Higher Dreams escrita por Bella Black


Capítulo 11
Capítulo 11 - A Reunião


Notas iniciais do capítulo

Heey, eu fiquei tão, mas tão, mas tão feliz de ter tido 11 favoritos que me animei em postar esse cap novo hoje, e, olhem só, ele até ficou maior que o normal! Hahshaha. Mas não vão se acostumando, hein ;)
Eu gostaria de agradecer mais uma vez a quem lê e sempre comenta, vocês fazem uma diferença enorme na minha vida!
Boa Leitura! ♥



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O dia já havia tido poucas e boas e ainda não estava nem na metade, pelo menos não para mim que ainda tinha “o melhor” por vir. E quando eu digo “o melhor” me refiro ao meu patrão e ao nosso encontro de trabalho à tarde.

Como aquilo era o meu trabalho eu não podia me atrasar nem meio minuto, então uma hora antes eu já comecei a me arrumar, tomei banho, me raspei e sequei os cabelos e se passaram meia hora. Comecei a escolher a roupa já com um pouco de pressa com medo de me atrasar, coloquei uma saia preta a alguns dedos acima do joelho, uma camisete de botões verde, um colar bem delicado e um sapato preto e nude de salto bem baixinho, bem ao estilo secretária mesmo. Peguei a minha bolsa e coloquei lá tudo o que eu iria precisar. Prendi o cabelo em um coque e fui.

Durante o trajeto fiquei me perguntando como aquilo iria acontecer, eu estava com medo de errar tudo e acabar com o livro do cara, afinal eu não era uma escritora e nem estava perto disso. Sim, eu havia feito faculdade de jornalismo, mas a minha experiência em escrever livros estava no zero, e ainda por cima não era nem um livro normal, era uma biografia. Ele devia ter algum motivo bem sério para me escolher para aquilo.

Ao chegar na casa dele, casa não, mansão, toquei o interfone da entrada de carros e pude estacionar lá dentro do pátio dele. Um jardim fenomenal no centro, com vários lugares para carros de convidados nos dois lados, a casa era toda revestida por grades pretas e colunas brancas. A casa era de tirar o folego, toda branca e a maioria das paredes era de vidraça. Com certeza aquele homem não estava “falido”. Meus saltos estalavam enquanto eu caminhava em direção a porta.

Praticamente no mesmo segundo em que pisei na frente da porta Alexandre abriu-a para me receber. Ele estava fenomenal, recém devia ter tomado banho e estava com os cabelos molhados a camisa branca estava com alguns botões abertos que me proporcionavam uma vista desconcertante do seu peito. Ele sorriu para mim com aqueles dentes extremamente brancos e me cumprimentou com um beijo na bochecha. Sua mão pousou em minha cintura e de lá não saiu.

–Sempre pontual, hein Luiza?!

–Não faço mais que a minha obrigação. – Disse sorrindo.

–Deixe disso, é a melhor secretária que eu já tive!

–Quero ver se serei tão boa assim em escrever também!

–Tenho certeza que sim. – Por alguns segundos ele ficou encarando profundamente os meus olhos, mas antes que aquilo se tornasse constrangedor ele continuou: -Vamos, entre!

Ele ainda estava com a mão em minha cintura quando me conduziu ao seu escritório, uma sala grande, toda em tons escuros de madeira e cadeiras de couro, com uma estante enorme em uma parede cheia de livros – deu até para ficar com vergonha da minha humilde coleção literária. A sala era imponente e linda.

–Pode sentar-se aqui. – Disse ele apontando-me uma cadeira, que descobri após sentar, extremamente confortável em frente a sua mesa. – Deseja beber chá, café ou agua? Se quiser um Whisky eu também posso conseguir. – Disse ele brincando.

–Um café estaria ótimo, forte e com pouco açúcar.

–Como preferir madame, já volto.

Enquanto ele ia buscar o café, por que eu tenho certeza que ele não ia precisar fazer, era praticamente impossível que aquela casa não tivesse pelo menos uma dúzia de funcionárias, eu tirei as coisas da minha bolsa. O meu celular serviria de gravador, mas mesmo assim eu tinha um bloco de notas e uma caneta. Peguei algumas folhas onde eu já havia feito perguntas básicas que seriam necessárias para a base da biografia, mas alguma coisa me dizia que eu não iria precisar delas.

Alexandre voltou alguns minutos depois com duas xicaras de café, um bule, açúcar, adoçante, pazinhas e etc. sobre uma bandeja do que aparentava ser prata, ele reparou que eu já havia colocado todo o meu “equipamento” sobre a mesa e comentou:

–Apressadinha você, hein!

–A pressa é sua, achei que quanto antes ficar pronta melhor para ti.

–Sim, mas alguns segundos a mais ou a menos não farão tanta diferença assim...

–Tudo bem.

Ele já havia se sentado no outro lado da mesa e me encarava profundamente tal qual fizera quando eu havia chegado:

–Eu pensei em hoje eu começar pela história da minha vida, a carcaça, por assim dizer. Compreende?

–Sim, acho que sim. Começar pelo “curto e grosso”, não?

–Isso, e depois disso, em outra oportunidade eu falaria sobre o passado geral da minha família, descendentes e tal. Está bom para você?

–Está ótimo. – Na verdade pra mim tanto fazia, por que se dependesse de mim eu não tinha ideia de por onde começar.

Eu liguei o gravador e ele começou a contar. Falou sobre a união dos pais, falou rapidamente sobre a infância e adolescência. Contou as suas conquistas ao longo da vida, desde o primeiro negócio até o primeiro fracasso, passando pelas maiores conquistas e etc... Ele falava realmente o resumo da coisa, falava sobre os fatos, mas não explicava nada de mais, e eu anotava perguntas separadamente, em uma folha as que eu faria ainda naquele dia, mais simples e em outra as mais complexas para o dia em que ele contasse a maior parte dos detalhes.

Quando ele terminou de falar eu tinha poucas perguntas, que na verdade eram algumas perguntas meio “forçadas” só para eu não passar em branco, ele realmente havia falado todo o necessário.

Nem reparamos a passagem do tempo, pelo menos eu não, mas quando olhei no relógio de pulso, notei que já se passavam das sete e eu tinha chegado lá as quatro da tarde. Levei um pequeno susto, nunca o tempo havia passado tão rápido trabalhando, se bem que nem de trabalho podia ser chamado ficar segurando um gravador – aliás nem isso eu fiz, o gravador ficou sobre a mesa...

–Vejo que já passa das 19:00 senhorita, não deseja ficar para jantar?

–Não precisa se preocupar, já estou indo para casa.

–Eu insisto.

–Mas...

–Pense em quão cansativo será chegar em casa e preparar o jantar...

–Sim, mas eu não quero causar incomodo.

–Não se preocupe, o jantar seria servido o mesmo. – Eu não sabia se eu me sentia mais confortável ou ofendida.

–Bom, se é assim...

Quando descemos até a sala de jantar a mesa já estava a postos e a comida cheirava maravilhosamente. Óbvio que não era nenhum banquete enorme como em um palácio, mas a qualidade era soberba. Sentamo-nos e começamos a nos servir, fiquei com vergonha de botar comida de mais no prato e botei um pouco a menos do que caberia, mas a minha vontade era abrir a bolça e despejar tudo dentro e levar pra casa.

Ele nos serviu de um vinho dos deuses que devia custar mais que o meu apartamento, mas que em compensação, fazia valer a pena cada gole.

Após alguns minutos comendo resolvi puxar assunto, e pelo visto fiz errado, já que ele retrucou:

–Seria melhor não falarmos de trabalho durante o jantar, não acha?

–Sim, claro, desculpe.

–Não precisa se desculpar. – Disse ele com um sorriso sincero. – Que tal falarmos sobre algo mais interessante?

–Como o quê?

–Não sei, diga-me você. Quais são os seus Hobbies?

–Hum, eu gosto muito de ler, sempre gostei, desde jovem...

–Eu percebi, pelo o que vi na sua estante, naquele dia, você tem bom gosto para livros também... – Ei, como assim “também”, tudo o que ele falava acabava tento outro sentido em minha mente, talvez culpa do vinho.

–Fico até com vergonha de mencionar a minha humilde biblioteca em comparação a sua.

–Não vou negar, eu tenho muitos livros interessantes, mas a maioria sãos somente baboseiras de família, “lixo” acumulado que eu não posso jogar fora.

–Ah, nunca se deve chamar livro nenhum de lixo! Todos tem o seu valor, principalmente se antigos...

–Quando eu te mostrar aqueles vai entender o porque do “lixo”. – Disse ele rindo.

–Se tu diz... – Eu rindo também.

Após o jantar ele me convidou para conhecer tais “relíquias familiares”. Antes ele encheu novamente a minha taça (já devia ser a terceira ou quarta) e me encaminhou a sala de leitura. Lá a lareira estava acesa e a temperatura era extremamente agradável. Sentei-me naquele enorme sofá de couro enquanto eu esperava por ele, que havia ido buscar os livros na sala ao lado.

Assim que ele chegou, com os livros empilhados em seus braços, notei como estes eram fortes e como os músculos marcavam sob a blusa. Acho que eu devia parar de beber aquele vinho, não estava me ajudando em nada.

Alexandre sentou-se ao meu lado e deixou a pilha de livros no chão, pegou o primeiro e abriu, nitidamente era uma biografia antiga e ao ler o primeiro paragrafo entendi realmente o porque do “lixo”. Provavelmente quem escrevera aquela biografia fora a própria pessoa e essa devia ser a pessoa mais convencida e egocêntrica do mundo.

Em único parágrafo ele conseguiu falar que além de lindo, galanteador era inteligente e educado, e que era simplesmente sem comparação a homem nenhum no planeta, sim, isso mesmo.

–Quem é esse ser humilde?

–Era o meu tataravô, muito modesto ele, não? – Disse ele com um sorriso.

–Muito. – Respondi rindo.

A seguir ele me mostrou mais três livros muito semelhantes, com o mesmo contexto e igualmente hilários. O último livro veio acompanhado do último gole na taça de vinho, sim eu não resisti aquele néctar! Diferente dos outros, esse era mais simples e parecia ter sido feito em casa, por alguém caprichoso mas que com certeza não entendia de fazer livros.

–Esse é um livro que é muito significativo para mim, foi escrito pela minha mãe, é a história dela, não se preocupe, é mais realista que os anteriores.

–Tomara!

–Minha mãe foi uma mulher incrível. Muito guerreira, não teve uma vida fácil, até se casar com o meu pai é claro, se bem que ainda assim não foi uma vida fácil... Meu pai não era um sujeito muito educado...

–E como ele pode ter tido um filho tão respeitoso assim, então? –Tal pergunta escapou da minha língua embalada pelo álcool que corria no meu sangue.

–Sei dar valor a quem merece. – Aquilo definitivamente deve algum outro sentido, não podia ser coisa da minha cabeça aquele olhar. – Sabe, tu me lembra muito a minha mãe, a inteligência, a força de vontade, a beleza. – Nesse ponto ele acariciava a minha face com a costa da mão, sua voz era um sussurro rouco e antes que eu pudesse falar algo ele deslizou a mão para a minha nuca e me beijou.

Um beijo imponente, mas delicado, do tipo que alguém nunca esqueceria na vida – a não ser que aquele álcool estivesse fazendo mais efeito do que eu imaginava. Sem ter controle de mim fui deixando envolver-me, logo as suas mãos passeavam pelo meu corpo. Ele havia me deitado no sofá e deslizava os dedos por baixo da minha saia, na minha perna e quadril. Não vou negar que eu estava amando aquilo, me sentia quase no céu, mas quando ele deslizou a mão para o meu seio e tentou retirar a minha blusa notei que aquilo estava indo longe demais. Ele era meu chefe e aquilo era errado.

–Alexandre, é melhor não...

–Quem sabe o que é melhor ou não? – Perguntou ele espalhando beijos lentos pelo meu pescoço, eu não conseguia sair debaixo do peso dele.

–Alexandre eu não quero.

–Não é o que está parecendo. – Ao falar isso ele me puxou pelos quadris em sua direção e eu soltei um gemido leve, sim eu queria, mas não ia.

–Para, por favor, eu não quero. – Coloquei as duas mãos em seu peito e tentei empurra-lo, finalmente ele entendeu que eu realmente não queria e se afastou, eu me arrumava e já ia pegar as minhas coisas quando, na forma de ultima tentativa ele segurou a minha mão:

–Tem certeza? – Espantosamente em seu olhar não havia raiva e nem desprezo, somente desejo.

–Tenho.

Sem parar para pensar muito peguei as minhas coisas e fui para casa, somente quando cheguei em meu apartamento foi que me toquei que talvez eu tivesse arruinado o que provavelmente seria um dos melhores empregos da minha vida.


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam? Hoje eu fiz várias coisinhas diferentes (como o comprimento do cap, as cenas mais "calientes", algumas palavras diferentes e tal) e eu gostaria muito que vocês comentassem o que acharam para eu ir me aperfeiçoando mais e mais para vocês ^^
Bjos amores ♥
Até o prox