Higher Dreams escrita por Bella Black


Capítulo 12
Capítulo 12 - Bichano


Notas iniciais do capítulo

Eu mereço ou não chocolate por ter postado o novo capítulo rápido assim? Claro que mereço! Hahaha. Mas se não tiverem como me dar chocolate um comentário já serve, viu?! ;) Hahaha.
Esse capítulo tem uma homenagem disfarçada ^^
Espero que gostem ;D
Boa Leitura ♥



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O encontro com Alexandre – Por que sim, fora um encontro, não adiantava negar – mexeu um tanto com o meu psicológico (sem contar com o meu físico “se é que me entende”), fiquei a noite toda revirando na cama pensando no que acontecera e quais seriam as consequências futuras daquilo. Talvez ele fosse me demitir e contratasse outro para fazer o livro, talvez ele nunca mais olhasse na minha cara... Mas pensando bem Alexandre não era esse tipo de homem, ele era profissional – Mas um profissional não me beijaria em pleno trabalho, não é? – ele não iria me demitir, ou iria? Eu estava muito confusa.

Quando provavelmente consegui adormecer o Sol já devia estar nascendo. Acordei com dor e ainda às oito da manhã obriguei-me a levantar, estava com tanta cólica que cheguei a cambalear assim que pus os pés no chão, corri ao banheiro e sim, presentinho, estava menstruada. Como sempre disse minha mãe: “Nunca é bom quando vem, mas é pior ainda quando não vem”.

Tomei o meu remédio para cólica fiz um chá de camomila para ajudar a aliviar a dor, peguei meu notebook e deitei na minha cama novamente, agora para dar uma olhada no blog. Como eu não conseguia me concentrar para escrever devido a dor, fiquei só dando uma olhada na movimentação. Aparentemente várias pessoas acessaram o blog, várias não, muitas. Muitas mais do que eu esperava. Muitas mais do que eu imaginava, e, incrivelmente, algumas pessoas comentaram! Cheguei até a esquecer da dor por alguns minutos e fiquei curtindo o momento. Não era um “absurdo” o número de comentários, mas cada um deles me fez imensamente feliz. Obviamente respondi todos, mas não o suficiente, fiz outra postagem agradecendo a todos que comentaram, compartilharam nas redes sociais e leram o que eu havia escrito, prometi também postar mais regularmente.

Feito isso eu resolvi levantar de vez, fiz o meu café e resolvi ir ler algum livro, optei por Dom Casmurro, um clássico que subitamente chamou-me para ser relido. Li sentada confortavelmente no sofá até que o café acabasse e então resolvi ir ver se alguém já tinha começado o preparo do almoço.

Lucy estava na cozinha preparando uma massa com molho de tomate bem “basicão”.

—Hey Lucy, o Sebastian deu as caras?

—Sim, ele voltou para casa ontem, deve estar ainda dormindo...

—Tu falou com ele?

—Falei sim...

—E?

—Bem, ele não me falou muita coisa, não consegui descobrir nada.

—Será quem tem alguma coisa séria acontecendo?

—Acho até que sim... O Sebastian não é de mimimi por pouca coisa. Na verdade, nunca o vi assim na vida na toda...

—Assim como?

—Tão revoltado e pra baixo...

Nesse momento Sebastian entrou na pequena cozinha também.

—Oi. – Murmurou ele.

—Oi! – Dissemos em coro eu e Lucy.

—Dormiu bem? – Indagou Lucy à Sebastian.

—Não muito.

E o almoço todo transcorreu nesse clima meio morto com ninguém falando muito. Ao final eu e Sebastian lavamos a louça e arrumamos o que precisava na cozinha. O dia estava ensolarado e eu havia lido em algum lugar que se exercitar reduzia o fluxo menstrual, então resolvi sair para caminhar. Coloquei uma legging preta e uma regata cinza comprida, peguei meu celular e fone, prendi o cabelo e sai.

O Sol ofuscava os meus olhos, mas a sensação era boa, luz sempre me fez bem. Caminhei 6 quadras ao som de Maroon 5 na ida e na volta embalada por Los Hermanos e Engenheiros do Hawaii.

Eu sei que a maioria das pessoas se distrairia observando o mundo a sua volta, as arvores, as outras pessoas, os pássaros, mas digamos que eu era diferente, eu me prendia dentro de mim mesma e imaginava mil e uma coisas aleatórias, deixa a mente correr na velocidade do corpo. Naquele momento em especifico eu estava pensando na noite que se passara, aliás, era sobre ela que eu mais estava pensando naquele dia.

Eu sabia que eu tinha gostado e que eu queria mais, e que provavelmente em uma segunda tentativa por parte dele eu não resistiria, mas eu também tinha total consciência de que aquilo era errado, por ele ser meu chefe, tá, não era tão errado assim, mas eu não havia sido criada daquele jeito, eu não gostava daquele tipo de coisa.

Enfim, eu só fui sair dos meus devaneios interiores quando eu ouvi um barulho estranho, parecia ser uma criança chorando, mas parecia não ser. No momento eu não sabia o que era, mas aquele som tinha chamado minha atenção.

Eu já estava na rua do meu prédio, faltavam poucos metros para eu chegar em casa, mas resolvi procurar pela fonte daquele barulho. Parecia um choro abafado e um barulho de saco plástico se movendo. Ao dar uma olhada estilo 360° ao meu redor, constatei que provavelmente aquele ruído vinha da minha esquerda, ou seja, uma caçamba de lixo , eu não estava muito animada para revirar o lixo da vai saber quem, mas a curiosidade falou mais alto.

Me inclinei sobre a caçamba e comecei a revirar os sacos de lixo (graças a Deus estavam todos fechados). Não demorou muito e eu notei um daqueles sacos pretos de lixo se mexendo sozinho, rapidamente o puxei para perto de mim e comecei a tentar abri-lo. Como o nó era forte demais comecei a tentar rasgar o saco com as unhas e rapidamente consegui abri-lo (não sem antes quebrar duas unhas).

A principio não identificou o que era. Parecia algo sujo e sem forma definida, como eu estava com medo de colocar a mão dentro do saco coloquei-o no chão e fiquei observando. Como não era de se espantar saiu um animal de lá, mais especificamente um gato, um gatinho filhote laranja, com os olhos arregalados de medo, com a orelha esquerda machucada, com os ossos saltados e com a barriga chupada para dentro de tão magrinho. Eu quase comecei a chorar, tamanho dó eu senti do pobre bichinho. Tive que segurar uma lágrima com todas as minhas forçar quando aquele pequeno ser olhou com a toda a intensidade para o fundo dos meus olhos e soltou um miado fraco e rouco. Parecia que ele estava implorando por ajuda.

Ao contrário do que eu achava, ele aceitou calmamente que eu o pegasse no colo. Quando o olhei mais de perto notei que alguns dentinhos estavam quebrados, peguei-me imaginando o quanto ele havia sofrido.

É claro que eu o levei para o apartamento. Ao chegar lá, coloquei o pequeno gatinho no chão enquanto eu ia atrás de uma tigela para dar comida e leite. Como eu, obviamente, não tinha ração para gatos em casa abri a geladeira e vasculhei a procura de algo que desse para um gatinho comer. Optei por presunto e leite (não juntos). Piquei o presunto e coloquei num potinho e despejei o leite em outro. Ao ir para a sala procurar o filhote, alguém já havia chegado antes.

Lucy estava acariciando o gato em seu colo, e ele ronronava alto. Já tinham feito amizade.

—Gatinho, eu trouxe comida. – coloquei os dois recipientes no chão e fui pegar o gatinho.

—De onde saiu essa coisinha fofa? – Perguntou Lucy enquanto me entregava o bichano.

—Achei ele em um saco de lixo numa caçamba aqui perto.

—Coitadinho, ele está todo machucadinho.

—Aham, ele deve ter sofrido muito. – Nesse ponto o gato já havia atacado os potes com a comida. O coitado não conseguia nem se decidir entre o presunto e o leite, chegava a tremer enquanto comia.

—Opa, ele tá cheio de pulguinhas. – Comentou Lucy mostrando na mão onde ela havia sido picada.

—Eu preciso leva-lo ao veterinário, ele deve ter muitos problemas de saúde coitado.

—Aham, se tu for ainda hoje eu vou junto, tá?

—Então já vai se arrumando que eu quero ir logo.

Coloquei o gato em uma caixinha de papelão, peguei a minha bolsa e já fui para o carro. Enquanto eu esperava Lucy descer comecei a encarar melhor aquela pequena criatura.

—Ei coisinha, pelo o que você já passou nessa vida, hein?

O gato ficou me encarando como se quisesse me dizer algo, parecia ter mil histórias para contar.

—E como eu vou te chamar, hein bichano?

*Miau*

—O que foi?

E ele continuava me encarando em silêncio.

—Bichano? Foi isso que você gostou?

*Miau*

—Então você se chamara Bichano, pequeno filhote.

Bichano se deitou como uma bolinha no canto da caixa e começou a ronronar, como se finalmente aceitasse o destino que lhe fora escolhido.


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Notas finais do capítulo

Bem, eu troquei o hífen que eu costumo usar pelo travessão mesmo, vocês acham que eu devo continuar com este ou voltar ao hífen?
O que acharam do capítulo no geral?
P.S. Não sejam leitores fantasmas, comentem!
Até o próximo ♥
;*