ígnea escrita por Jes_syca


Capítulo 5
Capítulo 02 Parte 02


Notas iniciais do capítulo

Reviews please



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/60422/chapter/5

Abri minhas imensas asas azuis rajadas de rosa e sobrevoei a área aonde todos iriam se reunir.

Tenho que admitir que, naquela hora, eu estava tão impaciente quanto Alessa, mesmo que minha espera fosse apenas de alguns minutos. Logo eu pude sentir o vento se deslocando, sinal de que eles vinham correndo.

Foi ai que me dei conta da piada: uma ninfa do ar apaixonada por um Elemental da terra.


Uma buzina me tirou de minhas lembranças, trazendo-me de volta ao caminho da casa de Alessa. Não, não era mais a casa dela; tive que me lembrar. Ela agora pertencia ao meu mundo.

Mesmo estando em minha aparência humana sou irresistível para os mortais, por isso os pais dela nunca tiveram chance contra mim; adoravam-me desde a primeira vez que me viram. Eles me deram as coisas dela e nos desejaram boa-sorte. Suspirei. Nós íamos precisar de sorte, mas não para o que eles imaginavam.

Ao invés de seguir para casa, guiei-me até o campo aberto onde os humanos raramente apareciam. Para ficar calma, eu precisava meditar.
No meio daquele campo havia uma árvore centenária. Subi até o topo sem dificuldades. Lá em cima o vento era forte e eu me senti de volta ao meu lugar, meu lugar de origem, meu lugar por direito. Voltei minha mente par ao passado.

A caçada estava para começar...
Eu o vi conversando animado com seus amigos. Estavam rindo devido à corrida. Essa sempre foi minha vantagem; o vento era meu mensageiro, não o de minha mãe. Eu sabia de inúmeras coisas que ela desconhecia.

O sorriso dele era lindo e fez com que borboletas criassem vida em meu estômago. Os olhos de Troy se encontraram com os meus, desviei o olhar, corando. Ele era ainda mais bonito do que eu lembrava.

Minhas primas juntaram-se a mim no ar. A expectativa da caçada era palpável. Os únicos sons que o vento me trazia era o zum-zum-zum das nossas asas e a respiração dos elfos abaixo de nós.

Um dos nossos criados deu a partida. Deixei, de propósito, que minhas primas passassem na minha frente, e segui o rastro dos elfos um pouco acima deles. Nenhum dos dois grupos estava na direção certa, era o que o vento me avisava.

Fui direto para onde o unicórnio estava, afinal, se eu possuía vantagens, me utilizaria delas largamente.

O unicórnio era um animal doce, assim sendo, montei nele sem nenhuma resistência e galopei para encontrar quem eu realmente queria. Troy liderava um grupo de cinco elfos. Estava apenas uma calça marrom folgada e mais nada; nem mesmo um calçado. Meu estomago deu outro solavanco.

-Ganhei. – Murmurei vitoriosa. O sorriso em meus lábios comemorava a dupla vitoria.

Um a de minhas primas chegou e fez as apresentações, mas meu olhar era apenas para um deles. Saltei para o chão, minhas vestes tremularam ao redor do meu corpo, misturando os tons de rosa dos véus.

Passei as mãos pelos meus cabelos curtos e abri meu sorriso mais doce.

Por algum motivo o sorriso de Troy era quase cauteloso. O restante de minhas primas chegou, assim como os elfos, me congratulando pela incrível caçada que não durara nem mesmo meia hora.

Logos mais ninfas juntaram-se a nós a fim de convidar os elfos para um banquete no palácio.

Suspirei ao ver a comitiva que esperava por mim. Fui com elas enquanto os demais olhavam se o unicórnio voltava em paz para o seio da floresta.

Eu sabia que aquela parte da minha vida era inevitável, mesmo detestando tudo que se relacionasse a ela. Minha mãe me esperava no salão a fim de dar boas-vindas aos nossos convidados.

Era nisso que dava ser herdeira do trono das Ninfas do Ar.

Nosso palácio tinha tons de azul, contrastando com a minha enorme adoração pelo rosa, e era imenso, com muitas janelas amplas que sempre estavam abertas. Não que entrássemos voando por elas; isso era falta de educação; mas gostávamos de estar sempre em contato com nosso elemento.

As cortinas que ladeavam as janelas eram azuis; em todo canto que eu olhasse via azul. Era a cor favorita de minha mãe e, mesmo eu, sua única filha, não consegui modificar nada além do meu próprio quarto. Se minha mãe fosse um pouco mais rainha e menos mãe talvez nosso relacionamento fosse melhor.
Ela colocou a coroa real, que fora esculpida em safiras, enfeitando meus cabelos. Na luz do sol era mais chamativa que néon.

Logo a parte mais animada do grupo chegou perto o bastante para deixar minha mãe a par do fato que eu não só pegara o unicórnio, como também montara e conduzira o belo animal.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "ígnea" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.