– Taylor cadê a pipoca? Não da pra ver filme se não tem pipoca! – Noah gritou da cozinha, fazendo meus tímpanos estourarem por seus gritos escandalosos.

Dei uma olhada para a cozinha e o vi revirando todos os armários, rolei os olhos. Como ele consegue ser tão folgado?

– Deve estar na sua cozinha, aquela que fica na sua casa. – Falei sendo mais irônica possível.

– Eu não vou fazer pipoca na minha casa sendo que vamos assistir o filme na sua. – Disse como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

– E quem disse que vamos ver algum filme? Eu estou aqui deitadinha lendo meu livro no meu sofazinho, você que apareceu com essa ideia de cinema na casa da Taylor, eu não te convidei, então vaza!

Falei o expulsando descaradamente. Noah parece criança perdida, sempre erra o caminho de casa e acaba aparecendo na minha. Acho que vou fazer um mapa pra ele.

Ignorei seus resmungos e continuei a ler meu livro do Joe Hill.

Estava roendo as unhas, adoro livros de suspense e terror, mas eles são uma praga pra minhas unhas, eu sempre roo tudo de nervosismo.

Estava comendo o livro e até tinha esquecido o traste , mas alegria de pobre não existe.

– Vai fazer a pipoca – falou se jogando no mesmo sofá que eu e me empurrando para se acomodar melhor.

– Vai você! A ideia foi sua e eu nem quero comer. Só quero ler! Será que pode me deixar em paz?

Para variar já estava irritada, Noah tinha esse dom sobre mim.

Se ele entendesse minha linguagem corporal saberia que seria o momento certo para fugir correndo porque eu já estava a ponto de mata-lo.

Mas ele nem me deu atenção! Como eu estava deitada ele empurrou-me mais pra frente e se aconchegou atrás de mim.

– Mas fui eu que fiz a pipoca da última vez. – Disse manhoso. – Nada mais justo que você fazer esse favorzinho Tay! – Reclamou se fazendo de coitado.

– AAAA, que merda Noah! – Gritei. – Você só enche o saco! – Comecei a dar tapas onde conseguia alcançar e ele se protegia com os braços.

— Você invade minha casa, atrapalha minha leitura e ainda quer que eu cozinhe pra você. — com certeza eu estava puta, mas quem disse que ele ligou.

— Olha fazer pipoca não é cozinhar, e a sua é a melhor eu sempre queimo. — Disse ignorando meu ataque de fúria.

Eu mereço!

— Eu estudei e trabalhei o dia inteiro enquanto você só ficou coçando o saco e jogando vídeo game. Sabe concordo com seu pai você tem que começar a trabalhar e parar de ser folgado.

Falei pegando em seu ponto fraco, mas ele como sempre fingiu que não me escutar e apenas rolou os olhos.

— Você é minha amiga, o destino nos escolheu e juntou nossas vidas. Então não reclama e vai logo gracinha. Não se deve reclamar do destino!

Ele dizia fazendo gestos com as mãos para o alto como um perfeito maluco.

Quem diz que as mulheres são rainhas do drama não conhece Noah Collins.

Inspirei fundo e fui pra cozinha. Não adiantava discutir a batalha já estava perdida, para minha infelicidade.