ígnea escrita por Jes_syca


Capítulo 4
Capitulo 02


Notas iniciais do capítulo

Narrado Pela Kitty



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Kitty

Ah, eu já esperava isso dela. É típico daquela cabeça-quente sair para correr quando não queria pensar. Pelo menos dessa vez ela avisou. Liguei o som. O caminho para a casa de Alessa era um tanto longo quando eu tinha que percorrê-lo de carro.

Sem duvida fora uma boa idéia alertá-la, caso contrário metade da cidade correria perigo.

Meu estômago deu um pulo ao lembrar o aviso de Troy: “Estaremos ai em uma semana. Creio que a guerra está próxima. Esteja preparada para voltar conosco. Sinto sua falta.”

Troy. O meu amor. O meu amor proibido. Era quase uma piada o fato de que devêssemos ficar juntos, mas não pudéssemos.

O amor entre seres humanos e seres mágicos era um tabu. Proibido, embora estranhamente freqüente. Uma ninfa que se apaixona por um humano tem que abrir mão de sua imortalidade, seus poderes, sua família e todo o seu mundo. Assim, todas nós procuramos não ter contato com os mortais e, infelizmente, a maioria não se apaixona – o que eu acho uma frescura, pois apesar de nunca ter ouvido falar de ”Ninfos”, existem outros seres mágicos com quem poderíamos nos relacionar – e, as que se apaixonam por mortais (um número espantosamente grande para uma raça que toma tantas precauções) viram humanas.

Mas eu não. Minha ambição era me apaixonar por um mortal. Minha mãe não poderia me impedir de renegar a tudo e amar sem culpa. Só que não foi bem assim.

Eu o vi pela primeira vez em um salão de bailes. Ele estava dançando com uma de minhas primas. Ele era maravilhoso aos meus olhos: cabelos e olhos negros, vestes verde escuro, um rosto sério e, ao mesmo tempo simpático... Em uma das voltas que ele deu, Troy me viu, e parou. Virei meu rosto e voltei para o lado de minha mãe. Ele voltou a dançar.

Passou-se algum tempo até que nos víssemos outra vez.
Nesse meio tempo eu estava tentando entender com, tendo tantas ninfas que se apaixonam por humanos, eu fui me apaixonar logo por um elfo elementar.

Eu conheço minha mãe muito bem para tentar me iludir. Sou filha única, ela é viúva e possessiva. Nunca ela abriria mão de mim para outro ser. Ela nem mesmo conseguia entender que aquilo não significaria me perder. Eu não deixaria de ser filha dela por amar outra pessoa também, mas ela nunca quis saber disso. Ela simplesmente repetiria aquele mantra de que “nunca existiria ninguém bom o bastante para mim”.

Por esses e outros motivos eu tinha a esperança de me libertar com um mortal. Você deve estar pensando: “Por que ela simplesmente não desistiu de tudo mesmo sem estar apaixonada?” Bem, eu não podia. Um dos requisitos para que o ser vire mortal é virar mortal por alguém, e não por si mesmo.

Quando percebi que me apaixonara pelo elfo, percebi também que nunca me veria livre daquilo, pois elfos não podem virar mortais. Só me restava lutar pelo meu amor.

Quando decidi que lutaria contra o que quer que fosse para estar ao lado dele, decidi que era hora dele me conhecer. Eu já sabia de algumas coisas sobre ele, mas teria que tirar a prova por mim mesma.

Foi nesse dia que tivemos a caça ao unicórnio, não para machucá-lo, apenas para ver quem conseguiria encontrá-lo primeiro: as ninfas do ar ou os elfos da terra? Eu só sabia que, naquele dia, iríamos oficialmente nos conhecer.

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