Marvel: Os Maiores Heróis da Terra escrita por Larenu


Capítulo 36
Professor Warren


Notas iniciais do capítulo

Spin-off do Visão já publicado. Provavelmente postarei lá aos domingos. A propósito, "Doutor Estranho: O Diário de Agamotto" e "Safira: Carnificina Total" ficarão em hiatus para encerramento de fatos não desenvolvidos na Fase 1, ou seja, spin-offs do Visão, do(s) Homem(ns)-Formiga e dos X-Men (X-Men: Procura por Mutantes não será uma prioridade, mas dará um destino a ZEBediah Killgrave, aos Novos Thunderbolts, à Víbora e, obviamente, aos X-Men. Enfim, acho que até as férias tudo estará em ordem... brincadeira, antes disso.



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Uma enorme dor de cabeça atingiu Peter Parker durante a batalha contra os clones. Ficou parado enquanto Jessica e a mulher de máscara dourada batalhavam, fitando os vários clones que se aproximavam. Estava cercado, isso era fato. Mas não se importou, pois a dor de cabeça não permitia.

De repente, seus olhos se voltaram para um tipo diferente de clone. Não eram clones de Gwen nem dele, mas sim clones de um adulto. Não, não era qualquer adulto. Era Miles Warren, professor de Gwen e Peter na Universidade Empire State.

— Professor Warren? — perguntou, socando um clone.

Lançou uma teia e se pendurou nela. No estilo Indiana Jones, Peter derrubou clones e aterrissou ao lado dos clones de Warren. Havia algo de errado neles: eles estavam agachados e andavam de quatro. Quase como se fossem animais.





Na pequena nação europeia da Trânsia ficava a Montanha Wundagore, base do Alto Evolucionário. Por um de seus corredores caminhava Wanda Maximoff com outras duas mulheres. Uma delas, corcunda e de bengala, se virou para Wanda.

— Você cumprimentou a senhorita Webb, Wanda?

A senhora do meio, cega, se ajeitou no ombro de Wanda.

— Não há necessidade, Bova. A senhorita Maximoff parece estar aflita com algo. Deve ter mais preocupações do que cumprimentar uma velha como eu. Afinal, ela é comandante dos Novos Homens do Lorde Alto Evolucionário.

— Me perdoe, Madame Teia — disse Wanda, se perguntando como uma cega podia saber que estava aflita. — Tenho andado realmente muito ocupada auxiliando o Lorde.

— E ainda assim se veste como cigana. Por favor, minha jovem, você deveria se vestir como uma verdadeira comandante dos Guerreiros de Wundagore. Nem que se vista como aquela Nefária que está na Terra Selvagem, mas tenha dó.

—Você tem razão, Madame — disse Wanda, sem prestar muita atenção no que a cega dizia.

Wanda ouviu Cassandra Webb sussurrar para si mesma que sempre tinha razão, mas tanto ela quanto a outra senhora, Bova (que era algo como uma vaca-humana, no sentido de que realmente era resultado da mistura genética de uma idosa e uma vaca), ignoraram-na.

Na mente de Cassandra Webb, ela utilizava seu poder de clarividência e via Peter Parker entregar para Jessica Drew o uniforme da Mulher-Aranha que Cassandra fizera Jonathan Drew customizar. Aquilo desencadearia o surgimento das outras três Mulheres-Aranha: Julia Carpenter, Martha Franklin e Charlotte Witter.

A garota Maximoff observou a cega. A pele enrugada dela adquirira uma tonalidade cadavérica que, em contraste com a faixa vermelha que cobria os olhos que desconheciam a luz e as roupas vermelhas que cobriam o corpo todo, davam um ar assustador à Madame Teia.




De repente, um dos clones de Miles Warren se jogou no chão, se arrastando como que para se coçar no chão. Então, algo horrível aconteceu. Peter Parker presenciou a pele do clone se soltar, como uma cobra trocando de pele, e dar lugar a uma estranha pele verde. Orelhas pontudas surgiram quando a pele da cabeça se soltou, transformando o clone em uma criatura semelhante a um chacal verde.

— Meu Deus...

— Peter, me ajude! — pediu Jessica, que lutava com a mulher de máscara dourada e alguns clones.

O Homem-Aranha lançou teias nos clones de Peter e Gwen que insistiam em atacar Jessica, puxando-os e arremessando na mulher de máscara dourada. Ela caiu no chão, soterrada por clones, mas sua cabeça permaneceu para fora.

— Quem é você? — perguntou Jessica, se aproximando dela e apontando um lançador para o rosto.

— Eu sou a Madame Máscara!

Com essas palavras, Madame Máscara se transformou em Jessica, deslizando de debaixo dos clones e se colocando ao lado da Jessica de verdade. As duas começaram a lutar. Enquanto isso, Peter observava todos os clones de Miles Warren trocarem de pele. Então, a dor de cabeça voltou com tudo. Ele reclamou de dor, mas então sentiu garras se fincarem em seus ombros.

O clone já verde de Miles Warren estava pendurado em suas costas, arranhando o uniforme e deixando suas costas à mostra. Peter atirou teia nele, o prendendo no chão, e se voltou para Jessica.

— Jessica, vamos... Espere, duas Jessicas Drew? Clones?

— Não! — gritaram as duas em uníssono.

A dor de cabeça de Peter aumentou.

— Certo, vou fazer uma pergunta que só ela sabe responder. O que tem nesta maleta? — ele perguntou, mostrando a maleta.

— Você não me mostrou — disse uma.

— Claro que mostrou. Aí dentro tem novos lançadores de teia.

Quando a segunda falou, a cabeça de Peter latejou ainda mais. Percebendo a desconfiança, ela agarrou a maleta e começou a correr. A verdadeira Jessica usou seus lançadores para prender a falsa no chão.

— Fique aí, Madame Máscara. Já voltamos.

Ela e Peter começaram a andar na direção da sala de onde vieram os clones, mas Peter parou.

—Jessica, quero te perguntar uma coisa.

— Diga.

Antes de prosseguir, Peter verificou se a Madame Máscara permanecia no lugar e atirou mais algumas teias por garantia. Apertou com força a maleta em sua mão e prosseguiu.

— Desde que fui picado pela aranha com a energia da Joia do Poder, tenho tido estranhas dores de cabeça repentinas em momentos de perigo. Tenho pensado que é apenas um efeito colateral, mas as dores me avisaram sobre os estranhos clones de Miles Warren e sobre a falsa Jessica. Queria saber se você tem alguma informação da pesquisa de seu pai que fale sobre isso.

— Deixe-me ver... Acho que sei o que é. Meu pai desenvolveu uma hipótese sobre aranhas terem um sexto-sentido. Ele chama isso de sentido-aranha. Segundo ele, o sentido-aranha estimula uma reação na mente da aranha que a deixa alerta sem que ela mesma perceba, como uma forma de preparar o corpo para uma possível ameaça detectada.

— Você acha que eu posso ter ganho essa habilidade também?

— É uma hipótese de meu pai, entende? Não sei quanta parte era verdade ou quanta parte era devaneio ocasionado pela Madame Teia, mas, se você tem isso, é por que é uma teoria com fundamento.

— Sentido-aranha... gostei.

Eles caminharam em silêncio pelo pequeno corredor que levava à salinha de onde vieram os clones.

— O que tem nessa maleta, Peter? Pode me contar agora?

— Eu também não sei. Seu pai quis que eu entregasse para você.

Ela estendeu os braços e recebeu a maleta. Peter a abriu de forma que apenas Jessica visse. Ela pegou um bilhete dentro e leu em voz alta:

— "Minha filha, me perdoe. Fui um péssimo pai e temo que posso ter condenado você a viver se sentindo diferente, sozinha no mundo. Mas você não está, Jessica. Sabe por que não foi uma criança comum? Porque eu mexi em sua genética quando não passava de um embrião. Você possui um sexto-sentido, o sentido-aranha do qual tanto falava. Você é capaz de produzir rajadas tóxicas para seus inimigos. Você é capaz de dividir seu peso pelo corpo e caminhar sobre as frágeis teias sintéticas de seus lançadores. Filha, me perdoe. Como disse, você não está só. Super-humanos estão por toda parte. Para compensar, porém, entrego a você esta roupa. Seja a Mulher-Aranha, Jessica. Se não por mim, por Merriem. Honre a memória de sua mãe."

Lágrimas escorriam pelas bochechas de Jessica. Ela amassou o bilhete e repousou a maleta no chão. Sentou-se com as costas apoiadas na parede e chorou. Peter se sentou ao lado dela e espiou dentro da maleta. Com cuidado, retirou um uniforme vermelho e amarelo de dentro dela.





A primeira Mulher-Aranha surgiu, pensou Madame Teia enquanto esperava Bova e Wanda saírem do quarto em que estavam. Enquanto isso, do lado de dentro, Wanda Maximoff se olhava no espelho. Usava roupas vermelhas que grudavam em sua pele. Lentamente, colocou uma tiara vermelha em sua testa. Bova surgiu e prendeu uma capa vermelha aos ombros de Wanda.

— Venha, minha querida. Uma longa viagem nos espera.

Com o braço entrelaçado no de Bova, como faziam quando Wanda era pequena, saíram do quarto. Cassandra usou o outro braço de Bova para caminhar, mas parecia não precisar de ajuda. Seguiram por um corredor escuro, até que se depararam com um par enorme de portas. As portas se abriram lentamente, deixando a luz entrar.

— Contemplem, os Guerreiros de Wundagore! — disse Cassandra.

As três se viram em uma varanda de vidro no hangar da Montanha Wundagore. Do lado de fora já era noite, mas as luzes artificiais do hangar eram fortes o suficiente para que Wanda visse as aberrações que saudavam-na.

— Avante, Novos Homens! — gritou Wanda.

Os híbridos bradaram. Subindo as escadas que levavam à sacada, um homem-dálmata as recebeu.

— Dempsey — cumprimentou Bova, gentil.

— Minhas senhoras, permitam-me acompanhá-las ao seu transporte. Viajaremos pela noite para que não sejamos vistos pelos habitantes europeus. A viagem à Terra Selvagem durará a noite toda, então sugiro que tentem dormir ou arrumem um passatempo.

As três o seguiram até um moderno jato. Assim que embarcaram, o Alto Evolucionário surgiu na varanda. Dempsey deixou-as lá e foi falar com ele.

— Lorde Alto Evolucionário, sabes que tens uma dívida comigo.

— Sei. E pagarei, Chthon. Apenas deixe que Dempsey permaneça vivo. Ele é importante para mim.

— Não deverias se apegar a criaturas mundanas.

— Como se nunca houvesse se apegado a algo.

— Não me apego, Lorde. Sou um demônio.

— Ah, verdade. De qualquer forma, cumprirei os termos de nosso pacto.

— Acho bom, Herbert. Acho bom.

Dempsey voltou a si.

— Me desculpe, Lorde. Não entendo por que deixei-as no jato.

— Não se preocupe, Dempsey.

O homem-dálmata fez uma reverência e retornou para o jato. Alto Evolucionário permaneceu olhando enquanto todos os Novos Homens entravam em seus transportes. Quando decolaram, ele entrou novamente.





A porta abriu, revelando um laboratório. Havia uma parede de vidro isolando uma área, onde uma espécie de criatura em decomposição estava. Agachado em cima da mesa estava uma criatura verde como os clones com nova pele. Fazendo essa ligação óbvia, Peter concluiu a identidade dele.

— Professor Warren?

— É Chacal agora, meu caro Homem-Aranha.

E então ele se virou, pulando no Homem e na Mulher-Aranha. Eles desmaiaram, mergulhando no escuro da inconsciência.





BÔNUS

Peter Quill não hesitou em disparar na cabeça quando esta falou que devorara seus amigos. O tiro, porém, apenas a girou em seu eixo. O planeta seguiu os movimentos, derrubando todos no chão. Ronan disparou na direção deles, mas acabou por errar e ainda escorregar na suposta garganta de Ego. Quando o planeta deixou de tremer, a cabeça se virou para Senhor das Estrelas, Rocky Racum e Groot.

— Saiam já daqui, estúpidos! Se Ronan tiver morrido e não responder às chamadas de Thanos, o Titã Louco virá para cá.

— Mas você não pode simplesmente comê-lo e resolver qualquer problema?

— Se fosse simples assim, já teria ido atrás dele. Com o poder das Joias do Infinito, Thanos pode me destruir. Agora desçam por minha garganta e fujam em sua nave com seus amigos. Eles ainda devem estar vivos. Mas rápido, pois logo farei a digestão.

Enojado, Peter guiou Rocky e Groot até um ponto da garganta que parecia fácil de se escorregar. Eles desceram até uma espécie de pântano, onde haviam pedaços de nave. Em meio aos pedaços havia duas naves: Luganenhum e a provável nave de Ronan. Os três começaram a pular de pedaço em pedaço até Luganenhum...

...mas uma mão surgiu e agarrou a perna de Peter.


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