Simplesmente aconteceu escrita por Lorena


Capítulo 25
Preocupações


Notas iniciais do capítulo

Voltei, muito obrigada pelos comentários! Espero que gostem!



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Me desespero ao ver a quantidade de sangue que vai se acumulando em minha cama, segundos se tornam horas, o pensamento de eu posso estar perdendo minha filha neste exato momento me destrói, não tenho lágrimas que simbolizem a dor física e emocional que sinto ao mesmo tempo. Peeta chega em minha casa desesperado, gritando pelo meu nome e quando chega em meu quarto a expressão dele é de pura dor, ele se movimenta rápido e com o maior cuidado me leva até o carro, passo o caminho inteiro chorando, por mas que o sangue já tenha parado de sair, a dor continua em tal escala que se torna impossível de explicar, ouso balbucios de Peeta, porém, não consigo decifrar nenhum. Chegamos ao hospital relativamente rápido e meu atendimento é imediato.

Passo por uma tonelada de exames, porém, ninguém me afirma se estou bem e muito menos se minha filha ainda corre risco, só tenho certeza de que ela ainda está aqui, o que me faz ficar mais calma.

Tempos depois um médico vem me atender e começa a me explicar o que ocorreu

– Katniss, você teve um grande deslocamento na placenta, é uma eventualidade grave, que poderia ter causado um aborto espontâneo caso o atendimento não fosse feito rapidamente. – Essas palavras me atingem como um tiro

– Mas agora está tudo certo, né Doutor? – Peeta pergunta preocupado

– Não posso dizer com cem por cento de certeza que sim, mas como as contrações uterinas já cessaram, o risco para o momento é praticamente zero! – Isso me deixa um tanto aliviada, mas não como eu gostaria de estar.

– Eu já vou poder ir para a casa? – Pergunto

– Infelizmente não, como a hemorragia foi em grande escala, é melhor a sua permanência no hospital por duas semanas, caso não ocorra mais nada. O deslocamento na placenta pode acarretar em um nascimento prematuro. – Ele fala e eu me sinto péssima

– O que ocasionou isto? – Pergunto

– Foi constatado em seus exames a pré-eclâmpsia, que no seu caso, justifica o aumento da sua pressão arterial, como em seu último exame nada foi constatado, ela está evoluindo lentamente, o que é bom, porém se você tiver qualquer deslocamento futuro teremos de fazer um parto de emergência. A pré-eclâmpsia pode ocasionar o mau crescimento do bebê, até agora posso dizer que você teve sorte pois ele está no tamanho ideal. – A cada palavra que escuto vou ficando pior

– Terei de receitar uma nova dieta para você, além de repouso absoluto depois de sua alta, o açúcar e o sal estão restritos. Sua pressão arterial terá de ser medida ao menos quatro vezes a semana. Como você está de 24 semanas seria muito arriscado um parto imediato, mas se não tivermos alternativa ele será necessário. O ideal, mas nem tanto seria se conseguíssemos te tratar por mais um mês, o que seria o mais adequado já que estaria com 28 semanas. – Escuto tudo com muita atenção, e o desespero toma conta de todo o meu ser

– Agora você precisará descansar, qualquer mal-estar deve ser notificado imediatamente, tudo bem? – Ele pergunta e eu e Peeta assentimos e então ele sai

Ficamos calados por um bom tempo, apenas encarando um ao outro, é claro tanto na minha cara quanto na dele a preocupação. Ele se deita ao meu lado na cama e eu me aconchego em seu peito, assim durmo rapidamente com ele fazendo cafuné em minha cabeça.

Quando acordo, ele não está mais do meu lado, olho em meu celular que indica ser 8:30 da manhã e no mesmo segundo alguém bate na porta, peço para entrar e surge uma enfermeira segurando uma bandeja, que suponho ser meu café da manhã. Ela me cumprimenta, faz perguntas rotineiras e por fim me dá alguns medicamentos e mede minha pressão, me deixando sozinha novamente, só com aquela comida sem graça. Acabo comendo tudo visando exclusivamente o bem da minha menina. Minutos depois Peeta chega.

– Bom dia, está melhor? – Ele pergunta e eu assinto

– Onde estava? – Pergunto

– Ligando para seu pai, avisando sobre o ocorrido, ele vai vir mais tarde – Peeta avisa

– Que bom, também vou mandar uma mensagem para as meninas. – Digo já pegando meu celular.

– Será que eles deixam eu visitar a minha mãe? – Pergunto, estou tão ansiosa para falar com ela novamente.

– Provavelmente, quer que eu vá perguntar?

– Por favor!

Enquanto ele sai para conversar com o médico fico conversando com meu pai e minhas amigas, todos muito preocupados, mas não reclamo, nunca nem passou pela minha cabeça receber tal atenção de meu pai.

Peeta chega minutos depois e fala que minha visita será permitida, porém mais tarde. Fico feliz com a notícia, só espero que minha mãe fique feliz com a novidade.

Passado horas de tédio naquele quarto, finalmente uma enfermeira aparece para me levar de cadeira de rodas ao encontro de minha mãe, Peeta me acompanha, tão nervoso quanto eu. Chegando na porta decido entrar sozinha primeiro e depois, caso minha mãe queira o conhecer eu o chamo.

Entro na sala e ao me ver, a expressão estampada no rosto de minha mãe é indescritível, assim como a minha felicidade, por conta da cadeira de rodas é impossível que eu corra e a abrace do jeito que eu quero, mas a enfermeira me posiciona bem ao seu lado e sai, nos deixando sozinhas.

– Filha, eu não acredito, grávida? – Ela fala em um tom de preocupação e animação ao mesmo tempo

– Pois é, mãe! Eu estava com tantas saudades! – Falo segurando sua mão

– Eu nem sei o que falar, como isso aconteceu? E porque você está nessa cadeira de rodas?

– Nossa, são tantas coisas para contar, não sei nem por onde começar...

– Talvez do começo, não?

– Claro, bom eu descobri que estava grávida no mesmo dia da sua internação, agora já estou com seis meses... Ontem tive um sangramento e fui diagnosticada com pré-eclâmpsia, mas agora já está tudo certo. – Digo e ela começa a chorar

– Meu Deus, como tudo isso? E o pai dessa criança? – Ela pergunta curiosa e eu aliviada por estar indo tudo bem

– Ele está ai fora, gostaria de conhecer?

– Claro, mas antes posso te fazer uma pergunta?

– Claro.

– Você está feliz?

– Mais do que nunca!

– Então eu também estou! – Não pensava que seria tão fácil, receber o apoio dela, mesmo que tardio, é ótimo!

Chamo Peeta e ele entra todo apreensivo no quarto.

– Bom dia, senhora Everdeen. Sou Peeta Mellark – Ele fala todo sério e eu me seguro para não rir

– Bom dia, simpático você. – Minha mãe fala e vejo que ele se acalma mais

– Obrigado, como a senhora está?

– Bem, obrigada!

Depois das formalidades eles engajaram em uma longa conversa, minha mãe amou Peeta, amou a novidade de que vai ter uma neta e eu finalmente senti que tudo ficaria bem novamente. Ter minha mãe de volta é maravilhoso, e é melhor ainda sentir que ela vai voltar a ficar comigo, voltar a me dar atenção que eu sentia falta a tanto tempo.


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Notas finais do capítulo

Será que tudo ficará bem novamente?