Prendendo a respiração, Jamile bateu na porta do quarto de Sarah com os nós dos dedos.

–O que você quer, Jackson?! –a voz ríspida de Josh passou pela porta sem que fosse aberta, mostrando que ainda estava na cama.

–Sou eu. Podemos conversar?

Logo o som de um baque surdo de um corpo pulando para fora da cama e de fechaduras sendo aberta foram ouvidos por Jamile. A garota entrou no quarto e Sarah trancou a porta novamente. Sentaram-se na cama, uma de frente para a outra, Sarah estava visivelmente ansiosa.

–Uh... An... Como você está? –disse Jamile coçando a nuca.

–Eu an... Estou ótima. Obrigada por perguntar. E você?

–Eu acho que... Ah, sei lá. To nervosa.

–Você veio aqui pra me dar um fora.

–Não. –um início de sorriso nasceu nos lábios de Sarah, mas logo Jamile a cortou. –Mas também não vim dizer que tá tudo bem.

–Ah. Então o que veio fazer?

–Eu não sei, Jo... Sarah. Eu... Eu acho que estava com saudade. Precisava ver você.

–Também senti saudade de você

–Eu estive passando e repassando a nossa última conversa mentalmente. Você parece definitivamente decidi...da a fazer isso.

–Muito. Não tive dúvidas nem por um segundo desde que decidi começar a tomar os hormônios. Quer dizer... Eu fiquei dividida em alguns momentos, mas dúvidas nunca tive.

–Por que ficou dividi...da?

–Por causa de você. Eu entrava em pânico só de pensar em te perder. Mas não poderia dar pra trás. Essa é quem eu sou.

–Você considerou parar por mim? Uau.

–Eu te amo, Jamile. Nunca amei e nunca vou amar alguém da mesma forma que amo você.

–Eu também amo você, ...Sarah. Desde que te vi pela primeira vez no primeiro ano. Eu só pensava em conseguir falar com você de algum jeito, ser sua amiga. E quando a gente se beijou a primeira vez, UAU. Foi como ir à lua e voltar.

–Me senti assim também.

–Mas sabe, desde aquela época você era andrógino. Eu te amei do jeito que você era, e você ainda é você. Eu sei que você vai precisar de mim e eu não vou abandonar você.

–Está falando sério?

–Sim, estou. Mas antes quero te ver. Ver o seu corpo por baixo de todas essas camadas de roupa.

–O que? Mas... Isso é sério?

–Obviamente. Você é me...minha namorada há quase dois anos. Tenho direito de ver o seu corpo.

–Tudo bem. Eu só... Eu nunca mostrei pra ninguém e estou nervosa.

–Não precisa ficar nervosa comigo, Sarah.

–Okay.

Sarah levantou da cama e, com as mãos trémulas, segurou a barra do primeiro moletom e o tirou. Por baixo havia mais um, por baixo desse cinco camisas. Quanto mais chegava perto da última camada, mais suas mãos tremiam. Jamile percebeu isso e a ajudou com a última camisa.

Os seios de Sarah eram medianos e tinham bicos rosados, ela tinha razão para ter orgulho deles. Sua barriga era praticamente reta e a pele tinha uma aparência perfeita, convidativa aos dedos de Jamile.

–Droga! Tinha esquecido que estava sem sutiã. –reclamou Sarah cobrindo os seios com as mãos.

–Não tem problema. –disse Jamile retirando as mãos de Sarah da frente e lhe acariciou de leve os seios e o abdômen. –Você é perfeita. Seu corpo é até melhor que o meu.

–Ah para! –Sarah riu. –Nem de longe meu corpo é tão perfeito quanto o seu.

–Você nunca viu, é toda puritana.

–Já que eu to mostrando o meu, mostra o seu. É o justo.

–Okay.

Jamile abriu o zíper da jaqueta e Sarah arregalou os olhos, não sabia que a namorada levaria isso a sério.

–Não precisa, amor. Eu estava só brincando.

–Eu quero que você veja.

Jamile jogou a jaqueta em cima da cama, em seguida tirou também a camisa. Só aí Sarah já apertou o cabelo e engoliu em seco, mas Jamile foi além e tirou também o sutiã.

–O que achou?

–Você é muito atrevida de dizer que meu corpo é melhor que o seu. –Sarah praticamente babava o corpo de Jamile que diferente do seu era bronzeado e ao invés de auréolas rosadas, eram em um tom de bege escuro.

–Quer tocar?

–Não me provoca, garota.

–É sério, vem cá.

Jamile pegou as mãos de Sarah e colocou no início de sua barriga, em seguida arrastou vagarosamente até seus seios, fazendo-a apertá-los de leve.

–Uau. –disse Sarah sentindo a respiração acelerar

Jamile tirou as mãos de cima das mãos de Sarah e tornou a tocar seu corpo. Ambas já estavam com o coração a mil quando se aproximaram mais e trocaram um beijo apaixonado. Foi então que o celular de Jamile tocou insistentemente.

Era sua mãe dizendo que já estava bom de ficar por aí doente e era para voltar pra casa.

–Preciso ir.

–Okay.

Sarah vestiu todas as camadas de roupa de volta e levou Jamile até a porta, despediram-se com um selinho e Sarah foi tomar um banho gelado para o menino voltar a dormir.

Continua...