ígnea escrita por Jes_syca


Capítulo 10
Capítulo 03 Parte 04




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Pensei que ele considerava a hipótese de me levar de volta para onde estavam os elfos negros.


- Não vou fazer isso. – Ele falou com um meio sorriso que me dizia que era exatamente aquilo que ele estava com vontade de fazer.  – Assassino de humanos não é uma das minhas qualidades.


-Então para onde diabos eu vou? – Explodi. Não agüentei.


-Eu sei lá para onde vou te levar! – Ele retrucou com igual impaciência. – Algo me diz que vou ter que te levar comigo, mas essa era a ultima opção; uma que eu não tencionava escolher.


- Eu vou com você para onde? – Ok, agora eu estava definitivamente assustada. – O que vai acontecer comigo?


A expressão no rosto dele era de zombaria enquanto meus sentimentos se aproximavam do desespero. O que eu iria dizer pro pessoal do acampamento quando voltasse? O que eu iria dizer para minha família? Eu iria voltar? O que ele ia fazer comigo?


Com raiva por não ter nenhuma dessas respostas, chutei a terra à minha frente.


Sem aviso, ele me pegou no colo como se eu fosse uma criança, fazendo com que eu gritasse de surpresa. Para ele, parecia que eu não pesava nada enquanto saiamos do chão. Com medo, segurei firme no pescoço dele. Como eu falara antes, ele era quente, mesmo com o vento frio da noite batendo em nós acima da floresta. Segurei-me mais forte quando ele aumentou a velocidade e altura.


-Eu não vou deixar você cair. –Ele falou com tom de deboche.


Não liguei. Eu tinha pavor de altura. Meti a cabeça na curva do pescoço dele. Hmm... O cheiro era bom ali. Meu coração bateu um pouco mais forte.


Ouvi que ele ria. Que bom que meu medo divertia aquele ser de humor doentio! Queria bater nele com um taco de hóquei, mas algo me dizia que não era uma boa idéia. Foi ai que eu percebi algo estranho. Eu não estava com medo. Não dele. Eu estava GOSTANDO daquela situação. Meu Deus, eu lembro que me senti uma doente naquela situação. Masoquista.


Mas a verdade era que era simplesmente fantástico estar ali. Parecia um sonho com tudo o que tinha direito. Naquele momento, voando com aquele estranho, eu não me preocupei com mais nada. Nem com meus pais, amigos ou namorado. Claro que eu não deixaria o tal Tristan saber disso, ou ele teria certeza de que sou louca, mas...


Cedo demais ele me colocou no chão com cuidado. Espiei ao meu redor, louca para saber onde ele morava. Eu estava em um quarto tipicamente masculino. A decoração era preta e vermelha, a cama de dossel era imensa. Juro que caberiam umas quatro ou cinco pessoas ali. Todo o quarto era decorado com dragões dos mais diversos tipos. Havia três imensas janelas, sendo que uma delas estava aberta. Imaginei que havia sido por ali que entramos.


As cortinas das outras estavam abertas, deixando-me ver a noite lá fora. O céu estava cheio de estrelas e uma imensa lua-cheia brilhava. Logo abaixo dela estavam as árvores de um bosque. O quarto estava parcialmente na penumbra, e seu dono estava tão quieto que, se eu fechasse os olhos, poderia crer que estava sozinha. Mas ele estava lá. Aquele calor não deixava esquecer-me da presença perturbadora dele. Virei-me para encará-lo.


Meu cabelo cacheado bateu nas minhas costas. Tristan estava me encarando, apoiado na janela maior. Ao ver que eu esperava que ele falasse algo, sorriu e zombou:


-Acabou de avaliar meu quarto?


-Não. – Retruquei e voltei para a inspeção, dessa vez as paredes.


Mais quadros; mais dragões. Vasos em cima dos móveis, sem plantas, apenas vasos. Nas prateleiras, alguns livros. Também havia duas portas. Imaginei que uma daria para um closet/banheiro e a outra para a saída.


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