Higher Dreams escrita por Bella Black


Capítulo 2
Capítulo 2 - Coração partido se cura com...


Notas iniciais do capítulo

De tão feliz com as minhas leitoras que eu fiquei, o novo capítulo já está pronto e cabuloso Hehehe.
Novas leitoras comentem, por favor, e me mandem personagens (por enquanto não tem nehum masculino) para que a história possa fluir.
Espero que gostem do cap.
Boa leitura!



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Eu subi as escadas do prédio me sentindo exausta, a cada passo uma parte de mim gemia de cansaço. O dia havia sido realmente trabalhoso, um congresso realmente grande ia acontecer nesse fim de semana e a empresa era a responsável pela organização do evento. Tudo tinha que dar certo, extremamente certo. Passei o dia inteiro ligando para dezenas de pessoas para ver se tudo o que foi encomendado (desde mesas até microfones) ia chegar a tempo, e passando e-mails para outras dezenas de pessoas para saber quem compareceria no evento.

Tudo o que eu queria era tomar um banho, comer alguma coisa bem rápida e ir dormir, mesmo que ainda nem passasse das 8 horas. Eu estava esgotada.

Eu peguei no sono instantaneamente logo após o banho, não deu tempo nem de comer nem de colocar alguma roupa. Mal me sequei e já estava em baixo das cobertas em um sono profundo. Quando eu acordei já passava de 2 da madrugada e a minha barriga estava mais vazia que um pacote de Ruffles.

Assim que coloquei os pés para fora da cama ouvi alguém na sala, o que não era estranho, já que eu morava com mais duas pessoas, mas mesmo assim resolvi dar uma passadinha na sala, só para ver se tinha algo acontecendo.

E tinha.

Lu estava aos prantos, com os seus grandes olhos azuis cheios de lágrimas e soluçando como uma criança. Ignorando a fome fui até ela e lhe abracei.

–O que aconteceu Lu?

–Ele, High*, ele tava com outra, high.

Na hora eu saquei, o ele em questão é a paixãozinha da Lucy. É tipo o primeiro amor, só que mais forte, e não tão “primeiro” assim. A Lu tinha esse problema de se apaixonar fácil e intensamente por qualquer um, e sofrer muito por esse qualquer um.

–Mas Lu, vocês mal se falaram em toda a vida.

–Mas eu amo, high, ele. - Disse ela arrastando o “amo”.

–Eu sei, eu sei... Shiii, vai passar, vai passar... - Disse tentando consolar ela.

–Não vai, dói muito, high, aqui ó. - Falou colocando a mão sobre o peito. Já deu para perceber que ela é “um pouquinho” dramática, né?!

–Tu ta chorando assim desde quando?

–Desde que eu cheguei, meia-noite, high, mais ou menos, high.

Ah, pelo menos não é tão mal, eu pensei que ela estava chorando desde que eu saí para trabalhar, depois do almoço. Hum, almoço... Só de lembrar a minha barriga deu um ronco forte, implorando por comida.

–Olha, eu tive uma ideia, a gente vai dar uma volta lá fora. Vamos tomar um sorvetinho lá na Sorvelândia e tu me conta tudo que aconteceu, sem chorar.

–Eu não vou conseguir não chorar.

–Vai sim. Eu sei que vai.

E eu sabia mesmo, era sempre assim, uma paixão avassaladora. De dez minutos.

Meia hora depois nós chegávamos a Sorvelândia, era 02:30 da manhã e a sorveteria estava praticamente deserta. Enquanto nós tomávamos os nossos sorvetes (o meu de chocolate, baunilha e limão com cobertura de caramelo, o dela de morango e cereja com cobertura de morango) Lu me contou o que havia acontecido.

O rapaz alvo das paixões de Lucy (que eu duvido muito que ele soubesse que era) estava se pegando com uma “morena fatal” (pelo menos de acordo com a descrição de Lucy, que na atual situação talvez não seja muito confiável) em um barzinho que ela tinha ido com alguns amigos.

Ela disse (disse...) que não tinha chorada na frente dos amigos e muito menos na frente do rapaz em questão, mas eu duvido muito, por:

1-Ela é muito sentimental e chora até assistindo propaganda de ração pra cachorro, então eu tenho certeza que pelo menos ela lacrimejou e;

2- Aqueles imensos olhos azuis não conseguem disfarçar lágrima nenhuma.

– Quer saber? Deu de mimimi. É 3 da manhã de um sábado e agente ta tomando sorvetinho. Isso não tá certo. Vem.

Arrastei Lucy para um bar que ficava a umas duas quadras da sorveteria e pedi duas doses de Vodka com Coca que era pra gente ficar mal mesmo. Consegui obrigar Lucy a tomar outra, e tentava obriga-la a virar a terceira quando ela ameaçou começar a chorar.

O bar não tinha muita gente. Somente um grupinho de caras bebendo cerveja e falando bastante palavrões que, pelo modo como cochichavam e olhavam para Lucy, a conheciam. Eu não estava tão bêbada e achei melhor voltarmos antes que Lu se arrependesse e tivesse que aguentar aqueles babacas rindo dela quando a vissem novamente.

Liguei para um táxi. O taxista já até me conhecia e sabia do estado em que eu voltava para casa as 3 da manhã de uma sexta/sábado/domingo. Ele chegou logo e me pediu se eu queria uma água ou um saquinho (a água era só um pretexto para me oferecer o saquinho para que eu não forrasse o taxi com vomito).

A ida até a minha casa me deixou pior ainda, com a Coca empurrando o álcool da Vodka para as paredes do meu estomago fiquei bêbada, e a julgar pelo estado Lucy também.

As escadas do prédio pareciam mover-se, enquanto subíamos se equilibrando uma na outra, riamos daquelas escadas malditas, Lu gritava que tinham trocado as antigas escadas por escadas rolantes. Bravamente vencemos o primeiro andar, quando chegamos ao segundo reparamos que uma porta estava semiaberta e uma festinha rolava lá, parecia ter umas 7 ou 8 pessoas.

Sem pensar em nada entramos na festa e começamos a dançar. Gritando e pedindo para aumentar a música, um rapaz muito atraente com quem eu tinha dançado até o chão gritou em resposta:

–Não dá, a Ley falou que a vizinha de cima é uma velha chata e vive ameaçando chamar a policia quando a música fica um pouco alta demais.

–Que merda de vizinha! - Respondi e em seguida fui atrás de mais bebida, enquanto procurava por qualquer coisa com um alto teor alcóolico percebi que a tal vizinha chata que morava no apartamento em cima e que ligava para a policia era eu!

–Filha da puta! Velha é a tua mãe! – Gritei indignada para as paredes. Mas e será que eu era mesmo que eu era a chata do prédio? A malcomida? Comecei a me sentir velha e escrota. Eu não queria ser a velha escrota. Eu sempre me achei tão moderna. Pelo visto eu estava ultrapassada. Eu estava me sentindo um lixo quando consegui achar um litro de Bacardi que era forte pra porra, fiquei tonta logo após o primeiro gole e quase cai, ainda enquanto eu tentava me levantar do “quase tombo” ouvi alguém brigando na sala. Fui até lá e como a estrutura era igual ao do meu apartamento foi fácil. Fácil na medida do possível, por que fui praticamente andando de quatro. Não fui muito elegante.

Quando cheguei na sala, Lucy estava chorando, gritando e tentando bater em uma outra mulher. Ela parecia um animal descontrolado. Os cabelos loiros estavam emaranhados, e ela estava, literalmente, vermelha de raiva. Sem contar as lágrimas que lhe escorriam pela face.

–Sua vaca, traidora, destruidora de futuros lares, tomara que morra!

Eu nunca, NUNCA, nunquinha mesmo, tinha visto Lucy tão puta da vida. Ela sempre foi um anjinho, nem palavrão nunca ouvi ela falar. Eu não sabia o que aquela mulher tinha feito, mas era grave.

–Eu não te fiz nada, sua louca! – Disse o alvo da raiva de Lucy, tentando se desvencilhar das garras da fera.

Pelo visto nem ela não sabia o que ela tinha feito, o que só aumentou a raiva da Lu.

–Que tipo de pessoa pega o namorado dos outros e acha que não fez nada?

Naquele momento eu percebi quem era a tal “destruidora de lares”. Era a nossa vizinha de baixo, uma tal de Harley não-sei-o-que. Eu nunca nem tinha falado com ela, só quando algum carteiro imbecil trocava as correspondências, aliás, esse era o único motivo para eu saber o nome dela.

Eu tentei me meter na briga, para afastar Lucy da outra quando (provavelmente foi sem querer, mas explica isso para uma bêbada) a Harley me acertou um arranhão no rosto, que por pouco não atingiu o meu olho. Fiquei puta da vida e parti pra cima dela também. A coitada levava arranhões e tapas por todos os lados. Não que ela fosse o tipo raquítica que não consegue se defender, ela parecia ser bem forte e saudável, do tipo que faz academia. Nessa hora eu lembrei do comentário sobre “a velha mal comida que liga para a policia” e eu não hesitei nem um segundo em arrancar um belo maço de cabelo castanho e sedoso (filha da puta!) da cabeça dela.

Senti mãos me arrancando de cima dela, que apesar do ataque brutal, já estava de pé com alguns simples arranhões, e um pequeno corte na boca carnuda (A filha da puta era bonita pra caralho!). Mas não deu nem tempo de eu manda-la tomar no cu por Lucy, que alguém já tinha me jogado para fora do apartamento e fechado a porta na minha cara.

Pelo menos eu não cai no chão, alguma coisa macia amaciou o meu tombo. E só quando percebi que a coisa respirava me toquei que era Lucy.

Ainda bastante bêbadas subimos para o nosso apartamento, e após alguns rounds de vomito no banheiro fomos dormir as duas na minha cama, sem tomar banho mesmo e foda-se.


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam? Comentem Please!
Qualquer duvida me mandem MP!
Bjs, até o próximo! ♥