Pandora escrita por Corie J


Capítulo 17
Kisses and Fight




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Aquele dia foi tranquilo. Cochilei algumas vezes na aula de história da magia, mas foi apenas aquilo. Mesmo que eu estivesse exausta depois das aulas.

Eu estava lendo um livro de história da magia quando as palavras começaram a se embaralhar. Respirei fundo e voltei à leitura. Porém, algumas páginas depois, a mesma coisa aconteceu. Daquela vez, desisti. Fechei o livro e o recoloquei em uma das prateleiras da enorme biblioteca da sala precisa. A sala foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida. Quando queria acessar a biblioteca, apareciam apenas os livros que me interessavam. Eu amava.

E quando eu e Nick queríamos ficar a sós, a Sala Precisa imitava um restaurante. A comida aparecia por si só e era uma delícia.

Eu tinha que admitir... Nick era apaixonante quando queria. Após a aula de Runas Antigas, ele tapou meus olhos com as mãos e apareceu na minha frente com uma linda rosa.

Depois das aulas, estava um cabide com um lindo vestido. Havia um bilhete em cima do travesseiro:

"Nunca deixe de ter um sorriso em seu rosto, pois eu preciso dele"

E embaixo, sua letra caprichada:

"Comprei o vestido para você. Ponha-o e me encontre nas escadas às 20:00 horas. Não jante.
– N."

Observei o vestido e suspirei. Era lindo! Sua saia era solta e era azul da cor dos meus olhos, sem ser enjoativo de olhar. Sorri. Nick era incrível. Usei apenas um pouco de maquiagem nos olhos e de batom. Quando me olhei no espelho, percebi que meus cabelos negros estavam flutuando. Respirei pesadamente, esperando que eles descessem. A minha magia andava meio... rebelde. As vezes ela simplesmente criava vida e fazia objetos saírem voando ou derreterem. Quando meus cabelos negros voltaram ao normal, me deitei e cochilei até sete e meia. Corri e pus meu lindo vestido, em seguida escovando os dentes e logo percebi que já era hora, então desci.

Nick estava com uma blusa branca e um blazer preto por cima. Seus cabelos estavam escovados para trás, diferentes dos de James, que eram rebeldes e bagunçados de um jeito... sexy.

Excluí os pensamentos do Potter. Eu não devia compará-lo a Nick.

O meu namorado pôs o braço na minha cintura e sussurrou no meu ouvido, me fazendo sentir arrepios do dedinho do pé até os fios de cabelo.

— A sua surpresa está lá fora.

Ele me guiou até um local meio afastado da escola, perto do lago. A visão era linda. O céu estava coberto de estrelas e algumas folhas se soltavam das árvores com a brisa. Nick finalmente parou e me virei para onde ele olhava. Lá havia uma toalha xadrez com uma cesta de piquenique.

Não consegui não sorrir. Encostei meu nariz no dele e murmurei baixinho:

— Você fez um piquenique para mim?

— Você merece muito mais.

— Como eu pude confundi-lo com um amigo, Nick Sullivan?

— Carter, eu sou o que você quiser. Melhor amigo, amante, namorado... Eu só quero estar com você.

Eu repeti as palavras na minha mente várias vezes, apreciando-as, mergulhando nelas. Elas aqueciam o meu coração e o deixavam batendo fortemente contra o meu peito. Beijei Nick. Aquela foi a primeira vez que eu realmente o queria ali comigo. Queria que ele fosse apenas meu, que aquele momento se repetisse várias e várias vezes. Queria que ele me abraçasse, me protegesse de todo o mal.

Seu beijo era gelado, como se tivesse acabado de tomar sorvete. Seu gosto era de hortelã. Eu me arrepiei quando ele me puxou mais para perto pela cintura. Eu acariciava seus cabelos, puxando-os de vez em quando. Tudo o que eu pensava era que eu precisava de mais, não era o suficiente. Ele também parecia querer, porque me puxou e me encostou na árvore. Arranhei suas costas por cima da blusa, mas ele não pareceu sentir. Suas mãos estavam segurando meu rosto e ele me beijou mais uma vez, antes de começar a beijar minha bochecha, meu queixo, minha testa, meu pescoço.

Não havia mais espaço entre nós e eu percebi que ele iria além daquilo. Fiquei embaraçada e pude ouvir um trovão despencar do céu sem nuvens. De alguma forma eu sabia que havia sido eu. Suspirei enquanto me afastava de Nick.

— Bom... — Ele começou.

— Pois é — sorri. Suas bochechas estavam coradas e seus lábios estavam vermelhos e levemente inchados. Seus cabelos estavam bagunçados, o que me lembrou James. Sua roupa estava amassada e a camisa estava meio levantada, dando para ver os traços do que logo seria um tanquinho. Corei mais ainda e percebi que eu devia estar mais desleixada que ele.

Fiz um coque mal-feito no cabelo e passei a mão em volta da boca para tirar o borrão de batom. Nos sentamos quietamente e ele retirou o sushi da cesta.

Quando terminamos, eu já estava meio tonta de sono. De vez em quando eu observava uma árvore e de repente ela se duplicava. Me belisquei para ficar acordada. Não passavam das dez horas quando voltamos, escondidos pelas sombras do castelo.

— Obrigada pelo jantar, Sullivan.

Ele me beijou e entrei no meu dormitório. Me forcei a colocar o pijama e desabei na cama.

***

Alguns dias depois, acordei faltando apenas meia hora para a aula começar. Eu coloquei a farda às pressas e voei para a sala, que graças a Deus era nas masmorras. No meio da aula, vi claramente o garoto ruivo dos meus sonhos. Fred. Quando olhei novamente, ele não estava mais lá.


Quando as aulas terminaram, resolvi andar um pouco sozinha para refletir. Não conseguia parar de pensar em James. Eu deveria odiá-lo pelo que fez comigo. Mas...

Ele foi a primeira pessoa que vi quando acordei no St. Mungos. Ele me mostrou como Hogwarts era mágica e nos faz sentir em casa. Me apresentou a vários amigos meus. Segurou minha mão quando eu não tinha tantas para segurar.

Ele não precisava ser meu... Ele podia ser apenas meu...

Suspirei, andando sem realmente saber para onde estava indo. Até que esbarrei em alguém.

Quando olhei para a pessoa, meu coração começou a disparar.

Sebastian.

"Eu estava seguindo na direção da biblioteca quando eu vi um grupo de Grifinórios rindo, no canto. Estava prestes a voltar para os dormitórios quando uma mão tocou meu ombro e me puxou.

— Carter, eu tenho uma pergunta. — Sebastian falou — Eu acredito que você é esperta. Você devia saber que um dia isso ia acontecer. Por que você veio para Hogwarts? Pra se proteger dos caras que você tá fugindo? Já pensou que com isso, estamos todos correndo perigo? Não ande sozinha, Carter — ele sorriu — Você não sabe o que pode estar se escondendo nas sombras.

— Chega, Sebastian — James chegou me agarrando para fora do circulo. — Já falou o que queria com ela, então nunca mais chegue perto, estou sendo claro?

— Quem é você pra me impedir? —Sebastian sorriu e alguns de seus amigos riram.

— Sou James Potter, imbecil. — e com um feitiço, Sebastian já estava no chão."

Prendi a respiração. Havia me esquecido dele com tantas coisas na minha cabeça. Engoli em seco. Ele se virou e seus olhos escureceram ao notarem que era eu.

— Carter! Estava pensando em quando nos encontraríamos novamente.

Daquela vez ele estava sozinho. Pensei nas possibilidades de escapar. Minha varinha estava no bolso por dentro do casaco. Se eu fizesse algum movimento brusco, ele me agarraria primeiro e poderia ser bem pior. Se eu usasse meus poderes, conseguiria controlá-los? Não estava confiando tanto neles agora. Eu sem querer explodia alguma coisa quando na verdade só queria fazê-la flutuar.

Não conseguiria lidar com ele fisicamente. Estava sem saídas.

O corredor estava vazio.

Teria que pegá-lo de surpresa.

Eu sabia que devia ter prestado atenção quando ensinavam a lutar nos livros. Quando se é magro, tem um jeito que com rapidez podemos acertar o adversário. Me lembrei de que devia acertá-lo na garganta.

— Sabe, Carter. Eu fico me perguntando por que tantas pessoas gostam de você. Primeiro você explode a casa dos Weasley e agora passou o final de semana tomando chá com seus sequestradores. Não acha estranho que você tenha voltado sem problemas? Sabe o que eu acho? Você mentiu para todo mundo. Você se lembra de tudo. Se você não se lembrasse, iria mesmo continuar aqui em Hogwarts? Ou você é tão burra para pôr todo mundo aqui em perigo?

— Me deixa em paz, Sebastian. Eu não fiz nada contra você. E não me lembro de nada.

— Ao contrário de você, eu quero proteger as pessoas ao meu redor. Você nem deve ter se importado com isso, não é? Só deve estar pensando no quão sua vida foi ruim.

Cada palavra que ele dizia me feria. Ele podia não saber de tudo, mas ele estava certo. Aquelas pessoas quase feriram Rose quando destruíram nosso quarto. Minha cabeça rodava. Quando me dei conta, eu tentava estrangulá-lo quando seus braços me agarraram. Ele puxou meu cabelo com tanta força que eu vi pontos luminosos no canto do olho. Me jogou contra a parede violentamente e foi quase em câmera lenta quando minha magia se acionou.

Eu o paralisei, pondo a mão na frente do meu rosto com a palma virada para ele. Seus olhos me observaram confusos e suas pupilas se dilataram. Respirei várias vezes e o soltei, jogando-o contra a parede. Aproveitei o momento. Corri às cegas, chorando sem saber realmente por quê.

Ele sabia.

Sebastian sabia sobre os meus poderes.


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