3 minutos 

Stark subiu junto com Steve, pousando na pista de decolagem do aero porta aviões mais próximo. Logo ambos tiveram que se proteger dos disparos feitos pelos agentes da Hydra que haviam tomado o controle das naves.

— Vai logo Stark, não temos muito tempo sobrando. - Steve disse, por detrás de um dos contêineres ali presentes.

— Tem certeza que consegue ultrapassá-los Picolé? - Tony perguntou, abrindo a parte da frente de seu capacete. 

— Isso nós vamos descobrir. 

— Eu não demoro. Me dê um minuto.

Rapidamente Tony voltou ao ar, encaminhando-se para o segundo porta aviões, um pouco mais acima. Três Quinjets decolaram em seguida, iniciando os disparos contra a armadura, fazendo com que ele precisasse girar, desviando-se. 

— Hm, talvez eu demore um pouquinho mais Capitão. – ele disse, dando a volta por baixo da aeronave, para então virar e acertar a asa de um de seus perseguidores com o estabilizador de vôo de sua mão – Jarvis preciso de um ponto de entrada alternativo. Agora! 

Ele subiu ainda mais fazendo os dois Quinjets restantes o seguirem, tirando-os de perto do alvo. 

— Senhor, a parede do aero porta aviões é muito espessa para ser rompida pelos propulsores da armadura. Devo sugerir algo com maior poder de destruição. 

— E eu já sei exatamente o que vamos usar. - ele riu com a ideia em sua mente. 

Após atingir uma certa altura, ele desligou os propulsores da armadura, e começou a cair em alta velocidade. 

— Senhor, nestas condições a armadura irá colidir com a aeronave, e ela não vai resistir ao impacto depois dos danos ao sistema elétrico sofridos na Alemanha. 

— Não se preocupe, eu tenho tudo sobre controle. Apenas me notifique sobre a distância até a colisão. - ele assegurou o AI. 

— 60 metros para o impacto senhor. 

— Ao meu comando, religue os propulsores em força total Jarvis. 

Os dois pilotos dos Quinjets deram a volta, e desceram rápido também perseguindo-o e tentando alcançá-lo. 

— 40 metros, senhor. 

— Espera mais. – ele disse, vendo os dois jatos cada vez mais próximos. 

— 20 metros.— ele se colocou em posição, pronto para colocar o plano em prática - 10 metros senhor. 

— Agora! 

Quando Jarvis religou a armadura, Tony ganhou altitude novamente, ficando atrás dos Quinjets que continuaram direto ao passar por ele, e então disparou, destruindo as turbinas e fazendo-os colidir de encontro ao aero porta aviões em uma grande explosão. 

— Nada mal Jarvis. E aqui está nossa entrada! – ele riu, dirigindo-se até a parte interna, onde poderia trocar os chips de aquisição pelo que Hill havia lhe entregado - Primeira parte pronta Hill, agora só falta o Picolé. 

— Siga para a outra nave Stark e dê suporte ao Capitão Rogers. 

— Como quiser, Sra. Rogers - ele brincou, mas quando seguia para auxiliar Steve outros Quinjets apareceram, forçando a mudar seu curso - Droga! Hill preciso me livrar desses caras antes! Diga ao Capitão para aguentar firme. 

Ele voou para longe, tirando a atenção dos demais agentes de Steve para que ele tivesse alguma vantagem.

2 minutos

Paralelamente, no outro aero porta aviões, Steve enfrentava dificuldades para conseguir transpor os soldados da HYDRA que o defendiam. Protegendo-se por trás de um dos Quinjets na pista de decolagem, ele lançou o escudo derrubando três dos atiradores em zigue zague, permitindo que ele corresse e finalmente conseguisse encontrar uma abertura para a parte interna da aeronave. 

Ele disparou, sem encontrar outros obstáculos até chegar a passarela final que daria acesso aos chips de controle. Mas em um momento de descuido, se antecipou e um soldado da HYDRA escondido atrás do dispositivo central surgiu atirando continuamente, e acabou por acertar um dos disparos na porção mediana da coxa de Steve. 

Grunhindo de dor, ele caiu em um joelho, e defendeu-se dos demais tiros com o escudo levantado. O Capitão esperou o cartucho ser descarregado, e lançou novamente a arma que acertou o soldado no supercílio, fazendo-o cair já desacordado.

1 minuto

Mancando, ele seguiu em direção ao mecanismo onde instalaria o chip, quando a voz de Hill preencheu seu comunicador. 

— Capitão, status! 

— Quase pronto Maria. - ele respondeu, abrindo a escotilha para remover o chip que seria usado pela HYDRA e substituí-lo pelo que Hill havia lhe entregado - Pronto, Comandante. Chip instalado. 

— Ótimo. Temos menos de 1 minuto até a detonação, preciso redirecionar as armas agora. - ela informou, ansiedade em sua voz - Você tem que sair, Tony está a caminho para fazer a extração.

30 segundos

— Pelo que vejo daqui, Tony está com as mãos cheias - ele disse, vendo pelo vidro enquanto Tony tentava impossibilitar o Quinjet que o atacava - Ele não vai retornar a tempo. 

— Stark! Faltam 30 segundos, tire Rogers de dentro da aeronave. — ele escutou Hill ordenando a Tony do outro lado. 

— Estou tentando Hill! Os Quinjets não param de aparecer. Quantas coisas dessas o Fury tem afinal??

Steve suspirou, o ferimento em sua perna doendo mais que o normal enquanto o sangue manchava o tecido de sua calça. Não era hora para aquilo, o tempo deles estava acabando. 

— Atire agora Maria. - ele pediu.

15 segundos

— Picolé, não faz isso! Eu vou tirar você daí a tempo, eu ju… — a voz de Tony foi cortada pelo som de uma explosão, e perderam comunicação com ele.

— Steve…— Maria implorou.

— Maria. Eu sei, mas você precisa atirar agora. Não temos muito tempo. 

Ela hesitou, sua mão pairando acima dos controles na sala de comando, os olhos rasos d’água pelo o que ele lhe pedia para fazer naquele momento. 

—  Eu… Eu não posso, Steve.

10 segundos

Agachado na passarela do aero porta aviões, enquanto pressionava seu ferimento na intenção de conter o sangramento, ele suspirou, sabendo que o que ele estava pedindo era egoísta de sua parte. 

— Por favor, Maria. Você tem que fazer isso - foi a vez dele implorar a ela, vendo as armas se ativarem do lado de fora, prontas para matar pessoas boas, pessoas inocentes. Seus amigos, sua família. Prontas para matar Maria - Muitas pessoas vão morrer se não pararmos o Insight agora. Tudo isso é muito maior que a minha vida.

2 segundos

Ela respirou pesadamente, finalmente cedendo à súplica dele. 

— Não para mim, Steve.— ela suspirou, uma lágrima rolando por sua bochecha - Por favor, saia vivo daí.

1 segundo

Concomitante ao esgotamento do tempo, ela ativou o sistema de redirecionamento das armas dos aero porta aviões, tornando-os os alvos principais dos disparos. As explosões se desencadearam, destruindo toda a estrutura das naves. 

Ainda lá dentro, Steve colocou-se novamente de pé na passarela de acesso com dificuldade, e seguia para o exterior, quando o impacto ribombou todo o alicerce de sustentação, fazendo-o perder a estabilidade e cair pelo beiral, batendo com o ombro esquerdo na cobertura de vidro inferior. A cada impacto, Steve era lançado contra as vigas de metal, lesando suas costelas. 

— Steve! Quebre o vidro, você tem que sair daí, é uma questão de tempo até tudo explodir. — Maria instruía, tendo pouco acesso visual da situação de Steve. 

— Vou… tentar. — ele conseguiu falar, tentando quebrar o vidro que o sustentava com o cotovelo. 

Com os propulsores danificados, o aero porta aviões superior começou a perder altitude, chocando-se contra o outro, empurrando ambos em direção ao prédio principal do Triskelion. 

Maria assistia à cena do lado de dentro da sala de comando, chamando Steve incessantemente, mas em vão, podendo apenas assistir pelo projetor quando o lugar onde ele estivera segundos antes explodiu. 

                    ♥ ♥ ♥

— Mas que droga! - Maria xingou, tentando restabelecer a comunicação com Steve ou Stark. 

— Maria, você tem que sair agora!— a figura de Coulson apareceu na tela, sobrepondo as cenas que ocorriam no exterior - Os aero porta aviões estão em rota de colisão contra a lateral oeste do Triskelion. 

— Emita um sinal de evacuação para toda a instalação Phil, em breve eu me juntarei a você. 

— Saia agora, Hill. Você vai ser soterrada se não evacuar nesse momento. 

— Mas que droga Phill, o Stark e o Capitão Rogers… 

— Maria. Estamos falando do Homem de Ferro e do Capitão América. Eles vão ficar bem, apenas confie neles! 

Relutante, Maria acatou as ordens de Phil, reconectando seu comunicador auricular e pegando sua arma, antes de correr para longe da sala de comando. 

Coulson emitiu o sinal de evacuação, e todos os agentes que ainda podiam lutar deram início aos protocolos de desocupação por toda a instalação. 

Maria sabia que tinha pouco tempo até o impacto da aeronave com o prédio, e correu o mais rápido que pôde em direção ao lado leste. Quando chegava ao segundo andar, ela parou ao escutar alguns agentes pedindo por socorro em uma sala de comunicações bloqueada. 

Rapidamente ela tirou os entulhos da frente da porta, para então perceber que a mesma estava trancada. 

— Hey! Se afastem da porta! - ela os avisou, antes de disparar contra o fecho e chutar a porta para abri-la - Estão todos bem?

Maria escaneou o local com os olhos rapidamente, sendo a maioria agentes jovens ali presentes apresentando apenas escoriações nos rostos assustados. 

— Escutem, precisamos sair daqui rápido, logo todo este lugar será destruído. 

— Comandante, Jaden não consegue andar. Um dos infiltrados da HYDRA disparou contra ele depois que recusamos seguir as ordens deles, e nos fecharam aqui. - um dos rapazes disse, indicando o moreno encostado na parede oposta da sala, com um curativo improvisado na perna. 

— Certo, você - ela apontou para o jovem que lhe informara da situação - me ajude a carregá-lo. Todos os outros, corram o mais rápido possível até a sala de comando central, um agente nível 8 estará lá para ajudar vocês. 

Todos correram, e Maria seguiu apoiando o agente ferido pelo ombro. Eles andavam em um passo apertado, mas Maria sabia que ainda assim não seria o suficiente para que conseguisse chegar a ala leste antes do embate da aeronave.

— Coulson, na escuta? - ela chamou, colocando sua mão livre no comunicador em seu ouvido.

— Hill! Onde você está? — ele respondeu, preocupado. 

— Preciso de um lugar seguro, agora! Não conseguirei te alcançar a tempo.

— Droga, Maria — ele resmungou, preocupado com ela - Siga em frente, a direita tem uma sala de conferências. Tente se proteger usando a mesa, rápido. Parte da estrutura da extremidade já foi destruída, está chegando até você!

Ela seguiu as instruções dele, derrubando a porta com facilidade novamente para então colocarem o rapaz ferido no chão, encostado na parede. 

— Rápido, me ajude com essa mesa!

Juntos os dois puxaram o móvel, posicionando de forma a protegê-los. No último segundo, Maria se agachou, vendo quando os escombros caíram sobre eles.

♥ ♥ ♥

Quando a poeira finalmente baixou, ela tentou movimentar a mesa que os protegera mas o móvel mal se moveu, tendo sido sobreposto por grandes blocos de cimento e aço. 

— Vocês dois estão bem? - ela perguntou aos dois rapazes que estavam com ela, ambos com os rostos sujos de poeira espelhando o dela próprio, mas aparentemente sem nenhum outro ferimento. Eles assentiram. 

Na sequência ela testou seu comunicador, mas só havia estática do outro lado. 

— Precisamos sair daqui, rápido. 

Juntos eles continuaram a trabalhar para deslocar os entulhos laterais, finalmente conseguindo uma abertura de tamanho suficiente para que eles pudessem sair.

— Vamos, temos que seguir até a sala de controle principal. - ela disse ajudando os dois a se colocarem de pé, e seguindo adiante. 

Poucos metros antes de alcançarem seu objetivo, Hill avistou uma figura conhecida liderando um pequeno grupo de agentes que vinham em sua direção.

— Hill, você está bem? - Melinda a chamou se aproximando, e ela nunca ficara tão feliz de ver a chinesa. 

— Estou bem. Só orgulho ferido, com certeza. Onde estão os outros?

Outros agentes se ofereceram para ajudar a Comandante, mas ela recusou quaisquer cuidados, pedindo que auxiliassem os dois rapazes que a acompanhavam. 

— Bobbi deu suporte a Hunter, e eles estão levando os feridos até a ala hospitalar nesse momento. Coulson está a caminho, Natasha e Clint conseguiram sair a tempo com Fury em um helicóptero, e logo irão se juntar a nós também. - explicou May - A nossa batalha ainda não acabou, restaram ainda alguns grupos de resistência da HYDRA, e estamos tentando reuni-los no lobby e encerrar isso de uma vez por todas. 

— Vamos então, não temos tempo a perder. - Maria respondeu, preparando sua pistola e seguindo Melinda em direção a entrada principal do Triskellion - Alguma novidade sobre o Rogers e o Stark? - ela questionou, buscando alguma notícia que pudesse tranquilizá-la. 

— Nada ainda. Todas as comunicações caíram depois da queda dos Aero porta aviões do Insight. Possivelmente a estrutura eletromagnética está interferindo no sinal ou o transmissor dos nossos canais principais foi destruído com o impacto. 

— Vamos alternar para o Canal 616, o que era até então privativo para o Coulson. 

— Já estamos usando ele, altere o sinal do seu comunicador. 

Enfim, após correrem pelos longos corredores do Triskellion, elas chegaram a sala de controle e reuniram-se com os demais agentes que seguiam as ordens de Coulson, preparando-se para deter o que restara da HYDRA. 

— Coulson, me atualize da nossa situação atual. - ela exigiu, assim que se aproximou do amigo.  

— Fico feliz de ver que você está bem também Comandante. - ele riu, sarcástico, terminando de carregar uma lança granadas - As demais instalações estão razoavelmente sob controle, mas precisaremos checar a resolução assim que conseguirmos restabelecer nossas comunicações. 

— Então, por enquanto, estamos por nossa conta aqui. 

— Sim, mas não restam muitas tropas da HYDRA de pé. A maioria do poder de fogo deles caiu, então somos apenas nós contra eles. A maioria está confinada no lobby, ainda estão trocando disparos lá. Precisamos dar apoio aos nossos agentes. 

— E o que estamos esperando aqui então? Vamos logo. - ela concluiu, seguindo para fora da sala, e sendo seguida pelos demais. 

Quando chegaram ao lobby, cuja estrutura era uma das poucas ainda intactas depois da colisão, a situação já estava praticamente sob controle. Os poucos agentes da HYDRA restantes tentavam se proteger por trás de um Quinjet que havia invadido o prédio após sua queda, usando-o como escudo, e disparavam contra os agentes de Maria que permaneciam impassíveis em uma barricada improvisada no balcão de recepção. 

Aquela batalha já estava acabada, e não era preciso que nenhuma outra vida fosse perdida. Maria colocaria um fim aquilo, de uma vez por todas. Ela disparou três vezes para o vazio, para chamar a atenção de todos, ao encaminhar-se para o centro do espaço que eles delimitavam. 

— Já chega. Rendam-se agora, e ninguém mais irá morrer. - ela disse, sua voz controlada, encarando com frieza seus inimigos. - A guerra de vocês já acabou. 

— Só quando o último de nós cair. - um dos homens a respondeu, seu rosto coberto de sangue seco, o olhar desesperado, apenas esperando um último comando. 

— Não haverá reforços para vocês, estão sozinhos. - May complementou, aproximando-se junto com Coulson, para que os dois se colocassem lado a lado com Maria. 

— Soltem as armas e nós garantimos que nenhum de vocês será ferido. - ofereceu Coulson, ainda deixando a arma preparada por precaução. 

— Nunca! Stan confiou esta missão a nós, e logo a Romanoff voltará e…

— Acho que você se enganou, soldado. - a voz de Natasha ecoou pelo salão, vinda do canto norte em relação a eles. Ela mantinha sua postura firme, suas armas postadas nos coldres em sua cintura - Até onde eu sei, sou uma Agente da SHIELD. 

Ao seu lado esquerdo, encostado tranquilamente a parede, fosse pela certeza de terem vencido ou pelo cansaço que deveria tê-lo esgotado muitas horas antes, estava Clint com o arco em mãos. 

Semelhante a postura de Barton, do outro lado de Natasha estava Fury, também sereno, com a mão pronta para sacar sua pistola ao menor sinal de reação hostil. 

Por fim, por detrás do pequeno grupo de soldados da HYDRA, ouviram-se passos pesados marcados pelo retinir do metal contra o cimento. Nessa extremidade surgiu a figura do Homem de Ferro, a pintura da armadura desgastada e com diversas partes danificadas, mas pronta para disparar contra eles. Ao lado dele, estava Steve. Seu uniforme rasgado e sujo pelo seu sangue, seu rosto coberto de fuligem e suor. Seus olhos brilhavam, semelhantes ao seu escudo que reluzia em seu braço quando ele ordenou novamente: 

—  Vocês ouviram a Comandante, esta guerra terminou. Baixem suas armas.

♥ ♥ ♥

Com a chegada dos demais Vingadores, as tropas da HYDRA que ainda resistiam foram facilmente neutralizadas, tendo a maioria deles escolhido se render, e estes seriam enviados para a Geladeira em um Quinjet. Os soldados da SHIELD ainda em condições de continuar, trabalhavam para que tudo voltasse a funcionar aos poucos.

Clint ajudava os outros agentes a encaminhar os soldados algemados para dentro das aeronaves, quando percebeu que Natasha, que há pouco estivera com eles, havia desaparecido. 

— Quando finalizarem aqui, dêem a ordem para a decolagem. Eles tem que estar na Geladeira antes do cair da noite. - o Gavião ordenou ao agente em comando.

— Sim senhor, Agente Barton. 

Ele se dirigiu para as escadas, guardando seu arco em seu ombro antes de seguir para os últimos andares do que uma vez fora um imponente edifício, e que agora, tinha grande parte de sua estrutura destruída. Conhecia Natasha bem demais para saber exatamente que ela havia ido até a sala de Fury. 

— Teimosa. – ele suspirou pesadamente, balançando a cabeça e subindo até o topo do prédio.

♥ ♥ ♥

— Porque eu tinha certeza que te encontraria aqui? - Natasha perguntou, parada ainda na porta da sala do Diretor, onde ele permanecia de pé olhando pela janela estilhaçada de seu escritório para o Potomac e grande parte do Triskellion totalmente destruídos.

— Possivelmente pela mesma razão de eu ter certeza que você viria até mim ainda hoje, Natasha. - ele respondeu, sem olhar para ela, praticamente alheio ao fato de toda a extensão de seu escritório estar repleto de vestígios de munição, cacos de vidro e sangue que secava gradativamente

Ela respirou fundo antes de se aproximar dele.

— Senhor, eu estou pronta para arcar com as consequências de meus atos. – ela disse firme, se posicionando com suas mãos nas costas em sinal de respeito.

Depois de um pequeno intervalo em silêncio, ouvindo apenas os sons dos agentes correndo pelo Triskellion - resgatando feridos, ajudando companheiros, procurando por sobreviventes - ele virou-se para poder encará-la.

— Natasha, esqueça o que aconteceu. - ele pediu simplesmente, depois de rolar seu olho bom para a atitude da Agente, inevitavelmente pensando na drástica mudança entre a Natasha que conhecera anos antes e a mulher a sua frente naquele momento - Sabemos que você estava sob efeito do controle da HYDRA, não havia nada que você pudesse fazer para evitar isso. 

— Talvez você saiba disso Fury. Assim como Maria, May, Phill e Clint. Mas os demais agentes não têm conhecimento sobre o que realmente ocorreu aqui hoje. Para todo o resto, eu traí a SHIELD. 

— Eu sei. Mas antes do Conselho, a última palavra é a minha. E creio eu, que sejamos os únicos que precisam conhecer a verdade. Estou errado, Romanoff?!

— Não, não está. - ela assentiu em concordância - E quanto a morte de Stan? O que acontecerá?

— Ele foi morto por uma Agente em missão para proteger a SHIELD durante um ataque. Não há questionamentos sobre o que irá acontecer, apenas seguiremos os protocolos padrões.

— E sobre a HYDRA? O que nós iremos fazer?

— Infelizmente eu preciso admitir que conseguiram se esconder até mesmo de mim, eu digo, era para essa organização ter sido extinta a décadas - Fury disse, colocando o indicador e polegar sobre seus olhos, demonstrando mais cansaço que os demais dias - De qualquer maneira trabalharemos para encontrar e dizimar o que tiver restado da HYDRA, Natasha. Mas por hora, o melhor que você pode fazer é ir para a ala hospitalar cuidar dos seus ferimentos. 

Ela assentiu e fez menção de se retirar, mas antes ela voltou-se rapidamente para o Diretor, completando:

— Obrigada Fury. Muito obrigada mesmo. - ela agradeceu, sem esperar por uma resposta dele e finalmente seguindo para fora da sala. 

Enquanto caminhava para a Ala Hospitalar, ela viu Clint vindo da direção contrária, com um pequeno sorriso compreensivo no rosto e em resposta ela rapidamente se aproximou e o abraçou apertado. 

— Sabia que você estaria aqui. 

— Você é um idiota. 

Esta foi a última coisa que ela lhe disse, antes que a dor de seus ferimentos e o cansaço finalmente fossem maiores que sua vontade de permanecer de pé, e ela desmaiou nos braços de Clint.