Enfurecida - Até onde você iria por uma mentira? escrita por Evelyn Andrade


Capítulo 18
O começo do fim


Notas iniciais do capítulo

Desculpem atrasar tanto! Mas aqui está o capitulo :3



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Eu tentava alcançar a razão em alguma parte perturbada do meu cérebro, mas era inútil, quando só o que eu conseguia ouvir, era o meu coração. Os lábios de Dimitri dançaram nos meus habilidosos e sedosos, e Deus! Como eu havia ansiado por aquilo, como era bom sentir o calor da pele dele na minha e finalmente me sentir completa. Meu coração apontava a única coisa que eu era burra demais para admitir “Eu o amava” se apaixonar por ele não faria mais diferença, eu o amava com cada micropartícula do meu ser, com cada medo, defeito e qualidade, eu simplesmente o amava.

Quando nos separamos eu precisava de ar, parecia que todo meu oxigênio havia sido sugado de meus pulmões – o que não era inteiramente mentira – minha testa se colou na de Dimitri, seus olhos silenciosos me avaliaram alguns instantes antes dele puxar o meu corpo contra o seu e me abraçar desesperadamente.

–Por que você tinha que ir? – Ele perguntou, seu tom de voz desesperado.

Eu hesitei. Parte de mim gostaria de expor todo e qualquer sentimento que vinhece ao meu coração, essa mesma parte gostaria de parar com as mentiras e finalmente ceder ao amor. Mas a minha outra parte não concordava, “Essa é a vida real” eu continuava repetindo para mim mesma, “Não existem finais felizes para o tipo de pessoas como você. ”

–Eu tive que ir. –Disse depois de alguns milésimos de segundo.

–Você nunca tem que ir a lugar algum, prometa-me que nunca fará isso comigo.

Eu o encarei temerosa. Nunca poderia prometer isso a ele.

–O que vai acontecer com Raquel? O que vai acontecer comigo?

Os braços de Dimitri se apertaram em volta de mim com mais força.

–Nunca deixarei ninguém lhe machucar. – Ele sussurrou. – Te prometo com a minha vida.

–Não quero que me prometa nada. – Digo. – Não preciso de promessas.

O olhar de Dimitri se tornou desconcertado enquanto ele pegava minhas mãos.

–O que houve com você?

Não havia como negar, eu sabia exatamente sobre o que ele estava falando. Eu estava trilhando um caminho ao qual nunca havia sequer cogitado trilhar, e isso de certa forma me machucava, no entanto, estava me deixando mais forte, mais preparada e eu precisa proteger as pessoas que eu amava.

–Quem é ele?

Dimitri se afastou alguns centímetros, sua face mostrava certa surpresa pela pergunta que mudava o assunto abruptamente, eu não recuei.

–Quem é ele?

–Seu nome é Marcelino.

Fui atingida fortemente por suas palavras, aquele nome familiar fez minha mente trabalhar rapidamente.

–O primeiro Invocador. –Ele murmurou.

–Ele não está fazendo isso aleatoriamente, tem que ter algum motivo. – Digo. – Para que matar tantas pessoas assim? Há algo maior por trás de tudo isso.

Dimitri concordou com a cabeça.

–Estamos o localizando, faremos um ataque surpresa.

–Eu vou.

–Não vai não.

Eu cruzei os braços na frente de meu corpo em forma defensiva.

–É a minha vida, minhas escolhas. –Digo. –Você não tem nada a ver com isso.

Aquilo pareceu pega-lo desprevenido pois o olhar que ele me lançou em seguida fez eu me arrepender de dizer tais palavras.

–Eu me importo com você. –Diz ele. – Eu realmente não quero que se machuque.

–Meio tarde para isso.

–Rose!

–Pare de tentar fazer com que eu siga você! Não sou como você, ou como Felicity ou Tasha, não consigo suportar alguém ditando regras o tempo todo, não consigo ser controlada o suficiente para assistir pessoas morrerem e não fazer nada. – Raiva transbordando por minhas palavras enquanto continuo. – É horrível ser diferente, é horrível ver que não posso realmente ser quem quero ser, isso tudo é uma droga!

Eu estava quase sem folego, percebera no final que minhas palavras de desabafo aos poucos haviam se tornado gritos caluniados, eu respirava pesadamente enquanto lutava com as lágrimas.

–Rose...

Eu esperei. Esperei que Dimitri dissesse alguma coisa que fizesse eu me sentir bem, que fizesse eu sentir como se as palavras que eu havia dito fossem completamente idiotas e sem nexo, mas ele não disse nada. Dimitri sabia que eu estava certa, tinha plena consciência que nada em minha vida era instável no momento e então ele se foi.

Meu coração vacilou quando a porta se fechou atrás dele, novamente eu estava sozinha. Minhas lágrimas finalmente desceram tomando conta de meu rosto, eu me joguei na cama e solucei baixinho até dormir.

Meus pés tocaram a fofa grama verde, eu olhei para baixo e me deparei vestida com um lindo e simples vestido amarelo.

–Para alguém com seu dom, você até que é bastante inteligente.

Eu dei um pulo no local e meus olhos varreram o extenso gramado por ali até pousarem não ser vestido completamente de branco me encarando. Meu coração se agitou, mas eu não recuei, pelo contrário, tinha plena consciência de que estava dormindo, no entanto, também carregava a incerteza de que aquele sonho talvez não fosse tão irreal.

–O que quer Marcelino? – Pergunto.- O por que de tanto rebuliço?

O homem riu. Seus cabelos castanhos pareceram balançar com a suave brisa. E se Marcelino não fosse um super vilão do mal querendo matar a mim e a meus amigos, eu até poderia considera-lo “Bonitinho “para alguém com aparência de não mais de 30 anos.

–Sua negligencia me espanta, cara Rose. No entanto, determinação cai bem em você.

–Sabe o que caberia bem em você? Um belo soco na sua fuça. –Digo me aproximando alguns passos, mas percebo que quanto mais tento me aproximar, mas Marcelino se afasta.

Ele ri.

–Estamos no meu sonho, eu o comando.

Eu balanço a cabeça.

–Isso não faz sentido, não quero estar aqui.

–Eu a trouxe.

–Por que?

Marcelino deu alguns passos à frente, e um grande sorriso se abriu em sua face.

–Tenho uma proposta para você.

Eu o encarei.

–Não discuto propostas com assassinos. –Cuspo.

Seu sorriso diminui, porém, nunca abandona seu rosto.

–Você irá querer ouvir isso, eu lhe garanto.

Eu desvio meus olhos dos seus.

–Você é alguém bem valente para quem teve pouco treinamento.

–Tive bons mentores. –Digo. –Mentores que poderiam acabar com você.

–Gostaria que não discutíssemos possíveis formas da minha morte. – Ele diz levantando ambas suas sobrancelhas de forma severa.

–Eu acho que é um excelente tópico a ser discutido. –Contrario.

–Não sabes nada, é apenas uma criança. – Ele suspira. – Gostaria de lhe ter ao meu lado ao fim desse ciclo.

–Sobre o que está falando? – Pergunto

–Tudo tem um fim, cara Rose, suponho que você mais do que ninguém saiba disso. – Ele para alguns segundos antes de prosseguir. – Humanos são tão imprestáveis, frágeis e inúteis, não merecem nem mesmo pisar em terra.

–E qual o seu plano? Eliminar toda a raça humana? – Ironizo. –Não vai rolar camarada.

–Quem disse em eliminar? O termo corretor seria “Transformar”.

–O que quer dizer?

–Imagine o que seria de um mundo onde pessoas como nós fossem os líderes? Seriamos Deuses, esses humanos idiotas nos idolatrariam, mudaríamos completamente a história da raça humana.

–Desculpa colega, mas não vai rolar.

Marcelino Ri.

–Imagine garota, você sendo idolatrada como uma Deusa, poderia ter tudo o que desejasse. Poder, riqueza...

–Não preciso dessas coisas.

–Eu poderia entregar-lhe sua mãe de volta.

Suas palavras me tentam de forma desesperada. “Minha mãe” como eu gostaria de tê-la de volta, quanta saudade eu sentia dela, mas para isso, valeria a pena desistir de minha humanidade?

–Sentimentos estragam as pessoas.

–Não há como desligar esse tipo de coisa.

Marcelino assente com a cabeça.

–Oh minha querida, há tantas coisas que posso lhe ensinar! Tantas coisas que poderiam lhe ser úteis.

–Não estou interessada.

O sorriso de Marcelino morre.

–Você irá ceder, se não por bem, então por mal. – Ele se afasta. – Aproveite o show.

Eu abro os olhos assustada. Meu coração bate aceleradamente em meu peito enquanto constato que aquele não fora um sonho completamente normal. O que ele quis dizer com ‘Aproveite o show’? Eu pisco algumas vezes.

As primeiras coisas que escuto são passos apressados no corredor, em seguida, os gritos.


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Notas finais do capítulo

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