As coisas continuaram tranquilas no dia seguinte, eu estava estressada a toa; Devia saber que Noah não tem noção e se esfrega em qualquer uma, não que eu seja qualquer uma longe disso, mas dessa vez sobrou pra mim. Definitivamente não foi nada.

Hoje ele já se alojou cedo em minha casa e estava me aporrinhando até agora. Sábado era o dia da gordice então pedimos pizza , na verdade muitas pizzas, e como Noah já estava aqui não tive como expulsa-lo, bem que eu tentei mas não teve jeito, então ele ficou tomando minhas cervejas .

Não posso ser injusta ele que comprou as latinhas, mas por estar no meu apartamento considero sendo minhas.

Estamos assistindo uma maratona de filmes de terror, na verdade estamos mais para críticos de cinema do que fãs porque não calamos a boca e só colocamos defeito nas cenas.

Quem na vida real depois de ouvir um barulho suspeito corre pra ver o que é? Obvio que eu não, nem pessoas em sã consciência. Só em filmes isso acontece. Na vida real agente se esconde embaixo das cobertas e defeca de medo.

— Com certeza não fazem mais filmes como os de antigamente, O Iluminado, Psicose, Laranja mecânica. — eu dizia de boca cheia.

Esses clássicos até hoje me encantam e me surpreendem mesmo eu já tendo assistido varias vezes. O único que eu não tenho nenhuma vontade de assistir é o exorcista. Serio aquela menina descendo da escada como um ET não me agrada muito.

— Engole primeiro Hall. — Disse Noah fazendo uma careta para meus maus modos.

— Estou no meu apartamento, então como do jeito que eu quiser! — Só pra provocar abri a boca e mostrei a massa mastigada pra ele.

Ele fez uma careta e me chamou de porca, mas no fundo sabia que estava rindo.

— Tem muitos filmes atuais bons também. — Disse Alice defendendo o gênero que tanto ama.

— Concordo, mas tem muita bosta também.

— Tenho que concordar com a megera. Todo mundo esperando por Annabelle, e no final foi uma bosta até o Chuck da mais medo.

— Chuck é foda, um clássico.

— E você morre de medo. — Disse Noah rindo da minha cara.

Sim eu me cagava de medo do boneco assassino, mas quem não tem medo de um boneco que te estripa com uma faca? Se não é o seu caso você tem sérios problemas.

— Não nego tenho mesmo, odeio bonecos, ursos e afins. Tudo por causa do Chuck! — Dei um tremelique apenas para enfatizar minha aversão a brinquedos.

Quando pequena logo depois de assistir o filme do Chuck fiz minha mãe jogar fora todas minhas bonecas e ursos porque eu tinha certeza que vi um dos meus brinquedos piscando pra mim. Nunca mais tive nenhum brinquedo na minha casa.

Interrompendo minha divagação comecei a observar Noah, o desgraço estava comendo a pizza que eu pedi enquanto a sua de queijo com queijo estava lá inteirinha. Ele sempre fazia isso.

— Ei, coma sua pizza, você esta detonando a minha. — Disse brigando com o poço sem fundo ao me lado.

— Estamos dividindo Taylor, para de ser egoísta.

— Dividindo sim, não monopolizando. Você pede quatro queijos que é uma pizza sem gosto, sem cor, sem nada de especial assim como você, e depois vem roubar a minha super saborosa de estrogonofe. Poupe-me!

Eu apontava o dedo e o olhava da forma mais ameaçadora possível. Comida pra mim é coisa seria.

Ele já estava se inflando como um pavão, pronto pra me responder e começar a guerra, mas Ali se intrometeu cortando a diversão.

— Já chega! Vocês não conseguem conviver em paz? Só fiquem de boa Ok. Mesmo contrariados calamos a boca e assistimos o resto do filme quase em silencio e depois que acabou ficamos jogando conversa fora.

— Então Aline cadê o Senhor Perfeição? Achei que ele fosse comer com a gente hoje. — perguntou Noah, distraidamente alisando o estomago estufado depois de dez pedaços de pizza.

Ali que estava jogada no chão junto comigo se iluminou na hora, falar de Jesse era seu assunto preferido.

— Ele teve plantão hoje, mas queria muito estar aqui. Ela disse sonhadoramente.

Jesse Leonard, era medico recém formado e trabalha no Hospital Mount Sinai um dos maiores de Nova York. Eles se conheceram no ensino médio e estão juntos desde então, agora estão planejando morar juntos e eu estou muito feliz pelos dois.

Jesse é o tipo de cara perfeito. Lindo, inteligente, educado e muito apaixonado . Ele tem vinte e cinco anos 1,89 de altura, lindos olhos verdes, ombros largos e muita paciência, porque para aturar Aline e seus ataques de ciúme só tendo nervos de aço. Até eu às vezes tenho vontade de dar uns tapas nela quando ela banca a doida.

Então eu me pergunto, por que Deus não multiplica o Jesse? Não que o Brian fosse um mal namorado, mas estava longe de ser um príncipe encantado.

Como diz o ditado a grama do vizinho sempre é mais verde!

– Já posso vomitar arco-íris?

Noah disse fazendo uma careta engraçada.

— Insensível. — Disse apesar de estar rindo de suas gracinhas. — Você não entende porque é um posso de testosterona sem coração.

— Não sou insensível só não sou meloso como vocês.

— Não é meloso, não é fiel, não é companheiro e vários outras coisas. Mas já estamos acostumadas com isso, nós e todas as mulheres de Nova York. Agora levanta essa bunda gorda do sofá e vem me ajudar com essa bagunça. — Disse apontado para ele.

— Não, isso significa que eu não sou uma bichinha . E porque você não chama a Ali?

Revirei os olhos.

— Porque ela é visita. Disse o obvio.

— Eu sou visita! — Ela disse afirmando o que eu já tinha dito.

— Eu também sou!

— Não você é penetra, ninguém te chamou você entrou e nunca mais foi embora.

Ali riu e ele só me mostrou o dedo.

— Muito adulto.

— Isso zoem com a cara do menino aqui, alem de perder em quantidade ainda sofro bullying constantemente.

Como é chorão.

— Cala a boca e vem me ajudar logo. — Disse não dando trela para seu chororo.

Depois de tudo organizado, expulsamos Noah do meu apartamento, devo ressaltar que usamos força ou melhor a vassoura mas no final ele foi embora. Aline ia dormir comigo e não queríamos ele enchendo o saco.

— Nossa não aguento mais o Noah, ele não sai daqui, não desgruda, serio to de saco cheio.

Disse me jogando no sofá e com a cabeça no colo de Ali. Meu sofrimento por conta desse chato nunca termina.

— Começou.

Ela disse enquanto passava a mão no meu cabelo.

— O que? Perguntei não entendendo seu tom.

— Você fala do Noah o tempo todo Tay! Reclama o tempo todo, ele não pode ser tão ruim assim!

— Claro não é você que tem que conviver 24 hrs com ele, não é você que tem que aturar ele assaltando sua geladeira usando seu banheiro, acabando com sua privacidade. Se gosta tanto leva pra casa.

Disse bufando logo em seguida.

— Serio mesmo? — Disse arqueando uma sobrancelha.

Comecei a pensar em tudo o que ele faz e tirei a conclusão de que ele é um pé no meu saco. Só me irrita, faz de tudo para me provocar e me perturba sempre que pode.

Então sim ele é irritante e me tira do serio.

— Pode Ali, ele pode ser muito pior que ruim, você já teria matado ele se estivesse no meu lugar eu tenho certeza!

— E como você aguenta? Ela indagou.

— Não aguento, mas não tenho alternativa, não tenho como sair daqui.

Eu até posso estar exagerando um pouco , ele podia ser bem legal as vezes mas isso não mudava o fato de que ele era um babaca 99% do tempo.