Doze

Alice levantou-se da mesa da escrivaninha e colocou seu bloco dentro de sua mochila novamente. Caminhou pela extensão do quarto, e depois saiu pisando alto.

 - Jasper? – ela chamou com a voz embriagada.

O garoto respondeu de seu quarto e ela seguiu-o até lá.

 - Respondendo o bloco? – Alice crispou as sobrancelhas.

 - Bem... é nosso anuário. Pode ser útil um dia. – ele sorriu abertamente, e logo se levantou da cama, para guardar o bloco em sua bolsa – onde estão os gatos? – perguntou ele olhando receoso pela porta.

 - Cécilys deve estar em meio de uma missão secreta, e Honey deve estar aproveitando a calma na casa. – Alice bocejou.

 - Estive pensando... – Jazz se aproximou de Alice cuidadoso. – não estou afim de jogar verdade ou desafio. – mordiscou o lábio. E os olhos de Alice se afundaram nos dele por um instante.

 - Ahn... como quiser. – ela lambiscou o lábio, e de as costas pra ele;

Ambos caminharam até a sala, e ligaram a T.V. Assistiram por um tempo indeterminado, e o silêncio se tornava desconfortável.

 - Bebida? – ofereceu Alice jogando o controle em algum lugar do sofá.

 - Adoraria.

~~*~~

Algumas horas se passaram e os jovens não conseguiam mais diferenciar Vodka de cerveja.

 - Então... eu caí DENTRO da caixa! – disse Jazz rachando de rir.

 - HAHAHAHAHA! – riu Alice quase roxa.

 - Tem aquela outra que eu também caí do telhado... mas aquela fica pra outra tequila, não acha? – perguntou Jasper deitado ao lado de Alice no sofá.

 - Acho qualquer coisa, Jazz! – berrou Alice com sua voz embriagada.

Eles ligaram o som com um rock alto – que era claro que os visinhos brevemente os perturbariam.  

 - Bom, e o que você faria se não me odiasse? – perguntou Alice bebericando o resto de sua bebida.

 - Eu pediria você em czâmentôn – disse Jazz forçando seriedade. E segundos depois, ambos explodiram na gargalhada.

Riram, zombaram e caçoaram de coisas sem nenhum sentido, e o efeito da bebida começava a passar.

 - E você? O que faria se não me odiasse? – perguntou Jasper aninhando Alice em seus braços.

 - Eu faria isto... – o rosto de Alie, adiantou-se por sua frente, e borboletas em seu estômago renasceram. Suas mãos mexeram em meio á camisa de Jasper, e seu lábios colaram-se enfim aos dele, como uma súbita surpresa irreal.

 Os lábios de Jasper se moveram em conjunto com os dela, como se seu lugar ideal, fosse lá. Um turbilhão de emoções, sentimentos e reações tomaram o corpo da jovem garota-fada, e a cada segundo se entregava mais a eles, como se nada mais existisse no mundo inteiro.

 Suas mãos trabalharam de maneira incessante nos botões da camisa de Jasper, enquanto as mãos do garoto afastaram um centímetro seus rostos.

 -Tem total certeza que quer fazer isto? – perguntou ofegante.

Ela assentiu, sem pestanejar. Seus olhos inundados de desejo e um sorriso inegável... tornavam-se concretos por uma noite. A noite em que o mundo poderia girar num sentido anti-horário, na noite que a lua poderia não nascer, na noite em que o real poderia ser ignorado. Enfim. Na noite que seus corpos se fundiriam.