Sofia

Eu acordei assustada, Helena estava me balançando freneticamente. Eu pensando que era algo importante me levantei rapidamente, o sol ainda não havia surgido, mas já eram o que? cinco da manhã? provavelmente.

– Vá tomar banho logo, depois...quero falar com você! - Exigiu Helena, ela parecia ansiosa. Por isso fiz o que ela mandou, tomei banho e assim que sai Helena pegou dois dos escudos que estavam no canto do quarto e simplesmente começou a bater um no outro, para rapidamente acordar todos os outros.

– Helena qual o seu problema? - Perguntou Kevin que havia caído da cama, Lena olhava para ele com um sorriso cínico nos lábios, desconfio que ela estava segurando uma risada. Digamos que Kevin não estava em seus melhores dias, ele estava vestindo uma calça de pijama roxa cheia de estampas de corujinhas, seu cabelo estava uma bagunça e sua camiseta tinha um grande simbolo do Batman.

– Já são cinco e meia maninho, se vocês quiserem chegar na hora terão que tomar banho agora. - Todos olharam espantados para ela, mas como já haviam perdido o sono fizeram fila em frente do único banheiro do chalé. Não eramos muitos, mas também não eramos poucos, acho que ao todo dez. Helena saiu do chalé com um livro em mãos e eu a acompanhei, fomos para o pavilhão que agora estava vazio, somente naquele momento prestei atenção no que ela estava vestindo de certa forma, combinavam com ela, já minhas roupas eram mais...alegres por assim dizer.

– Então... o que você quer me dizer? - Perguntei, extremamente curiosa.

– Eu soube que você tem a benção de Deméter e bem... eu acho que essa benção te deu poderes que podem me ajudar. - Um sorriso enorme surgiu em meu rosto, Helena estava pedindo a minha ajuda! mas logo esse sorriso sumiu ao perceber uma coisa.

– Helena eu...não tenho poderes! - Eu disse com calma, ela revirou os olhos uma clara demonstração de irritação.

– Claro que tem, só não sabe usa-los, escute eu preciso que você faça essa planta nascer. - Ela abriu o livro e mostrou a imagem de uma flor que parecia ter pétalas banhadas em ouro.

– Ela somente florescem na ilha de Delos, e duvido que Quíron permita que eu vá até lá só pra pegar uma planta, sei que é pedir demais, se não quiser fazer eu...- Interrompi Helena dizendo:

– Eu faço! - Peguei o livro examinando melhor a flor, fui até um local afastado me ajoelhei na terra úmida, fechei meus olhos e me concentrando o máximo possível, Helena que estava atrás de mim soltou um suspiro de surpresa, abri os olhos e vi que havia conseguido criar a flor, ela era encantadora! Helena com todo o cuidado do mundo se ajoelhou do meu lado e pegou a flor da forma mais delicada e cautelosa que conseguiu. Um pequeno brilho surgiu em seus olhos, ela se virou para mim com um pequeno sorriso.

– Muito obrigada Sofia, fico te devendo essa. - Ela mesmo que não demonstrasse estava feliz, mas uma felicidade contida, como se não quisesse demonstrar o quando aquilo era importante para ela.

– Se me disser para que precisa dela, estaremos quites. - Respondi já com a curiosidade tomando conta. Ela suspirou relutante, quase como se o porque de querer aquela bela flor fosse um segredo de vida ou morte.

– Eu... quero fazer uma poção e eu preciso dessa flor pra completa-la. - Eu fingi que havia entendido tudo, e Helena saiu quase que correndo. Uma poção? vou perguntar a Kevin se ele sabe algo sobre isso.

Fui para o pavilhão onde vários campistas se encontravam. Kevin ao me ver sorriu, só para depois procurar freneticamente por Helena.

– Onde ela está? - Ele perguntou assim que eu me sentei.

– Ela disse que queria fazer uma poção. - Ele me olhou com o cenho franzido, calmamente contei o que havia acontecido para Kevin e repassando tudo o que Helena me dissera. Ele no final colocou a mão no queixo e disse:

– Bom, isso explica o porque de ela estar praticamente devorando todo e qualquer livro sobre poções do chalé, você sabe o que ela quer fazer? - Neguei com a cabeça e ele suspirou.

– Como ela conseguiria fazer uma poção? pensei que somente filhos de Hecate e Circe tivessem conhecimentos e poderes pra isso. - Perguntei confusa.

– Helena tem a benção dessas deusas, por isso consegue entender os enigmas e dialetos antigos dos livros de feitiços e poções. - Depois disso ele ficou quieto e pensativo, não conversamos mais, e depois que terminei o café fui falar com Aeryn e Melissa que de brinde me apresentaram Isabella filha de Apolo.

– OI!!! fico muito feliz em conhece-la!!!! sabia que meus irmão vivem falando de como você é linda? eu tomaria cuidado se fosse você heim! mas acho que você não vai precisar, vi você e Chris o filho de Hefesto trocando olhares ontem, só pra avisar eu shippo Chrisfia!!!! - Ela parou de falar ofegante fazendo com que eu, Melissa e Aeryn rissemos.

– Ignore, ela é meio extrovertida mesmo. - Disse Aeryn ainda rindo, Isabella logo se juntou a nós.

Helena

Fui direto para o chalé 22, o de Circe. Somente lá eu teria o resto do que eu precisava para a poção, acontece que na correria acabei batendo em alguém, e para meu azar.... esse alguém era Dean.

– Hey, pra onde vai com tanta pressa Helena? - Ele disse segurando meu braço, consequentemente deixei que a flor caísse, peguei ela o mais rápido possível, mas Dean já tinha visto.

– Essa é uma flor de Delos? - Ele perguntou tentando arranca-la de mim, lhe lancei meu melhor olhar de irritação e ele de afastou com um sorriso divertido.

– Não é da sua conta pra onde eu vou ou deixo de ir e sim essa é uma flor de Delos. - Ele não se abalou com meu to frio e ainda sorrindo perguntou mais uma vez:

– E pra que você vai usa-la? - Revirei os olhos e respondi com ironia e acidez.

– Não me lembro de ter dito que somos amigos pra você ficar interessado no que eu faço ou deixo de fazer filho de Zeus. - Seu sorriso antes divertido se transformara em um malicioso.

– Então o que rolou ontem a noite não significou nada para você? - Perguntou ele com falsa tristeza. Só de lembrar da noite anterior eu já tinha vontade de me dar um tapa por ser tão fraca a ponto de me expor para meu rival/inimigo.

– Esqueça aquilo entendeu? aquela noite nunca aconteceu! e também não vai se repetir, e se você contar para alguém juro que te castro!!! - Ele levantou as mão, num claro sinal de rendição.

– Tudo bem! não precisa me ameaçar filha de Atena. - Revirei os olhos e continuei a andar, porém quando passei ao lado dele, Dean sussurrou em meu ouvido.

– Ainda estou torcendo para que tenha pesadelos corujinha... - E assim ele caminhou calmamente até o pavilhão. Agradeci aos deuses por estarmos sozinhos, porque assim ninguém poderia ver o tom vermelho que minhas bochechas haviam ganhado com a aproximação do idiota filho de Zeus.

Voltei a andar em direção ao chalé 22 retornando ao meu antigo objetivo:

Fazer a poção que tratá Josh de volta.