Enfurecida - Até onde você iria por uma mentira? escrita por Evelyn Andrade


Capítulo 14
Conhecendo elementos




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Eu me recuso a pensar, então me dedico a coisas que cortem qualquer possibilidade de pensamento iminente.

Meus dedos passeiam rapidamente pelas teclas do computador enquanto procuro desesperadamente por mais pistas, meus olhos fecham aos poucos pesados de cansaço, mas eu os abro o mais rápido possível forçando-os a continuarem abertos e me obrigando a continuar respirando normalmente.

Em meio a diversas buscas, um artigo prendeu minha atenção.

“Ritual satânico de pessoas mortas”

Eu clico rapidamente com o mouse e passo meus olhos pelas horrendas imagens de pessoas decapitadas que piscam na tela do computador, por fim, desligo o computador e decido dormir um pouco, no estado em que me encontrava descansar poderia ajudar.

Eu me deito no meio de alguns cobertores postos ali por Lissa e respiro profundamente, diversos pensamentos tomam conta de minha mente e eu fecho os olhos.

Estou caminhando em meio a uma névoa.

No momento eu que olho ao redor tenho certeza pela primeira vez em que estou sonhando, pisco algumas vezes tentando enxergar por entre a névoa branca, no entanto, falho miseravelmente.

– Você está seguindo corretamente.

Eu me viro para todos os lados em busca da voz doce e suave que fala comigo.

–Quem está aí?

Silêncio, eu cruzo os braços de uma forma defensiva enquanto procuro escutar algo, infelizmente nenhum barulho se faz presente me deixando nervosa.

–Por que está no meu sonho? –Pergunto a primeira coisa que me vem à mente.

–Eu não estou no seu sonho, creio dizer que você invadiu o meu.

Eu enrugo as sobrancelhas confusa.

– Não tenha medo de mim, sou como você.

Meu coração palpita de forma acelerada com a declaração do desconhecido.

–Se é como eu, porque se esconde?

Uma risada divertida é escutada.

–Não estou me escondendo, você que não consegue me ver. – Uma pausa. – Mas estou curioso, como me encontrou?

Eu descruzo os braços assumindo minha posição normal.

–Você é um invocador?

–Sim. –Responde o estranho.

–E por que não posso lhe ver? –Pergunto irritada.

–Provavelmente porque sinto seus poderes fracos, não conseguirá ir muito longe assim.

Eu rolo os olhos.

–Estou confusa, não faço ideia de como lhe encontrei, e dormindo.

–Ninguém lhe explicou como isso funciona?

Eu balanço a cabeça negativamente na esperança que o estranho possa ver, mesmo assim, me sentindo estranha por estar sendo observada por alguém invisível perante meus olhos, eu suspiro.

–É uma longa história...

–Talvez tenhamos nos conectado por eu estar por perto.

–Perto como?

–Onde você está agora?

–Não revelo minha localidade para estranhos. –Digo um pouco ríspida.

O estranho de voz aveludada solta um risinho.

–Você é esperta, vejo porque Dimitri gosta de você.

Meu coração dá um salto ao escutar o nome de Dimitri.

–Conhece Dimitri? –Pergunto.

–Sim, e por um caso pensei que estivesse com ele, junto a Felicity e Tasha.

Eu me irrito por um estranho saber tantos detalhes e mexo nervosamente as mãos.

–Quem é você, afinal?

–Sou Adrian, e é um imenso prazer conhece-la Rosemarie. –Uma pequena pausa. – Dimitri ligou para mim a dois dias pedindo reforços para uma emergência.

Eu paro, claro, esse estranho deve saber muito mais sobre tudo o que está acontecendo do que eu, eu pisco rapidamente enquanto penso na melhor forma de arrancar-lhe algumas informações. Passando meus olhos para todos os lados observo que a névoa se foi e agora me encontro em uma rua completamente vazia e escura, decido que se isso é um sonho não importa tanto quanto minhas perguntas mais necessárias.

–Estive conversando com Dimitri sobre os ataques e estamos em dúvida sobre o que possa ser. –Minto descaradamente sobre tudo esperando que o tal Adrian acredite.

Ouço o suspiro do estranho.

–Pensei que Dimitri já tivesse sacado a jogada dele. – Murmura Adrian.

Dele? –Me questiono.

–Ele está usando essa tal garota, Raquel, para conseguir o que quer.

Eu pisco confusa.

–Sei. –Murmuro. – De quem estamos falando?

–Dimtiri não te ensinou muito, não é mesmo?

–Não tivemos muito tempo para praticar, e história dos invocadores não é minha melhor matéria.

Adrian ri.

– Estamos falando do Diabo Rose.

Minha respiração para por alguns segundos, não é que eu não acreditasse, fui praticamente obrigada a acreditar a partir do momento em que descobri que coisas do mal realmente existiam, mas debater em uma conversa assim tão aberta a possibilidade de uma real existência me deixou em pânico, ainda mais envolvendo o nome de minha irmã no meio, mas me recompus rapidamente, se o estranho estava me observando eu devia fingir que já sabia sobre o assunto e não entregar a minha completa mentira.

–O diabo na terra?

–Literalmente. –Responde Adrian.

–Ele que vem sequestrando pessoas?

–Pelo que supus, sim, ele e a garota.

–Mas por que?

–É o que estamos tentando descobrir, mas e mais pessoas estão desaparecendo e não sabemos o porquê, Dimitri lançou um alerta mundial para todos os invocadores.

–Pensei que só existissem oito.

–Os sangue puro, realmente são oito, no entanto, existem os invocadores nascidos sem poder, o que quer dizer que não descenderam de pais ou avôs invocadores, mas eles são uma vantagem do nosso lado.

–As coisas estão realmente ruins por aqui.

–Não só por aqui, o caos está se espalhando por todos os lados, os desaparecimentos podem ter começado por aqui, mas vários estados já estão perturbados. Estamos nos preparando para uma guerra.

–Uma guerra? Entre o diabo e os invocadores?

–Não, entre um pai e seus filhos.

Suas palavras me calçam repulsa imediata, como um ser como eu que sempre acreditou na existência de Deus poderia ter isso correndo nas veias.

–Não sou filha do diabo. –Esbravejo ruidosa.

–Somos seus descendentes.

–Não importa, isso está errado, não somos pessoas más.

–Fomos criados para destruição Rosemarie, não para o bem.

–Sai da minha cabeça. – Digo com raiva. –E quando encontrar Dimitri diga a ele que provarei que ele está errado.

–Onde você está? –Pergunta Adrian.

Eu não respondo, minha visão se torna turva e tudo começa a rodar rapidamente enquanto eu levo ambas as mãos a minha cabeça me sentindo enjoada.

Acordo em um sobressalto, o sol já invadiu o local escuro de meu esconderijo, eu levanto, está na hora de começar a descobrir novas coisas.


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Notas finais do capítulo

Adrian entrando na história...



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