Give Me Love escrita por Lari


Capítulo 24
Loira Inconveniente




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—Scorpius? – era Caroline, Scorpius a reconhecia pela voz melodiosa que já tanto estava acostumado a ouvir.

Ele se virou, interrompendo seu trajeto no meio do corredor. Ele esperava encontrar Rose ali, estava fazendo o caminho inverso que ela sempre fazia para chegar à sala comunal da Grifinória. Queria vê-la e dizer o quanto estava ansioso para o dia seguinte, para poder leva-la ao baile e poder dançar com ela até o começo do dia que seguiria, eles estavam tendo tão pouco tempo juntos ultimamente, os dois com muitos trabalhos e lições para fazer, e fora os finais de semana, o maior tempo que passavam um ao lado do outro era nas poucas aulas que partilhavam.

E, ao invés de Rose, sua ex – se é que ela poderia ser chamada assim – era quem havia aparecido primeiro.

—Ei mocinho, não me ignore, por favor. Quer dizer que agora só por que está namorando vai deixar as amigas de lado? Você não era assim, Scorp.

Ela tinha aquele sorriso característico seu no rosto, malicioso e, ao mesmo tempo, com um toque de sedução próprio, pelo qual Scorpius já havia se deixado levar inúmeras vezes, mas que agora não lhe causava mais nenhum tipo de sentimento ou atração.

—Não somos amigos, Caroline, e você sabe disso – ele se afastou à medida que ela tentava tornar a distância entre eles nula.

—É verdade... somos mais que isso, lindinho – ela piscou para ele, sua mão indo parar em seu cabelo já mexendo nele com a intimidade que eles antes possuíam.

—Não, não mais, Caroline... – ele a viu olhar de relance para trás pela segunda vez seguida, tendo ignorado a primeira por ter sido devagar, ele afastou a mão dela de seu cabelo e se virou.

Ele viu Rose ali parada, olhando para os dois com uma expressão de raiva aparente por todo seu corpo. Ele ficou surpreso e depois com medo do que ela havia visto e sobre como havia interpretado aquela cena, não podia perdê-la novamente, droga, Scorpius...

Permaneceu tanto tempo parado que Rose, após ter lançado olhares fulminantes para ambos, se virou e começou a caminhar na direção oposta. Ele despertou da inercia e foi atrás dela, que andava em passos largos e rápidos.

Quando ela o afastou de seu abraço e o dispensou, seu coração doeu e ele não conseguiu fazer mais nada além de olha-la partir, queria pedir para que ela voltasse, queria ir atrás dela novamente, mas tudo o que seu corpo conseguia fazer era ficar onde estava, e ela pedira espaço...

—E então? – era Caroline, sussurrando em seu ouvido, na ponta dos pés para poder alcança-lo.

—Caroline, não – ele colocou-a de volta no chão, segurando-a pelos ombros, olhou-a firmemente. – Não temos mais nada, e quero que respeite meu relacionamento com Rose, nosso trato não se estendia à traição, e ele incluía o respeito ao espaço do outro, que é o que eu te peço agora.

Seu sorriso se transformou gradualmente em uma cara séria, as sobrancelhas levantadas, ela suspirou ao dizer:

—Pobre de você, Scorp, tenho certeza que vai voltar pra mim assim que perceber que a Weasley não é pra você, e eu posso, ou não, estar aqui quando fizer isso, então pense bem. – ela piscou para ele – Mas, por enquanto, vou atender ao seu pedido – e saiu andando sem perder a classe que ela tanto preservava.

***

Alvo estava nervoso. O baile era no dia seguinte e ele ainda não havia tomado a coragem necessária para convidar Bianca. Embora os dois flertassem entre si e estivessem claramente um afim do outro, o medo de Alvo sobre a rejeição havia se tornado grande depois do que acontecera com Rose. Ele sabia, é claro, que não seria assim com todas as garotas, ou pelo menos era o que esperava, mas ainda assim havia se acovardado e, mesmo com os conselhos de Scorpius, não havia a convidado.

Ele estava observando as paredes do dormitório da Sonserina, o dia já estava se tornando noite e tudo no que ele conseguia focar era nas mãos que suavam e na ansiedade que sentia. “Seria eu um covarde?” ele se perguntou, tendo a certeza de que se Scorpius soubesse daquilo, seria exatamente o que diria, e que ele precisava tomar jeito, e provavelmente também o arrastaria até ela para que, de um jeito ou de outro, ele fizesse o que deveria ser feito.

Então, depois de colocar seu tênis e terminar de se vestir, ele saiu do quarto determinado a chegar ao salão principal e ir direto para a mesa da Corvinal para chama-la.

Sua confiança repentina se esvaiu quando ele a viu, sorrindo e conversando com as amigas à mesa, ele se derreteu todo por aqueles cabelos negros e compridos, o sorriso dela, e os profundos olhos castanhos que ela tinha. E então, o medo tomando conta do garoto, ele tomou a iniciativa – a de dar meia volta e desistir.

—Alvo? – era Scorpius, ele tinha uma expressão cansada e triste estampada no rosto, e o moreno imaginou se algo havia acontecido entre ele e Rose. – Onde está indo? Não vai jantar?

—Sem fome...

—Ah... E sobre Bianca, já resolveu o assunto, não é?

—É...

Alvo tinha um sério problema, ele não saber mentir, talvez não fosse realmente um problema tão grande, a não ser nessas horas, nas quais ele precisava desesperadamente dessa habilidade. Não entendia como alguém podia conseguir olhar nos olhos de outra pessoa e dizer mentiras com tanta confiança, mesmo que fosse uma mera mentirinha, ele não era capaz de fazer isso e nunca fora, tanto é que muitas das vezes nas quais levou bronca e ficou de castigo quando era criança, fora por não saber inventar uma desculpa convincente – não por falta de tentativas.

Scorpius arqueou as sobrancelhas e revirou os olhos ao dizer:

—Pelas barbas de Merlin, Alvo Severo Potter! – e ele começou a empurra-lo de volta ao Salão Principal, parou-o na porta e virou o corpo do amigo que, de tão nervoso com a situação, não conseguiu contê-lo. – Eu só vou dizer mais uma vez. Vai. Lá. Agora.

E deu um empurrão nele em direção à mesa da Corvinal. Alvo levantou a cabeça para ver se Bianca havia visto aquela cena e ficou completamente constrangido e com mais falta de coragem quando descobriu que ela o estava olhando. Mas então ela sorriu, um sorriso convidativo e logo depois um gesto com a cabeça para que ele se sentasse na cadeira vazia ao lado dela. E ele foi.

—Olá, Al – ela disse, o sorriso ainda estampado em seu rosto. – Você está bem? Está bem pálido...

—Sim... Estou bem. – ele engoliu em seco, ela olhava para ele com uma expressão preocupada. “É agora ou nunca, Alvo”. — Bia, eu queria saber... Queria saber se você gostaria de ir ao baile amanhã à noite comigo... Quer dizer, se você não ainda tiver convidado sido...

Bianca riu e Alvo ficou ainda mais nervoso, sentiu-se corar, não tinha confiança para aquilo, nem as palavras na ordem certa ele conseguia falar para ela, como é que ela iria querer sair com alguém assim?

—Estava esperando pelo seu convite há dias, senhor Potter, e achei que ele nunca sairia e eu era quem acabaria tendo que te convidar – ela continuava com seu sorriso radiante estampado no rosto, deu um beijo no rosto de Alvo e levou os lábios até seu ouvido, sussurrando. – É claro que sim.

Ele sentiu-se arrepiar da cabeça aos pés, e então ela se afastou dele, a respiração dela saindo de seu pescoço e Alvo sem saber como reagir, apenas lhe dirigiu uma despedida bem esquisita com as mãos, e depois se martirizou por não ter dito mais nada. Já a caminho da mesa da Sonserina, ouviu a voz dela gritar:

—Te encontro aqui em frente amanhã, então.

Ele assentiu, sorrindo, e recebeu o gesto de volta.

Pouco tempo depois de ter se sentado, ainda meio entorpecido com os sorrisos e os gestos de Bianca, só então Alvo foi prestar atenção em Scorpius, que se encontrava extremamente quieto ao seu lado, sem nem ao menos fazer uma gracinha com relação ao que havia acontecido, o que ele achou muito estranho de sua parte.

Quando viu para onde os olhares de Scorpius se voltavam, ele entendeu. Ele e Rose estavam trocando olhares tristes e furtivos um para o outro, cada um de um lado do Salão, ambos desviando o olhar quando viam o outro também olhando ao mesmo tempo. Ele se perguntou o que – mais uma vez – havia acontecido para separá-los novamente.


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