48 horas mais tarde, Noruega.

Natasha trabalhou por dois dias sem obter resultados concretos nos computadores da sala de seu “chefe”, o que a fez ficar visivelmente irritada. Seria preciso invadir o sistema central, o que ela não poderia fazer a luz do dia como Natalie Rushman.

Seria preciso esperar a noite cair, para que ela agora usando seu adorado uniforme da SHIELD no lugar daquela maldita saia justa, pudesse acessar aos dados pelos quais ela tanto buscava.

As horas se arrastaram durante a tarde, até que as estrelas finalmente começaram a iluminar o céu escuro, e ela pôde infiltrar-se usando o sistema de tubulações para ir até a sala do computador central, após se certificar de desativar todas as câmeras internas.

– Vamos ver por onde eu vou começar... – ela disse com um pequeno sorriso vitorioso tomando forma em seu rosto quando ela plugou seu pen-drive na máquina - Ordens de importação e exportação. É, pode ser.

– Natasha?! – a conhecida voz chamou-a pelo comunicador.

– Maria, é bom ouvir a sua voz. – ela riu.

– Estava aguardando você entrar em contato comigo ontem Natasha.

– Eu sei, mas não tinha nenhuma novidade para você, então decidi não te ligar. Imagino que com isso Clint tenha realmente pegado no seu pé.

– Você não faz ideia do quanto. Graças a Deus consegui convencê-lo a ir para casa.

– É bom, ele precisa de algum tempo. Obrigada por isso Maria.

– Disponha. Mas, e então? O que você tem para mim?

– Nesse exato momento estou decodificando os arquivos do sistema central da Hide Company minha cara Hill. Eles fizeram uma boa tentativa para tentar proteger isso aqui, mas não foi bom o suficiente. – ela disse irônica, mudando de assunto em seguida – Como vão as coisas por aí?

– Os Vingadores não fizeram contato desde que partiram Natasha.

– O quê?!

– A última vez que falei com Steve, eles estavam se aproximando do ponto onde havia sido localizado o pacote que deveriam interceptar, mas eu perdi o sinal, e até agora nada. Não consegui contatá-los depois disso.

– Hmm, preocupada com o seu capitãozinho Maria?! Olha só, achei que não viveria para ver você agindo contra o protocolo da SHIELD. – ela riu mais uma vez.

– Natasha! Isso é sério.

– Eu sei, desculpe.

– Sorte sua não ter mais ninguém escutando isso além de mim. Eu pegaria um avião só para poder matar você.

– Sem estresse Maria, e eu acho que você não tem com o que se preocupar, eles devem estar bem. Logo, logo eles entram em contato com você.

– Eu espero que sim...

– Consegui! – disse ela de repente, assustando a morena do outro lado. – Vejamos... Importação, encomenda em produção, sul da Alemanha, pacote obtido com sucesso...

– Mas isso... O pacote que eles estavam rastreando...

– Está tudo interligado Maria. Espere vou ver o que mais eu... – Mas Natasha foi interrompida quando alguém a agarrou pelo pescoço em uma chave de braço.

Ela rapidamente puxou o braço do homem para baixo, pegando impulso para pular sobre ele e quebrando o ombro do mesmo, antes de chutar o seu rosto, deixando-o desacordado. Logo outros seguranças, vestindo uniformes pretos chegaram, e ela se pôs a combatê-los simultaneamente.

– Natasha?! O que está acontecendo?!

– Um pequeno... Imprevisto! – disse ela, depois de derrubar o quinto homem. Ao se virar, ela pode ver um deles colocar uma máscara de oxigênio, e liberar uma pequena granada que soltou um gás por toda a sala, fazendo-a sufocar e tossir em busca de oxigênio. Antes que ela pudesse tentar qualquer coisa, um dos homens se aproximou e acertou-a com uma coronhada na cabeça, fazendo-a perder a consciência.

– Natasha? Natasha! – chamava Maria incessantemente pelo comunicador, até que um dos agressores o pegou, e destruiu-o enquanto os outros arrastavam o corpo de Natasha, deixando a Comandante ouvindo apenas estática.

– Ah, não, não, não! Natasha! Religuem a comunicação! Agora! – ela ordenou aos agentes sob seu comando no Triskellion, mas eles nada puderam fazer para reestabelecer o contato com a Agente Romanoff – Droga Natasha! – ela praguejou indo de um lado para o outro, nervosa – Coloquem o Diretor Fury na linha, imediatamente.

– Fury. – disse o homem tranquilo ao atender ao telefone enquanto dirigia.

– Diretor, precisamos do senhor no Triskellion imediatamente. – disse Hill com urgência na voz.

– Qual o problema Maria? - perguntou estranhando o tom da mulher na ligação.

– Perdemos a Natasha, Nick.

– Como assim, perderam a Natasha? – questionou incrédulo.

– O comunicador dela foi desativado. Eu não sei o que aconteceu ainda senhor, mas em um minuto estava tudo bem, e no outro...

– Estou indo para ai. Até eu chegar, faça o que for preciso para reestabelecer a comunicação com a Agente Romanoff.

– Entendido, senhor.

– E, Hill...

– Senhor?

– Não diga nada a ele. Não até sabermos o que realmente está acontecendo.

– É claro, senhor.

– Me mantenha informado. - ele terminou antes de desligar, acelerando seu carro em direção ao Triskellion.

Fury chegou o mais rápido que pôde, e correu pelos corredores da base como fazia apenas em raras ocasiões de extrema urgência, e com certeza tal situação se encaixava excepcionalmente bem nessa descrição.

Ele chegou à ponte de controle ofegante, e logo se aproximou da Agente Hill.

– Relatório Comandante.

– Nossas comunicações com a Agente Romanoff permanecem desativadas, não conseguimos contacta-la novamente.

– Quanto tempo isso?

– Temos tentado por quase duas horas. É o tempo que o senhor levou para chegar até aqui.

– Oh merda...

– Comandante! Estamos recebendo um sinal de vídeo... Parece vir da Noruega.

– Ponha na tela, e rastreie o sinal.

A imagem que apareceu na tela deixou a todos sem reação, assim como a mensagem nela transmitida. Quando o vídeo acabou, Hill levou alguns minutos para assimilar que aquilo estava realmente acontecendo até voltar à realidade.

– Localização? – ela pediu, com urgência.

– Desculpe Comandante, não conseguimos determinar de onde vem, o sinal estava criptografado, e cegou nosso sistema de rastreamento antes que pudéssemos contorná-lo.

– Droga! – Hill bufou, indignada e agoniada ao mesmo tempo. – O que vamos fazer Fury?

– A única coisa que podemos fazer agora Maria. Vamos chamar a Cavalaria.

._.

Phill permanecia sentado na cadeira de seu escritório no Bus, sorrindo com as lembranças que voltavam a sua mente, enquanto observava sua foto com Clint, Natasha, West, Hill e May, em uma festa de ano novo em que haviam passado muito além da conta na bebida, e por isso Fury dera a eles uma semana de treinamento pesado depois de um longo monólogo sobre o comportamento dos agentes.

Tudo ainda era um pouco confuso, até mesmo vago para ele. O fato de ter morrido e depois voltado, havia o tornado diferente, o fizera se sentir e pensar de outro jeito, e até mesmo, ver a realidade de uma maneira diferente.

Infelizmente, com tudo o que havia acontecido, seus grandes amigos não poderiam saber que ele estava vivo e, apesar de amar sua nova vida e a equipe que lhe fora confiada, ele sentia falta dos agentes.

May bateu na porta, e entrou em seguida.

– Phill, tem alguém que quer falar com você. Linha 2, é importante.

Coulson analisou a expressão preocupada de Melinda, e pegou o celular assim como ela havia dito.

– Coulson.

– Agente Coulson, precisamos que venha até a base em Washington imediatamente.

– Boa tarde para você também Hill. Estou em missão, não posso voltar agora. Do que você precisa?

– Acha que eu mesma ligaria para interromper uma missão se não fosse importante?! Phill, Clint precisa de ajuda.

– O que aconteceu com ele?

– Natasha foi comprometida.

– Como é que é?!

– Exatamente o que você escutou.

– Chegarei ai o mais rápido que puder Maria. – disse ele, desligando o telefone.

Algo estava muito errado. Natasha não seria facilmente neutralizada, e se Maria havia ligado pessoalmente pedindo por ajuda, isso significava que ela corria um sério risco. E ele tinha certeza que Clint perderia a cabeça em uma situação assim.

Apesar dos dois tentarem esconder de todos ao seu redor, Coulson, May e Hill sabiam bem o quanto ele e Natasha eram “próximos”. Ele faria qualquer coisa para salvá-la, incluindo dar sua própria vida pela dela.

– Dê meia volta May, temos que chegar a Washington o mais rápido possível.

– Já modifiquei nossa rota, Phill. Estamos a caminho.

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Alemanha

Escondida entre as coníferas alemãs encontrava-se uma antiga fortaleza utilizada durante a 2° Guerra pela divisão cientifica nazista para fazer os mais diversos experimentos, tanto bélicos, como humanos.

Em uma das salas da gigantesca construção, duas figuras conversavam analisando o trabalho de uma equipe em outras duas pessoas que permaneciam deitadas nas macas, inconscientes devido aos entorpecentes neles administrados.

– Agora com o sangue do super-soldado original e do poderoso Hulk, poderemos finalmente concluir o soro que trará nossa mais nova arma a ativa mais uma vez.

– Tem certeza que dará certo? – perguntou o mais jovem, observando os cientistas retirarem o sangue dos dois homens.

– Absoluta. Temos a substância original usada anos atrás na União Soviética, e agora podemos melhora-la ainda mais. Ela não será capaz de resistir dessa vez.

– A centopeia tem feito um bom trabalho até agora, mas os inúmeros experimentos que financiamos não renderam resultados tão prósperos quanto o que nos fora prometido. O Barão não perdoará erros dessa vez, Igor. É bom que saiba disso.

– Ele não terá esse problema, Schimdt.

– Nós lhe demos o Capitão América e o Hulk. Não nos decepcione.

– Eu posso garantir-lhe isso dessa vez; a Hydra e a Centopeia sairão vitoriosas dessa guerra.

– E assim será... Hail Hydra.

– Hail Hydra.