No capítulo anterior:

As malas estavam feitas e eu, Rick e o pequeno Alex estávamos voltando para a cidade. A partir deste dia, tudo vai ser diferente.

Pov Kate

Já fazia 2 meses que eu estava com o pequeno Alex. O Rick dormia comigo todas as noites e nós estávamos criando o pequeno como se fosse nosso filho. O Alex só veio tornar a minha relação com o Rick ainda mais forte – apesar de eu achar que isso não seria possível. No dia em que chegamos em casa, meu pai ainda me tentou convencer a não ficar com a criança, mas Lanie e Espo prometeram ajudar em tudo o que fosse preciso e para dizer a verdade, a minha mãe e a Martha ficaram rendidas ao bebé e realmente o Alex era lindo e muito comunicativo – é impossível não amar esta criança. Ainda fomos no Departamento Policial, mas ninguém tinha dado falta do bebé, ou seja, alguém o abandonou mesmo.

Castle estava quase acabando as gravações do seu filme e começavam a aparecer fãs na rua – coisa que não me agrada muito.

Alexis agora fazia parte da família também e cada vez mais Rick estava recetivo em relação a falar com o pai – eu realmente queria que eles conversassem. Eu tinha contado para ele o motivo de o pai ter sumido e embora ele torcesse o nariz, sem que no fundo do seu coração, ele queria falar com Hunt.

O meu trabalho corria bem, o pessoal era muito simpático e acolhedor.

De vez em quando, íamos todos passar uns fins-de-semana nos Hamptons. A vida sorria a todos nós. Lanie e Espo estavam todos contentes por agora serem “titios” do Alex e eu e Rick não podíamos estar mais felizes.

—Diga, titio… - Espo brincava com a mãozinha pequena de Alex e o pequeno ria. Todos nós agradávamos ansiosamente pela primeira palavra dele.

—Não, Alex… Diga titia… - Lanie, socava Espo e todos riamos do cenário.

O bebé ria como se percebesse tudo. Apesar de ter 7 meses, ele era muito inteligente e tinha uma sensibilidade muito grande.

Rick estava falando com Martha e Alexis, enquanto Jim estava assistindo uma série de tv. Minha mãe estava trabalhando e chegava daqui a pouco.

Rick veio ter connosco.

—Quem é o bebé mais lindo do papai? – Ele pega na criança, babado. Ele realmente se afeiçoou ao Alex. Aliás nós os dois nos afeiçoamos de mais.

—Papai… - O pequeno Alex soletrou e as lágrimas vieram aos meus olhos. Ele tinha acabado de chamar o Rick de pai.

—Oh meu pequeno… - Castle abraçou Alex e Lanie caiu na choradeira. Pude ver uma lágrima descer na cara de Espo. Castle não conseguia largar Alex e aquilo apertava o meu coração. Felicidade era o que eu estava sentindo – apesar de não ser meu, Alexander era como se fosse meu filho e era impossível segurar as lágrimas ao ver que a sua primeira palavra foi “papai”. O pequeno Alex olha para mim e sorri, um sorriso lindo.

—Mamãe… - Ele estende os seus braços para mim e eu seguro ele nos meus braços, com as lágrimas rolando pelo meu rosto. “Mamãe” era tão gostoso ouvir isso. Rick nos abraçou aos dois.

—Ai, meu coração não aguenta gente! – Lanie interrompeu o momento, provocando uma gargalhada geral.

Alex segurou o meu dedo indicador com força e eu sorri. Só espero que os seus pais verdadeiros um dia não o queiram tirar de mim ou de Rick, porque ele já faz parte de nós.

—Olha filhote, o papai vai ter de ir embora, mas logo estarei aqui… junto de vocês. – Ele nos olha com ternura e beija nossas testas.

O menino ri como se entendesse e depois Espo me roubou Alex e foi brincar com ele.

Rick se despediu de todos e eu acompanhei-o até á porta.

—Logo te compenso. – Ele mordeu a minha orelha, me roubando um pequeno gemido.

—Fico te esperando. – Eu murmurei em seu ouvido, arranhando levemente as suas costas.

—Então fica esperando por uma surpresa… - Ele sorriu malicioso e depois me roubou um beijo intenso, me deixando com vontade de mais. – Agora tenho de ir, garota linda.

—Ok… -Disse, triste e depois beijei os seus lábios.

—Não fica assim, amor… Você sabe que eu fico sentindo a sua falta sempre que não estou aqui.

—Eu sei, babe. Nós vemos logo. - Pisquei para ele e depois fiquei esperando que ele entrasse no carro. Me mandou um selinho e depois foi. Eu realmente amava Rick. Apesar de nunca nenhum de nós ter dito “te amo”, eu sei o que sentia e era muito forte.

Pov Rick

Deixar Kate e Alex para ir para o set de filmagens me partia o coração, por isso eu só esperava que passasse rápido para voltar para junto deles. Ter ouvido Alex me chamar de papai me amoleceu o coração, eu realmente amo este menino e isso me deixa com medo – alguém pode querer levá-lo de mim e essa ideia me perturba.

Ultimamente, Kyra, minha colega de trabalho e minha “namorada” no papel principal do filme tem agindo de forma estranha comigo e eu não tenho gostado muito. Me toca muito e se insinua. Tento me afastar, mas cada vez mais ela mostra que está interessada em mim. Tenho medo de contar a Kate… Eu amo Kate, mas ainda nenhum de nós falou e eu não sei bem o porquê. Talvez guarde o meu primeiro “te amo” para hoje á noite. Estou a planejar uma noite romântica com ela – já falei com os seus pais e Johanna e Jim ficam com Alex. Essa garota precisa saber que a amo. Reservei uma mesa para dois e só espero que ela goste da surpresa.

…

Pov Kate

Minha mãe me disse para eu me arrumar, porque Rick teria uma surpresa para mim. Vesti uma roupa discreta, mas sem deixar de estar sensual. Fiz uma maquilhagem leve e quando estava a preparar-me para sair, ouvi o meu celular tocando. Era uma mensagem de número desconhecido e assim que abri – o meu peito doeu tanto que as lágrimas começaram a rolar sem parar.

Era uma foto de uma mulher seminua, beijando Rick em cima de uma cama. Ele estava agarrando o seu corpo. “Peço desculpa estragar a surpresa, mas você precisa saber a verdade. Beijo, Kyra”

Deixei o meu corpo deslizar pela parede fria e chorei. Chorei de desgosto. Rick não me pode ter feito isso! Eu me entreguei a ele de corpo e alma! Como ele foi capaz! Depois de tudo o que nós passamos, ele me faz isto?!

Tentei ligar para o seu celular, mas dava sinal de desligado. Olhei para a imagem uma última vez e parecia real. Era Rick, agarrando outra mulher, beijando ela e essa ela não era eu. Como é que ele foi capaz? Era a única coisa que conseguia pensar. Saí de casa, nervosa, triste e em lágrimas. Eu precisava de espairecer.