Enfurecida - Até onde você iria por uma mentira? escrita por Evelyn Andrade


Capítulo 21
Retornando aos fatos


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora! realmente não tive tempo...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/604993/chapter/21

Há um momento na vida, em que devemos deixar de ser o que somos, para nos tornar o que precisamos ser.

Para todos os efeitos, sinto como se isso fosse o certo, como se minha morte fosse esperada a muito tempo. Parte de meu corpo parecia flutuar, enquanto a outra parte – a presente – ardia em chamas como se minha carne estivesse sendo queimada. Eu não tinha forças para me mexer, e cada micro fibra do meu ser parecia ter paralisado naquele imenso instante me deixando assim impossibilitada. Eu não sentia, não enxergava, nem mesmo escutava, eu estava perdida. As memórias retornaram a minha mente como em um filme estranhamente familiar, então eu as abracei.

Felicity.

Minha mãe.

Raquel.

Lissa.

Dimitri.

O último sorriso de Raquel. Os abraços de minha mãe. Os lábios de Dimitri. E então a mudança, o choque, a verdade. As lembranças voltaram devagar, meus poderes. Me vi recuperando os sentidos devagar, minha cabeça latejou antes mesmo de meus olhos se abrirem. As imagens horríveis de mim matando Marcelino retornaram de forma assustadora, céus! Eu havia matado uma pessoa, eu havia matado com meus poderes! Agora eu podia entender o que Raquel disse antes. Eu nem mesmo senti pena do homem, eu só conseguia sentir raiva e mais raiva, era como se todo o meu cérebro fosse desligado e apenas a vontade de matar houvesse permanecido. Eu precisava matar, e eu dominei essa necessidade como vingança.

Eu me sentia horrível.

–Ela está acordando. – Alguém murmurou perto de mim.

Eu estava deitada, um grosso lençol me cobria e eu podia sentir algo em minha testa. Minhas mãos formigaram assim como meus pés. A ardência incomoda desaparece subitamente, de forma que consigo respirar de forma mais tranquila.

Os últimos fatos reapareceram em minha mente, e tudo o que minha mente conseguiu processar foram as mortes. O corpo de Raquel, o corpo de Marcelino e o das outras diversas pessoas. Culpa recaiu sobre mim, o que eu havia feito? O que eu era capaz de fazer? Eu mato pessoas? Sou uma assassina?

–A pulsação dela está forte, aposto que ela pode nos ouvir. – Uma voz feminina surgiu um pouco mais alta que as anteriores.

–Ela está bem? – Uma voz masculina preocupada questiona.

– Sim, ela vai ficar bem. –Respondeu a voz novamente.

Abri meus olhos. O teto azul bebê foi a primeira coisa que eu consegui identificar. A luz do sol esquentou levemente a minha pele enquanto tornava o quarto claro e límpido.

–Roza. – A voz de Dimitri soou delicada.

Ao ouvir meu apelido “Roza” meu coração deu um leve salto, mas eu precisava me concentrar em outras coisas agora.

–Onde eu estou? – Minha voz saiu rouca.

A resposta demorou, e quando veio não foi pela voz de Dimitri.

–Você está bem querida.

Eu virei meu rosto na direção da voz.

–Mãe. - Eu disse.

Ela se aproximou lentamente da cama.

–A Raquel... – Eu comecei mas ela estendeu a mão para me parar.

–Eu sei querida, sua irmã se foi.

Meus olhos se encheram de lágrimas rapidamente com a lembrança de minha irmã.

–E Marcelino?

–Morto e enterrado. – Ela respondeu.

Eu respirei aliviada.

–Então é isso? Está tudo terminado?

Segundos de silencio se passaram até Dimitri responder.

–Está tudo acabado.

–O que fazemos agora?

Nesse instante a porta se abre revelando Felicity e Adrian juntamente com uma bandeija repleta de comida. Meu estomago roncou, e percebi o quanto estava faminta.

–Voltamos a nossas vidas normais. –Felicity responde a minha pergunta enquanto se aproxima.

–Normal? Acho que nem sei o que é isso. – Diz Tasha que estava sentada em uma cadeira ao lado oposto de minha cama.

Felicity depositou a bandeija na minha frente e eu estiquei a minha mão para pegar uma torrada.

–Escola, provas, namorados... – Começou minha mãe. – Você vai ter uma vida normal.

–E vocês? – Eu perguntei.

Felicity sorriu.

–O resto de nós vai voltar para casa, não temos muito o que fazer aqui agora.- Ela diz. –Mas eu tenho que terminar os meus estudos, né.

Felicity me lançou uma piscadela e eu sorri.

–Lissa também se foi. –Disse Adrian.

Eu pisquei em sua direção um pouco surpresa.

–Ela deixou uma carta. –Ele me entendeu uma folha dobrada e eu a peguei. –Sua amiga foi dada como morta, não pode ficar aqui.

Eu assenti, mas parte de mim se quebrou. Eu voltaria para minha vida normal, mas nada seria como antes. Raquel morreu, Lissa se foi, Dimitri... meu coração doeu ao pensar na partida de Dimitri.

–Eu matei Marcelino. –Digo. – O que houve lá?

–Seus poderes avançaram de forma superior Rose, não apenas saiu do estágio de hipersensibilidade, mas avançou de forma extraordinária, você apagou por 32 horas.

–Está explicado a minha fome. –Murmuro

Vejo um lento e belo sorriso se formar na face de Dimitri.

–Então sou tipo “Super poderosa”? –Brinquei

Felicity riu.

– Uma invocadora super poderosa. –Responde Felicity.

Eu sorrio.

–Preciso falar com você. –A voz de Dimitri soou forte e autoritária.

Tasha foi a primeira a sair, e os demais se dissiparam rapidamente do local enquanto eu mastigava a minha torrada e fugia do olhar de Dimitri.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Papo Romitri chegando....



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Enfurecida - Até onde você iria por uma mentira?" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.