Enfurecida - Até onde você iria por uma mentira? escrita por Evelyn Andrade


Capítulo 17
O futuro duvidoso




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POV RAQUEL

“O que eu estou fazendo? ” Retornei a me perguntar.

Vi a mesma cena acontecer diversas vezes. Marcelino estava matando todos e espalhando o caos, eu nunca quis isso, eu queria os poderes, os poderes que estavam com minha irmã e que pertenciam a mim! Somente a mim! Respirei profundamente e olhei para o teto, eu estava tão entediada, queria sair para me divertir e quem sabe machucar algumas pessoas, eu era assim agora, e eu adorava.

–Seu pai ficaria decepcionado com você. – Cuspiu minha mãe de forma arrogante.

Eu sorri maldosamente. Minha mãe tinha sido uma das únicas a permanecerem vivas, claro, ouve uma forte persuasão em cima de Marcelino, seus planos estavam indo ao fiasco rapidamente.

–Meu pai está morto. –Digo.

–O que houve com você? – Perguntou Lissa raivosa.

Eu rio.

–Você me matou, não lhe devo explicações.

–Como pode mudar tanto? Você nunca foi má Raquel.

Eu rolo os olhos.

–Suas palavras quase me fizeram chorar Lissa. – Ironizo.

–Pare de bater papo com as convidadas. –Censura Marcelino adentrando a sala.

Eu me viro para encara-lo, uma leve ruga se formando em minha testa enquanto percebo suas roupas completamente brancas.

–Onde está indo? – Pergunto

–Buscar alimento.

–Não está cedo? O sol nem mesmo se pôs.

Marcelino urra de irritação.

–Seus humanos inúteis não têm me servido muito. – Ele repreende. – Como me traz de volta se pretende me matar de fome?

–Você realmente não tem noção. –Digo me aproximando. – Já tenho meus poderes, você me é inútil.

Marcelino sorri.

–Somos parceiros nisso, boneca de porcelana, eu caio, você cai.

–Como é dramático. – Digo. – Já completou sua missão, pode voltar para o mundo dos mortos agora.

O semblante de Marcelino se torna surpreso.

–Querendo se livrar de mim?

Eu sorrio.

–Claro que não.

Ele enruga suas sobrancelhas.

–Somos parceiros minha querida, até mesmo no inferno.

Sou tomada pela surpresa de suas palavras. Claro que eu sabia que não tinha um lugar garantido no céu, já que obviamente eu havia feito muitos coisas ruins, e se um céu realmente existe, não é para lá que garotas malvadas como eu vão. Tudo bem, eu já havia superado isso, mas vê-lo tratando disso de forma tão simples e fria me deu calafrios.

–Ambos somos adoradores do ser de baixo, aceite.

–Nunca disse eu queria nada disso. –Me defendo.

Marcelino Ri, e para alguém que tem centenas de anos ele me parece extremamente jovial.

–E os seus pactos? Achou que era mera brincadeirinha de criança?

Dou de ombros.

Os olhos de Marcelino se tornam negros.

–Não pode brincar com o demônio, e depois correr para a luz boneca de porcelana.

POV DIMITRI

Rose estralou os dedos mais uma vez, ela estava extremamente nervosa, eu podia ver. Raquel continuava inerente e imóvel deitada no sofá.

–Será que ela está bem? – Perguntou Rose pelo que parecia a trigésima vez.

Felicity assentiu.

–Ela parece apenas estar dormindo. – Diz Felicity. – Mas um sono não costuma ser tão pesado assim, então, presumo que ela está com algo não identificável.

–Acho melhor esperarmos que ela acorde. –Eu digo.

Os olhos de Rose se voltam para mim rapidamente e depois se desviam, meu peito de dói, vê-la tão frágil diante daquele monstro do Marcelino havia apenas inflado a minha raiva. Rose não era fraca, eu de todas as pessoas era o que mais tinha certeza disso, no entanto, perante a mim ela continuava sendo delicada e frágil e não poderia suportar se algo lhe acontecesse. Após ela fugir – Por minha causa – Passamos a procura-la por todos os cantos e foi realmente um alivio quando Adrian a encontrou.

–Rose acho melhor você descansar. – Digo

Rose não se vira em minha direção quando responde:

–Não estou cansada.

Ela estava magoada, eu não a culpava, grande parte de toda a confusão que vinha acontecendo a sua cerca era minha.

Adrian se aproximou de mim.

–Marcelino irá atacar de novo. –Ele murmura para que apenas eu escute.

Os olhos de Felicity se focam em mim momentaneamente como se ela soubesse do que eu estava falando, mas rapidamente ela volta sua atenção para Tasha.

–Eu sei. –Respondo a Adrian. – Temos que arrumar um jeito de pega-lo.

Eu assinto positivamente.

–Ele é como nós, não é? – Rose pergunta, sua voz sai de forma forte e contida enquanto seu rosto se vira em minha direção.

Eu afirmo com a cabeça.

–Ele foi o primeiro invocador.

–E porque ele está aqui? Quer dizer, sou boa em matemática o suficiente para constatar que ele deveria estar morto e enterrado há séculos.

Quase sorrio. O embaralhar de palavras de Rose me lembra exatamente o porquê não pude deixa-la a meses atrás.

–Raquel o trouxe. –Respondo.

–E como ela sobreviveu ao ataque de Lissa? –Ela retorna a perguntar.

–Ela teve ajuda de alguém, certo, não tínhamos pensado nisso. –Esclarece Adrian.

Raquel teve ajuda? Mas de quem?

–Talvez Marcelino já estivesse aqui antes do ataque. – Supõe Tasha se pronunciando pela primeira vez.

Rose balança a cabeça desconcertada.

–Naquela última semana ela estava realmente estranha. –Ela murmura. – Mas eu não sei.

–Talvez tenha sido outra pessoa. –Diz Felicity.

–Certo, por hoje vamos dar um tempo, já foi coisa demais para um dia. – Eu digo. – Adrian pode levar Raquel para um dos quartos?

–Claro, contanto que ela não acorde e tente me matar. – Ele diz fazendo graça, mas então olha para Rose e seu sorriso murcha. –Desculpe.

Rose balança a cabeça enquanto responde:

–Tudo bem, ela que escolheu fazer jus â fama.

–Rose suas coisas continuam no quarto. –Instrui Felicity.

Rose se levanta, seu corpo está cansado – Posso ver- e caminha em direção de seu quarto, eu a sigo.

–Rose? – Chamou

A mesma me ignora enquanto continua andando.

Quando chegamos ao quarto entro no mesmo antes que ela bata a porta na minha cara.

–O que você quer? – Ela pergunta enquanto eu fecho a porta atrás de mim. – Falar o quanto eu sou inútil novamente?

Uau, essa realmente doeu.

Eu me aproximo.

–Preciso de espaço pessoas. –Ela diz.

Eu balanço com a cabeça.

–Já demos espaço demais. –Murmuro.

Eu enlaço sua cintura e puxo seu corpo de entro ao meu, sua respiração está acelerada enquanto ela pisca seus olhos em minha direção.

–O que você quer? – Ela torna a pergunta.

E eu então, sem sombra para palavras, eu a beijo.


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Notas finais do capítulo

As coisas vão ficar quentes para Romitri no próximo capitulo!



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