Reunimo-nos na grande mesa de banquetes. Troy, para meu espanto, ficara na cadeira em frente à minha; um meio sorriso brincava nos lábios dele, o que fez com que eu também sorrisse. Mas o sorriso dele diminuiu ao deslocar o olhar para minha coroa, embora não tenha sumido, o que me encorajou a iniciar uma conversa.

E foi assim que começou nossa historia proibida.
No quarto baile que ele compareceu, nosso décimo encontro social no total, eu havia feito a vontade de minha mãe e posto uma veste azul. Era incrível como nos meses que se sucederam à caçada eu fizera cada pequena vontade dela.

Era um baile ao ar livre, uma clareira na orla do bosque onde eu encontrara o unicórnio. Eu não ligava muito para festas, mas nesta, meu tédio estava atingindo um ponto critico... Pelo menos até vê-lo parado um pouco atrás das árvores. Ok, eu confesso, o vento me avisou.
Fui até ele. Troy sorriu.

-Gostaria de fugir um pouco? Prometo que não vamos longe.

Mas fomos.

Ele me guiava, correndo enquanto eu voava atrás. Isso durou cerca de dez minutos. Foi então que paramos em frente a duas árvores retorcidas que parecia um tipo de arco.

-Onde estamos?- Não pude deixar de perguntar.

-Confie em mim. Hoje eu vou te mostrar o que de outro modo você nunca conheceria.

Eu confiei. Passamos juntos pelo arco.

Eu caí com a cara no chão. Levantei e tentei voar de novo. Algo não estava certo. Olhei para trás. Minhas asas haviam sumido. Gritei ao mesmo tempo em que ouvia uma voz ríspida:

-Quem é essa Troy?