Higher Dreams escrita por Bella Black


Capítulo 3
Capítulo 3 - Onde cabe 1, cabe 2, cabe...


Notas iniciais do capítulo

Como eu tive um milagroso tempo sobrando está tarde, fiz mais um cap para vocês! Espero que gostem.
Não esqueçam de favoritar a fic!
Boa Leitura.



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Acordei na manhã seguinte sozinha na cama. Ainda sentia minha cabeça girando e quase vomitei ao tentar olhar que horas eram. Antes que eu conseguisse me levantar da cama pude ouvir Lucy vomitando no banheiro, o que me fez ter que correr para me juntar a ele.

Parecíamos duas cachoeiras. Só que em versões muito nojentas .

Logo que consegui me recompor fui em direção a cozinha preparar um chá de Boldo. Que de acordo com minha mãe era o ideal para o fígado nessas situações. Uma xícara era “tiro e queda”. Fiz um bule.

Quando Lucy finalmente saiu do banheiro (aparentemente ela conseguia ser mais fraca que eu para bebida) o chá estava pronto e na mesa. Eu sabia que naquela situação se comêssemos a gente ia vomitar então era melhor evitar mais sujeira no banheiro (que certamente seria eu a obrigada a limpar, prazer Escrava Luiza!).

Ainda tomando o chá fui dar uma olhadinha no meu celular, só para ver, se por algum acaso eu não tinha mandado nada para ninguém. Notei que o irmão de Luiza havia me mandado uma mensagem avisando que voltaria da viajem com os amigos no dia seguinte (Domingo) e que ele ia almoçar em casa, talvez com algum convidado(a). Como era quatro da tarde do sábado resolvi ir comprar o que eu precisaria para fazer algum almoço razoável (Okay, ele ia me pagar por me obrigar a cozinhar).

Tomei um banho, coloquei uma roupa básica peguei a minha bolsa e sai para o mercado. Tive que ir em um que não costumo frequentar porque o que eu costumava ir foi interditado por culpa de um rato no estoque ou coisa assim. Não sei se eu fico feliz ou não.

Depois de meia hora no meu Nissan March 1.0, um carro pequeno e barato, eu já estava nem ligando se eu ia encontrar um rato ou morcego no meio da carne no mercado, eu só queria chegar. Digamos que paciência nunca foi o meu forte. Ainda mais por eu ter morado em cidade pequena onde em 30 minutos se atravessa a cidade inteira, a pé.

Quando finalmente cheguei já era quase 7 horas da tarde e o meu estomago estava dando voltas novamente, e eu só queria dormir mais um pouco. Fiz uma lista mental de coisas que são necessárias para um bom almoço formal ou mais casual (legal é que aquele palhaço não tinha nem falado quem, diabos, ele ia convidar). Comprei salada de vários tipos, temperos e coisas do tipo eu já tinha em casa então eu risquei da minha lista (mentalmente), comprei um pacote de massa e um molho pronto (queria ver quem ia ter coragem de reclamar), fui no corredor de bebidas (não vomita, não vomita, não vomita) e comprei uma garrafa de vinho e um fardo de cerveja, ia depender do gosto do convidado. Logo em seguida fui em direção ao açougue do mercado, e me demorei um pouco, tentando escolher qual seria a melhor carne, já que disso eu não entendia nada mesmo.

–Se me permite ajudar a Maminha parece estar deliciosa, mas é uma carne bastante gordurosa, essa Picanha não é pura por que está muito pesada para uma Picanha. Mas essa Alcatra está perfeita para ser assada.

–Ah, oi chefe. – Respondo assustada.

–Acho que te assustei, não foi a intenção.

–Não, não tem problema, ah, obrigada pela dica.

–Não há de que. – Respondeu ele cordialmente.

Meu Deus, que homem é aquele? A perfeição encarnada em carne e osso. Tá certo que é um pouco mais velho que eu, tem até cabelos grisalhos (o que o deixa mais gato ainda) mas eu não negaria fogo para um homem daqueles nem que me arrancassem as pernas, e olha que eu dou valor para as minhas pernas. Mas é claro que eu sou profissional e não deixo com que ele perceba o puta tesão que eu tenho nele, pelo menos tento. Como é que um homem que trabalha em um escritório podia ser tão malhado e ter a pele tão bronzeada? Queria pedir a receita para ele para ver se eu dava um jeito na minha vida.

–Bem, eu quero esse pedaço de Alcatra então. Disse eu para o atendente do outro lado do balcão, apontando para o pedaço que eu queria levar.

–Aqui está. Entregou-me ele o pedaço de carne.

Fui andando calmamente atrás de alguma coisa para a sobremesa enquanto Alexandre, o meu Patrão seguia ao me lado.

–Acho que tu irá servir um jantar, estou certo?

–Mais ou menos, é um almoço, para um colega meu de apartamento e algum “convidado misterioso” dele. - Disse eu ironizando o “convidado misterioso”.

–Sugiro que corte a Alcatra em pedaços grossos, para ela ficar suculenta. – Meu Deus, como aquela voz era... hmm...

–Anotado Chef! – Brinquei eu. Enquanto escolhia que sobremesa fazer. Resolvi fazer um bolo que a minha mãe havia me ensinado. O nome era “Bolo mil e uma noites” e as chances de alguém não gostar (se eu não queimasse o bolo ou fizesse tudo errado) eram mínimas.

–Culpa do evento de hoje a noite eu vou ter que jantar algum tipo de comida rápida não muito saborosa. Odeio não poder fazer refeições completas.

–Quando eu estava na faculdade era o que eu mais comia, ainda mais trabalhando em uma padaria...

–Eu me lembro daquela época, já faz uns dois ou três anos, não é?

–É por ai. O senhor não sabia nem falar português ainda, recém tinha chegado.

–Verdade, mas não me chame de senhor, pelo amor de Deus, porque eu não tenho noventa anos! Sem falar que já somos íntimos o suficiente para nos tratarmos pelo primeiro nome, afinal já trabalhamos juntos à uns bons 3 anos.

É coisa da minha cabeça ou eu ouvi um tom de insinuação naquela voz grossa?

–Tudo bem, Alexandre. – Disse eu sorrindo, ao que ele retribuiu o sorriso.

–Ah, eu tenho uma ótima receita de Alcatra para lhe passar, pena que é complicada demais, o ideal seria eu te mostrar mesmo.

–Hum, se tu quiser ir amanhã almoçar lá em casa será muito bem vindo. É claro se tu quiser, e puder...

–É claro! Por que não? – Disse ele sorrindo o que quase, quase, me fez molhar as calcinhas. Meu Deus, a que nível eu cheguei, estou parecendo uma adolescente boba. Sinceramente eu mereço um soco. Aliás, por que diabos eu o convidei para amanhã? E por que diabos ele aceitou? Merda.

–Me mande seu endereço por email, okay?

–Okay, bem, até amanhã então.

–Até!

Eu me dirigi ao caixa enquanto ele terminou de fazer as suas compras. Enquanto eu dirigia para casa fiquei pensando em que consequências aquele almoço podia acarretar, mas não consegui pensar em nada negativo. Quem sabe eu até descolasse um aumento, ou até mesmo uma promoção futuramente.

Bem, até que não foi tão má ideia.

Entrei no apartamento e antes que eu pudesse contar a novidade para Lucy reparei que nós não estávamos sozinhas em casa. Lucy estava conversando animadamente, e rindo com a boca escancarada junto com a nossa querida vizinha de baixo, que aparentemente era sua mais nova melhor amiga.

–Oi? Disse eu quase com um ponto de interrogação estampado na cara.

–Ah, oi Luiza, essa aqui é a Harley, lembra? De ontem...

–Oi! – Disse Harley com um sorriso luminoso.

–Oi Harley. Lembro, mas o que é que vocês estão fazendo juntas? Tipo, sem se moer a soco?

–É que ela veio aqui entregar essas cartas que entregaram por engano e a gente começou a conversar e ela é super legal, a gente até combinou sair juntas hoje. Quer vir também? – Disse Lucy super animada. Que parte de “perdoar fácil” eu havia esquecido de mencionar?

–Não, obrigada pelo convite, mas eu tenho que arrumar a casa para o almoço de amanhã...

–Ah é, o meu irmão vai voltar da viajem de férias dele – Disse Lu para a nossa vizinha – Você vai adorar ele! Não quer vir almoçar com a gente?

–Claro! Respondeu com a maior animação a morena.

Tá, okay, tudo bem fazer um almoço para quatro pessoas, mas isso já estava para 6. Supondo que o querido irmão de Lucy levasse só um convidado e não a turma toda de amigos dele. Aquilo estava perigando de terminar em desastre. Mas é claro que eu não ia falar para Harley não vir, afinal ia ser muito grosseria minha. O jeito era rezar para tudo dar certo.

–Luiza se tu quiser ajuda eu posso fazer uma lasanha deliciosa que eu sei fazer e trazer amanhã . Minha lasanha é fá-bu-lo-sa!

–Eu vou ficar bem feliz se tu trouxer Harley. Obrigada. – Disse eu sorrindo.

–De nada. O que eu não faço pelos meus amigos?

Hum. ”Amigos”?


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Notas finais do capítulo

Então amores, o que acharam? Comentem e mandem personagens quem ainda não mandou. Vocês podem ver quem está faltando (o irmão da Lucy, o(os)/a(as) amigo do irmão da Lucy, ou qualquer outro). Participem!
Mais uma vez, não esqueçam de favoritar a fic!
Comentem!
Bjs, até o próximo ♥