Pandora escrita por Corie J


Capítulo 16
Dreams and Worry


Notas iniciais do capítulo

Acho que não estou achando títulos bons para capítulo... Whatever.

Eu estou muito estressada graças às malditas provas e acho que estou literalmente enlouquecendo. Melhor para vocês, já que escrever me acalma. Então, voilá, um capítulo com momentos muito fofinhos



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Eu estava deitada, observando o céu. Estava nevando, mas eu não sentia frio. Eu me sentia livre.

Ao meu lado estava Nick. Os flocos de neve no seu cabelo o faziam ficar extremamente lindo, como se a natureza o amasse. Eu não conseguia enxergar o horizonte por causa das árvores, que nos rodeavam.

— Eu te amo, Carter — Nick sussurrou no meu ouvido, mas quando eu observei seu rosto atentamente, percebi que era James.

Levantei, mas não consegui me mover, pois meus pés estavam presos no chão. James me segurou e eu virei em sua direção. Ele era uma confusão de identidades; eu não conseguia afirmar quem ele era. Um segundo era Nick, outro era James. Então seus cabelos ficaram ruivos e o garoto me segurava protetoramente. Seus olhos azuis eram sinceros e muito desapontados.

— Você prometeu que voltaria e me buscaria.

— Fred...

Qual era mesmo o nome dele? Ele se virou e de repente eu estava naquela cela a qual sempre sonho.

Eu, Fred e mais alguém que eu não identifiquei estávamos lá, presos e sujos. O homem que nos vigiava era rude e seus cabelos eram oleosos. Mesmo assim ele usava roupas elegantes e sapatos engraxados. Sorriu, com seus dentes amarelados:

— Quem será o próximo sortudo?

Uma onda de pânico me atingiu e eu tentava correr para qualquer lugar, mas a cela parecia diminuir cada vez mais e quando eu tentava fugir, parecia demorar horas para me movimentar. Ouvi uma voz fininha berrar e segui seu som, até que eu me encontrava em um quarto de criança. Mas estava tudo errado.

O armário estava caído no chão e a garota de cabelos negros gritava em plenos pulmões. Então eu percebi que havia alguém esmagado embaixo de tudo aquilo. Era um garotinho, tão jovem que eu mal o reconheci, mas eu tinha certeza.

Era Sammy.

E ele estava morto.

Acordei gritando. Era a primeira vez que eu havia feito aquilo e desejava profundamente não ter feito. As minhas companheiras de quarto correram até a minha cama, cheias de adrenalina. Eu as convenci depois de um tempo que era tudo um pesadelo, mas estava me segurando para não sair daquele quarto e ir para algum lugar isolado.

Minhas mãos tremiam e só conseguia pensar em Sam. Nunca mais havia falado com ele. Estava com um pressentimento ruim sobre aquele pesadelo, como se não tivesse sido apenas um sonho. Mas eu não deveria chegar a nenhuma conclusão, ou se não eu ficaria louca. Me acalmei e dormi novamente.

***

Quando acordei, já se passavam das dez da manhã. Minhas companheiras haviam saído e me deixaram dormindo, mesmo sendo dia de semana. Quando estava me arrumando, vi um bilhete pregado na parede:

"Carter,

A gente sabe que você teve dificuldades em dormir ontem. Você é adiantada em relação a nós nos estudos! Tome o dia de folga, a gente diz que você não estava se sentindo bem...

— Caroline & Georgie"

Suspirei. Eu sabia que o que elas estavam falando era verdade, então corri na cozinha, conversei com os elfos domésticos por algum tempo e até consegui conquistar a amizade de alguns (mesmo que eles se assustassem facilmente ao meu toque).

Me senti meio solitária e peguei um livro para passar um tempo sem pensar na minha vida. Eu entrei na sala precisa, que estava com uma cama confortável, vários sofás, um tapete branco felpudo, uma TV (que na verdade não funcionava) e um bocado de outras coisas. Me sentei na cama. Eu estava com o livro nas mãos, mas não estava conseguindo me concentrar e percebi que estava relendo a mesma linha já se faziam minutos. Desisti, me deitando.

Porém, mesmo que eu tentasse, eu não conseguia dormir. Fiquei um tempo encarando o teto até ouvir alguma coisa se quebrando.

Quando me levantei, pude ver o vislumbre de um cabelo ruivo, que logo desapareceu em uma porta. Mas quando a abri, não tinha ninguém lá. Deduzi que foi apenas minha imaginação pregando peças.

***

— Então, o que você fez hoje? Não está com aparência de doente. — Nick comentou, sentado ao meu lado.

— Pus fogo em um boneco da Sala Precisa. Eu estava tentado levitá-lo. — ri, mesmo que eu estivesse meio sem paciência. Queria conversar com Sammy e estava esperando-o entrar no salão comunal da Grifinória, que era aonde estávamos.

— Bom, nós, alunos-que-não-cabulam-aula, só aprendemos a receber detenções. Tenho tantas que talvez não possa ir para o passeio de Hogsmead.

Como nada havia acontecido comigo novamente, os aurores se retiraram há algumas semanas. E a viagem para Hogsmead foi planejada para a próxima semana. Fiz cara de surpresa, mesmo sabendo que ele não arrumava encrencas, ele as procurava.

— O que aprontou dessa vez?

— Abaixei as calças do Sr. Johnson com magia.

— Nick!

— Em minha defesa, ele não devia usar uma samba canção com furos. Essa parte foi culpa dele.

Não aguentei e ri. Uma das coisas que eu havia notado após desistir de James, era que eu andava mais feliz. Nick também ajudou. Ficávamos juntos após as aulas e líamos alguns livros que arranjei da sala precisa. Não eram antigos e eram cheios de imaginação. Li um chamado "A maldição do Tigre", que me fez perder o fôlego. No fim da série, eu comecei a chorar e Nick riu de mim. Dei um tapa no ombro dele e me aconcheguei em seu abraço, que querendo ou não passou a me confortar.

E quando eu chegava no meu dormitório, sempre havia um pedaço rasgado de pergaminho com alguma coisa escrita. A do dia anterior havia sido:

"A vida te vira do avesso, e você descobre que o avesso é o seu lado certo."

Voltei à realidade quando ele segurou minha mão e olhou nos meus olhos:

— Eu acho que você precisa descansar, Carter.

— Não preciso. Eu estou bem, Nick. — suspirei.

Eu acabei contando a ele sobre o que aconteceu comigo quando fui à Organização, omitindo (obviamente) a parte do que aconteceria comigo quando completasse dezessete anos. Não sei por que, mas também não contei o que aconteceu com Coraline Ray e a estranha mensagem na parede.

Mesmo não sabendo daquilo, aquela foi a primeira vez que ele quase perdeu o controle (quando lhe contei sobre a Organização). Me abraçou forte em seguida e pediu que nunca mais escondesse coisas dele. Após isso, implorou que eu contasse para os Aurores, mas eu tive medo. Não gostaria de saber o que a Organização faria se soubesse que os delatei.

— Carter — ele suspirou. Fez um gesto de que falaria mais alguma coisa, porém desistiu.

— Eu estou bem, Nick. Olhe para mim. Eu estou aqui. — o abracei. Ele aconchegou a cabeça nos meus cabelos, cheirando-os.

— Não sei o que eu faria se te perdesse.

— Não perdeu.

Olhei em seus olhos e o beijei.

Quando Sam apareceu, me abraçou forte.

— Hey, pequeno. — Eu comecei, me sentando no chão ao seu lado.

Ele observava Nick. Parecia preocupado. Mas quando se voltou para mim, estava com um olhar amoroso.

— Me desculpe por não ter falado com você nos últimos dias. Estive tão ocupada que não pude fazer tudo que queria.

— Eu também tive algumas coisas para fazer. Aprendemos a jogar quadribol nas aulas de voo.

Não pude deixar de sorrir com a sua inocência. Por que eu não podia ser daquele jeito? Por que tudo de ruim acontecia comigo? Não pude deixar de lembrar do dia em que encontrei uma pessoa me espionando na biblioteca.

"— Hey, calma! Eu não vou fazer nada! Você trabalha para a Organização?

Ela parou, como se eu a tivesse congelado. Parecia querer se virar na minha direção e pude ver seu braço todo cicatrizado de relance. Quase como se tivesse passado a vida apanhando. Ela sussurrou:

— Não confie nele. — eu reconhecia aquela voz, mas não sabia de onde."

Voltei ao presente, me lembrando que Sam esperava que eu respondesse:

— Sério? Que ótimo, Sammy! Vai se tornar o apanhador da Grifinória ano que vem?

— Talvez eu seja um bom goleiro também. Mas sou muito pequeno mesmo para a minha idade.

— Não importa se você é um anão ou gigante. Suas habilidades que te dirão o resultado no final.

Ele segurou minha mão e se encostou no meu braço enquanto olhávamos os Grifinórios passando. Suspirei com os olhos semicerrados. Como sempre, Nick estava com toda a razão. Eu estava sim cansada.

Nunca havia pensado com tanta firmeza quando aquele momento, mas percebi que eu estava realmente morrendo. Eu ficava cansada a ponto de desmaiar quando tentava treinar meus poderes e, mesmo quando não praticava, sentia sono. Eu queria pular na minha cama e dormir um dia inteiro.

Beijei os cabelos morenos do pequeno Winchester e dei-lhe um abraço de urso:

— Vou me recolher, maninho. Eu te vejo amanhã.

Quando estava saindo do salão comunal dos leões, ele correu e abraçou a minha cintura, já que era lá aonde ele batia. Meu coração murchou, sabendo que se eu morresse, teriam de contar a notícia para ele. Sammy era tão pequeno e carente. Eu não fazia ideia de como deveria agir. Deveria abraçá-lo mais ou começar a prepará-lo?

Quando olhei para o salão mais uma vez, eu vi de relance um garoto ruivo. Tinha minha altura. Me observava no meio das pessoas com uma expressão séria. Mas quando retornei o olhar para o local, não estava ninguém. Não pensei muito naquilo. Não era incomum um ruivo na Grifinória.

Saí de lá e capotei na cama sem trocar de roupas.


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Notas finais do capítulo

Coitado do Sammy, gente. O que será que vai acontecer? Como ele sabe sobre os poderes dela? O que acham do Nick? Me contem suas teorias sobre o que vai acontecer!



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