Give Me Love escrita por Lari


Capítulo 25
Glitter


Notas iniciais do capítulo

Inhai



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“-Você é um idiota, Scorpius – Rose sorriu, seus olhos brilhando para o amigo. – Como se a Adivinhação pudesse prever realmente alguma coisa importante – ela revirou os olhos – quanto mais que você vai ser o melhor apanhador do mundo – e riu com a constatação.

Scorpius sorria, andando atrás dela, que seguia caminhando de costas para o caminho e de frente para ele, os dois estavam seguindo para a aula de Trato das Criaturas Mágicas, perto da Floresta Proibida. Os cabelos compridos e ruivos de Rose esvoaçavam com o vento, vinham em direção a ele, e ela tinha que, a todo o momento, coloca-lo de volta no lugar, e Scorpius adorava ver a luta sem fim que isso gerava, pois o vento sempre voltava e o desarrumava segundos depois.

—Está dizendo que eu não sou importante, Weasley? É isso mesmo o que ouvi? E não se esqueça de que o destino do seu tio foi traçado por uma profecia.

Rose fez uma cara de surpresa ao se lembrar disso, mas não se deixou abalar e parou por um momento, fazendo Scorpius quase se chocar com ela, a ruiva riu com a situação, era incrível como ele podia fazer bem a ela. Colocou suas mãos nos ombros dele e disse, explicando:

—Só porque aconteceu uma vez, Malfoy, não quer dizer que é algo cientificamente comprovado – tinha os mesmos preceitos de sua mãe com relação a algumas coisas, e a Adivinhação era uma delas, Rose sabia ser cética quando decidia. – E é claro que você é importante, só não muito...

Ela deixou a expressão pensativa, ele a olhou fingindo indignação e seus olhos se tornaram duas frestas abertas.

—Vou reavaliar o quão importante você é pra mim também, Srta. Weasley – e deixou-a para trás, andando de frente para a ruiva, que o seguiu, os passos agora mais apressados e a expressão mais confiante ao dizer:

—Sabe que não vive sem mim.

—Tão pretensiosa...

E nesse momento uma figura pequena apareceu atrás de Scorpius, com as mãos em seus olhos para que ele não pudesse ver quem era. Mas ele descobriu, e Rose revirou os olhos e fez cara de nojo para a cena, não se importando se algum deles veria ou não.

—Carol?! – ele disse, e se virou sorrindo e abraçando-a, Rose achou que não ia conseguir segurar o vômito por muito mais tempo.

—Tão lindo – a loira disse dando tapinhas leves no rosto dele. Rose queria sair dali, não aguentava aquelas ceninhas que os dois costumavam fazer, imaginava se isso acontecia apenas perto dela, para que a “ficante” de Scorpius pudesse fazer ciúmes nela, como se os dois ao menos tivessem algo além de amizade...”

—Rose? ROSE? MEU DEUS, em que mundo você tá, garota? – Rose se levantou de súbito, assustada com os gritos de Lily, os olhos sobressaltados em seu rosto, ela realmente estivera em outro mundo, no mundo das memórias. – Eu tô aqui falando sozinha faz dez minutos, quando acho que você tá ouvindo tudo e...

Rose tinha lágrimas nos olhos, ela tentara segurar, mas ver a prima com seu vestido de baile a deixou mais destruída. O vestido tomara-que-caia de cor rosa bebê de Lily a fez se lembrar do seu prateado, e ela imediatamente tornou seu olhar para ele, ainda pendurado atrás da porta de seu quarto, ela sentiu uma lágrima escorrer e a limpou rapidamente.

—Você está linda, Lily – disse, se levantando e escondendo a expressão chorosa. – Emma não vai resistir, muito menos depois de você pedir desculpas...

—Rose – a prima a abraçou, não permitindo que ela dissesse mais nada, mas Rose segurou as lágrimas, não queria chorar e ficar com o rosto inchado, era a noite do baile, mesmo que ela soubesse que provavelmente não iria. – Se troca.

—Oi? – ela a olhou, confusa.

—Se troca, agora. Tem um vestido lindo ali na porta esperando para ser colocado no seu corpo.

—Eu não vou ficar de vela para você Lily, se é isto o que quer...

—Rose Weasley – ela mudou o tom da voz, deixando-a mais séria, Rose soube que ela não estava de brincadeira. – Você vai colocar aquele vestido agora, e eu não vou falar outra vez.

E com essas poucas palavras, Rose foi convencida pela prima a se vestir. Ela colocou o vestido e se impressionou com o caimento dele, que se ajustou perfeitamente em seu corpo.

Quando se olhou no espelho, viu suas costas nuas e se lembrou do toque de Scorpius por elas, tão delicado e gentil, e se viu imaginando se aquela noite suas mãos tocariam as dele, e se tocariam seu corpo ou se as dele tocariam o dela.

A saudade era imensa, eles estavam há dois dias sem trocar uma palavra, apenas olhares furtivos e disfarçados eram lançados um ao outro em momentos nos quais podiam se ver. Rose achava aquilo pior do que uma tortura, era algo que a corroía por dentro e a lembrava de todo o longo tempo que eles ficaram separados um do outro – a pior época de sua vida até ali.

Ela levou as mãos até as alças do vestido e voltou-as para as clavículas, fechando os olhos e se lembrando de cada toque, de cada carinho. Quis pedir desculpas e deixar o orgulho de lado, apenas para poder senti-lo em seus braços novamente, pois a dor de não tê-lo era muita para poder ser suportada.

Mas ela sabia que não devia – ou seu orgulho sabia e a impedia. Sabia que o que ele havia feito era errado e via isso não só como uma falta de respeito ao namoro dos dois, mas também como uma falta de importância com relação aos seus sentimentos. Ou talvez ela só não tivesse entendido direito e apenas tivesse pegado a parte ruim da conversa, como naqueles filmes em que a pessoa só via o que não devia.

Lily prendeu dois pedaços do cabelo da prima, fazendo duas pequenas tranças laterais que se encontravam atrás da cabeça, e o resto do comprido e ondulado cabelo da garota fez o resto para deixa-la ainda mais deslumbrante.

Quando a mais nova começou a maquia-la, Rose não protestou, pensativa demais para interrompê-la. Porém quando ela colocou brilho prateado no pincel, ela se levantou na hora da cama para fugir.

—Senta agora, Rose, pelo amor de Merlin. Você vai brilhar hoje e eu não estou perguntando se quer ou não.

—Você pode até me convencer de algumas coisas, mas não é pra tanto, Lily. Glitter, eu? Nunca e você me conhece!

—E você me conhece, eu sei que não gosta de nada muito extravagante e sei o que estou fazendo. Confia em mim, por favor?

Rose respirou fundo, entortou a boca olhando algumas partículas do brilho fino caindo do pincel para o chão, relutante, sentou-se na cama e esperou, sabia que não adiantaria discutir. Lily sorriu e deu pulinhos, animada.

Ela misturou o brilho com uma cola e passou o pincel pelas clavículas e pelo decote de Rose, o pincel era macio e trazia uma sensação boa no corpo, Lily tinha um sorrisinho em seu rosto. Depois de terminar ali ela voltou-se para o rosto da prima e pensou por um instante, subiu com o pincel no canto do rosto de Rose, indo do canto da testa e descendo até um pouco abaixo das maçãs do rosto dela, fazendo o mesmo do outro lado.

Rose estava com medo de se olhar no espelho, esperando algo exagerado e que ela não gostaria no momento em que visse. Sua reação foi exatamente o contrário do esperado, ela amou o que viu. O brilho era sutil e bonito, elegante até, ela diria. Não era nada estranho ou informação demais, era algo que Rose nunca achou que pudesse ser feito com glitter e muito menos em um corpo.

—Lily...

—É, eu sei – ela sorriu. – Se Scorpius não se derreter ainda mais por você hoje, não sei quando fará isso.

Rose sorriu com o canto da boca com o pensamento de voltar a falar com ele e poder abraça-lo. Esperava que ele viesse, mas havia tomado a decisão de que se aquilo não acontecesse, ela teria que o fazer.


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