Água e Óleo escrita por NessaH


Capítulo 2
Capitulo 1


Notas iniciais do capítulo

Boa noite pessoinhas !!

Eu iria aparecer aqui só no domingo, mas fiquei o dia inteiro me coçando para postar mais e mais então ai vai mais um capitulo! Estou adorando essa experiencia, espero que vcs gostem da leitura !

=)



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O local estava quente, quase insuportável. Talvez o ar condicionado estivesse estragado ou fosse à bebida fazendo efeito em meu corpo, eu vou pela segunda opção é muito difícil uma boate dessas tão caras não funcionar 100% bem. Os vários corpos amontoados também contribuem, todos dançam e curtem como se não houvesse amanhã. Eu estava tonta, cansada, suada, meu cabelo grudava em minha nuca eu só queria ir pra casa, mas antes tinha que encontrar esse menino.

Eu nunca tive muita vocação para babá, isso é um fato em minha vida! Quando eu tinha quinze anos minha mãe teve a brilhante ideia de que eu cuida-se dos filhos da vizinha por uma noite, Joyce era uma mulher de trinta e poucos anos que adorava dar uma fugidinha com o marido para manter a chama acessa e com duas coisinhas de cinco anos atrás de você fica impossível. Por esse motivo “eu iria cuidar’’ desses ‘‘ anjinhos.

Nos primeiros minutos sozinha com eles descobri que eram duas pestes loucas e sádicas. Sim crianças podem ser sádicas, psicopatas e sem coração. Foi só a mamãe virar as costas que eles me atacaram e transformaram minha noite em um inferno. Eu só tinha que ficar com eles por três horas, mas depois de dez minutos eu já não aguentava mais. Eles corriam, gritavam, pulavam, quebravam coisas em mim — eu tentei — a todo custo conversar, fazer suborno, ser legal, mas não rolou. Então fiz a única coisa que estava ao meu alcance.

Amarrei os dois nas cadeiras da cozinha com fita adesiva e não pense que foi fácil. Mas no final eu venci!

Paciência nunca foi uma das minhas virtudes.

Claro que depois disso minha reputação como babá foi para o brejo, e eu não podia ter ficado mais feliz, já minha mãe não ficou muito satisfeita. Problema dela!

Então quando Noah me pediu para ficar de olho nele eu sabia que não ia prestar. Eu não cuidava nem de mim imagina de outra pessoa. Então é fato que eu o perdi em segundos.

Ele me pediu para levá-lo cedo para casa pois tinha algum compromisso com seu papi podre de rico,eu relutei pois sabia que não ia prestar, Noah se " perde" muito fácil, basta um rabo de saia passar e puf ele desaparece! E eu não ficaria que nem uma trouxa correndo atrás dele a noite inteira.

Eu estava a horas procurando o infeliz, Aline já tinha ido embora com Jesse seu noivo, e eu fiquei sozinha! Mas bem feito pra mim que concordei em vir nessa boate e ainda de carona com ele, eu não conseguiria um táxi agora nem com macumba.

Você deve se perguntar como conheci esse encosto, e eu te digo que foi tudo culpa da Aline.

Se por um lado quando cheguei à Nova York tive o maior azar e não conseguia encontrar um lugar decente, diga-se ( barato ) para morar, por outro lado no primeiro mês descolei um estágio na Model Magazine que é uma das maiores revistas de moda New York. Eu fazia um pouco de tudo desde servir cafezinho nas reuniões até bancar uma de assistente para o pessoal. Mas eu não podia reclamar, sendo meu primeiro emprego o salário era bom e a carga horária não muito puxada.

Aline trabalhava no setor de moda e foi lá que nos conhecemos, um dia acabei derramando café na blusa dela e já me preparava para a bronca. Mas ela foi muito gentil e não deu muito importância para o ocorrido, a ajudei a se limpar e desde então nos aproximamos muito, hoje seis meses depois somos amigas e ela foi essencial para que eu continuasse em frente.

Eu morava em Tyler uma cidade localizada no Texas junto com meus pais, e meu sonho sempre foi fazer jornalismo, consegui entrar na Universidade Columbia umas das mais respeitadas nos EUA e foi assim que eu vim parar na cidade que nunca dorme.

Tive muitos perrengues no começo, minha maior dificuldade foi encontrar um apartamento barato e habitável, mas foi quase impossível, em vários momentos entrei em total desespero, eu não conseguia encontrar nada que coubesse no meu orçamento e pedir dinheiro para meus pais ou para Brian meu namorado estava fora de cogitação. Até que Aline me falou de um apartamento barato e bem aconchegante. Como não estava em condições de negar nada fui até o tal edifício rezando para que não fosse mais uma das muitas furadas em que eu tinha me metido, eu já não aguentava mais morar em albergues.

Mas graças a Deus o lugar era morável. O edifício assim como o apartamento era pequeno apenas quatro apartamentos. Tinha dois quartos ou um e 1/3, porque no segundo cabia apenas uma cama de solteiro e nada mais. A cozinha era americana sendo ligada com a sala, com um banheiro minimo e uma varanda que para minha alegria ficava de frente para um pequeno parque ali próximo.

Foi amor à primeira vista!

Para não perder a oportunidade logo falei com o proprietário e o apartamento era meu. E onde Noah entra nisso? Ele era o dono do edifício e meu vizinho, seu apartamento ficava de frente para o meu. Aline nos apresentou e desde então ele nunca mais desgrudou de mim.

Noah era um mimadinho filhinho de papai que perdeu todas as regalias porque não queria trabalhar com seus vinte e seis aninhos. O pai de Noah é Josef Collins um dos maiores empresários de Nova York, dono de muitas redes de hotéis, mas que cansou de sustentar o vagabundo.

O cara era um preguiçoso de carteirinha, que coçava o dia inteiro, só não morria de fome porque sua mamãe com dó do primogênito lhe deu esse edifico e o doido vivia dos aluguéis. Tirando os mimos que ela dava pra ele escondido do marido. Noah foi para a faculdade se formou em administração de empresas, tudo por livre e espontânea pressão, mas se recusa a trabalhar na empresa da família, seu pai surta pois ele é filho único e herdeiro do império, mas Noah apenas faz algumas visitas quando Sr. Collins insiste muito, o que significa que ele foi muito bem recompensado pelo " sacrifício" .

Noah então vive mais no meu apartamento do que no seu, o que me irrita muito. Mesmo o expulsando, sempre o encontrava esparramado no meu sofá, o maldito tinha uma cópia da minha chave. Quando ameacei processá-lo ele rolou os olhos e foi fuçar minha geladeira ignorando totalmente minhas reclamações.

Meu namorado Brian jamais poderia saber que eu tinha um homem diariamente na minha casa, que tinha a chave da porta e me perseguia todo o tempo. Ele surtaria, sempre teve um ciúme bobo de mim, então por esse motivo nos seis meses em que eu morava ali nunca citei Noah em nossas conversas.

Enfim, passei a noite ligando pra ele, pra saber onde se meteu, a boate estava lotada e eu nunca ia encontrá-lo, já tinha perdido a conta de quantos caras tinham chegado a mim e estava de saco cheio. Será que é difícil entender quando uma mulher diz não!

Eu não era muito de sair mais depois da intervenção de Aline e Noah para que eu me enturma-se não tive como recusar. Noah adora dizer que sou antissocial, o que é verdade, mas também é por respeito a Brian, eu no lugar dele não gostaria que ficasse indo em boates sem mim. Eu não fazia nada de errado, mas sei que é uma sacanagem com ele. E agora estou totalmente arrependida , começando por esse tubinho branco que Ali me obrigou a vestir, foi uma péssima ideia.

Não sou dada a falsa modéstia, sei que sou bonita e tenho um corpo atraente, resultado não de uma boa genética, mas sim de varias dietas malucas. Andei por toda a boate, que diga-se de passagem, é gigante! E horas depois encontrei o folgado. Estava em uma área reservada com uma ruiva praticamente nua em seu colo.

Noah sempre Noah.

Passei pelo segurança do local e ele não me barrou sorte dele ou eu faria um barraco e ainda acabava com sua cara. Fui até o casal e parei na frente deles com as mãos na cintura. A cena não podia ser mais nojenta, pareciam duas sanguessugas que estavam se alimentando um do outro, tirando que a ruiva estava praticamente nua! Já falei isso mas é importante dar ênfase na safadeza !

Revirei os olhos. — Finalmente te encontrei você não podia comer essa vadia e outro lugar? Estou te procurando a um tempão.

Eu não devia chamar a menina assim, mas minha irritação falava por mim e que se foda. A ruiva desgrudou a boca do pescoço dele e me olhou com os olhos arregalados e a maior cara de ofendida, Noah apenas me ignorou.

— Olha aqui minha filha vadia é você...

A piranha começou a gritar , apenas ignorei, odeio gente barraqueira. Continuei olhando para os pombinhos, e Noah segurava a garota que tentava pular em mim.

— Se livra disso, te dou cinco minutos no máximo ou vou embora sozinha.

Falei e virei de costas deixando os dois ali naquela putaria. Ainda pude ouvir a garota gritando, mas nem me dei o trabalho de responder, não gasto meu latim com quem não merece. Claro que era uma ameaça sem fundamento pois ele era o dono do carro e estava com a chave , então esperava ele não perceber esse pequeno detalhe.

Os saltos estavam matando meus pés aos poucos, eu só queria ir pra casa e dormir, claro não antes de tomar um banho. Fui até o bar e fiquei esperando a criatura, alguns minutos depois ele apareceu todo torto e cheio de marcas de batom.

— Você devia se dar ao respeito. Falei o avaliando de cima a baixo.

Noah não tinha concerto, já cansei de vê-lo em posições muito constrangedoras.

— E você devia amolecer esse coração, chamar a menina de vadia Taylor isso não se faz. Ele disse me dando um beijo no rosto.

Fiz uma careta e limpei o local.

— Eca! Já falei pra você não encostar essa boca imunda em mim.

Um sorriso torto dançou em seus lábios.

— Sabe que eu te amo. Falou piscando.

Eu não caio nesse charminho barato, o conheço do avesso todos seus truques suas merdas e estava imune a toda essa porcaria graças a Deus. A única coisa boa de ser amiga dele. Não que Noah fosse feio, pelo contrario ele nasceu com o dom da beleza e do charme. Alto, corpo definido, olhos verdes profundos e um sorriso de matar, tirando a lábia. Seu olhar derrubava filas e filas de mulheres, menos eu. Mesmo que eu fosse solteira jamais ficaria com um cara como ele.

— Otário. Dito isso fui em direção a saída. — E eu te odeio, espero que saiba disso. Ele me abraçou por trás e me levantou do chão. Dei um grito ele me pegou desprevenida.

— Me coloca no chão Collins, se gosta de viver!

Ele gargalhou e me colocou novamente no chão.

— Adoro quando fica irritadinha, o que acontece sempre por sinal.

— Cala a boca. Dei um tapa em sua cabeça.

— Bruta.

— Cachorro.

— Au au.

Tentei controlar, mas acabei rindo de sua idiotice, a batalha já estava perdida. Ele me seguiu e entrou no carro, como eu estava em melhores condições iria dirigir e ele que não ousasse reclamar ou deixava ele ali mesmo.

— Então como era nome daquela ruiva? Pelo menos vão se encontrar outro dia sei lá?

Eu ainda tinha esperanças que Noah encontra-se uma mulher decente e sossegasse o faixo. Mesmo às vezes parecendo impossível tal acontecimento.

Ele se recostou no banco e me olhou de canto.

— Porque pergunta se sabe a resposta! Foi só diversão, ela foi à terceira ou a quarta da noite, não lembro, e não perguntei o nome dela não tive tempo. — Disse descontraído.

— Nojento, isso que você é Noah nojento.

Ele me ignorou e ficamos em silêncio durante algum tempo. Liguei o rádio e Arlandria do Foo Fighters começou a tocar comecei a cantar e logo Noah me acompanhou. Sou apaixonada por rock e Foo Fighters é minha banda favorita, Noah não conhecia, mas como eu sempre escuto ele foi obrigado a gostar e aprender as letras pra cantar comigo. Gritávamos em sincronia com Dave Grohl como dois malucos.

You are not me

Arlandria, Arlandria

You and what army?

Arlandria, Arlandria

Oh, God, you gotta make it stop!

— Adoro essa música. Ele disse quando os últimos acordes tocaram. Seus olhos estavam fechados e sua voz era arrastada.

— Graças a Deus por meu excelente gosto musical. Vi um sorrisinho aparecer no canto dos seus lábios.

— Graças a Deus. Ele disse pegando em minha perna e apertando de leve.

Dei um tapa em sua mão e vi ele sorrir de canto.

— Não vá dormir, não vou arrastar você até sua cama porque seria impossível. Disse de forma autoritária, se eu não tivesse pulso firme só dava merda. — E para de me bolinar!

Sua gargalhada foi alta e exagerada.

— Eu não seria louco de te bolinar, gosto muito do que tenho no meio das pernas. E talvez me arrastar ate a cama não seja tão ruim, você não sabe o que esta perdendo.

Coloquei o dedo na boca simulando vomito e ele riu.

— Nem em seus sonhos babaca.

Ele me mandou um beijo no ar.

Assim que chegamos desci e já fui botando ele pra fora.

— Cai fora malandro, chegamos. — Ele me ignorou.

Fui até a porta do passageiro o expulsando. Ele tinha tirado os sapatos e tinha um braço sobre os olhos.Peguei seus cabelos e o puxei, ele deu um berro por causa da minha agressão.

— Calma sua louca to saindo, não sabia que você tinha ficado tão selvagem.
Sua cara era hilária, um misto de raiva e dor.

— Apenas com quem merece, e você já abusou demais de mim, agora vaza logo porque eu to muito cansada.

Apoie um braço no carro e fiquei esperando o mala sair, ele se arrastava e sei que estava fazendo de propósito. Mas não ia deixa-lo ali bêbado e sozinho eu ainda tinha coração infelizmente.

Assim que ele estava completamente fora do carro dei um chute em sua bunda, Noah se virou e pensei que começaríamos a brigar, mas ao invés disso ele veio em minha direção empurrando meu corpo de encontro ao carro e me prendendo ali. Seu rosto não transparecia nada, eu fiquei o encarando esperando uma resposta.

— Então?

Perguntei quebrando o silêncio, mas mesmo assim ele não disse nada.

— O gato comeu sua língua Noah? Me solta vai. Disse tentando me desvencilhar de seu aperto, mas ele não se moveu um milímetro. Já estava ficando irritada com essas baboseiras, odeio quando Noah fica bêbado.

Ele foi se aproximando e eu coloquei minhas mãos em seu peito, em meus olhos uma pergunta muda. — O que está acontecendo?

Seu hálito bateu em meu pescoço e logo depois seus lábios que estavam quentes como o inferno. Ele beijou o local lentamente me fazendo ficar arrepiada, apertando minha cintura de forma possessiva.

Meu coração parou por um instante.

Estava meio aérea, não conseguia raciocinar então não percebi quando ele afrouxou o aperto em minha cintura e quase não entendi o que ele sussurrou em meu ouvido.

— Obrigado por cuidar de mim, não sei o que eu faria sem você.

Depois beijou minha testa e foi em direção à porta. Eu continuei parada, não entendendo nada.

Eu definitivamente odeio quando Noah fica bêbado.


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Notas finais do capítulo

Então é isso! Estou revisando os próximos capítulos mas logo estarei postando mais !

Bjokas



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