As gêmeas de Atena escrita por Liliya


Capítulo 5
A vida no orfanato


Notas iniciais do capítulo

Sei que demorei, mas tive alguns pequenos contra tempos.
O importante é que voltei com um capítulo quentinho!!!!
Espero que gostem.



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Narradora

Assim que Helena se acalmou, se soltou aos poucos do abraço. Dean se sentia estúpido por ficar triste com essa pequena separação, mas se recompôs.

– Pode me explicar isso melhor? Me conte tudo entendeu? Quem sabe assim, você não se sinta mais leve. - Helena assentiu fracamente.

– Vou começar desde a época do orfanato então:

"Eu fui criada naquele lugar desde que era um bebê, tinha uma governanta que cuidava de todas as crianças, na época em que eu fugi. ela tinha 55 anos. Bem, apesar dela ser a mulher mais gentil e bondosa que eu já tive o prazer de conhecer, o diretor do orfanato era um desgraçado! Ele era drogado, bebia muito e batia nas crianças mais novas. As vezes ele tentava abusar das garotas mais velhas que geralmente tinham 13 anos. Um dia quando eu tinha 7 anos, minha mãe enviou uma meia - irmã para me buscar, seu nome era Cristina."

Flashback

Uma garota loura de olhos cinzas entrou no orfanato já meio velho, foi recepcionado por um homem gordo, alto e careca.

– Senhor Júlio Wretched. - Cumprimentou a garota, o homem deu um sorriso maldoso e fez sinal para que ela entrasse. Logo ela deu de cara com uma senhora de cabelos também louros, seus olhos pareciam ser coloridos de perto.

– Olá criança! Meu nome é Cecília, venha vou te levar para seu quarto, você o dividirá com uma garotinha chamada Helena. - A loura assentiu e deu um pequeno sorriso, sentia que podia confiar na mulher. Elas chegaram em um quarto no fim do corredor, ao abrir a porta Cristina logo viu uma garotinha loura de intensos e penetrantes olhos verdes lendo um livro grosso. Ela sorriu ao ver a garota, se percebia de longe que ela era uma filha digna de Atena.

– Oi! Sou Cristina,espero que possamos ser ótimas amigas. - Ela disse tentando puxar assunto com a pequena, a mesma a olhou com certa desconfiança,as crianças do orfanato costumavam ignorar sua presença e ela de certa forma preferia assim. Por isso apenas assentiu voltando a ler seu livro.Cristina ergueu uma das sobrancelhas, percebendo que talvez fosse difícil ter a confiança e atenção da meia - irmã.

– Helena, por favor diga algo a sua nova colega de quarto, demonstre educação. - A criança suspirou em um claro sinal de frustração.

– Sim senhora. Sou Helena, mas você já sabe disso, seja bem - vinda, fique a vontade e blá, blá, blá! - Cristina deu um sorriso pequeno, a garota a sua frente a lembrava alguém, só não se lembrava ao certo quem era esse alguém.

– Obrigada... eu acho... - Respondeu a loura de olhos cinzas. Cecília saiu do quarto para deixar as duas a sós.

– Bem...que livro está lendo? - Perguntou Cristina a meia - irmã. Helena olhou para ela cínica, normalmente ninguém compreendia a complexidade de seus livros.

– Um livro sobre as culturas dos países europeus, sua econômica e costumes. - Respondeu a garota de olhos verde esmeralda, já esperando que a companheira lhe perguntasse " o que?", mas se surpreendeu ao obter uma resposta bem diferente.

– Sério? Por acaso a autora não seria...Jess sagassi? A escritora francesa? - Perguntou Cristina animada, os olhos frios e indiferentes de Helena por um instante ganharam um brilho de felicidade por finalmente encontrar alguém como ela intelectualmente falando.

– Sim! Eu peguei esse livro na biblioteca da escola, ela não é tão grande como a pública, mas tem vários livros interessantes! Sem falar que as vezes a bibliotecária trás livros mais complexos da biblioteca pública pra mim, já que não podemos sair do orfanato para nada além da escola. - E as duas tiveram uma conversa longa sobre a cultura e história da Europa. Compartilharam informações e opiniões e se conheceram melhor.

2 Meses e meio depois

Apesar de terem os mesmos costumes de leitura, Helena e Cristina não eram melhores amigas. A pequena preferia se isolar em algum canto com seus livros e qualquer um que tentasse se aproximar era logo repelido por ela, Cristina já era uma garota mais sociável, conversava muito com as outras crianças do orfanato e a tempos havia desistido de puxar Helena para seus grupos de amigos. A noite porém elas trocavam opiniões e contavam mais sobre cada uma, como boas colegas de quarto. Porém naquela noite Cristina percebendo que já havia conquistado a confiança da outra resolveu finalmente completar sua missão inicial. Levar Helena para o acampamento Meio Sangue, por isso no meio da madrugada ( 3 da manhã ) ela acordou a meia irmã e tentou resumir tudo de forma que a pequena acreditasse.

– Você está querendo dizer que eu sou filha da deusa Atena e sua meia - irmã? Que os deuses existem e que você tem que me levar para um acampamento para semi - deuses? - Helena falava tudo com incredulidade.

– Sim! E nós temos que fugir agora. - Respondeu Cristina com duas mochilas médias na mão uma para ela e a outra para Helena, ambas cheias de suprimentos.

– Tá! Vou chamar Cecília você está delirando, por acaso não está com febre? - Cristina fez que não com a cabeça e tentou impedir Helena que agora ameaçava sair do quarto, porém a poeta foi aberta lentamente revelando Cecília.

– Minha pequena, tudo isso é verdade! Eu sou uma semideusa também, minha mãe é a deusa Íris e você tem que ir embora agora! Os monstros se aproximam, mas o cheiro ruim de Júlio vai afasta-los por um tempo! - Helena confiava cegamente em Cecília, e talvez por isso tenha acreditado na senhora que havia lhe criado. A pequena então pegou uma das mochilas e acompanhou Cristina até a janela.

– Helena...antes de ir...eu queria te entregar isso, é um bilhete escrito pela sua mãe. - Diz Cecília entregando um pequeno papel a garota. Helena pega o papel, mas não lê, somente o guarda na mochila decidindo que depois leria o tal bilhete. Ela se virou para pular, porém parou assim que percebeu a altura em que se encontravam.

– É muito alto pra mim Cristina. - Disse a pequena calmamente, a mais velha pensou por um minuto e disse.

– Faça videiras crescerem, pelo que nossa mãe ms contou, você tem bênção de Dionísio. - Helena pareceu entender o plano, fechou os olhos e se concentrou, logo videiras começaram a crescer dando a oportunidade de ambas fugirem. Assim que alcançaram o chão, ambas correram para o mais longe possível, porém um tempo depois a chuva começou a cair e as irmãs se abrigaram em baixo de algumas lonas de lojas.

– Mesmo estando feliz por não ter que olhar para a cara daquele desgraçado novamente, me sinto péssima por abandonar Cecília. - Disse Cristina quebrando o silêncio.

– O importante é que estamos longe. - Respondeu Helena com certa frieza, o que incomodou Cristina.

– Não está preocupada?! Ela está praticamente sozinha com aquele monstro!!! - indagou a mais velha com raiva. As vezes ( ou quase sempre ) parecia que a mais nova não se importava com Cecília.

– Eu sei! Mas ela já aguentou Júlio por mais de 30 anos, mais alguns poucos anos não faram diferença. - Respondeu Helena dando as costas para a meia - irmã. Cristina percebeu o quão vazias saíram aquelas palavras. Por um momento compreendeu o que a garota de apenas 7 anos sentia: Helena fora praticamente criada por Cecília e mesmo que ela não admitisse, via a senhora como uma avó. Por isso Cristina tentou se desculpar.

– Helena eu... -Um barulho de latas de lixo caindo chamou a atenção das irmãs. Cristina pegou sua adaga de bronze e se pôs a frente de Helena. Um cão infernal apareceu, o monstro parecia tentar farejar algo. A mais velha rapidamente percebeu que o cheiro de Júlio mais a chuva encobria a aura meio divida das duas, talvez ela conseguisse derrotar o monstro com certa facilidade. Porém um ciclope adulto surgiu de um beco a poucos metros, se juntando ao cão, e logo outro cão infernal surgiu das sombras. Ela se virou para a irmã mais nova, que mesmo tentando disfarçar,tremia.

– Helena, quando eu disser três você vai correr para o mais longe que puder, não se vire o.k? Somente corra, se ouvir algo continue correndo o mais rápido possível! Entendeu? - Meio relutante, a mais nova assentiu.

– Tome a minha Adaga, use ela somente contra monstros o.k? Reze para nossa mãe e peça para que ela te guie até o acampamento. - Ao terminar a mais velha entrega a adaga a Helena.

– Ah e mais uma coisa, diga ao Kevin...que eu sinto muito por não poder voltar. - A pequena já havia entendido as intenções da irmã, mas ao ter a confirmação uma pequena lágrima escorreu por sua bochecha.

– 1...... - Sussurrou Cristina. Helena se virou.

– 2..... - sussurrou novamente Cristina. A mais nova já se preparava pra correr.

– 3!!!! - Gritou a mais velha. Helena correu o mais rápido que pode. O grito havia atraido a atenção dos três monstros, mas Helena não se virou. Os rosnados agressivos dos cães também não fizeram ela se virar. Os risos diabólicos do ciclope também não. Mas....o grito agudo de dor que saiu dos lábios de Cristina, fizeram a pequena se virar por alguns míseros segundos, mas foi o suficiente para Helena ver a irmã ser devorada viva pelos cães. Mas mesmo assim....ela não parou de correr. Ela olhou para a Adaga em suas mãos e permitiu que lágrimas escorressem livres por seu rosto.

Flashback off

Uma lágrima solitária caiu dos belos olhos verde esmeraldas de Helena. Para logo em seguida ser enxugada por Dean.

– Sabe...acho que por hoje já está de bom tamanho, você pode me contar o resto amanhã a noite. - Disse o moreno calmamente, com um sorriso gentil nos lábios.

– quem disse que vai ter um amanhã? - Perguntou a loura erguendo uma sobrancelha.

– Eu disse! Afinal você ainda tem muita coisa pra me contar, nos encontramos aqui amanhã no mesmo horário? - Perguntou Dean, dessa vez com um sorriso brincalhão.

– Somente se eu tiver pesadelos de novo. - Respondeu Helena com um sorriso pequeno e se aproximando mais do filho de Zeus.

– Seria errado eu torcer pra que você tenha esses pesadelos? - Perguntou o garoto também se aproximando. Os corpos de ambos estavam quase colados graças a aproximação.

– Sim seria, mas...Não me importo. - Respondeu novamente a loura, só que dessa vez com um sorriso maior porém ainda discreto. Com isso ambos se afastaram indo cada um para o seu chalé.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.
Por hoje é só pessoal!!!!
Kissus de Nutella



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