto, permaneceu parada no meio do corredor, esperando ver o motivo de tamanho alvoroço.

E não era pra menos: Sue Sylvester passava pelos estudantes em passos lentos, mantendo a postura rigorosa enquanto tentava arduamente não empurrar nenhum contra o armário ou derrubar seus materiais no piso. Não demorara muito, entretanto, para Quinn Fabray perceber que a treinadora das Cheerios caminhava em sua direção.

A mais jovem engoliu em seco nervosamente quando Sue lhe olhou da cabeça aos pés, dando um sorrisinho bizarramente amigável em seguida.

– Não tenho nada a ver com o vídeo que todos andam comentando, treinadora. – Disse, antes que a mulher tivesse a oportunidade de abrir a boca para falar. – Juro.

– Eu sei. Porque fui eu que fiz isso, Barbie. – Respondeu, baixo o suficiente para os outros não ouvirem. – Agora eu estou tão no fundo do poço quanto você esteve. Sei que pode parecer fútil, mas a forma que esses perdedores estão me olhando está me afetando mais do que parece, mas bem... Em nome de Faberry, por que não fazer um sacrifício?

– Você realmente fez isso pra reconquistar minha confiança? – Ela levantou as sobrancelhas, ainda extremamente surpresa. – Uau. – Sue Sylvester havia se humilhado daquela forma por... Ela? Aquilo sim era algo para se orgulhar.

– Tire essa expressão de metida do seu rosto, Q. – Ordenou. – Temos muito trabalho a fazer, se você topar... Afinal, estamos quites agora.

– É, até que foi um pouquinho gentil da sua parte.

Talvez Quinn Fabray agora estivesse começando a cogitar repensar a proposta da treinadora das Cheerios.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam da atitude de Sue? É claro que não foi num nível tão emocional e horrível quanto o que a Quinnie passou, mas vindo de alguém como ela é até uma atitude válida, né? E o que acham que vai acontecer quando Q ver Judy? E essa Rachel que ainda não tomou vergonha na cara de ligar pra Fabray?
Enfim, a gente se vê por aí em algum dia dessa ou da outra semana! Beijão *-*
Meu twitter @in_LAmach1ne pra vocês me darem uma bronca se eu atrasar o capítulo ou simplesmente falarem comigo. ♥