Meu nome é Luiza Bertolli, e se alguém estiver se perguntando, “que diabos de sobrenome é Bertolli??” é um sobrenome italiano, okay? Não é nada alienígena. Sou descendente italiana (Avá!) e até sei falar um pouquinho da língua, principalmente os palavrões, que consistem em chamar Deus e o mundo de puto (porco em italiano) (porco dio, porco madonna, dio cane, madonna putana, porco cane entre outros)*. Tá, eu sei, eu vou para o inferno. Mas eu não uso tanto esses palavrões no meu dia-a-dia, pelo menos não depois que eu saí da minha cidade natal. Uma cidade com muitos imigrantes Italianos, onde pelo menos 70% da cidade falava Italiano, principalmente os mais velhos, porque se vocês acham que eu aprendi esse amplo vocabulário de porcos que eu tenho com outros adolescentes estão é enganados. Aprendi tudo com a minha nona* que não entorta a boca para largar porco dio nenhum.

Eu saí da minha cidade com 18 aninhos para cursar faculdade de jornalismo, meu sonho, naquela época, era ser repórter de TV, mas após o 3° ano de faculdade optei por ser escritora, não sabia exatamente do que: livros, matérias, reportagens ou o que fosse. Eu só sabia que eu queria escrever.

Depois de 6 anos, estudando e trabalhando como atendente em uma padaria (podia ser pior, podia ser atendente no MC Donalds) eu me formei, na época com 24 anos. A partir dai comecei a trabalhar para jornais, revistas e blogs escrevendo resenhas, pequenas matérias, crônicas e coisas do tipo. Mas como o salário não era alto e nem garantido, já que dependia do espaço que o jornal/revista/blog podia me dar, continuei trabalhando na padaria, que pelo menos me dava um salário todo mês. O dinheiro não era muito e eu ainda dependia dos meus pais para pagar o aluguel do meu pequeno apartamento, o que me enchia de vergonha. Perguntava-me que tipo de pessoa eu era tendo 24 anos nas costas e não conseguindo pagar nem as próprias contas.

Então duas coisas ótimas aconteceram:
1- Durante os meus dias de trabalho na padaria acabei fazendo amizade com uma garota muito legal que era nova na cidade e estava procurando alguém para dividir o apartamento. Fui morar com ela e o irmão dela muito feliz por poder pagar menos da metade do aluguel que eu pagava antes (não aquele dinheiro saísse do meu bolso, era tudo responsabilidade de papai e mamãe).
2- Também durante meu expediente na padaria a segunda coisa boa aconteceu: Eu fui chamada as pressas ao balcão, enquanto fazia sanduiches na cozinha da padaria, para atender um empresário americano que não sabia falar português. E como eu havia cursado língua inglesa durante a faculdade consegui conversar com ele super bem, e eis que ele me oferece uma proposta de emprego, e obvio eu aceitei.

Agora eu ganhava mais, pagava menos aluguel e trabalhava em um lugar com um pouco mais de glamour que uma padaria (era uma empresa de organização de eventos), e é claro que assim que meus pais se tocaram disso eu perdi a minha “pensãozinha” mensal e tive que “caminhar com minhas próprias pernas” (palavras da minha mãe).

E é claro que eu não passei esse tempo todo “na seca”. Durante a faculdade principalmente eu ia a várias festinhas e pegava alguns rapazes, mas quase nenhum rolo sério. Cheguei até a namorar um fisiculturista que além de viciado em esportes era viciado em sexo, e naquela época eu não tinha tempo nem animo pra tanto. Se fosse só o sexto, tudo bem, até dava para se dar algum jeito, mas ele insistia em me acordar 6hrs da manhã para correr, isso depois de uma boa noite cansativa de trepadas.

As vezes nós ainda nos “reencontramos” e nos divertimos um pouquinho, mas nada sentimental e são realmente poucas vezes.